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Ídolos de Merodach

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Por Kenneth Grant, O Lado Noturno, Capítulo Sete.

SEGUNDO uma antiga tradição rabínica sobre a queda do homem para dentro da matéria, apenas ele foi lançado fora do Jardim do Éden enquanto que a mulher permaneceu atrás. O único meio de retorno ao ‘paraíso’ para o homem portanto se encontra através da mulher. Esta alegoria é a origem do simbolismo da Mulher como a primeira, a interna, a inferior, as costas, o lado noturno, enquanto que o Homem veio a representar o segundo, o externo, o mais elevado, a frente, o período diurno, o direito. Esta equação se encontra na raiz da posterior supremacia do homem na esfera sociológica.

Os dois elementos primais como Adão e Eva214 fornecem a chave também para o complexo mágico que foi criado sobre a polaridade dos sexos. Adão, 45, e Eva, 16, quando combinados produzem Ain, 61, que é a fonte de manifestação como o Olho do Vazio. O número de Eva é aquele dos kalas. Cabalisticamente interpretada, portanto, a alegoria significa o retorno do homem ao Paraíso via os 16 kalas.

Ain no reverso (i.e. Nia) é a Filha, Koph ou Qoph cujo glifo, o Símio Kaf, é o veículo de Thoth, a lua. Ain, 61, como Nia, resulta 16, o numero de kalas atribuído ao Mahakala (i.e. a lua). O caminho lunar é de oeste para leste, o contrário do caminho solar. Qoph é atribuído à Lua no macrocosmo e à nuca no microcosmo. Como previamente explicado, Resh, a letra do Sol é a Cabeça, cuja parte posterior é simbolizada pela Lua. Este simbolismo é refletido no homem (Adão) e na mulher (Eva), o primeiro representando o dia, o sol; a última, a lua; Adão, a cabeça, Eva a nuca onde o assento das forças sexuais está primariamente situado.

O simbolismo da queda contém a separação original ou ruptura em duas metades da Unidade primordial (Ain) que, ao se tornar dois, ou ao se reproduzir, se torna a Nia ou ‘filha’ contendo os 16 kalas. J.F.C.Fuller observa que . . . alegoricamente a criação de Eva precede a de Adão, pois alegoricamente as forças positivas da vida (o masculino) emanam das forças negativas (o feminino). Separando o Yod do Tetragrammaton215 – (Y)HVH – e portanto ao criar Eva, uma estupenda força ativa e consequentemente demoníaca é liberada; pois Eva é a ‘mãe de todas as coisas vivas’ (incluindo a ‘Mãe de Deus’) a força feminina, ou negativa, de Jah (YH) – cujo Hé está sempre buscando reunir com o Yod’.216

IHVH, 26, é a soma dos números das sephiroth do tronco principal da Árvore217 excluindo Daäth.218 Segundo Crowley a fórmula mágica do Aeon atual é uma palavra de onze letras: Abrahadabra. DBR, que é a raiz da fórmula é 206 que é o Oráculo ou Palavra de Poder que emana do Ru, o Portal feminino do Mundo 219 de Luz. DBR é o equivalente exato do egípcio Khepsh, a coxa posterior(?) típica do Grande Poder Mágico.220 Abrahadabra é consequentemente a expressão dinâmica ou mágica de IHVH (tipificado pelo tronco central da Árvore), a Palavra undécupla que vibra em Daäth por trás do Véu ou Nuvem do Abismo.221 É o encantamento mágico que re-combina o Yod (o falo perdido de Osiris) e a Eva do Eden, representada pela filha ou Hé final de IHVH. Ela é a ‘filha de abóbada azulada do Pôr do Sol’ celebrada em AL (I,64 e em outras partes). Ela é de abóbada azulada porque o azul é a cor das águas do espaço representado pelo Abismo; e do pôr do sol porque o fogo solar afunda dentro do abismo e é extinto no Lugar de Aniquilação sobre a pira que, no simbolismo Tântrico, é o campo de cremação ou a yoni222 de Kali (Eva) recoberta de flores. Eva é a manifestação e portanto o reflexo do Ain (um, ou yoni) como a Nia ou filha do pôr do sol.

