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O Altar dos Mortos

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 Liber Falxifer I

A veneração das sombras ancestrais da linhagem flamejante é uma parte importante do culto necrosófico de Qayin e existem muitos trabalhos diferentes relacionados ao chamado, alimentação e comunhão com o Morto Poderoso. Exotericamente estas práticas podem ser comparadas aos cultos dos mortos que existem em outras tradições nas quais as almas ou sombras dos defuntos são honradas e lhes são dadas certas oferendas específicas que acredita-se que as nutrem em suas existências pós morte, e que fortalecem sua influência e manifestação sobre seus descendentes vivos.

A diferença entre a veneração ancestral do culto Qayinita e as outras tradições é que o foco de nossa cultura é colocado nos Espíritos Ancestrais, ao invés de ser nos membros falecidos da família o qual é geralmente relacionado apenas pela carne, e não pelo espírito. Os Antepassados Espirituais são aqueles do Sangue de Qayin, o Morto Abençoado e Poderoso que, em vida, trilhou o caminho da transgressão transcendental e se tornou um fora da lei, similar à escolha do próprio caminho. Acredita-se que Qayin seja o verdadeiro antepassado de todas as bruxas e daqueles que têm o Espírito desperto, e devido a isso, apenas aqueles Mortos Poderosos de Seu Sangue são ritualmente cultuados e contatados.

Isto não significa que todos os mortos com os quais se teve laços terrestres de sangue devam ser excluídos da veneração ancestral. Nestes raros casos em que outros entre os mortos são considerados úteis para a prática mágica e desenvolvimento espiritual, é possível incluí-los em certos aspectos nos trabalhos do Altar dos Mortos.

Este contato com os mortos deve ser o objetivo principal para desenvolver e fortalecer as habilidades mediúnicas do indivíduo, necessárias para alcançar a Gnose Necrosófica que é buscada através de trabalhos necromânticos e da comunhão com os espíritos ctônicos. Os mortos que servem Qayin também possuem grande sabedoria que podem compartilhar, tanto através de sonhos como em estado desperto. Além disso, seus poderes também podem ser usados, quando for preciso, para manipular e colocar ideias dentro da mente alheia.

Os trabalhos com os mortos podem ser feitos de muitas maneiras diferentes, mas em contraste com os trabalhos necromânticos mais extremos geralmente realizados em cemitérios, os mortos também podem ser trabalhados entre as paredes da própria casa do indivíduo, através do altar dedicado aos Mortos Abençoados.

Este Altar dos Mortos, que é completamente separado do altar do Senhor da Morte, serve como um portal entre os vivos e os mortos. Contrariamente aos ritos mais agressivos da necromancia no qual os mortos são conjurados, comandados e obrigados a obedecer o indivíduo, os trabalhos realizados através do Altar dos Mortos são muito mais respeitosos e sem qualquer elemento de restrição ou coerção. Esta diferença baseia-se sobre o fato supracitado de que as sombras convidadas e invocadas através deste altar são aquelas da própria ancestralidade verdadeira e sagrada do indivíduo. Esta também é a razão pela qual é possível e esperado que se tenha em sua morada um tal ponto de entrada para os mortos.

Os mortos que são trabalhados nesta maneira ‘familiar’ não são confundidos com os mortos ameaçadores e obsessivos que são usados em certos trabalhos maléficos do culto, pois estas sombras de mortos desalmados jamais são veneradas da mesma forma que o Morto Poderoso, e quando são dadas oferendas a estas sombras como pagamento por seu trabalho obscuro, isto é sempre feito entre as tumbas do cemitério, que é sua morada.

Todos os objetos que são usados neste contexto de doação aos mortos, tais como garrafas de bebidas, pratos, tigelas, candelabros e cinzeiros, devem ser adquiridos para este motivo específico e não ser usado por ninguém. Servir a comida dos mortos em um prato no qual alguém comeu é um tabu e visto como um ato com as mesmas consequências de se oferecer sua própria força vital aos mortos famintos, o que pode acarretar doença e morte.

