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Woodrow Wilson da Matta e Silva nasceu no dia 28 de Julho do ano de 1916, na cidade de Garanhuns, estado de Pernambuco. Com apenas 5 anos de idade mudou-se para o estado do Rio de Janeiro. Entre 12 e 13 anos de idade passou a viver fenômenos pré-mediunicos (visões). Sua primeira manifestação mediúnica ocorreu aos 16 anos com a incorporação de Pai Cândido, nessa época Matta e Silva trabalhava como auxiliar de redação em um periódico carioca e morava no centro da cidade do Rio de Janeiro, numa república perto da Light.
Todas as quintas-feiras realizava pequenas sessões, junto de Pai Cândido, para atender a comunidade da república. Muitas vezes fazia programas para quinta-feira, porém Pai Cândido se manifestava mostrando ao médium a sua tarefa para com o ser humano, que aguardava a quinta-feira para ser atendido.
Aos 17 anos começou a visitar vários terreiros de Umbanda em busca de um lugar para trabalhar. Pai Cândido, no entanto, pedia paciência e lhe dizia que iria ter o seu próprio terreiro.
Aos 21 anos foi morar no bairro da Pavuna, zona norte do Rio de Janeiro, onde montou seu primeiro Terreiro (pequenino como sempre). A partir de 1954, Pai Guiné começa a direcionar sua vida mediúnica. Nessa época, recebe desse “Preto-velho” a mensagem “Sete Lágrimas de Pai Preto” que mostra a realidade do dia-a-dia de um Terreiro e as diferentes consciências que a ele vão, em busca de auxilio espiritual, sendo um dos marcos da renovação da Doutrina Umbandista.
Nesse ano passou a escrever para o Jornal de Umbanda (já citado anteriormente) localizado à Rua Acre, 47 – 6º andar – sala 608.
Iniciou também a obra que viria a transformar as coisas da Umbanda de todos Nós. Nessa época teve várias visões mediúnicas (transes) em que se via um Velho Payé que folheava um grande livro, e junto dele, um Colegiado de Mentores Espirituais que discutiam da oportunidade do lançamento do livro. Decidiu-se então, que o momento era chegado e, em 1956, essa portentosa obra era trazida a público.
“Umbanda de Todos Nós” foi lançada em edição paga pelo próprio autor, através da Gráfica e editora esperanto, a qual se situava na época, à Rua General Argolo, 130, Rio de Janeiro. A primeira edição saiu com 3.5000 exemplares e rapidamente se esgotou. A partir da segunda edição a obra foi lançada pela Livraria Freitas Bastos, editora de grande expressão.
“Umbanda de Todos Nós” agradou a milhares de umbandistas, que nela encontraram os reais fundamentos em que se poderiam escudar, mormente nos aspectos mais puros da Doutrina Umbandista. Por outro lado, este livro incomodou muita gente encarnada e desencarnada ligada ao baixo astral, principalmente os pseudo-líderes umbandistas daquela época e de todas as épocas, interessados na venda de ilusões e outras coisas.
O combate incessante sobre a obra serviu apenas para promovê-la. Esse fato desencadeou a fúria dos seus inimigos que passaram a atacar Matta e Silva através de baixa magia. Nessa luta astral, as Sombras e as Trevas utilizou-se de todos os meios agressivos e contundentes que possuíam, arrebanhando para suas fileiras de ódio e discórdia tudo o que de mais nefando e trevoso encontrassem, quer fosse encarnado ou desencarnado.
Essa perseguição atingiu sua esposa e seus filhos Ubiratan e Eluá. Muitas vezes o Velho Mestre sentiu-se balançar, mas não caiu. A maioria de seus perseguidores recebeu segundo a Lei. Esses fatos causaram muita decepção ao Mestre, que recebeu permissão do astral para um pequeno recesso afim de restabelecer suas forças.
Várias vezes o Mestre comentou que só não tombou porque Oxalá não quis. Findado este recesso, Pai guiné assume toda a responsabilidade pela manutenção e reequilíbrio astrofísico de seu Filho, para logo orientá-lo na escrita de mais um livro. Através da Editora Esperanto lançou o livro “Umbanda – Sua Eterna Doutrina”, que aborda conceitos esotéricos e metafísicos nunca expostos. Esta obra agradou em cheio aos estudiosos e intelectuais, porém passou um pouco desapercebida pela grande massa umbandista da época, inclusive aos seus “lideres”.
Para complementar e ampliar os conceitos tratados em “Umbanda – Sua Eterna Doutrina”, Matta e Silva lançou, pouco tempo depois, a obra “Doutrina Secreta da Umbanda” que também agradou a milhares de umbandistas.
Apesar de suas obras serem lidas e estudadas pelos adeptos e estudiosos do Ocultismo, seu Santuário em Itacuruçá era frequentado pelos simples e humildes que nem desconfiavam ser o Velho Matta um escritor de renome no meio umbandista.
Em seu santuário junto à natureza, Matta e Silva escreveu mais uma de suas importantes obras, de nome: “Lições de Umbanda e Quimbanda na Palavra de um Preto-Velho”, obra mediúnica que apresenta um diálogo edificante entre um Filho-de-Fé, Cícero (Cícero Faria de Castro, médico e estudioso) e a Entidade espiritual que se diz Preto-velho (Pai Guiné). Esta obra apresenta uma maior facilidade de entendimento para grande parte dos umbandistas.
A Choupana do Velho Guiné, em Itacuruçá estava lotada quase todos os dias. Lá eram atendidas pessoas de Itacuruçá e das mais longínquas regiões do Brasil. Os dramas do ser humano eram tratados á Luz da Razão e da Caridade. Durante 10 anos o Velho Matta atendeu pessoas da região e das ilhas próximas, ministrando remédios da flora local e alopatias simples que ele mesmo comprava quando ia à cidade do Rio de Janeiro.
