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A Caveira Lucífera

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Excerto do Liber Falxifer I

Em adição aos métodos já mencionados, estes também são outros meios os quais os poderes mágicos dos crânios-fetiche de Qayin podem ser empregados dentro do contexto dos rituais das velas queimando. Por exemplo, um crânio-fetiche pode ser criado na forma de um castiçal, de tal forma que seus poderes sejam ativados através da iluminação da vela colocada dentro dela. Durante os processos de criação destas caveiras lucíferas que canalizam poder das Chamas Saturninas de Qayin, um buraco apropriado é feito no centro da cúpula do crânio. Ele deve ser profundo e largo o suficiente para prender firmemente uma vela de tamanho normal.

Cada vez que este fetiche lucífero é usado, uma vela na cor correspondente a esse crânio em si é purificada com extrato de arruda, inscrita com os relevantes sigilos e fórmulas, e coberta com os óleos e ervas apropriados. A vela carregada é posicionada dentro do crânio-fetiche, que é colocada sobre o altar ou sobre um dos sigilos que melhor corresponde ao poder do crânio. Então, quando a vela é acesa em conexão às invocações dos poderes do Mestre Qayin, sua chama ativa a carga estabelecida através das fórmulas e sigilos inscritos sobre a vela junto com os óleos e ervas com os quais tenha sido coberta. Simultaneamente, ela também “aquece” e desencadeia os poderes assentados dentro do próprio crânio-fetiche. A vela é deixada para queimar completamente, e quando a chama da vela estiver extinta, o feitiço está totalmente lançado.

Se a caveira lucífera rachar devido ao calor da vela, isto deve ser interpretado como um sinal de que os poderes do fetiche foram completamente gastos com o trabalho para o qual ele foi utilizado. Neste caso, o crânio-fetiche é trazido a um cemitério e queimado dentro de uma sepultura. A sepultura usada para este enterro deve, como de costume, receber as mesmas oferendas como àquelas dadas durante a aquisição do solo dos mortos.

Se a caveira lucífera é para ser usada dentro do contexto de trabalhos de banimento contra um inimigo, vínculos complacentes, tais como fios de cabelo, recortes de unhas, pedaços de pano, pertences pessoais, ou qualquer outra coisa que tenha estado em contato próximo com o alvo da maldição, são colocados dentro do buraco da vela no topo do crânio. (Alguém pode alternativamente colocar todos esses vínculos embaixo do crânio).

O nome do inimigo é então inscrito sete vezes em sentido contrário, e em uma espiral reversa descendente, em torno da vela preta, e a Chave Sigilo de Banimento é entalhada em linha reta vertical que cruza o nome do alvo. A vela inscrita/entalhada é então ungida com óleo de maldição, ou fomentada com óleo de rícino, óleo de palmeira vermelho ou óleo feito de gordura de animal, e embelezada com o pó de maldição. É durante a unção da vela que todo o ódio e vontade de punir o inimigo deve ser conjurado e direcionado para ela, através de uma visualização vívida do sofrimento e falecimento do alvo.

A vela de maldição carregada é colocada no topo do crânio, de modo que ela sele o buraco onde os vínculos ao alvo tenham sido colocados. A Insígnia da Morte Marte-Saturnina é então desenhada com uma tinta adequada magicamente carregada (ou sangue de porco) sobre uma folha de papel, e o poder do sigilo é ativado com a fumaça de enxofre, mirra e tabaco. O sigilo consagrado é então colocado perante o altar de Qayin e a caveira lucífera é posicionado no centro dele.

Os poderes de Qayin são chamados na forma tradicional e o Mestre é convidado a dar a Sua ajuda, bênçãos e poderes para o trabalho de banimento que estás prestes a ser feito em Seu nome. Neste ponto, o pagamento através de oferendas adequadas são protegidas em troca da rápida e impiedosa punição do inimigo, e a vontade de destruir o alvo é mais uma vez conjurada e projetada para o crânio-fetiche.

