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Sitra Achra

O Diabo é uma Mulher

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Se o Diabo existe, ele é mulher. Ele é Baphomet, o andrógeno, o Todo capaz de criar em si mesmo, ambos sexos. Ele/a não tem definição. Independente de quaisquer pseudo satânicos tentarem torna-lo uma figura sombria.

Como satanista, eu respeito. Satanismo é a religião de respeito á vida, aonde a vida é exaltada acima de qualquer outra coisa e principalmente as formas diferentes de vida. Eu respeito a diferença de pensamento e exalto a lógica. Eu respeito qualquer outra religião, isso inclui o cristianismo. Ser satanista me faz agir conforme a lógica e entender que no mundo tem o seu lugar.

Como satanista, eu venero a beleza. A beleza de atos, palavras. A beleza da selva de terra ou de concreto. Eu procuro ver a beleza, pois ela me alimenta. A beleza da escuridão e toda sua manifestação pela terra.

Como satanista, me dou amor próprio. E sei que isso requer pratica diária. Amor próprio não é algo auto afirmativo, muito menos rituais atediantes. Amor próprio é dizer sim e não a mim mesma. É me disciplinar a buscar o melhor, saber que, apesar das fraquezas da minha natureza humana, eu posso e devo – me colocar de forma correta comigo mesma.

Como satanista, eu estudo minha mente. Eu não a permito dizer coisas ruins a mim mesma e logo a corrijo. Minha mente é a base de tudo, e se não houver equilíbrio nela, não terei em outro local.

Como satanista, eu me dou o direito de explorar a magia. Eu evoco – demônios, espíritos, anjos e deuses. Mesmo sem dar a adoração, eu entendo que há uma troca e que posso ter benefícios com isso.

Como satanista eu desprezo as pessoas que fazem da magia um negócio de vida, tentando fundir medo nos outros através de crenças escravizantes. Eu já neguei Jeová, e nego qualquer humano que tentar se comportar como ele.

Como satanista eu desprezo “grupos satânicos” e “satanismo de redes sociais”. Isso envergonha o próprio satanismo, formando um bando de caricatas buscando atenção. Ao mesmo tempo, eu respeito quem usa sabiamente a internet divulgando o satanismo sem tentar conseguir aplausos.

Como satanista, eu propago á exaltação a vida. Isso me faz ir além de viver virtualmente e me fundir com o mar da vida. As pessoas ligadas ao satanismo tendem a se isolar do mundo, quando o caminho é o contrario. Para propagar a palavra de Satã, eu preciso estar em meio a vida.

Como satanista, eu propago a palavra de Satã. E a palavra é unica – ensine ao mundo sobre a diferença e o respeito por ela. No inferno não existem padrões, não existem anjos iguais. Todos nós, anjos do Inferno, respeitamos a diferença entre nós e exaltamos isso. Não queremos converter. Ensinamos acima de tudo, que aqui não existe um monoteísmo.

Como satanista, eu sou contra o monoteísmo. E me rebelo. Por monoteísmo não entenda adorar um único deus – amplie o significado dessa palavra. Monoteísmo é seguir uma unica maneira de pensar, é querer fazer as coisas de um único jeito, é padronizar o pensamento humano em x ou y.  Isso é pior que qualquer Jeová.

Como satanista, eu me santifico. Eu santifico a Sagrada Prostituta da Babilônia e a expansão do poder sexual do ser humano. Respeitar os símbolos significa manter silêncio sobre os mesmos.

Como satanista, eu não evoco nomes a toa. Não falo nome de espíritos a toa, independente do quão grata sou a qualquer força por qualquer desejo realizado. Eu respeito os nomes das das forças das Trevas para eles me respeitem.

Como satanista, eu sei que todos os espíritos, todas as forças, nasceram da mente humana. E por isso não os coloco acima de mim. Muito menos os venero.

Como satanista eu me venero. Me venerar não significa ficar gritando aos quatro ventos que sou isso ou aquilo. Significa me dar prazer nas pequenas e grandes coisas. Fazer oferendas a mim mesma e respeitar meus desejos. Significa conhecer minhas próprias qualidades e não ostenta-las. Mas sim, usa-las de forma serpentina, sutil e tão propriamente demoníaca.

Como satanista eu respeito a criatividade humana. Eu respeito o Humano acima de tudo, pois ele é o Deus na terra. Eu neguei Deus no céu para crer em Deuses de Carne e Osso. Isso me faz perfeita. Isso me faz divina.

Como mulher e como satanista, eu me rebelo contra qualquer tipo de atitude machista. O machismo é uma doença não somente para as mulheres como tambem para os próprios homens. Ele inibe o ser humano de vivenciar suas emoções, desejos em troca de um status imaginário.

Como satanista, eu não ensino satanismo. Eu não prego satanismo. Eu não falo de satanismo. E acima de tudo, eu não ando com satanistas. Tudo isso pelo motivo de eu ser, em essência o centro do meu próprio universo E esse universo estar em expansão o tempo todo. Me limitar a um circulo social religioso, é me predispor a fanatismo. Eu tenho uma guerra travada comigo mesmo. E essa guerra me faz buscar ir além de zona de conforto. Me manter com conhecidos vai me estagnar. Eu preciso ir além.

Como satanista eu me entrego á experiencias, para depois tirar conclusões. E sei que toda conclusão minha pode e talvez, será refutada por mim mesma um dia.

Como satanista eu venero sexo. Eu não uso palavras sujas para descreve-lo e por venera-lo dou a ele status de sagrado. Sacraliza-lo, significa entende-lo e abençoa-lo. Significa, não vulgariza-lo, e principalmente não vulgarizar a mim mesma. Sexo é expressão da vida. E por isso é sagrado.

Como satanista, respeito gênero. Respeito a forma que a pessoa se vê, independente de seu corpo biológico. A diferença é o motivo do satanismo existir e não adianta venerar o satanismo querendo padronizar as pessoas. Eu sou uma mulher cis, com respeito a mulheres e homens trans. Sou uma pessoa sexual com respeito as pessoas que se identificam como assexuadas ou que simplesmente não rotulam sua sexualidade.

Como satanista eu desprezo as pessoas que tentar rotular o satanismo como moderno, tradicional, e todas as diversificações bizarras que eles criam. Satanismo é um só. Independente de vê-lo como caminho iniciático ou apenas uma filosofia de vida. Satanismo é trabalhar com a energia que nomeamos de Satã. E suas diversas ramificações que são chamadas de “demônios”.

Como mulher, eu sei que satanista é só mais um rótulo para quem se adéqua as forças das trevas. E sei que isso não me limita em nenhum outro contato.

por Hodu Girl


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