Seguindo sua tarefa missionária, Matta e Silva escreveu sua quinta obra com o título de “Mistérios e Práticas da Lei de Umbanda” que relata de forma simples e objetiva as raízes míticas da Umbanda, aprofundando-se no sincretismo dos Cultos Afro-Brasileiros. Em seguida surge à sexta obra chamada “Segredos da Magia da Umbanda e Quimbanda” que aborda a magia Etéreo-Física e revela de maneira simples e prática determinados rituais seletos da Magia de Umbanda.
Sua sétima obra, “Umbanda e o Poder da Mediunidade”, explica como e porque ressurgiu a Umbanda no Brasil, mostrando as verdadeiras origens da Umbanda. Explica ainda, ângulos importantíssimos da Magia.
Muitos pedidos dos simpatizantes e adeptos de suas obras fizeram com que Matta e Silva lançasse em 1969 o livro que sintetizava e simplificava os sete anteriores. Esse livro recebeu o nome de “Umbanda do Brasil” e esgotou-se em seis meses. Em 1975, o Grande Mestre lançava sua última obra com o nome de “Macumbas e Candomblés na Umbanda”. Esse livro registra as vivências místicas e religiosas dos chamados Cultos Afro-Brasileiros, mostrando os graus consciêncionais dos adeptos e praticantes dos vários níveis da Umbanda Popular.
Para facilitar o estudo de suas obras, Matta e Silva as classificou da seguinte maneira:
1º grau – Mistérios e Práticas da Lei de Umbanda;
2º grau – Lições de Umbanda e Quimbanda na Palavra de um Preto-Velho;
3º grau – Segredos da Magia de Umbanda e Quimbanda;
4º grau – Umbanda e o Poder da Mediunidade;
5º e 6º graus – Umbanda de Todos Nós;
7º grau – Sua Eterna Doutrina e Doutrina Secreta da Umbanda.
Segundo a Sagrada Corrente Astral da Umbanda, seus livros levarão mais de 50 anos para serem completamente assimilados e colocados em prática. As obras de Matta e Silva preparam, ajustam e apontam para a Umbanda do 3º milênio.
Alguns relatos de pessoas que conviveram com Matta e Silva revelam um homem muito humano e totalmente avesso ao endeusamento e a mistificação de sua pessoa. Era muito sensível e de personalidade firme, acostumado que estava a enfrentar os embates da própria vida. Também era inteligentíssimo, tinha os sentidos aguçadíssimos. Mas de certa forma, não deixava de ser um profundo solitário, apesar de cercarem-no centenas de pessoas. Seu Espírito voava, interpenetrando em causas o motivo das dores, sofrimentos e mazelas várias…
A todos tinha uma palavra amiga e individualizada. Não tratava casos, tratava Almas, e, como tal, tinha para cada pessoa uma forma de agir, segundo o seu grau consciêncional próprio.
Sua cultura era exuberante, mas sem perder a simplicidade e originalidade. De tudo falava, era atualizadíssimo nos mínimos detalhes. Discutia ciência, política, filosofia, arte, ciências sociais, com tal naturalidade que parecia ser Mestre em cada disciplina. E era!…
No Mediunismo era portentoso. Seu pequeno copo da vidência parecia uma televisão tridimensional, em conjunto simbiótico. Com Pai guiné ou Caboclo Jurema, trazia-nos mensagens relevantes e reveladoras, além de certos fenômenos mágicos. Seu santuário denominava-se TENDA DE UMBANDA ORIENTAL (T.U.O.), verdadeira Escola de Iniciação de Umbanda Esotérica de Itacuruçá, na Rua Boa Vista, 177 no bairro Brasilinha.
Itacuruçá significa “A TERRA DA PEDRA DA CRUZ SAGRADA”, e neste local privilegiado pela natureza, se localizava a Tenda de Umbanda Oriental em humilde prédio de 50 m2. Sua construção, simples e pobre, era limpa e rica em assistência astral. Era a verdadeira Tenda dos Orixás.
Durante 50 anos de mediunidade, Matta e Silva nunca se curvou aos ataques dos encarnados e desencarnados do baixo astral. Sua palavra e sua pena foram armas fiéis defensoras da verdadeira Umbanda. Com elas (verdadeiros chicotes) vergastou o vigarismo organizado, os vendedores do “conto do orixá”, os vaidosos mistificadores e os fanáticos que proliferam no meio umbandista.
O “Velho Matta” desencarnou em 17 abril de 1988, em Jacarepaguá, Rio de Janeiro. Durante 25 anos visitou mais de 600 Terreiros para poder relatar, em suas obras, o que se passava no seio do Movimento Umbandista. Trouxe à Luz a Umbanda Esotérica que, infelizmente, é praticada na atualidade por poucos Terreiros, mas que, segundo o Astral Superior, se instalará definitivamente no meio umbandista a partir deste milênio.
Do astral ou encarnado, Matta e Silva continuará a sua grandiosa tarefa em prol do ressurgimento do AUMBANDAM.
Amigos, se vocês pensam que a Umbanda de verdade é essa manifestação ruidosa da massa, que grita, baba, bebe, berra e se contorce de charutão e cigarro de palha na boca, ao som ensurdecedor dos atabaques (ótimos veículos para estimular o animismo vicioso), não leia as obras de Matta e Silva porque sua decepção será muito grande. Porém, se o grau consciêncional lhe permite ver adiante e saber que a verdadeira Umbanda está acima de tudo isso, chegou o momento de ler as obras do Velho e Sábio Mestre, e começar a levantar os véus da ‘SENHORA DA LUZ VELADA’.
Fonte: W. W. da Matta e Silva – Livros
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