O número de Eden, ODNH, 129, é também o de OITM, significando um ‘lugar de criaturas vorazes’, idêntico ao atem egípcio, ‘cercar’, ‘trancar’, ‘aniquilar’, todos igualmente aplicáveis às cavernas de Choronzon. ODN ou ODNH (Eden) significa ‘prazer’.223 O local de prazer e de aniquilação era o lugar fechado ou santuário oculto tipificado tipificado pelo útero ou jardim. E como a semente solar aprisionada no útero encarna na carne, também o Lugar de Aniquilação, ou Santuário de Choronzon era similarmente um lugar de transformação para a vida futura.

O símio era o tipo de transformação e ressurreição do espírito, e o nome do símio era Ion que significa um ‘animal ululante do deserto’; ele é também o logos, palavra, ou pronunciador primevo, cujo ion ou aeon é representado por Taht ou Daäth, o local do espírito cruzador ou transformador, i.e. o lugar onde o espírito atravessava o abismo para se alojar no santuário oculto, para lá ser devorado pelos demônios de Choronzon.

O Lugar de Prazer (Eden) e as Cavernas de Choronzon (os túneis do abismo) são as polaridades duais de Daäth, sendo Eden o Tep ou Topo do Jardim,224 e as cavernas de Set sendo o Tepth ou Profundeza: Céu e Inferno.225 Portanto o Paraíso é descrito em algumas das lendas mais antigas como o ‘Hades do Abismo’.

A primeira Athena ou Aaden (Eden) foi sepultada sob as águas do abismo, e foi lá que o primeiro Eleusinis (Templo) foi erguido em nome do sempre vindouro Sol-Filho, o filho do fluxo-mãe de sangue, Hoor-paar-Kraat. Ele era o sol que cresceu e se transformou no sol do horizonte da ressurreição. Isto é, ele surgiu do inferno (Amenta) e subiu ao céu. Ele começou como um mortal no útero da mãe (o abismo) e foi transformado em um imortal pelo fogo do pai (i.e. o sol).

A presente corrida através de Kether-Daäth-Tiphareth resume esta doutrina do Filho da Escuridão se manifestando como o Filho da Luz. A Escuridão (Nox) de Ain, Hoor-paar-Kraat, se tornando a Luz (Lux ) de Tiphareth, Ra-Hoor-Khuit. Os Ritos de Eleusis contém o Mistério que é representado como um cortejo das sete zonas de poder planetário (incluindo o sol e a lua) que circulam ao redor da oitava ou altura oculta por trás do Véu do Abismo.

No Alcorão o Éden é chamado de o Jardim de Irem e, segundo os árabes, a Cidade de Irem ainda permanece nos Desertos de Aden, embora não visível para os mortais.226 As pessoas de Irem são conhecidas como Ad.227 Esta palavra é a raiz de Had (Hadit), e Irem, Eden, ou Aden no Deserto do Abismo, é a morada de Set, o gêmeo de Hórus, e o aspecto negativo de LUX (Luz).228 É a partir da zona de poder negativa, não manifesta ou potencial por trás do Véu do Abismo que o universo positivo, fenomenal, surge.

É interessante notar que H.P.Lovecraft escreve em sua afamada ficcionalização dos ciclos míticos cósmicos – O Necronomicon – como segue com relação aos Grandes Antigos:

Os Portais estão para Eles em todo lugar, mas o primeiro . . . em Irem, a Cidade dos Pilares, a cidade sob o deserto . . . 229

O pilar é um emblema de Set, sendo que um dos significados do nome daquele deus é uma ‘pedra ou pilar ereto’, e o deserto é a morada de Set (i.e. Daäth). Irem, então, era o Primeiro Portal estabelecido pelos Antigos e este Portal estava no local de Daäth, ou Eden.

Havia uma Arem ou Irem na Mesopotâmia. No Huzvaresh ela é chamada Rum, e é altamente significativo que o primeiro capítulo de AL – que se declara como sendo a expressão do Ad de Hadit – foi transmitido por uma Inteligência chamada Oivaz ou Aiwaz. Este nome é idêntico com Zivo, a deidade cultuada na antiga Suméria. No terceiro capítulo de AL, Aiwaz, no aspecto de Horus, informa a Besta 666: 230

. . . vosso lugar sagrado será intocado através dos séculos: apesar de com fogo e espada ser ele queimado abaixo & despedaçado, ainda assim uma casa invisível lá permanece, e permanecerá até a queda do Grande Equinócio: quando Hrumachis erguer-se-á e aquele da dupla baqueta assumirá meu trono e lugar. Outro profeta se erguerá, e trará febre fresca dos céus, outra mulher acordará o ardor & adoração da Serpente; outra alma de Deus e besta misturar-se-á no sacerdote englobado; outro sacrifício manchará a tumba; outro rei reinará; e bênçãos não mais serão derramadas Ao Senhor místico da Cabeça-de-Falcão!