A vela do crânio-fetiche é então acesa e 13 pregos grandes, que tenham sido consagrados para o trabalho antecipadamente, são aquecidos na chama de vela, um por um, até a dor causada pelo prego quente tornar-se insuportável e o prego é, neste ponto, encravado na vela. O sofrimento causado pelos pregos quentes é usado para concentrar ainda mais as energias negativas para a vela e, através dos vínculos colocados dentro e sob o crânio, dirigir as venenosas correntes em direção ao alvo da maldição.

Quando todos os 13 pregos tiverem sido encravados na vela acesa da caveira lucífera, o poder do Mestre é mais uma vez chamado para punir o inimigo com a Escuridão Saturnina, e o Primeiro coveiro é convidado a cavar uma sepultura para a pessoa tola o suficiente para bloquear o caminho de um de Seus fiéis seguidores. Isto é seguido por uma contemplação meditativa dos poderes obscuros que tenham sido postos em movimento contra o inimigo, e o trabalho é fechado de modo tradicional, enquanto a vela do crânio-fetiche é deixada para queimar completamente.

Na noite seguinte, o crânio-fetiche portando a chama é coberto em sua negra mortalha e devolvido ao seu lugar sobre o altar, mas se tornou-se rachado ele deve, na mesma noite, após a batida da meia-noite, ser levado para um cemitério e queimado na forma supracitada.

Os 13 pregos podem ser empregados em diferentes formas a fim de fortalecer a maldição. Eles podem, por exemplo, serem atirados sobre o degrau da porta da casa do alvo ou serem pregados em seu/sua janela e molduras de porta. Os pregos podem alternativamente serem encravados em um pedaço de carne, levados a um cemitério e enterrados lá em uma espécie de enterro simbólico do inimigo. Aos mortos são dadas as habituais oferendas e são, em nome de Qayin Dominor Tumulus, convidados para devorar o inimigo como o pedaço de carne é devorado pelo túmulo.

A Vara Fetiche das Sombras Mortais

Uma outra forma muito mais avançada e potencialmente mais poderosa de usar a caveira lucífera está nos trabalhos da chamada “vara-fetiche” ou “vara de caveira”. Existem muitas maneiras secretas de criar este tipo de vara-fetiche dentro de nossa linha de práticas, mas devemos agora descrever resumidamente cada uma das varetas-fetiche que são utilizadas para conjurar as sombras dos mortos e os espíritos do submundo.

Os seguintes elementos são necessários a este trabalho:

  • um galho de teixo (taxus baccata) adquirido e preparado conforme a tradição.
  • Tinta vermelha, faca de entalhe, ou uma ferramenta para marcar o galho.
  • Incenso composto de losna, mirra, sândalo e patchouli.
  • 7 medidas de cordão preto, cada um com cerca de 60 cm de comprimento
  • diversos objetos totêmicos/talismânicos de poder (veja instruções)
  • 1 caveira lucífera, preparada para este propósito
  • sangue de porco (ou a mesma tinta vermelha usada para a vareta)
  • 2 ossos de tíbia humanos
  • cordão preto extra para amarrar
  • terra de 7 sepulturas adquiridas conforme a tradição (veja instrução)
  • farinha de ossos e cinzas de humanos e animais
  • patchouli
  • folhas de tabaco
  • um vaso grande de terracota não vitrificada ou urna
  • 7 pedras de ônix
  • 1 cristal de quartzo grande
  • libação alcoólica adequada (vinho tinto, absinto, rum, etc).

A vara deve ter idealmente entre 120cm e 150cm de comprimento e feita de um galho reto ou um tronco delgado de teixo, no entanto, em determinados trabalhos, abrunheiro ou freixo também podem ser usados. O teixo é uma árvore relacionada com a morte, ressurreição e imortalidade, e, como o abrunheiro, também é aliado aos espíritos da morte e sombras dos mortos.

É preciso, portanto, demonstrar ao teixo e seu daemon grande respeito quando qualquer parte dele for colhida para um trabalho mágico. Em troca do que lhe é tomado, o teixo deve ser recompensado com oferendas adequadas, como libações de cerveja ou vinho tinto, sete velas vermelhas, tabaco, mel, um pedaço de prata, mirra e incenso. A doação das oferendas garante as bênçãos do daemon mortífero do teixo venenoso, e asseguram que as partes tiradas da árvore mantenham o poder e o espírito coletivo de todos os teixos conectados.