O Altar dos Mortos pode ser construído diretamente sobre o chão ou em uma mesa, e deve se localizar preferencialmente na parede nordeste ou oeste da casa. Não é recomendável montar este altar no quarto de dormir, pois há o risco dos efeitos dos mortos sobre o sono e os sonhos aumentarem muito com o tempo, causando fadiga física e mental. Também não é sábio montar este altar diretamente sob a luz do sol, pois os raios do sol pode ter um efeito de erradicação e esvaziamento das sombras dos mortos.

O que se segue é uma descrição da configuração de um altar tradicional para o culto das sombras ancestrais:

Na parte de trás do altar, próximo da parede, são colocadas três velas brancas ou vermelhas em candelabros adequados. O sigilo a seguir, chamado de Portal dos Mortos, é colocado no centro do altar:

Portal dos Mortos

O Sigilo Chave em torno do Portal dos Mortos tem como propósito manter o portal aberto e manter o poder do ponto limiar no centro do sigilo, que age como um caminho aberto entre os vivos e os Mortos Abençoados.

O sigilo do Portal dos Mortos é pintado em uma folha de papel, pergaminho ou outra superfície compatível, limpa, com tinta preta na qual tenha sido misturada cinzas de mirra e losna queimada. Ou então, o sigilo pode ser pintado ou marcado de outras maneiras em uma roda, uma plaqueta de argila ou madeira em forma de disco. Esta placa de argila ou madeira deve ser consagrada pela fumaça de incenso de mirra e losna, e o sigilo deve ser traçado com a tinta supracitada. Em alguns casos, quando um altar em madeira for usado, o sigilo todo pode ser entalhado ou pirografado no centro da mesa, que é consagrada pela aspersão de uma tintura forte de mirra e losna.

No meio do sigilo, sobre o símbolo central da cruz, é colocada uma garrafa grande de conhaque. Um pedaço de quartzo transparente é posto dentro desta garrafa, que então é cheia até a borda com a Água dos Mortos.

Também são colocados em torno no sigilo central do altar um copo de café, um pequeno prato para doces, uma tigela para oferendas de comida, uma garrafa especial para libações alcoólicas, um braseiro para queimar incenso, uma caixa de fósforos, um cinzeiro, e um maço de cigarros ou cigarrilhas. Se forem usados sobre o altar símbolos ou pinturas representando os mortos que o indivíduo trabalha, geralmente são colocados em um dos lados das três velas.

O trabalho com o Altar dos Mortos é realizado ás segundas-feiras, geralmente entre as 21 horas e a meia noite. Na primeira vez que o altar for usado, o trabalho deve ser iniciado com a fumigação de todo o altar e de todos os objetos sobre ele. O incenso deve consistir de 3 partes de losna, 3 partes de mirra e 3 partes de sândalo.

Em contato com o primeiro convite e invocação aos Mortos Poderosos, deve-se servir uma oferenda de comida, licor, água, café preto, doces, pães, incenso e tabaco. É muito importante lembrar que os mortos odeiam sal, então tenha certeza que todas as comidas servidas no altar estejam sem sal. É por esta mesma razão que se deve evitar de guardar sal perto do Altar dos Mortos.

Antes das três velas serem acesas, a garrafa que foi colocada sobre o sigilo do Portal dos Mortos deve ser enchida com água, na qual três gotas de tintura de losna devem ser adicionadas a fim de fortalecer a porta aberta ao reino das sombras.

Todos os rituais que têm como objetivo conjurar os mortos ou os espíritos ctônicos devem começar com três batidas com a mão esquerda na superfície do altar. Pode-se também bater com o pé esquerdo no chão três vezes, ou com a ponta de uma varinha mantida na mão esquerda três vezes no tampo do altar.

