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Tinctura Personalis: Espagiria sob medida

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por Tami Saturni e Tamosauskas

“Agora, se você não entende os usos dos Cabalistas e dos antigos
Astrônomos, você não nasceu de Deus para a arte espagírica, nem foi escolhidos pela natureza para o trabalho de Vulcano, ou criado para abrir a boca para falar das Artes Alquímicas.”
– Paracelso, o desaforado
em O Livro da Tintura do Filósofos

AVISO PRELIMINAR

Este artigo explora conceitos esotéricos e práticas tradicionais de alquimia e astrologia, que fazem parte de um campo de estudo histórico e espiritual. Embora o conteúdo aqui apresentado seja baseado em entendimentos filosóficos e complexos, ele não substitui aconselhamento médico profissional e seu uso prático deve ser feito com cautela, sempre respeitando os limites impostos pelos profissionais de saúde e das leis de seu país.

A Remediação Astrológica

A ideia central da remediação astrológica é que, ao contrário do que os fatalistas possam dizer, você não precisa se contentar com a Fortuna que te coube.

Para os astrólogos clássicos, a Astrologia consiste primariamente do estudo do Destino e da Fortuna. Em suma: a que você veio e sob quais circunstâncias. Mas, acredite se quiser, esses astrólogos não concordam sobre o que fazer com isso. Enquanto os mais estoicos pensam que o propósito de conhecer seu Destino é viver com serenidade os altos e baixos, o pragmático encara seus posicionamentos astrológicos como matérias-primas para operar sua Vontade. O Magus celeste comunga da luz dos astros, tecendo com ela sua realidade mais autêntica. 

A Magia Astrológica é um assunto incrivelmente extenso, abrangendo desde fases lunares e dias e horas planetários até invocações elaboradas e talismãs – passando, é claro, por pentáculos salomônicos e espíritos olímpicos. Historicamente, a Arte foi especialmente favorecida por praticantes das ciências da saúde. Cartas horárias auxiliavam nos diagnósticos e prognósticos de males, ao passo que remédios baseados em Alquimia e Astrologia complementavam as sangrias.

Tal era o caso de Nicholas Culpeper, médico, botanista, herbalista e astrólogo inglês do século XVII. Estes interesses o acompanharam desde a infância, quando desenvolveu um interesse pela coleção de relógios do avô, o tempo e a Astrologia. Sua avó lhe instilou ainda criança o amor pelas ervas medicinais. Ele ganhou tanto popularidade com desaprovação das elites ao tornar muito do conhecimento de herbologia mais acessível ao público geral com obras como “The English Physician” (1652) e “Culpeper’s Herbal” (1653). Foi assim que o médico de Cambridge quebrou paradigmas, abrindo a própria farmácia e avaliando seus pacientes ao vivo – à época, os médicos meramente se dignavam a examinar a sua… urina. Ainda bem que os tempos mudaram!

A Astro-química

A espagiria é uma prática alquímica que envolve a preparação de remédios medicinais por meio da separação, purificação e recombinação de substâncias naturais, baseada nos três princípios alquímicos: Sal, Enxofre e Mercúrio. O Sal representa o corpo físico e a estabilidade, o Enxofre simboliza a alma ou essência vital, e o Mercúrio refere-se ao espírito, a parte volátil que conecta corpo e alma. 

No processo espagírico, as ervas são tratadas para extrair essas três essências: o Sal das cinzas da planta, o Enxofre dos óleos essenciais, e o Mercúrio do álcool ou líquido usado para extrair as propriedades curativas. Ao recombinar esses elementos, cria-se um remédio mais potente, que trata o corpo, a mente e o espírito. Desde Paracelso acredita-se que ao fazer isso podemos chegar ao ‘arqueus’ por trás de uma planta. Esse arqueus é sua força vital, sua assinatura, sua vibração e energia e é idêntica a energia do planeta associado a aquela planta.

A força do arqueus vinda de um astro é muito maior, mas está muito mais longe. A força do arqueus de uma planta é muito menor, mas está muito mais perto. Sabendo disso os alquimistas utilizam tinturas e outros preparos alquímicos para compensar ou mesmo corrigir desafios impostos pela configuração das astros em seus corpos físicos e sutis

Uma das melhores formas de fazer isso é produzir os sete magistérios, ou seja, uma tintura para cada planeta clássico, e tomá-las em sequência seguindo a ordem caldeia. Isso fará o material grosseiro ser removido com segurança do corpo físico e dos corpos sutis enquanto as qualidades astrológicas dos planetas serão infundidas na natureza do próprio alquimista. Assim, ele eleva sua capacidade para os trabalhos mais avançados da Alquimia – e, de fato, todo tipo de prática Oculta. 

