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Thelema Vampirismo e Licantropia

Vampirismo na Thelema

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” O melhor sangue é o da lua, mensal: então o sangue fresco de uma criança, ou pingando da hóstia do céu: então de inimigos; então de um sacerdote ou dos adoradores” – AL III;24 BABALON

Filosoficamente, a Thelema e o Vampirismo, pregam a liberdade do individuo, e reconhecem a natureza como o que ela é; existe Lobo e Cordeiro.E não há nada de errado nisso, segundo essas filosofias, já que o ser humano, tem tanto direito de gostar de coordenar como também de servir. A Thelema reconhece que existem pessoas que são escravos naturais, e que servir é, a verdadeira vontade dessas pessoas. E não há nada de errado com isso. A relação entre ‘Senhor/Escravo’ longe das praticas de sadomasoquismo é, uma realidade visível em todo universo humano. As duas filosofias reconhecem isso, e as duas pregam sobre a Alegria do Mundo, ser a Lei da Força.

Partindo da premissa de que o vampirismo é, trabalhar com Sangue/Força Vital em prol a conquistar objetivos, e a Thelema, além de uma filosofia pessoal, é uma doutrina mística de magia sexual, entre claramente a ligação entre os dois; O Sangue Branco, o Sêmen. De toda força do corpo humano, ele sempre se destacou junto ao sangue, ao qual desenvolveu um aspecto supersticioso. Para formar seu elixir Rubro, Crowley abusava de sangue menstrual, fluidos vaginais e sêmen para absorção de fortalecimento do corpo e mente, e desenvolvimento das suas praticas. 

 

O vampirismo hoje em dia está intimamente ligado a Doutrina do Sonho, porem, antes dessa tradição, ele era um meio de potencializar a magia. Uma pratica perigosa, descrita por Crowley como ‘um método não totalmente inapropriado aludir’, o que descreve subliminarmente que, era algo útil e até mesmo recomendável para quem tinha interesse em potencializar suas praticas.

Como isso ?

Em seu entusiasmo energizado Crowley, descreve três métodos de energização corporal, já que, a energia é a base do processo. Para aqueles que gostam de um atalho, o vampirismo fornecia um caminho poderoso – o mago drenaria força vital e concentraria sobre seus chackras sexuais, ampliando dessa maneira, seu vigor sexual e a quantidade de energia que que seu orgasmo iria liberar. Não muito longe, após o coito, o vampirismo iria assassinar o cansaço  e dissolver o seu cadáver em acido sulfúrico. 

Além do poder orgásmico, o vampirismo iria dar uma outra força para seus trabalhos.

A criação de elementais/formas-pensamento é uma pratica poderosa dentro de magick. O elemental pode ser programado para se alimentar de outrem, a ponto de leva-lo á morte em pouco tempo. Longe de colaborar com potenciais psicóticos, a alusão do método, de criação é simples, podendo ser encontrada em outros textos dentro do MS.

Porém, quando você drena vitalidade de alguém, você pode direcionar essa vitalidade para um objetivo. Ou para um elemental. Através da concentração sobre a base material, ou sobre a imagem mental, logo após uma boa refeição, o vampiro fará fluir toda aquela energia absorvida para o elemental. Para os praticantes mais avançados, eis a nitroglicerina em mãos.

Os fluidos sexuais, tão consagrados na Thelema, carregam uma vitalidade abundante, ao qual alguns praticantes vampíricos não resistem em absorver. Seja por fetichismo ou por magick, ou por um pouco de cada, eles se tornam uma base fecunda pra energização corporal ou lendas suburbanas um método de rejuvenescimento seja corporal ou espiritual, diga-se de passagem que, a vitalidade em si, é inerte, porém, quando absorvida mentalizando um propósito ela novamente se torna letal.

E quando o assunto se torna divindades, o Vampirismo nos traz os Deuses Mortos Vivos, e a Thelema, a Grande Babalon;

“E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor de escarlate, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e tinha sete cabeças e dez chifres. E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlate, e adornada com ouro, e pedras preciosas e pérolas; e tinha na sua mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição; E na sua testa estava escrito o nome: “Mistério, a grande babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra”. E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos, e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração.”(Apocalipse de São João 17:3-6)

 

O cunho religioso, de adoração aos Deuses Mortos Vivos, dentro do Vampirismo, e sua entrega do Vampiro á Eles, dentro da Thelema é visto como a Taça das Abominações. Babalon, em sua essência é uma Deusa tão vampírica quanto Lilith. Babalon carrega em sua essência o verdadeiro significado do vampirismo.

Em alguns trechos Crowley cita; 

“Deixa-o olhar para a taça onde está misturado o sangue, pois o vinho da taça é o sangue dos santos. Glória à Mulher Escarlate, Babalon, Mãe das Abominações, que cavalga a Besta, pois ela derramou seu sangue em todos os cantos da terra e eis! Porém ela o misturou na taça de sua prostituição.”

 

Alguns Thelemitas logo irão refutar dizendo que ‘esse trecho é apenas uma metáfora, quando o adepto dissolve seu ego/sangue na Taça do Amor Universal/Babalon’. É um conceito firme dentro deles, de que a coisa não pode ser vista por outro angulo. Observar tudo apenas pela cabeça do Crowley, ou pelos seus escritos espalhados pela internet é no mínimo, uma tentativa de assassinar seu próprio raciocínio. Mas focando no contexto, desse trecho, observa-se a pratica de vampirismo, aonde o Santo, o Sangue do Santo, o Santo do Cordeiro, é a bebida do Impuro, do Bestial, do Lobo. Novamente se observa que a pratica vampírica de Receber e Doar Sangue, é vista quando ele cita o derramamento do Seu Sangue/Conhecimento/Essência por todos os cantos da Terra.

 
” E por ter-se feito Serva de todos, de tudo tornou-se Senhora.”

 

 

Pois ela se rendeu a tudo e por ter sido serva de todos, se tornou Senhora de Tudo.Novamente, a base da Filosofia Thelemica/Vampírica é mostrada aqui. A relação entre Mestre e Escravo, o contraste do Universo é definido nessas palavras. O mito  do vampiro, o força beber sangue de outrem e depois dar algumas gotas, para que um novo vampiro nasça sendo Servo, daquele que o Criou.

 

Os Mortos Vivos e os Vampiros Vivos mantem a mesma relação – uma troca energética é feita entre os Vivos e Mortos para que, e um se torna parte do outro, sendo que o Forte domina o fraco, ainda que essa situação possa ser revertida. Como Babalon que se rendeu a tudo para depois dominar, o Vampiro se entrega ao Corpo de Sangue, a Família dos Mortos Vivos, para depois Tornar-se Uno, com aquilo que serviu. 

Finalizo o texto com uma citação interessante do Crowley, “Eu não quero ser pai da multidão, um fetiche de tolos ou fanáticos, o fundador de uma Fé onde os seguidores, se contentam com o eco das minhas opiniões. Eu quero que cada homem trace seu próprio caminho na Selva”. Levando em conta que o Caminho é Individual e que cada um vai se aplicar as inclinações de sua natureza, cria-se sim, uma alquimia entre a Thelema e o Vampirismo. Pro desespero dos Thelemitas fanáticos.Pro prazer daqueles que se abrem para Novos Mundos.

por Anarco-Thelemita e Inkubus

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