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A vida de Jâmblico nos é narrada por Eunápio.
Jâmblico nasceu em Cálcis da Celessíria (antiga Síria), cidade situada a leste da Antioquia.
Ele era de família rica, talvez família árabe dos lrurei. O ano do seu nascimento e da sua morte são incertos. O ano do seu nascimento é deduzido através de cálculos que se referem às informações fornecidas, e pelas informações dos seus mestres e alunos. A hipótese mais aceita é a de que nasceu entre o ano de 240 e o ano de 250 após Cristo.
Conforme a Suda (primeira enciclopédia, surgida em Constantinopla, século X), Jâmblico teria vivido durante a época de Constantino, o grande e, por isso, antes do ano 337. Seguindo-se Eunápio, Jâmblico já estava morto quando o seu discípulo Sópatro de Apameia apresentou-se à corte imperial de Constantino que levou-o à pena capital.
Os mestres de Jâmblico são Anatólio e Porfírio, este sendo mestre também de Anatólio.
Parece-nos que Jâmblico tenha sido o pai de Erístone que frequentou a escola de Plotino em Roma. Afigura-se-nos que Jâmblico, após ser instruído por Anatólio, separa-se deste e se vincula a Porfírio. Vale a pena recordar, para poder entender o pensamento de Jâmblico, que Anatólio torna-se bispo cristão.
A união de Jâmblico e Porfírio, posterior à união de Jâmblico com Anatólio, é difícil de ser determinada no tempo e de especificar-se os argumentos lançados.
Nós temos outras notícias acerca da vida de Jâmblico. Sabe-se que ele abriu uma escola platônica em Apameia e entre os seus alunos constam Plutarco de Atenas e Siriano de Alexandria.
O seu trabalho foi uma reinterpretação de Platão, Plotino e Porfírio de caráter teúrgico e mágico. Jâmblico introduz a magia da modificação do presente como sendo uma representação dinâmica da atividade dos Deuses. Neste sentido, ele interpreta os “fragmentos” da magia da “religião egípcia” e o seu respectivo tratado em “Os mistérios egípcios”, traduzido por Marsílio Ficino, que se tornará um dos manuais dos esoteristas dos anos de 1600 e 1700.
Jâmblico em muitos dos seus trabalhos asseverava que concerniam a Pitágoras. A impressão que desperta é a de um “ouvi dizer” ou, pior, incluindo-se uma tentativa em atribuir a eles um pensamento que é próprio de Pitágoras, tal como outros filósofos fizeram com Platão e Aristóteles. Em suma, são encontrados, em Jâmblico, citações como esta “A vida pitagórica”:
“Também Aristóteles, na sua obra “Sobre a filosofia pitagórica”, dá notícia do fato de que os seguidores guardavam esta distinção entre os segredos mais rígidos: os seres viventes dotados de razão um é deus, o outro é o homem e o terceiro tem a natureza de Pitágoras.”
Extraído de: Pitágoras as obras e os testemunhos, aos cuidados de Maurizio Giangiulio, Oscar Mondadori, vol. 1, 2000, p. 29
Proclo considerará importante o trabalho de Jâmblico que influirá muito na formação do seu pensamento quando, então, tentará revitalizar uma Academia que já estava moribunda.
Jâmblico morre, presumivelmente, por cerca do ano 325 d.c.
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