Esta é uma solução universal e poderosa.  Mas e se houvesse outra maneira?

E se fosse possível subir a “Corrente de Homero” de uma outra forma? Quem sabe, alcançar os mesmos objetivos de aperfeiçoamento dos corpos e conquistar o direito de entrada na Escola Invisível com um elixir feito exatamente para suas necessidades nessa encarnação?

Tinctura Personalis

É o que parece propor Culpeper, com sua “Tintura Pessoal”. Como tanto os cálculos necessários para às leituras astrológicas como as técnicas e equipamentos necessários para produzir tinturas não eram tão acessíveis como hoje, suas obras em geral se concentram em oferecer catálogos sobre os usos, preparações e dosagens de plantas e ervas medicinais, incluindo seus usos astrológicos e melhores momentos para colheita, preparo e uso.

Contudo, em The English Physician ele mostra as cartas, entrega o Ouro e deixa para a posteridade a receita de sua tinctura personalis, um produto espagírico personalíssimo. Alega-se que tal poção seria capaz de amenizar os pontos fracos e potencializar os pontos fortes dos arqueus de uma pessoa, com consequências benéficas não apenas para sua saúde física mas também para sua própria vida espiritual. 

Primeiro vamos ler sua receita ipsis litteris:

“Fortifique o Corpo com Ervas da Natureza do senhor do Ascendente, não importa se é uma Fortuna ou uma Infortuna nesse caso. 

Deixe que seu remédio seja um tanto Antipático ao senhor da Sexta Casa

Deixe que seu remédio tenha algo da Natureza do Signo ascendente. 

Se o senhor da Décima é forte, use os remédios dele. 

Se não puder ser assim, use os Remédios da luz do tempo. Fortaleça sempre a parte afetada do corpo com Remédios Simpáticos. 

Preste atenção ao Coração, mantenha-o sobre as Rodas porque o Sol é a Fonte da Vida, e portanto os Remédios Universais Aurum Potabile e a Pedra Filosofal curam todas as Doenças apenas fortalecendo o Coração.”

É evidente que ele escreveu isso para pessoas que, como ele, eram versadas tanto em Alquimia como em Astrologia. Entretanto, não temas, ó alminha lambendo este artigo. Nós vamos extrair a Quintessência desse trecho para você poder fazer sua  tintura pessoal.

Vamos por partes:

“Fortifique o Corpo com Ervas da Natureza do senhor do Ascendente, não importa se é uma Fortuna ou uma Infortuna nesse caso.” e “Deixe que seu remédio tenha algo da Natureza do Signo ascendente.”

Aqui, é interessante como o autor explicita que não importa que o Senhor do Ascendente seja uma Fortuna ou Infortuna – também conhecido como Benéfico e Maléfico. Estes termos causam algum desconforto na cena astrológica, com alguns astrólogos inclusive evitando-os a todo custo. Mas, neste caso, o julgamento moral está nos olhos de quem vê. Maléfico ou Benéfico refere-se primariamente à condutibilidade do planeta à vida. Vejamos:

Vênus e Júpiter são a Benéfica Menor e o Benéfico Maior. Aquela é úmida e fresca, este é úmido e morno. Marte e Saturno, os Maléficos Menor e Maior, são extremamente secos. O primeiro, quente demais e o segundo, congelante. 

Astrofísicos procuram por planetas habitáveis no que se chama de Goldilocks Zones. Também conhecidas como zonas habitáveis, são regiões ao redor de uma estrela onde as condições de temperatura permitem que a água (a umidade dos Benéficos) permaneça em estado líquido – condição sine qua non para a existência dos filhos do carbono. E sim, o nome veio da Cachinhos Dourados e sua saga pela sopa nem muito quente, nem muito fria.

E é por isso que essa instrução é mais relevante do que talvez pareça à primeira vista. As chamadas Infortunas têm afinidade com veneno, queimação e morte. E, no entanto, àqueles cujos Ascendentes são dispostos por Elas, suas Matérias são fortificantes – o que não quer dizer que não demandam cuidado.

Entretanto, não basta que a erva seja da natureza do senhor do Ascendente; ela também deve ter algo da natureza do próprio signo do Ascendente. Além do Sol e da Lua, todo planeta rege dois signos. Por exemplo: Vênus dispõe de Libra e de Touro. O primeiro signo é aéreo, cardinal, diurno e masculino. Suas ervas serão diferentes das de Touro, signo de terra fixa, noturno e feminino.

