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Grady Louis McMurtry
Tradução: Rafael Ward Cury @SeuChaos
Nota: Este artigo foi originalmente publicado no Boletim da O.T.O. Vol. I, No.2 Equinócio de Outono AN. LXXIII e.n. Setembro de 1977 e.v., pgs 6-7, e foi a resposta de Grady a uma pergunta feita por Christopher Gait: “Você sabe o que aconteceu com as cinzas de Crowley?”
Sabemos pelo Testamento de Crowley que ele instruiu seus executores a preservar suas cinzas e entregá-las a Karl Germer (Frater Saturnus), Grande Tesoureiro Geral da Ordem. Fr. Saturnus deveria preservá-las para a posteridade (e para certas operações sugeridas no comentário de Crowley ao meu poema, NADIR). A.C. também deu considerável ênfase em seu testamento ao fato de que seu “Anel de Selo” deveria ser preservado. Seu Anel de Selo foi preservado – embora sob circunstâncias bastante improváveis – foi encontrado por um Legista do Condado de Calaveras na bolsa de Sascha Germer. Aparentemente, nunca ocorreu à gangue fora da lei “Solar Lodge”, enquanto saqueavam a biblioteca de Crowley em West Point e pisoteavam tudo no processo, perguntar sobre a única coisa de valor real na biblioteca – ou seja, o Anel de Selo de Crowley. Provavelmente, nem sabiam que ele existia… De qualquer forma, sabemos por várias fontes que o corpo de Crowley foi cremado em Brighton, Inglaterra, em 1947. Então, o que aconteceu com as cinzas? Por que elas também não sobreviveram? A resposta é bastante simples e completamente estúpida.
Em 1951, fui chamado de volta ao serviço ativo como Capitão no Exército Americano durante a “crise” coreana… não a chamávamos de guerra naqueles dias, embora obviamente fosse… pelo menos aqueles de nós que chegaram à Coreia rapidamente descobriram que era uma Guerra de Verdade. Minha função específica era Oficial de Suprimentos de Munições para a Frente Central – isso seria de Chunchon ao norte até Whacon, Kumwa e o Triângulo de Ferro – a Linha Principal de Resistência sendo mantida pelo 9º Corpo Americano à esquerda, 2º ROK no centro e 10º Corpo Americano à direita, que quase perdemos quando os chineses atacaram as Cordilheiras Khumwa com uma ofensiva de onda humana que durou uma semana inteira em outubro de 1952… nunca pensávamos nos norte-coreanos na época… Para nós, estávamos lutando contra os chineses… mas isso é assunto para outra hora.
Enfim, em 1951, fui designado como Oficial de Treinamento para um grupo de Unidades de Reserva em Baltimore, Maryland, que não fica longe de Hampton, New Jersey. Então, encontrei a oportunidade de visitar Karl em seu endereço em Hampton. Agora, como eu disse em minha conversa sobre “Continuidade na Ordem”, o lugar de Karl fora de Hampton era uma casa com terreno. Isso significa que era uma residência de bom tamanho, não uma mansão, mas era uma casa grande, situada em vários acres de terreno. De qualquer forma, lembro-me em uma das visitas, Karl e eu fazendo uma caminhada pela entrada e pelo quintal da frente. Lembro-me de que tinha chovido – uma daquelas súbitas tempestades de trovões de Nova Jersey que são anunciadas por ventos quentes e abafados e grandes nuvens brancas, seguidas por uma forte chuva. Eu estava caminhando à direita. Naturalmente, eu estava em uniforme. Parecia que eu sempre estava naqueles dias.
Enquanto caminhávamos – como de costume, eu tinha acendido meu cachimbo – Karl apontou de repente para uma árvore estranha e disse: “E esta é a árvore de Aleister Crowley!” Sendo um pouco devagar para entender, eu disse: “O quê?” e ele repetiu com um pouco mais de ênfase: “Esta é a árvore de Aleister Crowley!” Eu ainda não entendi e disse algo como: “O que você quer dizer”, e ele disse (obviamente estou parafraseando, pois não tenho gravação da conversa):
“Bem, um dia, Sascha e eu estávamos discutindo o que fazer com as cinzas de Crowley (o que completamente me deixou perplexo, porque o que havia para fazer com elas além de cumprir seu Último Testamento e mantê-las?) e de repente ela pegou a urna em que as Cinzas estavam guardadas e a jogou aos pés desta árvore, dizendo: ‘Esta é a árvore de Aleister Crowley!'”. Então, olhei para a árvore estúpida e olhei para o chão enlameado aos seus pés. Obviamente, não havia sinal das cinzas e obviamente não havia como recuperá-las, cheguei a ficar enjoado… Mas o que diabos eu poderia fazer sobre isso? Nada era possível além de lembrar o incidente.
Anos depois, eu escreveria para Gerald Yorke, e ele me responderia dizendo que eu devia estar enganado, porque Karl havia escrito para ele dizendo que a razão pela qual as cinzas de Crowley não puderam ser recuperadas quando ele deixou o endereço de Hampton foi que ele as havia enterrado em uma caixa de madeira na base de uma árvore de pinheiro – quando foi desenterrá-las, a caixa havia se desintegrado e as cinzas eram irrecuperáveis. Pessoalmente, considero essa história uma completa balela. Aparentemente; Karl percebeu em algum momento depois de me contar a verdadeira história que deixar Sascha espalhar as cinzas de Aleister Crowley na lama na base de qualquer árvore não era a coisa mais brilhante de todas… Então, ele inventou uma história para encobrir suas ações. De qualquer forma, até onde sei, essa é a verdadeira história do que aconteceu com as cinzas de Aleister Crowley; e por que elas não foram preservadas hoje, conforme especificado em seu Testamento.
93 Hymenaeus Alph *777*
FONTE: https://www.corneliuspublications.com/what-happened-to-crowleys-ashes/
- TRADUÇÃO : RAFAEL WARD CURY
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