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Sitra Achra

Esoterrorismo e o Livro da Morte

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Esoterrorismo é uma forma de trabalho mágico que propõe realizar operações de maldição e destruição contra elementos danosos a sociedade e criminosos em geral. Como a maior parte das “novas idéias” da magia contemporânea esta também não é algo realmente novo. Historicamente punir outro ser humano foi uma das primeiras razões para a prática magica. Contudo, é verdade que conforme a sociedade muda suas atividades mudam também. Se inicialmente apenas assassinos e ladrões eram alvo do que os hipócritas chamam de Magia Negra, hoje políticos corruptos, juízes condescendentes e criminosos do colarinho branco poderiam ser também bons alvos.

DAS RAZÕES

Existem pelo menos duas boas razões para um templo satânico ou praticante solitário engajar-se no Esoterrorismo. Ambas são bem pragmáticas:

1. Aprimoramento
A primeira é que é uma boa maneira de aprimorar seus talentos e tornar-se mais eficiente para quando algum assunto pessoal realmente precisar de um rito de destruição. A perfeição de qualquer coisa só vem com a prática e para praticar rituais de morte e guerra precisariamos ter muitos inimigos. Ora, ninguém tem mais inimigos do que a civilização.

2. Higiene Social

A segunda razão é que com o Esoterrorismo podemos criar lugares mais agradável de se viver. Pelo menos em um nível local de vizinhança.  Isso não quer dizer que satanistas tenham qualquer tipo de obrigação social. Pelo contrário, já disse em outra ocasião que somos essencialmente o Inimigo do povo. Mas o esoterrorismo não é necessariamente feito para o bem do seu pais e concidadãos. De forma alguma. Ele é feito quando precisamos garantir uma vida mais segura. Talvez o carinho por uma vítima em particular pode até ser a motivação de uma vingança, mas em geral o esoterrorismo é feito contra criminosos com os quais não temos relação nenhuma. É uma prática de higiene social se quiser usar um termo que flerte com o fascismo.

Lembre-se, nenhum tribunal no mundo irá condená-lo por executar alguém usando magia. Talvez na época da inquisição, mas isso foi a muito tempo atrás. A caça às bruxas terminou. As bruxas venceram. Porque não tirar proveito disso?

SOBRE FALSOS PUDORES

Quando um satanista aprende nas suas primeiras práticas que um ritual de destruição pode realmente causar, dores, doenças e acidentes existe uma súbita animação com as possibilidades. Mas é só quando causamos de fato a nossa primeira morte que tomamos consciência do que temos em mãos e em geral damos alguns passos para trás. Conseqüentemente passamos a ser bem mais criteriosos com nossa prática. Não entendo isso como covardia mas como um sinal de inteligência e valorização do templo satânico. A consequência é que deste ponto em diante os rituais de destruição passam a ser bem mais raros.

Com a prática do esoterrorismo este problema é resolvido, pois todos os dias podemos ler nos jornais e programas policiais alguns bom exemplos de pessoas consumindo espaço e oxigênio que poderiam ser melhor aproveitados por um enxame de baratas.

SOBRE A METODOLOGIA

Existem muitas práticas que podem ser usadas, seja o Ritual de Destruição proposto por Anton Lavey na Bíblia Satânica ou a boa e velha Goétia. No final deste artigo colocarei alguns links de sugestão. Esoterrorismo entretanto não é tanto sobre métodos, mas sobre metas. Para os levemente sociopatas isso pode até transformar-se em uma espécie de jogo no qual o sucesso do magista é medido pelo número de mortes dos criminosos pretendidos.

O LIVRO DA MORTE

Seja no contexto de um templo ou de um satanista solitário pode ser interessante instituir um tomo para organizar a seleção dos alvos e grau de sucesso das operações. Um simples caderno de capa dura, de preferência negra basta. Se o grupo desejar pode-se decorá-lo com as insignas do templo e sigilos de morte ou mesmo preparar um ritual de consagração para inaugurar o caderno. Essas práticas dizem mais respeito ao templo em si e ao entrosamento dos membros do que ao esoterrorismo propriamente dito. Cabe ao grupo avaliar a importância desta etapa.