 

A casca da vara deve ser removida e guardada para trabalhos mágicos futuros, e as duas pontas da vara devem ser seladas com a cera das velas pretas e vermelhas do altar. Isto é feito com o objetivo de selar os poderes da árvore, imbuí-las com o poder do qual as velas consagradas do altar estão relacionadas, e para retardar o processo de cura, de forma que a madeira se torna resistente ao máximo. A vara é então colocada sobre o altar, ou à sua esquerda, para que seque, por um mês no mínimo.

Quando a vara de teixo tiver secado o suficiente, a cera de suas extremidades são removidas e lixadas até ficarem lisas. Então, a vara é geralmente fumigada e lubrificada com óleo de mirra pelo espaço de mais um mês, para que a madeira fique fortalecida e protegida, e também para ligá-la ainda mais com a esfera da morte e fortalecer seus poderes para agir como aquilo que abre os portais dos reinos das sombras.

Quando a madeira estiver pronta, o Sigilo Chave da Necromancia, ás vezes combinado com outros certos símbolos relacionados que podem facilitar o despertar dos mortos, é entalhado, marcado ou pintado com a tinta vermelha adequada, verticalmente, a partir de baixo do comprimento da vareta. A vara de teixo é então consagrada ritualmente em nome do Senhor de Todas as Sepulturas e, através da fumaça do incenso composto de losna, mirra e sândalo, é dedicado ao objetivo de atuar como uma ponte vertical entre os viventes e os mortos.

A consagração e dedicação ritual é seguida pela amarração de sete nós no cordão ou ‘escada de bruxa’. Em cada cordão preto, são dados sete nós, e dentro de cada nó, uma fração dos poderes do Mestre são direcionados, concentrados e solidificados, a fim de se criar literalmente sete degraus para os mortos e espíritos ctônicos escalarem.

Em cada nó, prenda algum elo de conexão com o reino da morte, tais como penas ou garras de corvo ou coruja, ossos de sapo, ossos humanos e/ou de animais, talismãs necromânticos, cruzes negras, pedras de ônix, cristais, saquinhos contendo ervas saturninas, e outros objetos apropriados de poder. As pontas soltas dos sete cordões são amarrados em torno da parte superior da vara, de modo que cada cordão fique pendurado solto na vareta quando esta for elevada na vertical.

A vara-fetiche marcada e adornada é então encimada por uma caveira lucífera, criada somente para este propósito específico. Esta caveira fetiche pode ser preta, branca, ou uma combinação destas duas cores e aspectos, e deve ser carregada com energia para atuar como uma conexão entre os vivos e os mortos. A caveira também deve ser ‘coroada’ com o Sigilo Chave da Necromancia escrito em torno do domo cranial com tinta vermelha ou sangue de porco. É muito importante que o fetiche da caveira lucífera seja fixado firmemente no topo da vara para que não caia e quebre.

 

Bem abaixo da caveira, duas tíbias humanas são cruzadas na forma de um X e amarradas bem firme, com sete nós, na parte superior da vara. Os ossos cruzados representam e são relacionados à Encruzilhada da Morte e o portal da morte em si e, além disso, possuem o poder de abrir o espaço limiar que a vara fetiche por completo destina-se a criar, manifestar e ativar.

A vara fetiche precisa ser ‘plantada’ para se tornar ativa. A terra requerida para se plantar a vara deve ser trazida de sete túmulos diferentes localizados em sete cemitérios diferentes, cada um marcado por uma cruz negra ou pedra tumular negra. Esta terra deve ser coletada por um período de sete sábados sucessivos, durante as horas noturnas de Saturno. Uma vez coletadas, as sete terras precisam ser misturadas junto com farinha de ossos e cinzas de humanos e animais, mirra, patchouli e tabaco.

