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Magia do Caos

Salto Dimensional: O universo não ajuda? Troque de universo

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por LöN Plo

“O otimista acredita que vivemos no melhor dos mundos.
O pessimista teme que isto seja verdade.”
– James Branch Cabell

Salto dimensional é uma técnica magística criada dentro da corrente do caos que se popularizou a partir de 2014 utilizando a crença-ferramenta da teoria dos Multiversos. A técnica considera que “tudo que é possível é obrigatório”, ou seja todas as linhas do tempo e futuros alternativos existem em algum lugar e de alguma maneira a consciência pode transitar entre elas. Isso é feito o tempo todo – no presente – quando escolhemos entre opções que se apresentam. Viver é surfar entre os mundos possíveis. Mas para adeptos do Salto Dimensional mesmo quando as opções não estão presentes é possível por meio de algumas técnicas deslocar-se até um universo mais favorável. Não apenas isso mas nosso próprio passado e personalidade se tornam editáveis pois tudo o que poderia ter acontecido, mas não aconteceu, ocorreu no passado de algum outro universo. Em outras palavras, é possível que amanhã você vá trabalhar com pessoas muito diferentes das que foi ontem ou seja uma pessoa muito diferente da que é hoje. É possível viajar para o universo paralelo em que você vai conhecer a pessoa da sua vida nesta sexta feira e é possível literalmente apagar alguém da sua vida.

Não é só você que está lendo este livro, mas infinitas versões idênticas, infinitas versões levemente diferentes e infinitas versões absolutamente bizarras da situação atual. Também chamada de “Salto Quântico”, “Mudança de linha do tempo”, “Troca de Universo”, “Mudança na Matrix” ou simplesmente “Slidding” esta prática magistica consiste em encontrando a vibração de onde deseja ir e pular de realidade para um universo que esteja mais afinado com suas intenções

A Meta-Crença do Multiverso

A hipótese do Multiverso foi estabelecida a partir de 1952 quando Erwin Schrödinger, um dos pioneiros da física quântica. Em uma palestra feita em Dublin, não antes de avisar a plateia que poderiam considerá-lo “lunático” disse que as equações que lhe renderam o prêmio Nobel pareciam descrever várias histórias diferentes, “não como  alternativas, mas como tudo realmente acontecendo simultaneamente”.  Esta ideia foi desenvolvida em seguida por físicos como Hugh Everett e Bryce DeWitt para formar a atual Interpretação de muitos mundos (IMM) que propõe matematicamente a existência de universos paralelos. A IMM foi incorporada por outros físicos e matemáticos em seus modelos como nas Teoria das Cordas, no Realismo Modal, e na Teoria M. Autores de divulgação científica como Brian Greene e Max Tegmark trouxeram estas teorias para o grande público que logo foi absorvida pelos roteiros de ficção científica como Quantum Leap, Sliders e Rick and Morty.

Uma nova definição de Eu

Para os magistas em geral, uma das coisas mais difíceis com esta técnica é lidar com a mudança no conceito do que “você” é que surge de sua prática. Talvez por isso esta operação tenha caído tanto no gosto dos caoístas. Embora isso não seja necessário para fazer o salto, é provavelmente uma de suas consequências mais úteis e libertadoras.

Você pode assumir a forma deste ou daquele mundo, mas como uma poça de água que se ondula, você ainda é essa água. O que você realmente é é uma “consciência” no qual surgem experiências. Estas experiências que você está tendo de ser uma pessoa em um mundo é realmente um pensamento sobre “ser uma pessoa em um mundo”. Ocorre que são pensamentos 3D de altíssima-definição, absolutamente imersivos e multissensorial – e nós naturalmente confundimos partes desse pensamento com quem realmente somos. Quando a experiência muda seu ‘eu’ também muda. A mesma consciência pode experimentar ser um padre capuchino do século XV,  um mamute da Era do Gelo ou um mercenária das colônias marcianas durante a primeira grande guerra solar. Em cada caso a consciência estaria convencida de ser aquilo que experimenta.

Existem vários métodos que podem nos ajudar a reconhecer isso. O que todos eles têm em comum é que você para de tentar pensar na experiência atual (que apenas cria mais experiências) e, em vez disso, sente diretamente a consciência dentro de você.

A meditação é um desses métodos, no entanto é uma ótima técnica para não se esquecer desta sua natureza, mas depende da chance de já se ter tido um vislumbre dela em primeiro lugar. Esse vislumbre (que os budistas chamam de Satori) pode ser conseguido através de muita de yoga, hipose, pela leitura textos como os de Robert Anton Wilson,  George Berkeley, Aforismo de Patanjali, mas também com um único e bem sucedido Salto Dimensional.

Métodos 

A técnica mais antiga envolve a visualização do hipercubo no estado próximo ao sono acordando no dia seguinte em um novo universo. Desde então outra técnicas foram criadas como as que serão descritas abaixo mas em essência todos os métodos de magia multidimensional descrevem um mesmo principio: definir um destino, permitir uma mudança de formatação, separar-se do padrão sensorial atual e desencadear uma substituição.

