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Realismo Fantástico

O Homem de Gelo Maldito

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Em 1991 descobriram nos Alpes Ötztal, entre a Austria e a Italia, uma múmia presa em uma geleira. A batizaram como Oetzi, por causa do local onde foi descoberta – Oetzi o homem de gelo. Mas poderiam muito bem tê-la batizado como “BlackNeKron, A Morte Congelada Desgraçada Que Aguardava Pacientemente No Gelo!”

Nos 13 anos que seguiram sua descoberta nada mais do que 7 pessoas envolvidas com o achado morreram. Ok, pessoas que acham múmias na europa geralmente são velhinhos bonachões que usam macacõezinhos verdes e sabem o que a palavra “tirolesa” de fato significa, e por serem velhinhos eles geralmente morrem mesmo 13 anos após as descobertas, certo? Bem, em alguns dos casos as mortes de fato parecem acontecimentos comuns e esperados, mas 4 delas foram tão bizarramente violentas que quando olhamos para todas não podemos ignorar a sensação de que aquele caçador de couro de mais de 5000 anos de idade pode não ter ficado feliz de ter sido descoberto e depois cutucado, fotografado e bolinado por um bando de gente usando roupas brancas e luvas de borracha – ou pelo menos deveriam ter usado luvas de borracha.

A primeira morte aconteceu em 1992 quando Rainer Henn, o patologista forense que empacotou o pobre Oetzi em um saco plástico usando as próprias mãos, foi morto em um acidente automobilístico quando rumava para uma conferência mundial para discutir o picolé. O próximo foi Kurt Fritz, o guia montanhês que levou Henn até Oetzi e consequentemente revelou a face da múmia. Ele morreu em uma avalanche. Nosso vencedor número 3, o homem que teve a sorte de filmar a descoberta morreu de tumor cerebral.

E se você acha que essas são as mortes grotescas, se enganou. Helmut Simon, aquele que em companhia da esposa foi o primeiro a encontrar o homem de gelo, desapareceu da face da terra em 2004. Quando encontraram seu corpo ele estava de cara para baixo, dentro de um riacho. De cara para baixo dentro do riacho onde ele pousou depois de cair de um penhasco de mais de 900 metros de altura. Helmut foi encontrado por uma equipe de buscas liderada por um sujeito chamado Dieter Warnecke, e parece que Oetzi não gostou de terem se metido em sua vingança contra aqueles que profanaram seu descanso, pois uma hora depois do funeral de Helmut, Dieter morreu de ataque cardíaco.

Eu sei o que você deve estar pensando: “grande porcaria. Se fosse mesmo uma maldição TODOS que entraram em contato com o homem de gelo deveriam ter morrido, certo?” E você não estaria sozinho. Konrad Spindler, o primeiro examinador da múmia disse exatamente essas palavras, ou algo bem próximo disso, na verdade ele disse exatamente: “Eu acho [que essa história de maldição] é um monte de besteira. Foi tudo uma jogada da mídia na época. Logo logo a próxima coisa que vão dizer que é que eu serei o próximo”.

Repare que eu disse que você não “estaria” sozinho, infelizmente seis meses depois de sua declaração cética, ponderada e sóbria, Konrad morreu por causa de complicações de uma esclerose mútipla. Acredito que seria correto afirmar que pelo menos a ironia é algo que pode ser comprovado cientificamente.

A morte mais recente aconteceu em 2005. Tom Loy foi o responsável por descobrir sangue humano nas roupas e armas de Oetzi. Ele morreu de uma doença sangüinea hereditária. Irônico não? O cara pesquisando o sangue – não da múmia mas que estava em suas roupas e armas – morrer de uma doença do sangue? Mais irônico é nos atentarmos ao fato da doença ser diagnisticada em 1992, logo após descobrirem BlackNeKron, A Morte Congelada Desgraçada Que Aguardava Pacientemente No Gelo… ops… Oetzi. Se você parar pra pensar, isso significa que você está colocando sua vida em risco só de ler este texto.

Claro que as coisas ficam ainda mais cabreiras pelo fato de Oetzi ter morrido de uma forma peculiar. Estudando seu corpo ficou evidente que ele sofreu de um caso peculiar de ser atingido com uma lança seguido de um esmagamento de cabeça causado por pedradas. Podemos dizer que ele próprio foi vítima de uma morte violenta, deixada apodrecendo em alguma encosta de montanha. Não é difícil imaginar um grupo se reunindo em volta e amaldiçoando não apenas o caçador, mas qualquer um que ousassem tocar no maldito para todo o sempre.

Obito

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