Seguem alguns exemplos de ervas dispostas por cada planeta:

Planeta Algumas ervas associadas
Saturno beladona, tabaco, cipreste, faia, linhaça
Júpiter Boldo, melissa, sálvia, cama de açú
Marte Pimenta, alho, manjericão, gengibre
Sol Canela, camomila, laranja, limão, girassol, abacaxi
Vênus Rosa, gerânio, baunilha, menta, amora
Mercúrio Citronela, palmarosa, lavanda,
Lua Artemísia, jasmim, beterraba, agrião

 

Deixe que seu remédio seja um tanto Antipático ao senhor da Sexta Casa

A Casa 6 está relacionada a doenças. O senhor da Sexta Casa é o regente do signo que ocupa essa casa no mapa astral. Um remédio “antipático” a este portanto deve se opor ou equilibrar a natureza desse planeta. Por exemplo, se você tem Áries na Casa 6, o senhor é Marte. Então a tintura deve evitar usar plantas mercuriais e buscar hervas “antipaticas” a ele. 

Lua Sol
Mercúrio Júpiter
Vênus Marte
Marte Vênus
Júpiter Saturno
Saturno Júpiter
Sol Lua

 

Se o senhor da Décima é forte, use os remédios dele. 

Primeiro, é peculiar que Culpeper indique o emprego de ervas relacionadas ao regente da casa 10, que dispõe sobre reputação e carreira. Trata-se do ponto mais elevado da carta natal, carregando a imagem que o nativo projeta em público. Se o Ascendente é a casa angular mais forte da carta natal, a Décima vem logo em seguida (sendo seguida, nesta ordem, pela 7 e a 4). Minha especulação é que uma boa apresentação pública pode ser salutar, talvez promovendo mais admiração do que repulsa.

Agora, o que é um planeta “forte”? Astrologicamente, um planeta é considerado “forte” quando está digno.

As dignidades essenciais e acidentais na Astrologia têm a ver com a condição de um planeta e sua capacidade de exercer sua influência de forma plena ou limitada. As dignidades essenciais falam da relação intrínseca do planeta com o signo em que ele está. Já as acidentais dependem das condições externas ou circunstâncias que influenciam o poder de um planeta em um mapa, independentemente do signo em que está. 

Entre as dignidades essenciais, encontram-se:

  1. Domicílio: Um planeta está em domicílio quando está no signo que ele rege. Por exemplo, Marte em Áries ou Escorpião, ou Júpiter em Sagitário ou Peixes. Isso é considerado a posição mais poderosa, pois o planeta está “em casa” e, portanto, tem agência sobre suas funções e significados. Uma pessoa com o regente da casa 10 domiciliado pode ser seu próprio chefe e ter pleno controle de sua imagem pública.
  1. Exaltação: Um planeta em exaltação está em um signo onde ele é tratado como o mais estimado dos convidados de honra. É o caso de Sol em Áries ou da Lua em Touro. Uma pessoa com o regente da casa 10 exaltado tem boa reputação é favorecida por pessoas em lugares altos.
  1. Detrimento: O planeta está em detrimento quando está no signo oposto ao seu domicílio, onde suas qualidades naturais são desafiadas. Por exemplo, Vênus em Áries ou Marte em Libra. O planeta ainda age, mas vê-se desprovido de recursos e, assim, obrigado a procurar soluções inusitadas. Uma pessoa com o regente da 10 em detrimento pode ter dificuldades de visibilidade, por exemplo, pois nunca consegue acesso aos meios convencionais de conseguir destaque.
  1. Queda: Um planeta em queda está no signo oposto à sua exaltação, onde ele é considerado enfraquecido ou “rebaixado”. Por exemplo, o Sol em Libra ou a Lua em Escorpião. Assim como em detrimento, o planeta tem dificuldade em exercer seu poder, mas de uma forma mais humilhante. Aqui, não se é promovido porque o colega hater fez sua caveira e a gerência comprou.

Existem, ainda, outras formas secundárias de dignidade essencial, como triplicidade, faces e termos. Entretanto, quando o assunto é remediação astrológica, o foco é nas formas expostas.