A varinha usada nos trabalhos no Altar dos Mortos não é a mesma varinha da Vara Bellicum de Qayin, que tem o poder de conjurar e obrigar os mortos à sua ordem. A varinha para o chamado dos Mortos Abençoados tem cerca de 50 cm de comprimento e é tirada de um galho de tramazeira. Ao contrário dos poderes agressivos do abrunheiro para controle dos vivos e dos mortos, a tramazeira possui atributos muito benignos e suas batidas no Portal dos Mortos altar soa como um convite e boas vindas ás sombras ancestrais dos Mortos Poderosos.

Após as três batidas, as velas são acesas e recita-se a invocação a seguir, ou algo similar:

Eu invoco os Mortos Poderosos, os exaltados de minha própria Linhagem Oculta, em cujos passos, em nome do Mestre Coroado de Fogo, eu caminho na vida assim como na morte!

Em nome daquele Outrora Amaldiçoado e Abençoado Sete Vezes Qayin, eu te invoco, Oh Sombras Poderosas de minha real Ancestralidade, e te peço para estar presente e aceitar estas oferendas simples dadas pelos viventes para os mortos!

Venha e levanta-te através do Portal dos Mortos, Oh tu que habita o Reino da Morte e, em nome de Qayin Dominor Tumulus, permita-te fortalecer pelas oferendas servidas sobre teu altar e em troca me conceda a Gnose Necrosófica e tua proteção!

Venha e abençoe os vivos que não se esqueceram das poderosas obras dos Mortos Abençoados!

Cada oferenda colocada no altar é apresentada aos mortos, e a eles é dito para compartilharem e se alimentarem. Incenso de mirra é queimado junto com as oferendas aos mortos, para que fortaleça a presença e os poderes das sombras. A Água dos Mortos, colocada no centro do sigilo, é o ponto focal usado durante estes trabalhos, e age como um elo físico entre o astral ctônico e o reino físico. Esta água, fortalecida pelas gotas de tintura de losna e de quartzo, possui o poder de concentrar e manifestar as correntes sombrias dos mortos. Um bom presságio ocorre se a água da taça central ficar cheia de bolhas minúsculas de ar, pois isto é algo tradicionalmente interpretado como um sinal da presença dos espíritos e das sombras.

Quando todas as oferendas forem servidas, o cigarro ou cigarrilha é aceso em nome de Amiahzatan, e sua fumaça é soprada por todo o altar e todas as oferendas colocadas sobre ele. Quando restar menos da metade do cigarro, coloque-o no cinzeiro e deixe para os mortos fumarem, e é dito a eles para virem se fortalecer pelo bafo ardente de Amiahzatan e, em troca, que concedam todas as suas bênçãos. A oferta do tabaco geralmente é seguida por uma meditação contemplativa sobre a taça de água no centro do Portal dos Mortos, com o propósito de estabelecer alguma forma de contato com a resposta dos mortos. O trabalho termina com uma oração ás sombras ancestrais. As três velas são deixadas para queimar até o fim, como uma última oferenda aos mortos, que irão se deleitar sobre suas oferendas enquanto as velas do altar estiverem queimando.

A comida ofertada é deixada sobre o altar por pelo menos 24 horas antes de ser descartada numa floresta ou levada a um cemitério e colocada sobre um túmulo. As outras oferendas, como os doces, tabaco, licor, café e água, podem permanecer no altar até a próxima segunda feira, quando serão descartadas de modo similar à oferenda de comida, e trocadas por outras frescas.

As oferendas que devem ser dadas toda segunda feira antes da meia noite são as três velas, a Água dos Mortos, incenso, café e pão sem sal ou doces. Licor, tabaco e oferendas adequadas de comida são frequentemente reservadas para dias e festejos sagrados e especiais, ou como pagamento em troca de alguma bênção concedida em específico pelos ‘mortos familiares’.