E como se para qualificar o aspecto dual da Besta (333 + 333), o próximo verso proclama:

A metade da palavra de Heru-ra-há, chamada Hoor-pa-kraat e Ra-Hoor-Khut.231

Os aspectos gêmeos da Besta resumem as duas metades do Círculo do Eden. Nos hieróglifos egípcios o Círculo está unido com Khepsh, deusa do Norte.232 Seu emblema é a espada curva,233 foice ou cimitarra que gira nos céus produzindo o círculo do tempo ao cortar períodos. A espada manteve o ‘caminho da árvore da vida’234 assim estabelecendo o Tempo no Chaos. O paraíso foi criado ao se extirpar o chaos da atemporalidade e ao se estabelecer a ordem do cosmos: ‘e o Pilar está ‘estabelecido no vazio’.235 Este é o pilar Tet do deus Taht (Thoth), conhecido pelos judeus como Doth (Daäth), o ‘filho’ ou foco da Sabedoria236 e da Compreensão237 tipificado por Saturno, o representante planetário de Tífon e Set.238 Sua união em Daäth gera a dualidade simbolizada por Thoth e seu símio que é por sua vez emblemático da lunação dual e das correntes gêmeas de energia – mágica e mística – concentradas em Ra- Hoor-Khuit e Hoor-paar-Kraat.239 Em termos cabalísticos as correntes gêmeas são 93 e 39. 93 é três vêzes 31, e 39 é três vêzes 13, e eles se fundem no número supremo da Deusa 393: Aquela que é a ‘glória secreta’por trás da Máscara da Bêsta, o Véu do Abismo. 39 é o número de IHVH AChD, significando ‘O Eterno é Um’ que é descrito no Sepher Sephiroth240 como a ‘afirmação da alma aspirante’. Este é o aspecto místico do processo que conduz o aspirante ao limiar do Abismo. 39 é portanto a chave mística para Daäth, a janela no espaço através da qual o ego se esvanece para sempre, percebendo, como de fato faz, que sua ausência é una (achad) com o Eterno (IHVH). 93, por outro lado, é a fórmula através da qual o processo é aumentado, i.e. através do amor (agapé, 93) e da vontade (thelema, 93). E 393, que mistura as forças gêmeas de Set e Hórus – o lado luminoso e o lado obscuro da Árvore – é o número de Sefekh, a consorte de Thoth; ela é a prostituta, Babalon, a Mulher Escarlate do Culto da Besta. Em egípcio seu nome significa o número sete. Ela era a deusa primordial das Sete Estrelas, que foi uma vez a ‘Palavra Viva’ em Ombos. Ela foi degradada por devotos de cultos posteriores que perderam contato com a verdadeira gnosis. Seu instrumento mágico – o útero – era o tipo original de Tífon. Seu nome, sete, é também aquele de seu filho Sevekh, que, como o oitavo é a Altura da mais antiga criação. O grande Sêlo da Ordo Templi Orientis (O.T.O.) resume este simbolismo inteiro como segue:

A Vesica (útero) é a Porta Venusiana (Daleth, uma porta, = 4). O Olho (Ayin = 70), no Triângulo do Espírito (Shin, espírito = 300) é a Pomba Tifoniana, o Espírito Santo cuja letra é Aleph (1). O Cálice, Carruagem ou Graal (Cheth = 8), e o Yod dentro do mesmo (10), totalizam 393.

393 é o número de uma fórmula Ofidiana altamente secreta ocultada no nome de uma antiga entidade extraterrestre conhecida como Aossic.241 Existe no glifo de Aossic uma porta oculta, cujo número (4), adicionado a 389, o número de Aossic, resulta em 393. Esta é a porta de Vênus no coração do sigilo. A deusa está oculta porque ela está acima do abismo e preside sobre o caminho que une Chokmah e Binah, o caminho atribuído a Daleth, a porta da deusa.

Os íntegros de 393 (3 + 9 + 3) = 15; 1 + 5 = 6, o número do sol ou energia solar-fálica. Por multiplicação ( 3 x 9 x 3), seus íntegros resultam em 81; 8 + 1 = 9, o número da lua e de Yesod, a Fundação. Analisando mais profundamente nós descobrimos que 15 + 81 = 96; e 9 (lua) + 6 (sol) = 15. Note o número 15 que aparece persistentemente. No Taro, o Atu XV é atribuído à O Diabo, Baphomet, o Deus Set, e é interessante notar que 393 é três vêzes 131, que é o número de Pan e de Samael,242 e também de Mako,243 o filho de Tífon. 131 somado ao número da Kteis (a vulva) 244 é 666 ! Finalmente, 131 é o número de Olla (Al-la), o Não, o Vazio, o Ain.

