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Por Robson Belli
Teoricamente essa pergunta, não faria sentido, afinal, cada grimório costuma ser considerado, por definição, um sistema fechado em si mesmo. Seria bastante equivocado afirmar isso na realidade; contudo, todos sabem que os magos, tanto de hoje quanto do passado, especialmente os mais relevantes e abastados, eram colecionadores de livros. Trithemius, um dos pais da biblioteconomia, e John Dee, que indiscutivelmente possuía uma das maiores bibliotecas da Inglaterra, quiçá da Europa em seu tempo, são exemplos claros dessa tradição.
Portanto, um verdadeiro aspirante a mago não se prende a uma única obra; ele geralmente estuda extensivamente diversas fontes. Isso não é diferente em relação aos grimórios, pois existem dezenas de versões destes. O que os medievais tinham à disposição é apenas uma parte do quadro, uma vez que livros ensinando metodicamente a realização de magia são uma novidade relativa. Isso se deve à evolução da tradição, tornando-se mais didática para preservar e transmitir conhecimento após o fim da perseguição ativa e perigosa da igreja. Na modernidade, a magia passou a ser considerada apenas uma superstição do passado obscurantista.
Assim, este artigo pretende ser um guia (não definitivo e muito menos exaustivo) para aqueles que iniciam sua jornada mágica no mundo dos grimórios. A pergunta que frequentemente fica sem resposta é: por onde devo começar?
A verdade é que não há um caminho pavimentado; a escolha normalmente é feita com base nos grimórios disponíveis. Contudo, nos dias atuais, já temos muitos grimórios acessíveis a preços módicos. Neste contexto moderno, torna-se válida essa avaliação e esse tipo de indicação.
Alguns livros são melhores e mais didáticos que outros. Recomendo dois livros: Ars Notoria e Arbatel. Ars Notoria é recomendado por motivos simples; é um grimório cuja magia visa ajudar o mago a se instruir como magista melhor. Ele proporciona boa memória (fundamental), instrução sobre o Trivium (habilidades em gramática, lógica e retórica) e aborda temas como astronomia, teologia, geometria e música, essenciais para o magista. Quanto ao Arbatel, recomendo-o como um primeiro sistema por ser limpo, simples, relativamente seguro e bastante efetivo, sem a necessidade de apetrechos caros e extravagantes, como um jarro de bronze, selos em ouro e um cinto de couro de leão, como na goécia.
Se a pessoa deseja algo mais sofisticado, um grimório antigo de Pietro de Abbano, como o Lucidarium Artis Nigromantice, pode ser recomendado. Esse grimório ensina a lançar adequadamente um círculo mágico e difere do Heptameron por conter o sistema completo de evocação angelical dos sete arcanjos. Para aqueles que desejam adentrar mais profundamente o mundo da magia cerimonial, várias versões das clavículas de Salomão são recomendadas, sendo uma ótima mescla com o Lemegeton uma variação chamada a chave do conhecimento do Lord Sommers.
Essas são algumas recomendações iniciais. Se deseja saber mais, procure-me em nosso grupo do Telegram de magia tradicional; posso fornecer mais dicas por lá! Até mais!
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