Um ponto em comum relatado pelos praticantes é que é mais fácil deslocar-se para um universo com um futuro ou um passado diferente mas no qual o presente é semelhante. Este é o princípio por trás da técnica do espelho:

Método do Espelho

Este é o método original de espelhamento postado por Korrin85.  Em primeiro lugar, você vai precisar de um espelho. Quanto maior o espelho melhor. O ideal seria o do tamanho de um portal que você poderia atravessar sem se abaixar. Os melhores horários para fazer isso são à noite. As operações de sucesso tendem ocorrer por volta das 12h-3h

Desligue todas as luzes, elimine o máximo de barulho possível e sente-se de frente para o espelho. Tenha uma vela entre o espelho e você. Todo o resto ao seu redor deve estar escuro.

Escolha o universo que você quer ir, seu destino. Por exemplo, você pode ir para um universo onde você ganhou na loteria ou em um no qual tem mais facilidade para ganhar dinheiro, quanto maior o contraste com seu universo atual maior a dificuldade de mudança.

Relaxe, limpe sua mente. Concentre-se em seu reflexo. Veja seu reflexo como outro VOCÊ. Um VOCÊ de algum universo paralelo,  identifique-se com este VOCÊ e visualize a realidade que já está lá, com seus sentimentos específicos daquele passado ou futuro alternativo. Você pode definir um destino por meios puramente emocionais, visualizando um Você mais confiante, Feliz ou Inteligente. É necessário cuidado aqui pois um pequeno pensamento negativo pode alterar seu destino  e fazer com que você salte para uma dimensão para a qual não pretendia ir.

Apague a vela com um sopro e coloque-se em um estado meditativo. Este estado é o ponto de encontro entre os dois universos (e todos os universos na verdade. Quando retornar o salto estará feito. Reserve alguns dias para observar quaisquer alterações ocorreram.

Uma questão a ser levantada é: o que acontece com o eu da outra dimensão? Alguns dizem que ele pode vir de um universo espelhado e valoriza e despreza exatamente as coisas contrárias a você. Mas nem precisa haver necessariamente outro “você”. É como nos sonhos nos quais você alterna de vidas, personas sem necessariamente tomar o lugar de ninguém. Há inúmeras respostas possíveis para esta questão mas em última instância ninguém sabe a resposta.

Método dos dois copos

Pegue dois copos e escreva em um pedaço de papel o nome da Dimensão atual, pode ser qualquer nome que lhe lembre o status quo. No segundo copo coloque o nome da Dimensão para a qual você deseja mudar. Por exemplo se você quer obter uma promoção no trabalho escreva “Estagnação” em copo e “Promoção” em outro. Se busca uma mudança interna pode ser “Mediocridade” em um e “Excelência” em outro, etc.

Afixe cada pedaço de papel em um copo cada. Pegue o primeiro copo que tem a Dimensão atual e encha-o com água. Considere sua situação atual por um breve instante.

Pegue o primeiro copo com a água da dimensão atual e e despeje lentamente a água no segundo copo que é a dimensão desejada. À medida que despeja a água, sinta-se tão fluido quanto a água movendo-se para aquela dimensão.

Observe esta água e visualize a dimensão desejada sentindo as emoções e vendo-se já em seu destino com a condição, coisa,  pessoa ou lugar da sua intenção da forma mais perfeita que puder.

Em seguida, pegue a água e beba-a completamente. Entre em modo meditativo até atingir o estado de pura consciência por alguns instantes.

Quando chegar, se os copos e papeis também existirem na próxima dimensão, limpe-os e guarde-os.

Protocolos de entrada

Não espere fogos de artifícios nem qualquer mudança repentina. Siga seu dia normalmente e deixe a nova dimensão se apresentar aos poucos sem forçar nada. Com o decorrer dos dias você pode começar a notar mudanças internas ou externas.

Algo que pode acontecer algumas vezes é o descompasso no tempo como se o relógio interno estivesse se adaptando. Isso pode acontecer com sensações de deja vu, perceber que dirigiu 100 quilômetros em 10 minutos ou mesmo esquecendo um dia inteiro.

Mais provável é que seja mudanças pequenas como uma cicatriz que aparece ou desaparece misteriosamente ou algum fato trivial que apenas você se lembra que ocorreu de uma dada maneira.  Pode ainda  ser uma mudança em traços de personalidade, habilidades que surgem ou se perdem e gostos pessoais novos que afloram ou desaparecem. Se a mudança foi para um universo mais distante poderá perceber que seu gato é um cachorro ou passar pelo Efeito Mandela no qual algum grandes fato histórico é diferente do que você lembra. Quanto maior a mudança percebida maior foi o seu deslocamento.

Por fim o Salto Dimensional pode ser não apenas uma técnica mas uma nova meta-crença de como a magia funciona. Um modelo mágico  que explica, dá suporte aos atos mágicos. Uma estrutura que pode funcionar tão bem quanto os modelos espiritualistas, energéticos, mentalistas o informáticos. Nele, qualquer ato mágico, seja lançando um sigilo ou invocando um elemental, o que está acontecendo é simplesmente a seleção do magista de qual universo-futuro é o mais apropriado para suas intenções dentro todos os universos-futuros imediatamente disponíveis. A diferença é que na técnica do Salto propriamente dita este passo pode ser muito maior.

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