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A Jornada do Vilão segundo as Qliphoth

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Thiago Tamosauskas[1]

“Todo vilão é o herói de sua própria história.”
– Fulvius Zaborf

Ao longo dos anos, o conceito da ‘Jornada do Herói’ criado por Joseph Campbell tem sido estudado, ampliado e apresentado em variações, adaptações e aperfeiçoamentos por diferentes autores, roteiristas, acadêmicos e criativos. Embora a estrutura básica da jornada permaneça em grande parte consistente, várias versões e abordagens foram desenvolvidas para se adequarem a diferentes tipos de histórias, mídias e culturas. Uma delas, que nos interessa aqui, é a chamada “Jornada do Vilão”.

Autores como Victoria Lynn Schmidt e Christopher Vogler adaptaram a Jornada do Herói para as histórias dos vilões, partindo do princípio de que todo vilão é o herói de sua própria tragédia. Eles propuseram, assim, uma “Jornada do Vilão” como uma estrutura alternativa de narrativa que adapta a Jornada do Herói aos enredos trágicos. Lembrando que tragédia é, para usar a definição de Christopher Booker em “The Seven Basic Plots”, aquela história em que:

“O protagonista é um herói com uma grande falha de caráter ou comete um grande erro que, em última análise, é sua ruína. Seu final infeliz evoca pena por sua loucura e pela queda de um caráter fundamentalmente bom.”

Entre os exemplos de tragédia, temos “Anna Karenina”, “Bonnie e Clyde”, “Carmen”, “Cidadão Kane”, “John Dillinger”, “Júlio e Jim”, “Júlio César”, “Macbeth”, “Madame Bovary”, “Édipo Rex”, “O Retrato de Dorian Gray”, “Romeu e Julieta”, “Hamilton”, “O Grande Gatsby” e, é claro, “Hamlet”. Mas do ponto de vista dos vilões, todo final feliz é uma tragédia; assim, esses autores propuseram uma metanarrativa de desenvolvimento e transformação dos adversários, colocando-os, portanto, como protagonistas.

Existem diversas formulações mas em geral a Jornada do Vilão pode ser traçada em 10 etapas:

  1. Estado Inicial: Assim como na Jornada do Herói, começa-se com a apresentação do estado inicial do vilão. Isso inclui sua natureza maligna, objetivos egoístas mas principalmente as razões iniciais de sua jornada como vilão, talvez alguma trauma que o tenha levado a esse caminho.
  2. A Provocação: O vilão é confrontado com alguma provocação ou chamado que o coloca em movimento. Isso pode ser um evento que ameaça seus objetivos ou um encontro com um herói que se opõe a ele.
  3. Crise de Consciência: O vilão pode inicialmente recusar o chamado para a mudança. Pode haver resistência em deixar para trás sua natureza maligna ou em aceitar a ideia de que precisa mudar.
  4. Encontro com o Mestre: Assim como o herói encontra um mentor que o orienta, o vilão pode encontrar um mestre inesperado, que o influencia de maneira a questionar suas motivações e ações.
  5. A Transformação Externa: O vilão enfrenta uma série de desafios que o colocam em situações em que ele precisa tomar decisões difíceis para se provar ao seu novo Mestre. Esses desafios podem levar o vilão a questionar suas crenças e a avaliar suas ações.
  6. A Queda: Em algum ponto da jornada, o vilão pode sofrer uma derrota significativa ou perder algo importante. Isso pode ser um ponto de virada em que ele percebe as limitações de sua abordagem atual.
  7. A Transformação Interna: Ao longo da jornada, o vilão passa por uma transformação interna. Ele dá licença ao que até então restringia e deixa a transformação mudá-lo para além dos limites que imaginou possivel. Pode começar a se afastar de suas motivações puramente egoístas.
  8. A Última Chance: O vilão pode escolher se redimir ou mudar seus objetivos. Pode haver uma mudança de foco de metas egoístas para algo mais nobre, ou o vilão pode buscar reparar os danos causados.
  9. Confronto Final: O vilão enfrenta um último confronto, mas desta vez, suas motivações e abordagem podem ter mudado. Isso pode resultar em um confronto diferente do esperado.
  10. A Sina: No final da jornada, o vilão alcança um resultado que pode variar de acordo com a escolha que fez. Pode ser uma redenção genuína, uma morte trágica ou algum outro tipo de resolução.