O dia sagrado que representa um papel muito importante no culto dos mortos é o dia 31 de outubro, quando, de acordo com antigas tradições, é a noite em que o véu entre os vivos e os mortos está mais fino e os portais do submundo estão abertos. Na noite de 31 de outubro, todas as oferendas tradicionais são servidas e os mortos são convidados a voltar e participar dos festejos que foram preparados para eles. Após a meia noite, os trabalhos com os mortos são finalizados e os rituais de seu Mestre são iniciados, já que esta noite também pertence a Qayin Dominor Tumulus.

O Altar dos Mortos

É habitual deixar as oferendas dadas na noite de 31 de outubro no altar por duas noites completas. Então, na noite de 2 de novembro, elas devem ser trazidas a um cemitério e exposta, junto com outros pequenos presentes, entre as tumbas dos mortos.

Trabalhar com o Altar dos Mortos da maneira descrita neste pequeno texto tem muitos benefícios. Pode-se rapidamente e efetivamente contribuir para o despertar e o desenvolvimento das habilidades mediúnicas do indivíduo, assim como conferir uma maior percepção sobre os mistérios da morte e dos mortos. A maneira correta de trabalhar com as sombras e tendo uma atitude respeitosa em relação aos mortos também resultará no fortalecimento de todo trabalho mágico futuro que canaliza o poder dos mortos, e pode abrir muitas vias e portais que antes estavam fechadas. O culto das forças dos Mortos Poderosos é outro passo para a Grande Obra que tem como objetivo conceder ao iniciado a oportunidade de partilhar da iluminação dos poderes da morte enquanto ainda estiver vivo.

Os Trabalhos do Altar Qayinita

A montagem do altar da linha Qayinita de nosso culto da morte assemelha-se à dos altares do Culto Privado descrito na primeira parte desse livro. Todavia, há também certas dissimilaridades quando se trata dos detalhes da montagem e das maneiras nas quais o altar é usado.

O altar Qayinita deve ficar de frente ao quadrante norte da bússola, enquanto o Norte é o ponto cardeal da morte, dos mortos, e do sol do submundo. Enquanto dentro do Culto Privado, é preferível basear o altar diretamente no chão por causa da ligação ao reino ctônico e à morte acre, mas se isso não for possível por razões práticas, uma mesa de altar de tamanho adequado pode ser usado como alternativa. Em muitos casos, a mesa deve ser primeiramente marcada como os símbolos sagrados e Sigilos de Qayin, que podem ser entalhados, pintados ou queimados na madeira. Então, a mesa deve ser coberta com um pano preto de altar.

Ao invés de duas velas de sete dias colocadas aos lados direito e esquerdo do fetiche central, é habitual usar três velas de altar sobre o altar Qayinita. Mais frequentemente, uma vela vermelha é colocada ao lado direito da estátua, um vela preta é colocada ao lado esquerdo dela, e uma vela metade vermelha/metade preta é colocada em frente à ela (ou, em alguns casos, atrás dela. As velas à direita e esquerda da estátua são usualmente de tamanho regular, enquanto a vela central é frequentemente de sete dias ou outra variedade de vela grossa. Em outras palavras, ela deve ser muito maior e mais grossa do que as outras duas velas.

Antes de inscrever as velas com seus respectivos feitiços sigílicos e invocações, elas devem primeiramente ser limpas com várias gotas de extrato de arruda (a Tintura do Fogo Verde). Então, usando um Estilete da Arte, um prego de caixão, ou um espinho pego de uma rosa ou de um espinheiro-negro, o Sigilo da Chave do Poder é traçado verticalmente para baixo de todo o comprimento da vela vermelha. A vela preta é inscrita em uma forma similar, mas com o Sigilo da Chave de Banimento. E, finalmente, a grande vela central é inscrita quer com todos os sete Sigilos Chave, ou um dos Sigilos circulados de Qayin. As velas entalhadas do altar são então ungidas com óleo de mirra ou patchuli, ou algum outro óleo Saturnino.