 

Além disso, o vaso de terracota ou urna deve ser preparado antes da vara fetiche ser plantada dentro dele. Em seu exterior o Sigilo da Ressurreição, o Sigilo Chave da Necromancia e a Insígnia de Qayin Dominor Tumulus devem ser marcados. Então, as sete pedras de ônix e a peça grande de cristal de quartzo são colocadas embaixo do vaso. Utilize a terra misturada para encher o vaso, cobrindo as pedras de ônix e o cristal, e então o vaso estará pronto para receber a vara fetiche.

Quando a vara fetiche estiver plantada firmemente no vaso cheio com a terra energizada, seu poder se ativa com a ajuda do Sigilo do Dominor Tumulus no qual o vaso está colocado. A conjuração das sombras mortíferas é feita primeiramente batendo três vezes no chão defronte o vaso, então recite a formula e invocações apropriadas ao Senhor dos Mortos e as sombras dos reinos ctônicos.

Após a convocação dos poderes, borrife sobre o vaso, a vara erguida, os ossos cruzados e a caveira lucífera uma libação adequada, tal como vinho tinto, absinto, rum, água de nascente ou, em alguns casos extremos, sangue. Segue-se a isso a queima de um incenso composto por mirra, losna, sândalo e patchouli. A fumaça desta oferenda queimada serve para facilitar a manifestação e incorporação dos poderes desencarnados que a vara fetiche serve como ponte. Como o passo final, a vela da caveira lucífera é acesa e as forças ctônicas são totalmente conjuradas com a ajuda de formulas esotéricas, invocações e orações.

A vara fetiche das sombras mortíferas é ativada desta forma para atrair e puxar as correntes ctônicas relacionadas aos elementos cujas ‘raízes’ estão plantadas, através do poder da terra (Terra), as libações oferecidas (água), a fumaça do incenso (ar) e a chama da caveira (fogo). A luz da vela no alto da vara assinala a abertura completa da via vertical dos espíritos e sombras, e através da luz da vela e da fumaça do incenso as formas sutis são atraídas e comungam com aquele que as conjurou. Neste momento, é costume acender um charuto como oferenda para aqueles que se ergueram. A fumaça do charuto é soprada na direção da caveira lucífera, a fim de fortalecer as correntes sombrias que se manifestam através dela, e a fumaça em si é utilizada como mediadora para uma comunicação sem palavras e manifestação espiritual.

O trabalho com a vara fetiche é finalizado dando-se a licença para os espíritos retornarem para suas moradas. Extingue-se a chama da caveira em nome do Mestre da Cruz Negra, e o apagar da vela assinala o encerramento da ponte vertical e portal que há entre os vivos e aqueles que habitam além da escuridão dos túmulos.

A vara fetiche é guardada escondida debaixo de um véu negro protetor, e revelada somente quando for usada como ponte para o reino dos mortos, e nas noites de segunda feira quando será alimentada com fumaça de tabaco e oferendas de libação, a qual geralmente é borrifada por toda a extensão da vara, assim como sobre a caveira lucífera. Durantes essas refeições, a vela da caveira normalmente não é acesa, pois isto é algo reservado para a completa abertura do caminho vertical.

Dentro de certos trabalhos muito mais avançados, um crânio humano real pertencente a um assassino (representando o Primeiro Matador) ou a uma vítima de assassinato (representando o primeiro entre os mortos) é usado e colocado no alto da vara. Tal crânio deve ser obtido e consagrado de acordo com a tradição esotérica, e seu uso neste contexto pode fortalecer potencialmente o poder da vara fetiche em dez vezes; porém se não for utilizado e controlado corretamente, pode trazer a ruína e a morte ao seu dono. Devido aos aspectos secretos de tais trabalhos, não pode ser divulgado muito mais sobre eles neste e em qualquer outro livro. Aqueles que se destinarem a trabalhar com tais fetiches podem receber o conhecimento necessário e a permissão para fazê-los diretamente do Mestre.

Texto revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Fonte: Liber Falxifer: O Livro do Ceifador da Mão Esquerda, Parte II, por N.A – A. 218.

Traduzido Por: Strige Kjosja E Frater Nigrvm K. Kyaho Tormentvm 218.

Texto revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

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