Feito isso devemos prestar atenção aos notíciarios em busca de sua primeira execução. Recomendo que seja um criminoso local que cometeu algum crime que deixe o grupo ou justiceiro solitário particularmente indignado. Estes sentimentos naturais de ódio sem dúvida serão proveitosos seja qual for a ritual executado.

Coloca-se então o nome do delinquente no caderno, acopanhado de uma descrição do seu delito que justifique sua presença ali. Se possivel inclua também uma foto que pode ser adquirida em recorte de jornais, cartazes de procurados ou nos sites das agências de segurança, por exemplo. Abaixo desta descrição coloca-se uma data final. Essa data é o prazo que a pessoa ou grupo se coloca para executar o ritual de destruição. No caso de um ritual coletivo esta é a data agendada entre todos os participantes para o trabalho em comum.

Dificilmente ficamos sabendo pela mídia sobre a morte de criminosos. Esta é outra razão para agir localmente, pelo menos no início. Seja como for no final da pratica o nome e a foto do alvo devem ser riscados no caderno. Apenas após fazer isso um novo nome pode ser colocado.

RAZÕES DO SUCESSO

Quem tentar por alguns meses prosseguir nesta prática verá como ela é efetiva. A razão disso é que a maior parte dos elementos que fazem um ritual falhar não estão presentes no esoterrorismo. Uma das causas de um ritual de morte não se cumprir é a crença interiorisada de que a vítima não merece este tratamento e que você é que está errado. Outra razão é quando nossa urgência por um resultado nos faz duvidar da eficácia do ritual, como quem dá uma agulhada em um boneco e logo em seguida coloca o ouvido na parede para ver se o vizinho esta gritando. A terceira razão de fracasso costuma ser um sentimento de culpa enrustida, como a alimentada pelas igrejas cristãs, uma crença de que nunca devemos fazer o mal a ninguém. Em todos estes casos o esoterrorismo não é afetado, pois estamos lidando com alvos que sem dúvida merecem a morte ou coisa pior, e que não nos afetam diretamente, e portando não gera ansiedade. Quando a qualquer sentimento de culpa que possa existir ele é completamente superado por um sentimento mais nobre e mais forte de justiça.

DOS RITUAIS

Sobre o ritual utilizado para a execução pode ser qualquer um, entretanto o ritual de Destruição proposto por LaVey em sua Bíblia Satânica é o que mais indico  pois se for feito como indicado ele será bem sucedido mesmo se feito por uma pessoa sem muita experiência com rituais. Contudo segue alguns titulo de outros rituais de destruição que podem ser usados, além, é claro, da prática bem feita de sigilização.

  • Ritual de Eliminação
  • Goetia Luciferiana
  • Liber Draculae
  • Conjuração do Qisdygym
  • Caixa de Cthulhu

ÚLTIMAS OBSERVAÇÕES

Por fim, umas pouca anotações que podem ser úteis:

  • O melhor horário para um ritual de destruição é entre as 3 e 4 horas da madrugada.
  • No dia da execução deixe o caderno aberto na página da vítima em um lugar que não deixará de ser visto por você e demais participantes. Isso criará antecipação e aumentará seu ódio de confrontar o inimigo.
  • Durante o ritual não projete imagens de danos menores, como acidentes, doenças temporárias ou mera dor. Fixe em morte violenta, tiros na cabeça, acidentes graves de trânsito e soluções suicidas.
  • A carga emocional é algo importante pois é o que realmente alavanca a magia. O ódio pode ser uma coisa excelente se o admitirmos honestamente e o direcionarmos de forma adequada.

Morbitvs Vividvs

Morbitvs Vividvs é autor de Lex Satanicus: O Manual do Satanista e outros livros sobre satanismo.

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