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Por Ícaro Aron Soares, Série Falsos Messias.
“Não consegue né, Moisés?” – Sílvio Santos.
Moisés de Creta foi um judeu que dizia ser o Messias e um profeta apocalíptico no século V da Era Comum.
Após a fracassada Revolta de Bar Kokhba, houve um fim aos movimentos messiânicos por vários séculos. No entanto, a esperança de um messias vindouro continuou. De acordo com uma interpretação do Talmude, o Messias era esperado no ano de 440 (Sanhedrin 97b) ou no ano de 471 (‘Ab. Zarah 9b).
Essa expectativa, em conexão com os distúrbios no Império Romano decorrentes de invasões, pode ter levantado esperanças em um pretendente ao Messias que apareceu nessa época em Creta e que conquistou os judeus dali para seu movimento. Ele se autodenominou Moisés e prometeu liderar o povo, como o antigo Moisés, a pé enxuto pelo mar, de volta à sua antiga Terra Santa de Israel e da Judeia. Seus seguidores, convencidos de sua reivindicação, deixaram todas as suas posses e esperaram pelo dia prometido; em que eles seguiram Moisés até um promontório com vista para o mar e, a seu comando, se lançaram – onde muitos se afogaram ou foram destruídos nas rochas abaixo.
Então o próprio Moisés desapareceu imediatamente. Sócrates de Constantinopla afirma que Moisés fugiu, enquanto a Crônica de João de Niciu afirma que ele pereceu no mar. Outros alegaram que ele era um demônio, enviado para desviar os judeus. Enquanto ele se chamava de “Moisés”, a Crônica dá seu nome real como ‘Fiskis’.
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