Signo Domicílio Exílio Exaltação Queda
Áries Marte Vênus Sol Saturno
Touro Vênus Marte Lua
Gêmeos Mercúrio Júpiter
Câncer Lua Saturno Júpiter Marte
Leão Sol Saturno
Virgem Mercúrio Júpiter Mercúrio Vênus
Libra Vênus Marte Saturno Sol
Escorpião Marte Vênus Lua
Sagitário Júpiter Mercúrio
Capricórnio Saturno Lua Marte Júpiter
Aquário Saturno Sol
Peixes Júpiter Mercúrio Vênus Mercúrio

As dignidades acidentais, como já conversamos, dependem das condições externas ou circunstâncias que influenciam o poder de um planeta em um mapa, independentemente do signo em que está. Elas incluem:

  1. Angularidade: Um planeta em uma casa angular (1ª, 4ª, 7ª, ou 10ª) tem mais força. Estas são casas relacionadas às questões fundamentais da sua vida: quem é você, o que você faz, com quem você está e de onde você veio. Se as dignidades essenciais falam da capacidade do planeta de operar, a angularidade mostra quanto combustível ele tem para tal, pois fala da sua centralidade na vida do nativo.
  2. Casas Sucessoras e Cadentes: Planetas em casas sucessoras (2ª, 5ª, 8ª, 11ª) têm dignidade moderada, enquanto planetas em casas cadentes (3ª, 6ª, 9ª, 12ª) têm dignidade acidental enfraquecida, já que são áreas menos visíveis ou potentes no mapa.
  3. Combustão: Um planeta muito próximo do Sol (dentro de 8°30’) é considerado “combusto”, o que é uma condição debilitante, já que o calor demasiado do Sol “queima” o poder do planeta, além de seu brilho excessivo ofuscar sua visibilidade.
  4. Retrogradação: Um planeta que está retrógrado, ou seja, movendo-se “para trás” no céu, é considerado acidentalmente debilitado. Sua capacidade de agir de forma direta e clara é limitada, pois é como se ele estivesse doente ou refazendo seus passos.
  5. Velocidade: Um planeta que está se movendo rápido no céu está em melhor condição do que um que está se movendo lentamente. Neste caso, a morosidade do planeta lento se imprime em todas as áreas por ele dispostas na vida do nativo.

Se não puder ser assim, use os Remédios da luz do tempo. 

Caso o regente da Décima Casa não esteja adequadamente posicionado, o autor sugere que recorramos à luz do tempo, ou seja, ao luminar de seita.

Basicamente: se você nasceu durante o dia, com o Sol acima do horizonte, seu mapa é de seita diurna. Caso contrário, noturna. Para ter certeza – recomendado se você nasceu ao redor do nascer ou pôr-do-sol, calcule sua carta natal no software de sua preferência e observe a linha Ascendente-Descendente. Se o Sol estiver acima, carta diurna. Senão, noturna.

Desde a Antiguidade, o luminar de seita é considerado fundamentalmente relevante para a qualidade da vida do nativo, inclusive sua saúde. Se você nasceu à noite e não se identifica muito com seu signo solar, pode ser por isso: você é mais seu signo lunar.

Ao longo do texto, o autor demonstra sua preferência por ervas solares. Ele não está sozinho. Marsilio Ficino, médico e astrólogo dos Medici, além de autor dos Três Livros da Vida, também tinha uma preferência por medicinas solares. O renascentista prescrevia medidas como rituais ao Sol, uso de talismãs solares e ingestão de preparos contendo ervas solares.

Dentre os Sete, o Sol é o doador da vida e significador natural da vitalidade. O que seria de nós sem a fotossíntese? Assim, essa preferência de ambos autores faz muito sentido. Entretanto, Culpeper também menciona ervas lunares em seu trabalho. Por nossa experiência, estas são mais indicadas para aqueles que desejam se dedicar ao trabalho noturno, astral e onírico. Já as ervas solares, são apropriadas para quem busca o trabalho diurno de vigília, oração e aumento da consciência pessoal.

Fortaleça sempre a parte afetada do corpo com Remédios Simpáticos. 

Remédios simpáticos são aqueles que têm uma ressonância ou afinidade com a parte do corpo. Preste atenção a que parte do seu corpo costuma ser o maior foco de escape de expressão psicossomática, ou seja, que parte do corpo físico mais costuma ficar doente. Se você tem alguma questão específica no momento, concentre-se nela. Use em sua tintura uma planta ligada a essa parte. 

Sol Coração, sistema circulatório, olhos
Lua Estômago, seios, órgãos reprodutores
Mercúrio Pulmões, sistema nervoso, mãos, sistema respiratório
Vênus Rins, garganta, órgãos sexuais
Marte Músculos, vesícula biliar, sangue
Júpiter Fígado, sistema digestivo, sistema endócrino, pâncreas
Saturno Ossos, dentes, juntas, pele

 

Preste atenção ao Coração, mantenha-o sobre as Rodas porque o Sol é a Fonte da Vida, e portanto os Remédios Universais Aurum Potabile e a Pedra Filosofal curam todas as Doenças apenas fortalecendo o Coração.”

Aqui, o autor foi um engraçadinho críptico. 