A Árvore da Morte

Outro modelo de 10 etapas que descreve a estrutura eterna do que se convencionou chamar de “Mal” é a Árvore Qliphotica, também chamada Árvore da Morte.

As “Qliphoth” são conceitos encontrados na tradição mística e esotérica da Cabala, particularmente na forma mais sombria e voltada para a negatividade, conhecida como Cabala Qliphothic. A palavra “Qliphoth” (também escrita “Qlippoth” ou “Klipoth”) vem do hebraico “קליפות”, que significa “casca” ou “casca exterior”. Elas são frequentemente associadas aos aspectos obscuros, caóticos e destrutivos da realidade, contrastando com as Sephiroth, que representam os aspectos positivos e construtivos da Árvore da Vida.

Cada uma dessas Qliphoth é associada a características negativas, obscuras e frequentemente destrutivas, representando diferentes aspectos das forças do caos e da negatividade no universo. É importante observar que a interpretação e o significado das Qliphoth podem variar entre diferentes tradições e escolas de pensamento esotérico. Existe uma interpretação das Qliphoth chamada draconiana que entende as Qliphoth como uma espécie de sephiroth dos valentes, representando qualidades necessárias para a ascensão pessoal. Essa interpretação parece focar em aspectos tidos como socialmente inaceitáveis pela religião e valores tradicionais. Tal visão tem seu valor, mas não é disso que estou tratando aqui. Apenas alerto o leitor a não fixar o significado de uma Qlipha nesta ou naquela interpretação, pois esse é o caminho do fanatismo.

Usarei aqui a visão que Samuel L. Mathers deu em seu curso sobre Qliphoth: “Estas são aquelas que são o Impuro e o Mal, sim, a Distorção e Perversão das Sephiroth, a restrição caída do universo”. A árvore da morte, também chamada de “Árvore da Qliphoth”, é uma inversão da Árvore da Vida na tradição da Cábala. Ela representa os aspectos inferiores da existência, os reinos da negatividade, escuridão e impureza. As dez Qliphoth correspondem aos dez sephirot da Árvore da Vida, mas são vistas como suas manifestações distorcidas e corrompidas.

As seguintes são as dez Qliphoth da Árvore da Morte, juntamente com seus correspondentes sephirot na Árvore da Vida:

  1. Thaumiel (O Gêmeo de Deus) – Correspondente a Kether (Coroa)
  2. Ghogiel (Os estorvadores) – Correspondente a Chokmah (Sabedoria)
  3. Satariel (Os ocultadores) – Correspondente a Binah (Entendimento)
  4. Gma’Asheklah (Os perturbadores) – Correspondente a Chesed (Misericórdia)
  5. Golachab (Os incendiários) – Correspondente a Geburah (Força)
  6. Thagirion (O Sol Negro) – Correspondente a Tiphereth (Beleza)
  7. A’arab’zarak (Os corvos da dispersão) – Correspondente a Netzach (Vitória)
  8. Samael (O veneno de Deus) – Correspondente a Hod (Glória)
  9. Gamaliel (Os obscenos) – Correspondente a Yesod (Fundamento)
  10. Lilith [ou Nahemah] (A Noite) – Correspondente a Malkuth (Reino)

A Jornada Qliphotica do Vilão

O leitor já deve ter imaginado onde quero chegar. Mas para ficar claro faremos uma releitura da Árvore da Morte usando ela como um guia de roteiro para a Jornada do Vilão. Uma vez que esta versão da Jornada do Herói pode ser usada tanto para anti-heróis, como para pessoas simplesmente azaradas, faremos aqui uma aplicação especifica do mesmo em uma meta-narrativa de 10 passos da história trágica de corrupção de um inocente em um vilão irrecuperável.