Como um astro-glifo numérico o número 393 é Saturno-Lua-Saturno; a corrente lunar (9), guardada em ambos os lados pelo deus Set (3), a fórmula de reificação no mundo tridimensional.

O número 393 se reduz à unidade por uma divisão sucessiva de seus íntegros: nove dividido por três resulta três; três por três resulta um, que é achad, 13, unidade. Adicionando-se a fórmula completa do Pentagrama245 ao número 393, é obtido o Número Chave da Grande Obra, a saber: 418.

A Mulher Escarlate – 393 – é menos 666, ‘a Besta sobre a qual ela cavalga’, por 273, que é o número de AVR GNVZ, ‘a Luz Oculta’, e ABN MASU HBVNIM, ‘a Pedra que os construtores rejeitaram’. 273 é também o número de ARBO, significando ‘quatro’, o signo da cruz ou cruzamento, e das quatro direções do espaço.

393 subtraído do número sagrado 718246 resulta 325, que é o número místico de Bartzabel, o Espírito de Marte, e de Graphiel, a Inteligência de Marte. Este número é a soma total da série 1-25, assim resumindo a fórmula do Pentagrama que também é aquela da Deusa cujo número básico é 5.

393 multiplicado por 3247 equaliza 45; e 4 + 5 = 9. Note a persistência do 9, o número da Lua e da sephira Yesod, a morada da Serpente de Fogo e da função sexual no homem. Homem (ADM) é 45; ele é composto de A, ‘respiração’ ou ‘espírito’, e DM, ‘sangue’. 45 é o Número Místico de Yesod, a zona de poder dos Yezidis que, em suas tradições mais secretas transmitiram a corrente mágica de Aiwass que fluiu da Estrela da Fundação.248 45 é também o número de MAD, uma palavra Enoquiana significando ‘deus’. E, finalmente, 45 é a série 1-9 e, como tal, ela resume a corrente lunar inteira. Ele é o número de AGIAL, a Inteligência de Saturno, que é o representante planetário de Set; e de MAD, ‘o Louco’.249

A palavra hebraica Adam deriva do Atem egípcio, a Deusa Mãe do Tempo e Periodicidade, onde Adam significa ‘homem’ (i.e. humanidade), como a continuidade da existência encarnada.

As considerações acima concentram as principais idéias conectadas com o número 393, o Grande Selo da O.T.O., e o Sigilo de Aossic que contém as fórmulas definitivas da Magia(k) Ofidiana. Elas estabelecem a identidade não apenas destas três fórmulas principais porém, mais importante, da interpretação dos Números Chave de AL e da Tradição Draconiana de forma geral: a saber, 13, 31, 39, 93, 393, 666.250

Além do mais, 393 + 666 = 1059, que é um menos do que MSKN (Meshken), ‘o Tabernáculo’, e dois menos que 1061, ‘Pôr do sol’.251 O Meshken é o útero ou lugar de nascimento representado pela coxa de Tífon cujo símbolo é a cimitarra, a foice, a espada curva. A espada, como previamente mostrado, é idêntica com a machadinha, a partida (yoni), simbolizada pela pomba. Toda a doutrina Draconiana está contida no símbolo da espada terminando em uma cauda de ave.

A solução de continuidade foi efetuada pelo corte em dois tipificado pela cruel Gêh cujo número, 13, denota a menstruação como a demarcação ou divisão de tempo (continuidade) em períodos. A unidade original foi desta forma quebrada, como quando a luz no céu foi obscurecida por um eclipse ou período negro. O elemento maléfico associado com o número 13 nos cultos posteriores, solares, teve sua origem no fenômeno fisiológico da menstruação.