Comecemos pelas “rodas” – sejam elas os Planetas, o Zodíaco ou alguma terceira coisa misteriosa, ele realmente parece estar falando de ciclos – e de nossa conexão com eles. Aparentemente, essa conexão se dá pelo Coração, o Centro de cada um de onde se eleva a Voz que nos guia à nossa realização.

O Coração, como já discutimos, é solar. O mesmo pode ser dito do Aurum Potabile, ou ouro potável – a cobiçada solução do metal que poderia promover curas milagrosas, trazendo as virtudes solares diretamente ao seu corpo via duodeno. A prescrição existia na caixinha de ferramentas do Ficino, mas eu realmente sugiro que você não tente isso em casa.

O autor pode estar nos dando uma pista de que alguma planta solar deveria ser sempre incluída na sua tintura pessoal – a não ser que você tenha Ascendente em Peixes, porque então sua casa 6 será Leão. Certo? Neste caso considere usar Melissa officinalis, a queridinha de Paracelso. mas pode ser, ainda, que ele esteja sugerindo que sua Essência, aquilo que vem do seu Coração, seja incorporada a esta fabricação – possivelmente aumentando suas propriedades curativas.

Neste contexto, a menção à Pedra Filosofal é ainda mais intrigante, pois é famosa por transformar qualquer metal em ouro – de novo, o Sol. Entretanto, quem vislumbra além da superfície encontra um ressonante símbolo de alquimia interior – solve et coagula, até a completa união com a Essência.

O propósito final tanto da Magia Astrológica é promover a expressão mais autêntica do feixe planetário carregado pela carta natal. Para isso, como disse Culpeper, mantemos o Coração sobre as Rodas. Entramos em Comunhão com a Música das Esferas. No laboratório da vida refinamos nossos corpos, concreto e sutis. A existência em plena conexão com sua Essência é o remédio que fortalece seu coração curando todas as doenças do corpo da mente e de alma e se não torna a vida eterna, ao menos a torna mais digna e bela de ser vivida.

Receita de Tinctura Personalis de Nicholas Culpeper

Por fim, segue a receita por nós mastigada para quem quiser experimentar a Tinctura Personalis de Nicholas Culpeper segundo e entendimentos dos autores:

  1. identifique as ervas que farão parte da sua tintura pessoal:
    1. a erva do planeta e signo do seu Ascendente sem afinidade com o senhor da casa 6
    2. a erva do senhor da casa 10, quando “forte”, ou dos luminares 
    3. a erva simpática à parte mais vulnerável do seu corpo
    4. uma erva solar
  2. Prepare cada tintura separadamente (para instruções detalhadas confira o Principia Alchimica)
  3. Junte às tinturas na proporção sugerida (ou faça seus próprios experimentos):
    • 40% Ervas do Ascendente
    • 20% de ervas “antipáticas” ao senhor da casa 6
    • 20% de ervas da Casa 10 ou luminar de seita
    • 10% de remédios simpáticos à parte afligida
    • 10% de Melissa officinalis

Uso da Tintura:

  • A dose varia conforme a constituição e sensibilidade da pessoa, mas geralmente começa-se com 3 a 5 gotas diluídas em água ou vinho uma vez ao dia, ajustando conforme necessário.
  • Tome de manhã e estude seus efeitos durante o dia ou tome a noite e estude o impacto em seu universo onírico.

Efeitos e Avaliação

Após o consumo por pelo menos uma semana avalie se os desafios astrológicos de sua carta natal estão sendo mais facilmente superados, documentando as seguintes respostas mensalmente:

  •  Houve melhora perceptível na saúde do corpo físico e na somatização em orgãos vulneráveis?
  • Houve melhora perceptível no equilibro emocional?
  • Houve maior perceptível na clareza mental?
  • Houve melhora em sua capacidade de expressão ou realização da sua vontade?
  • Você sente maior sintonia natural com as influencias dos luminares?
  • Houve alguma mudança na forma como você se relaciona com as pessoas?

Palavras Finais

Nunca basta repetir. Espagiria e Alquimia Espiritual são como as duas asas do alquimista. Ambos devem voar juntas, pois o aperfeiçoamento em um reflete imediatamente no aperfeiçoamento do outro.

Para uma capacitação dentro da alquimia operativa conheça Combo Alquimia, oferecido pelo Projeto Mayhem Cursos. Para descobrir mais formas de remediação astrológica, como invocações, cores, gemas e caridade, confira o blog da Tami Saturni ✨que tão gentilmente aceitou o convite de fazer este estudo e nos guiou pela sabedoria astrológica este artigo.


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