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Explicações (e divergências) dos fenomenos espiritualistas pelo ocultismo

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Robson Belli

Este artigo é uma divulgação dos dogmas da magia ocidental, referente a uma visão cosmogônica especifica de doutrinas muito antigas como a cabala e o misticismo ocidental, é apenas a visão do ocultismo ocidental frente a estes fenômenos.

  1. Materializações (pseudo espirituais) são condensações da luz astral (mental dos presentes) através da força vital (Prana/Qi ou Ki/ectoplasma) do médium, isso quando não são fraudes verificáveis ou truques baratos.

Segundo o autor e grande ocultista Stanislas de Guaita:

“Os Espíritos Elementares e os Elementais são rudimentos do Mediador Plástico, destituídos quer de alma consciente, quer de corpo material, suscetíveis, todavia, por condensação, de se tornarem visíveis, e, até mesmo, palpáveis. Afetam, então, a forma dos seres de que se aproximam. O ocultista (que os atrai, que os domina e que os dirige por intermédio de seu próprio corpo astral) pode dar-lhes, à vontade, a aparência de qualquer objeto, contanto que determine mentalmente a natureza do objeto designado, e que, em sua imaginação, burile vigorosamente seus contornos.

Talvez, seja à divulgação mal compreendida das doutrinas cabalísticas referentes à questão dos espíritos elementares que se possa de atribuir as aberrações do Espiritismo contemporâneo.

 Por mais bizarros que sejam os fatos observados, não há nada que não seja natural, pois que, no sentido que as pessoas geralmente atribuem ao vocábulo, o sobrenatural não existe.

  1. O que é atraído para uma sessão mediúnica (muitas vezes) não é a verdadeira personalidade do falecido, que provavelmente já tenha até se elevado, mas uma “casca”, um resquício que contem memorias e que se alimenta da energia vital do médium e dos presentes.

Eliphas Levi diz o seguinte em seu livro Ciência dos espíritos:

Três comandam três, por meio de três. Existem os espíritos do alto, os de baixo e os do meio; em seguida, se voltares à escada santa, se escavares ao invés de subir, encontrarás a contra-hierarquia das cascas ou dos espíritos mortos.
Sabe somente que os principados do céu, as virtudes e as potências não são pessoas, mas dignidades. São os degraus da escada santa ao longo da qual sobem e descem os espíritos. Miguel, Gabriel, Rafael e os outros não são nomes, mas títulos

E em Dogma e Ritual da alta magia encontramos a seguinte:

“Os cabalistas comparam o espírito a uma substância que fica fluida no meio divino e sob a influência da luz essencial, mas cujo exterior se endurece como a cera exposta ao ar, nas regiões mais frias do raciocínio ou das formas visíveis. Essas cascas ou envoltórios petrificados (diríamos melhor, carnificados, se o termo fosse francês) são a causa do erro e do mal, que provêm do peso e da dureza dos envoltórios anímicos. No livro de Zohar e no da revolução das almas, os espíritos perversos, ou maus demônios, não são denominados de outro modo senão de cascas, córtices”

  1. Leis e fenômenos místicos desconhecidos do médium entram em ação, o que contribui para uma intepretação equivocada por parte destes ou dos participantes do que realmente ocorre nas sessões espiritas.

No livro A chave da Teosofia de H.P.Blavatsky lemos o seguinte:

T: De muitas maneiras. As causas de tais manifestações não são tão simples como crêem os espiritas. Antes de tudo, o deus ex machina das chamadas “ materializações” é geralmente o corpo astral ou “ duplo” do médium, ou de outra pessoa presente. Também é esse corpo astral o produtor ou força ativa nas manifestações de escrita sobre pedras, como as de “ Davenport” .

P: Foi dito “ geralmente” : o que é então que produz o restante?

T: Depende da natureza das manifestações: às vezes são restos astrais, as cascas kamolóquicas das personalidades que foram; e outras, os elementais. “ Espírito” é uma palavra de múltiplo significado. Na realidade, ignoro o que entendem os espíritas por esse termo; mas o que pretendem, segundo entendo, é que os fenômenos físicos são produzidos pelo Ego que se reencarna, pela “ individualidade” espiritual e imortal. Refutamos inteiramente essa hipótese. A individualidade consciente dos mortos não pode se materializar, nem abandonar sua própria esfera mental devakhânica, para voltar ao plano de objetividade terrestre.

  1. O médium é um agente passivo de forças que desconhece e não domina, correndo sérios riscos. O ocultista é um agente ativo de forças que conhece e domina.

Nenhuma citação se faz necessária aqui, é evidente para qualquer um que os médiuns (quando honestos com suas crenças e praticas) são agentes passivos no processo de contato com o ente espiritual, sendo usado como peça do processo, enquanto que um ocultista que esta evidentemente evocando algo do qual sabe que tipo de força esta chamando, evidentemente está consciente e ativo no processo de contato com o mundo espiritual

  1. Um médium pode, de forma inconsciente, moldar formas psíquicas no plano astral, o que gera relatos de realidades que, sendo próprias do plano material, não podem ocorrer nos planos sutis.

Chamamos isto dentro do ocultismo de formas pensamento, consulte o livro Autodefesa psíquica de Dion Fortune.

  1. Segundo o ocultismo, a incorporação não é possível, mas um médium pode incorporar ele mesmo, refletindo aspectos do seu eu interior e, por vezes, produzir mensagens e escritos de natureza inspirada.

No livro A chave da Teosofia de H.P. Blavatsky lemos o seguinte:

P: Sem dúvida muitas comunicações recebidas de “ espíritos” revelam não só inteligência como conhecimento de fatos ignotados pelo médium, e algumas vezes até fatos que não estão conscientemente presentes no espirito do investigador ou de qualquer outro componente da reunião.

T: Isto não prova que a inteligência e o conhecimento mencionados pertençam a espíritos ou emanem de almas desencarnadas. Existiram sonâmbulos que compuseram músicas, poesia e resolveram problemas matemáticos durante seu período de êxtase, sem nunca terem tido conhecimentos de música nem de matemática. Outros respondiam inteligenternente às perguntas que lhes faziam, e, em vários casos, até falavam idiomas como o hebreu ou o latim, que desconheciam totalmente em estado de vigília — e tudo isto enquanto estavam profundamente adormecidos. Você acha que esses fenômenos eram produzidos por “ espíritos” ?

  1. A má compreensão de princípios ocultos da origem as teorias do espiritismo, mesmo quando os fenômenos são autênticos.

E Stanislas de Guaita confirma o que pensa Blavatsky dizendo o seguinte:

“Denominado também de corpo astral, este mediador, composto de luz bipartida fixa ou especificada, e de luz bipartida volátil, pode coagular ou dissolver, projetar ou atrair uma porção do fluido universal. Ele possibilita ao adepto influenciar toda a massa de luz astral, nela criando correntes e produzindo fenômenos surpreendentes, que a ignorância comum qualifica como milagres. Os cabalistas reconheceram a existência positiva de miragens animadas, espécies de coagulações da luz astral. É a má compreensão das doutrinas cabalísticas que ocasiona as teorias do espiritismo contemporâneo. Não contestamos a realidade física das manifestações, o que dissemos acerca da luz astral deve elucidar o leitor quanto a causa eficiente e aos modos de produção dos fenômenos extraordinários em que os espiritualistas pensam ver a mão dos desencarnados”


Robson Belli, é tarólogo, praticante das artes ocultas com larga experiência em magia enochiana e salomônica, colaborador fixo do projeto Morte Súbita, cohost do Bate-Papo Mayhem e autor de diversos livros sobre ocultismo prático.

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