Em um artigo anterior explorei as expressões coletivas e sociais das Qliphoth, (ver curso QLIPHOTH – A Árvore da Morte na bibliografia). Agora veremos as implicações da mesma em uma história pessoal. Assim como na Jornada do Herói as histórias dos muitos vilãos da literatura, cinema e da ficção em geral podem não seguir exatamente todos estes passos ou tê-los exatamente na mesma ordem, pois assim como ocorre entre as Sephirot existem Qliphots para as quais somos mais atraidos, contudo as a essência de todos eles está aqui.

Vamos portanto a relação entre as Qliphoth e a Jornada do Vilão:

  1. Estado Inicial – Nahema
    Assim como Malkuth representa o mundo manifesto Nahema é a manifestação do mundo onde vive inicialmente nosso personagem inicialmente inocente. Não porque não haja malícia em seu coração, mas porque não há criminoso antes do crime. Ele pode inclusive ser alguém que busca justiça, ajuda os outros e possui valores morais sólidos. Mas de boas intenções o inferno está cheio e o vilão sempre apontará para sua origem como responsável pelo seu destino. Se o “meio faz o homem” ou não, o fato é que o vilão começa sua história no pior meio possível. A Jornada do Vilão começa em alguma circunstância opressora ou limitadora, na masmorra, prisão ou esgoto construído por vilões que vieram antes dele. O futuro abusador foi abusado primeiro. Magneto vive em um mundo onde mutantes são escória. Magneto é um sobrevivente do holocausto. Uma terra corrupta é o solo perfeito para o brotar de novas corrupções, mas como estamos falando de uma qlipha, o importante não é como o mundo de fato é, mas como o vilão enxerga o mundo. Loki não liga de ser um deus-gigante, mas liga de viver a margem do seu irmão. Lúcifer não liga de ser um arcanjo celestial, ele se sente diminuído em sua situação. O importante nessa jornada não é que exista uma conspiração contra o protagonista, mas que ele acredite nela. Todo mundo sabe que a Rainha Má era mais bonita que a Branca de Neve, mas ela queria ouvir isso do próprio espelho.
  2. A Provocação – Gamaliel
    No caso dos vilões o “chamado a aventura”, se chama “Provocação” mas poderia ser chamado de “a gota d’água”. Embora tenha aprendido a sobreviver no que considera um ambiente hostil, o personagem é confrontado por uma situação particularmente obscena ou uma injustiça que o afeta pessoal e profundamente.  O Chamado pode ser ser também a oportunidade de dar vazão a planos antigos que foram remoídos e destilados no ódio por muito tempo, como foi quando Ursula percebeu que podia finalmente se vingar do Rei Tritão ao aproveitar-se da vontade de Ariel tornar-se humana. Assim como Yesod é o mundo astral dos sonhos e dos mitos Gamaliel é a morada das ilusões. Ele então se convence ou é convencido que esta preso em um pesadelo sem fim e se convence que o único caminho é se tornar o maior peixe do lago. Isso leva o vilão a construir devaneios de tirania que começam como um grito de justiça e rapidamente se tornam sonhos de vingança e ganância que o motiva a agir e buscar uma solução para o que o aflige. O oprimido se convence que a única solução é tornar-se opressor. O futuro abusador é abusado. O nerd perseguido começa a fazer planos envolvendo a escopeta do pai. O novo corno se convence que “bonzinho só se fode”.  Drácula lê o recado suicida de Elisabeta.
  3. Crise de Consciência  – Samael:
    Inicialmente, o personagem pode hesitar em usar métodos questionáveis para lidar com a situação. Ele pode tentar agir de maneira correta sem cair nos mesmos erros dos que começaram o problema, mas eventualmente faz calar a voz da própria consciência. Assim como Hod representa o pensamento mais analítico e estratégico, Samael representa a má fé. Assim por meio distorções dos fatos e mentiras que conta para si mesmos e para os outros ele cala qualquer censura interior. “Ninguém vai saber”, “Não é tão ruim”, “Você merece”, “Eles merecem”, “Só desta vez”, “Todo mundo faz isso” e invariavelmente “Os fins justificam os meios”.  Ele também escolherá palavras confortáveis para descrever o próprio comportamento, não se vê mais desonesto, mas sim como convincente, não é mais hipócrita, mas maleável, não é truculento mas se orgulha de uma personalidade forte. Esta crise e justificação é muito bem representada no famoso “Monologo da Consciência” que Shakespeare escreveu para Ricardo III,  mas também pode ser vista nos discursos de Hannibal Lecter em Silêncio dos Inocentes.
  4. Encontro com o Mestre – A’arab’zarak:
    Em busca de cumprir seus propósitos o vilão acaba por encontrar os verdadeiros peixes de grande do lago. O personagem encontra alguém que já está envolvido em atividades corruptas, o exato oposto de uma musa inspiradora. O mago maligno entra em contato com Demônios Ancestrais, o delinquente busca contato com os Mestres do Crime.  Estes peixões é claro são muito astutos e tem seus próprios interesses. Como a casca de Netzach, estes Mestres sabem puxar as cordas das emoções e dos desejos, seja por uma demonstração real de poder ou por pura pirotecnia, de forma a convencer o vilão de que a melhor forma de chegar onde ele quer é cumprir sua própria agenda. O desejo de ser como o Mestre e ganhar sua aprovação torna-se sua obsessão. Saruman se aproxima de Sauron. Anakin se aproxima de Palpatine.
  5. A Transformação Externa – Thagirion:
    O personagem enfrenta provas crescentes que testam seus limites éticos. Se Tipheret representa o Sol central da verdadeira vontade sua casca representa seu eclipse. O orgulho faz com que sejam criadas camadas de véus sobre sua identidade verdadeira em prol de um personagem criado inicialmente para atender as expectativas do Mestre e seus comparsas. Por meio de provas e testes cada vez mais extremos nosso personagem se esforça para provar “não é mais o mesmo” e ser aceito como um deles. Pense em Bellatrix Lestrange tenta provar sua lealdade a Voldemort. No cinema esta etapa e frequentemente acompanhada de mudanças estética (portando externa) do personagem para representar a nova identidade quase sempre de forma a agradar ou imitar o Mestre. Existe a necessidade de parecer sinistro para convencer os pares de que ele é parte importante das forças do mal. Eventualmente o personagem tenta poupar um inocente, enganar seus pares, ou não cumprir exatamente as ordens mais drásticas, mas aos poucos suas travas morais vão sucumbindo de fora para dentro.
  6. A Queda – Golachab
    Em determinado momento da narrativa, o protagonista se vê diante de uma encruzilhada moral crucial. Esse ponto de virada, muitas vezes, envolve o cometimento de um ato que ultrapassa uma fronteira ética significativa. Embora essa situação possa variar, é comum que essa transgressão se manifeste como a traição contra alguém importante do passado ou um primeiro ato de assassinato ou violência sem justificativa contra um indivíduo incontestavelmente inocente. Geralmente, mas nem sempre, é um primeiro assassinato ou episódio de violência gratuita contra alguém inquestionavelmente inocente. A rigidez de Geburah se torna brutalidade nesta qlipha e o diálogo interno que antes dava sinais de dubiedade moral precisa ser sumariamente encerrado “Apenas faça!”.  O conflito interno que antes ecoava em sua mente agora é abruptamente interrompido por um grito imperativo: “Aja, sem hesitar!”.
  7. A Transformação Interna – Gma’Asheklah:
    A Queda abre portas que não podem ser fechadas facilmente e o vilão se distancia mais a mais de sua personalidade original. Seus freios éticos e morais são afrouxados e a consequência imediata disso é recolher os frutos e as vantagens de quem não tem que seguir as regras. Se Chesed é sobre generosidade, Hma’Asheklah é sobre acumular poder. O riqueza. status e recursos se acumulam e incentivam ainda mais o novo comportamento. A transformação agora é interna e ocorre de dentro para fora tornando-o literalmente corrupto (core rupto = coração quebrado). Seu sentido de coerência interna e auto-imagem tentam justificar para si mesmo suas ações e decisões que se tornam parte integrante de sua identidade. Os dois casos mais emblemáticos dessa retroalimentação entre maldade e poder na cultura popular são a transformação de Anakin Skywalker em Darth Vader na franquia Star Wars e o de Walter White em Heisenberg no seriado Breaking Bad.
  8. A Última Chance – Satariel:
    O vilão se depara com uma última chance de correção de curso. Em filmes infantis é aqui que os vilões mudam de curso e tentam reparar os danos causados. Mas para a maioria dos vilões esta última chance significa fazer desaparecer ou ocultar o mundo que existe antes. Aqui se fala em irreversabilidade, não porque o vilão não poderá se arrepender depois mas porque se esta chance for ignorada o próprio mundo como ele conhecia desaparecerá e a situação será completamente outra impedindo qualquer tentativa de remendo. Quando Scar atira Mufasa para morrer no estouro da manada toda a estabilidade da savana morre com ele. Essa última chance de dizer não pode ocorrer também por meio de uma ordem ainda mais drástica do Mestre, como quando Anakin cumpre a Ordem 66 ou por meio de um ultimato de alguém que realmente se importa, já não reconhece mais a pessoa e ainda tem esperança em tê-la de volta, como quando Frodo apelando ao resquício da personalidade original de Gollum, ou quando Thanos mata a própria filha para em seguida matar metade do universo mudando-o para sempre. Satariel é a qlipha da negação e aqui o vilão escolhe qual dos futuros possíveis vão desaparecer.
  9. Confronto Final – Ghogiel
    Livre de todas as amarras internas e externas e com o mundo ao seu redor totalmente transformado o vilão avança para o agarrar o que o motivou até aqui. Ele se enxerga como alguém que não tem mais nada a perder e tudo a ganhar. O Kraken é liberado e todas as armas são sacadas. Frequentemente neste momento alguma espécie de contagem regressiva é acionada marcando o fim de todas as coisas. É aqui que ocorrem as grandes batalhas e o confronto final com os heróis da história ou contra o próprio antigo mestre que agora se coloca como inimigo por temer a ascensão de poder do pupilo. O confronto também pode ser com as consequências de todas as suas ações acumuladas que se tornam administráveis. Assim como Chokhmah é a explosão da criatividade Ghogiel é a explosão irrestrita do vale-tudo.
  10. A Sina – Thaumiel:
    Pelo menos dois resultados são possíveis aqui. Ou o vilão não consegue o que quer ou consegue. Se foi mal sucedido em seus planos o vilão agora é punido, preso, morto ou humilhado nas mãos dos herói, seja indo para o Asilo Arkhan como o Coringa ou fazendo a caminhada da vergonha de Cersei. Mas como “Não há honra entre ladrões” é bem possível que ele pereça na mão daqueles que considerava aliados até agora. A outra possibilidade é que ele seja bem sucedido e se torna o novo Peixe Grande, tomando o lugar do Mestre original. Neste caso ele perde a si mesmo completamente, alienando amigos, família ou é privado de tudo o que uma vez valorizou. Seja como for a história termina com uma sensação de angústia e solidão mostrando a completa ruína do personagem uma vez inocente que se tornou irrecuperavelmente corrupto.  Thaumiel é a qlipha da destruição completa e tudo o que ele conhecia foi completamente destruído.

BIBLIOGRAFIA


Thiago Tamosauskas é escritor que explora temas como conhecimentos perdidos, realismo fantástico, espiritualidade marginal, civilizações esquecidas. É autor de diversos artigos e tem 15 livros publicados por diferentes editoras como a Editora Daemon, Via Sestra ou diretamente para kindle.


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