Sobre os altares exclusivamente dedicados ao aspecto de Qayin como Senhor dos Mortos e Mestre de todos os Cemitérios, uma vela preta e branca (preta na metade superior, com branco na metade inferior) é colocada ao lado direito do fetiche central, e uma vela preta e branca (branca na metade de cima, com preto na metade de baixo) é colocada ao lado direito dela. O Sigilo Chave da Necromancia é traçado sobre a vela do lado direito, e o Sigilo de Qayin Dominor Tumulus é inscrito na vela central. Neste contexto, a vela do lado direito representa o poder do Mestre para trazer vida aos mortos, a vela colocada sobre o lado da mão esquerda representa seus poderes para trazer morte aos vivos, e a vela preta central representa a Grande Cruz Negra e a Luz Negra da Morte/essência espiritual de Qayin.

Os trabalhos conduzidos perante os altares Qayinitas são sempre abertos por batidas, com a mão esquerda ou uma vara adequada, três vezes sobre o terreno/chão, ou sobre o próprio altar (se uma mesa de altar é usada). Alternativamente, ou um sino pode ser tocado três vezes, ou uma corneta de osso humano pode ser soada três vezes, de acordo a abrir os caminhos e invocar as Hostes da Morte. O chamado triplo é seguido pela Fórmula do chamado, que é cantada sete vezes consecutivas.

Após a sétima e última entonação da fórmula, as velas do altar são acesas (com um fósforo mantido em sua mão esquerda) começando com a vela à direita do fetiche central, seguido pela vela à esquerda e, finalmente, a chama é dada à vela central. A iluminação das três velas do altar sinaliza a completa abertura do trabalho em mãos e as chamas que representam a coroa de chamas triplas do crânio do Mestre Qayin, ativam e despertam os poderes assentados dentro da estátua do altar e todos os outros talismãs sagrados e fetiches adornando o altar.

Quando se trata de oferendas semanais, que são dadas nas noites de segunda-feira após meia-noite, o incenso é dado primeiramente e queimado em nome de Qayin. Ele é exigido em troca de usar Suas Sete Chaves para abrir todos os caminhos fechados e portais que podem conduzir ao sucesso e à vitória.

A entrega do incenso é seguida pela oferenda de libação de licor, que é derramado ou aspergido sobre os fetiches do altar, ou simplesmente servido dentro de um copo de vidro colocado sobre o altar. Em troca das libações, Qayin é convidado a conceder sabedoria e Gnose Necrosófica.

Um copo de água fria, o elemento dos espíritos e fantasmas, é então colocado sobre o altar. A água atua como o portal entre os vivos e os mortos, e serve para canalizar e alimentar as correntes espirituais invocadas através do altar. Dentro deste contexto, a água é vista como um “espelho líquido” sem “traseira ou dianteira”. Este é elemento que conecta o reino ctônico com o reino terrestre, e liga o reino terrestre ao astral. Em troca pela água, Qayin é convidado tanto para conceder poder mundano quanto espiritual. Também é habitual colocar feitiços, sigilos e petições escritas sobre pedaços de papel branco sob o copo de água, de acordo a canalizar o poder concedido pelo Mestre para manifestar mudanças em conformidade com a própria vontade.

A entrega do copo de água é seguida pela oferenda de tabaco. Um charuto é aceso em nome de Amiahzatan (o grande demônio do tabaco) como uma oferenda ao Mestre Qayin, e sua fumaça é soprada sobre o fetiche central e todos os outros objetos sagrados sobre o altar. Em troca da fumaça provida de energia de Amiahzatan, o Mestre é convidado a fortalecer todos os laços entre o próprio Self (Eu) e as Hostes da Sombra da Morte, e a conceder tanto abundâncias e riquezas tanto mundanas quanto espirituais.