Segundo uma lenda rabínica a primeira esposa de Adão, Lilith, assumiu a forma de uma serpente com o propósito de seduzir Adão. A lenda é explicável apenas sob a luz da sabedoria oculta primitiva que conecta o sangue com a manifestação ou encarnação do espírito. Nos escritos apócrifos, Esdras, aparece a declaração: ‘e mulheres [que menstruam] produzirão monstros’, o que Massey relaciona com tempo de gestação inadequado (?), tanto num sentido biológico como, mais tarde, em um sentido celestial ou astronômico.252 Porém Massey não estava ciente de certos aspectos dos fenômenos ocultos porque, na ocasião de suas pesquisas,253 fragmentos da verdadeira gnose sobreviveram apenas nos textos Tântricos do Extremo Oriente, muito pouco dos quais tem sido então traduzidos para qualquer língua européia. É apenas sob a luz destes textos que o simbolismo oculto conectado com Gêh, e a Corrente Ofidiana em geral, pode ser adequadamente interpretado.

A corrente lunar, tipificada pelo número 13, e Gêh ou Gô254 está conectada com as vibrações vaginais ou ofidianas que manifestam os kalas dos quais a Deusa Kali é a personificação suprema. Kali, pela Gematria, é 61, o Ain ou Olho do Vazio; a fórmula feminina criativa. No reverso (i.e. como Nia) este olho é da noite e da escuridão do eclipse tipificado por Gêh. O número 61 no reverso denota os 16 kalas dos quais o Olho completo (i.e. os dois olhos) é o símbolo. Os dois olhos são AINNIA e NIAAIN e seu número é 122, o número de Gilgalim, ‘revoluções’ ou ‘ciclos’ (de tempo); de HSIUM, ‘o fim’, e de IQBI, ‘espremedores de vinho’, todos os quais expressam a idéia de Kali e de período em um conceito. 122 é um mais que SATAN.255 A corrente Satânica é a fonte de muitos conceitos antigos que tem sido mal interpretados por mentes modernas como demoníacos num sentido moral. Mas o sentido original era de modo diferente, se não o verdadeiro oposto. Contudo, o Novo Aeon tem trazido consigo aquilo que os antigos intuíram mas que eram incapazes de postular cientificamente porque a qualidade da antimatéria, anti-ser, de tudo o que está implicado pelo simbolismo do Abismo, não era suscetível de medição. Daí o crescimento substancial de mitos e lendas tratando dos aspectos ‘malignos’ das forças de vida e morte. Ainda assim, como os antigos se tornaram gradualmente conscientes de que o mesmo sol e não um sol diferente nascia e se punha a cada dia, também no Novo Aeon o homem está se tornando mais e mais consciente da possibilidade não apenas de explorar o outro lado da Árvore, mas do fato de que ele é meramente o outro lado de uma única entidade que é idêntica com nós mesmos 256; aquele lado mágico, o outro místico, num sentido muito diferente do que qualquer previamente recebido.

Existe uma chave para estes mistérios na palavra Gilgalim. Uma palavra muito similar à esta, a saber, Gillulim, significa os ídolos da deusa Merodach.257 Tanto os ídolos quanto Merodach são ‘excrementuais’ ou ‘menstruadores’, e a Septuaginta refere-se à deusa como ‘a delicada Merodach’. Isaías258 descreve as deidades parturientes como estando em trabalho [de parto] mas incapazes de dar à luz, ao passo que Jeovah é o deus verdadeiro cujos filhos são ‘nascidos do ventre, trazidos à luz a partir do útero’. A distinção é fisiológica, sendo que a importância oculta é que ao passo que Jeovah representa os poderes criativos do lado mais próximo da Árvore, Merodach e os gillulim são as forças obscuras, os poderes da aniquilação, anti-ser, no lado noturno da Árvore. Existem numerosas indicações similares nos antigos escritos dos egípcios e dos judeus, mas eles só podem ser corretamente interpretados em relação ao conhecimento que as modernas descobertas científicas tem revelado. A pesquisa sobre OVNIs e seres extraterrestres, que pode ter sido renegada até hoje por carência de conhecimento científico, está também abrindo novas abordagens e, portanto, novas dimensões para as antigas escrituras e textos mágicos. Os monstros descritos no relato Berosiano da criação, e em inumeráveis mitos posteriores tem sido mal interpretados quando referidos a a) uma tentativa de aborto por parte de Deus ao criar a humanidade (de acordo com os judeus), e b) como um método mítico para expressar fenômenos astronômicos (segundo os evolucionistas do século 19). A interpretação iniciática, embora implícita em escritos secretos tais como os comentários sobre O Livro de Dzyan, ainda não foi explicada; novamente, devido à carência de conhecimento científico.

Todos os tais teratomas são sombras distorcidas de uma realidade lançada através do véu a partir do lado noturno do Éden.

Notas:

214 AIM=45; HVH=16.

e. separando I de IHVH.

A Sabedoria Secreta da Qabalah, 130 (J.F.C.Fuller).

217 1 + 6 + 9 + 10 = 26.

218 Cujo número é 11.

219 Nota do Tradutor: No texto impresso aparece Word / Palavra e não World / Mundo. Ao que tudo indica, parece que o portal dá acesso à um mundo e não uma palavra_?

220 Para considerações de outros elementos da palavra Abrahadabra vide os Comentários de Crowley sobre Al, Liber 418, e Magick.

221 DBR também significa ‘uma nuvem’.

222 Vide o Karpuradistotra, tradução de Arthur Avalon. A yoni é comparada à um campo de cremação porque ela consome tudo – até mesmo o desejo. ‘Recoberta de flores’ significa os kalas ou fluxos da yoni.

223 Genesis xviii. 12.

224 i.e. o Sul; no simbolismo posterior, o Leste.

225 O inferno era o céu inferior, Oeste; o antigo Norte.

226 Compare AL.III.34: ‘uma casa invisível lá permanece’.

227 Alcorão, cap.89.

228 Nox (Notz) = 210. Nox, 210, Noite, ou Escuridão, é portanto o inverso de Lux. Este número é de suprema importância no simbolismo do Novo Aeon; por exemplo ele é o número dos Gigantes ou Caídos, de Adam Primus, de DVR, um círculo ou ciclo, de ChRB, uma espada, e de Nebt-en-Pet, a Rainha do Céu.

229 Citado em O Que Espreita no Limiar, p.112 (Lovecraft & Derleth).

230 A Besta compreende Shugal, 333, e Choronzon, 333.

231 AL.III, 34, 35. O soletrar das formas de Horus não são erros de impressão mas cifras cabalísticas intencionais. Vide os Comentários de Crowley sobre o AL.

232 Nuit-Tífon, o lado noturno (escuro) do Eden.

233 A espada era um nome para a constelação da coxa ou anca das Sete Estrelas da Ursa Maior, o símbolo estelar da Deusa.

234 Genesis, 3, 24.

235 Liber LXV, V.

236 Chokmah, tipificando a Besta.

237 Binah, tipificando a Mulher Escarlate, Babalon.

238 Aqui existe sabedoria. Que aquele que possui entendimento conte o número da besta . . .’etc. Apocalipse, 13, 18.

239 i.e., Horus e Set.

240 Vide o Equinócio, vol. I. No. viii.

241 AOShICh = 389. Uma das formas de soletrar Aossic. Vide Sigilos nas páginas 167 & 168.

242 O Guardião no Limiar do Abismo.

243 Um nome de Set.

244 O instrumento de Poder Mágico; o Ur-Hekau.

245 5 ao quadrado ou 5 x 5 = 25.

246 Este número, que está ‘carregado’ em Thelema com muitas conotações, é aquele de A Abominação da Desolação e da Tábua da Revelação, o pantáculo do Aeon de Hórus. Vide AL e As Confissões de Aleister Crowley. O número 718 é a fórmula dupla de 359, ShTN (Satan) e, como tal, a base da Grande Obra. Vide a Trilogia Tifoniana.

247 O número de figuras das quais ele é composto.

248 Vide Robert Temple, O Mistério de Sírius, pagina 48.

249 Atu 0, o primeiro Trunfo do Taro, que é atribuído ao Ain, o Vazio. A Fórmula do Louco, Astuto ou Palhaço, foi exemplificada em tempos recentes por adeptos tais como Blavatsky, Crowley e Gurdjieff.

250 Atu 0, o primeiro Trunfo do Taro, que é atribuído ao Ain, o Vazio. A Fórmula do Louco, Astuto ou Palhaço, foi exemplificada em tempos recentes por adeptos tais como Blavatsky, Crowley e Gurdjieff.

251 Compare AL I:64.

252 Observou-se que certas Constelações falhavam em manter um tempo estrito. Sírius, por exemplo, foi vista perdendo um ano inteiro em seu ciclo de 1460 anos. Vide A Gênese Natural. II. 103.

253 O século 19 passado.

254 Esta palavra sânscrita, significando ‘vaca’ é um eufemismo para a mulher humana.

255 Pela Qabalah Italiana (ou ‘simples’); Qabalah Simplex.

256 Nota do Tradutor: Com nossos ‘selves’ / si-mesmos.

257 Jeremias 1, 2.

258 Xlvi. 1, 2.

Revisão final: Ícaro Aron Soares.


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