Isto é seguido por algum tipo de oferenda de alimento que podem variar de um prato de costeletas de porco cruas ou coração cru de um porco ou cordeiro, a doces, ou um pedaço de um pão sem sal contendo absinto e moldado em forma de um crânio. Em troca da oferenda de comida, o Poderoso Portador da Foice é convidado a conceder Sua proteção e usar Sua sangrenta foice de acordo a voltar as armas dos inimigos contra eles mesmos e refletir o mal que eles projetam de volta a eles sete vezes.

Em seguida, algumas flores adequadas (cravos ou rosas vermelhas) são colocadas dentro do vaso do altar. Alternativamente, alguma outra espécie de oferenda do Reino Verde pode ser dada, por exemplo, madeira entalhada ou mistura especial de incensos. Em troca de sua oferenda, Qayin Dominor Tumulus é convidado a conceder as bênçãos, poderes e orientação dos Mortos Poderosos (As Sombras de Linha de Sangue Ardente) e a fortalecer toda a magia conectada ao reino dos mortos e ao cemitério.

Finalmente, a vela preta é purificada, entalhada e ungida com óleos adequados e dada como uma oferenda ao Primeiro Assassino. Essa vela é colocada à frente do altar e acesa em nome do Portador da Morte, e o Mestre Qayin é convidado a trazer terror Saturnino, loucura e morte dolorosa a todos os inimigos conhecidos e desconhecidos.

Se esta vela preta é para ser acesa para um inimigo específico, então o nome dele ou dela é escrito sete vezes sobre um pedaço de papel e cruzado sete vezes com o Sigilo da Chave do Banimento, que deve ser escrito verticalmente no nome do alvo. Este pedaço de papel é colocado sob a vela, que é deixada para queimar completamente. O papel é depois conduzido (junto com as outros oferendas) ao cemitério na noite seguinte e queimado em nome de Qayin Occisor. Suas cinzas são então dispersas sobre a sepultura na qual as outras oferendas devem ser colocadas.

As datas mais importantes dentro da linha Qayinita são 31 de Outubro, o Solstício de Inverno, que cai em torno de 21 de Dezembro e as Doze Noites Liminares de *Yule. Adicionalmente, a cada sexta-feira 13 é dada uma atenção especial, enquanto ela representa o dia em que Qayin derramou o sangue de Abel dentro de muitas tradições mágicas populares.

Nessas datas especiais do calendário, é habitual trazer oferendas ao altar ou a um dos vários lugares sagrados conectados ao Senhor da Morte, e conduzir formas mais avançadas de trabalhos mágicos com a ajuda do Mestre Qayin, cujos poderes são considerados mais fortes e mais fáceis para canalizar durante esses dias e noites sagrados.

* Yule é uma celebração do Norte da Europa que existe deste os tempos pré-Cristãos. Os pagãos Germânicos celebravam o Yule desde os finais de Dezembro até aos primeiros dias de Janeiro, abrangendo o Solstício de Inverno. Foi a primeira festa sazonal comemorada pelas tribos neolíticas do norte da Europa, e é até hoje considerado o inicio da roda do ano por muitas tradições Pagãs. Atualmente é um dos oito feriados solares ou Sabbats do Neopaganismo. No Neopaganismo moderno, o Yule é celebrado no Solstício de Inverno, por volta de dia 21 de Dezembro no hemisfério Norte e por volta do dia 21 de Junho no hemisfério Sul.

Na Península Ibérica é costume festejar-se o Yule Ibérico, organizado conjuntamente pela Ordem Portuguesa de Wicca e pela Ordem Espanhola de Wicca. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Yule).

Fonte: Liber Falxifer: O Livro do Ceifador da Mão Esquerda, Parte II, por N.A – A. 218.

Traduzido Por: Strige Kjosja E Frater Nigrvm K. Kyaho Tormentvm 218.

Texto revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

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