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Leila Waddell: Laylah, a Mãe dos Céus

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Leila Ida Nerissa Bathurst Waddell, também conhecida como Laylah, (10 de agosto de 1880 – 13 de setembro de 1932), nascida Leila Ida Bathurst Waddell, foi uma violinista que se tornou uma famosa Mulher Escarlate de Aleister Crowley, e uma poderosa figura histórica em magia e Thelema em seu próprio direito. Enquanto o biógrafo Toby Creswell postulou que Leila era parte maori, ele não fornece nenhuma evidência disso; de fato, os registros de óbitos e casamentos de NSW mostram que ela era neta de John Crane (Coventry, Inglaterra) e Janet McKenzie (Fort William, Inverness-shire, Escócia) e John Waddell e Elizabeth McAnally (ambos do Condado de Monaghan, Irlanda).

Musicista:

Leila Ida Bathurst Waddell nasceu em Bathurst, Nova Gales do Sul, filha do Sr. e Sra. David Waddell.

Ela começou sua carreira profissional como professora de violino nas escolas Presbyterian Ladies College, Croydon e Ascham e Kambala.

Em 1908, Waddell era membra da banda cigana em A Waltz Dream no Daly’s London Theatre. Foi enquanto estava em Londres que ela conheceu Aleister Crowley. Eles estudavam o Ocultismo e tomavam mescalina juntos.

Musa de Crowley:

Ela foi familiarmente abordada por Crowley como “Laylah“, e foi imortalizada em seu volume de 1912, O Livro das Mentiras e sua autobiografia As Confissões de Aleister Crowley. Crowley se referiu a ela, variadamente, como a “Prostituta Divina”, “Mãe dos Céus”, “Irmã Cibele”, “Mulher Escarlate” e “Prostituta da Babilônia”. Seu Livro das Mentiras foi amplamente dedicado à Waddell, com poemas como “O Ornitorrinco de Bico de Pato (57)” e “As Flores do Waratah (49)”. Uma fotografia dela em ritual é reproduzida no volume.

57

KEFALH  NZ

O ORNITORRINCO DE BICO-DE-PATO

Sujeira é matéria no lugar errado.

Pensamento é mente no lugar errado.

Matéria é mente; então pensamento é sujeira.

Assim ele demonstrou, O Sábio, inconsciente de que todo lugar

é errado.

Pois não antes de ser o LUGAR (place) aperfeiçoado por um T, diz-se que ele PLACET.

A Rosa não crucificada despenca suas pétalas; sem a Rosa, a Cruz é

uma vara seca.

Reverencia, então, a Rosa Cruz, e o Mistério de Dois-em-Um.

E reverencia a Ele, que jurou por Seu sagrado T que Um não deveria ser

Um, exceto quando é Dois.

Estou contente por Laylah estar longe; nenhuma dúvida anuvia o amor.

49

KEFALH MQ

AS FLORES DO WARATAH

Sete são os véus da dançarina do harém d’ELE.

Sete são os nomes, e sete são as lâmpadas ao lado da cama Dela.

Sete eunucos A guardam com espadas desembainhadas; Nenhum

Homem aproxima-se Dela.

Em seu copo de vinho estão as sete torrentes de sangue dos Sete Espíritos

de Deus.

Sete são as cabeças d’A BESTA na qual Ela Cavalga.

A cabeça de um Anjo: a cabeça de um Santo; a cabeça de um Poeta: a

cabeça de Uma Mulher Adúltera: a cabeça de um Homem Valoroso; a

cabeça de um Sátiro; e a cabeça de um Leão-Serpente.

Sete letras tem Seu mais sagrado nome, que é

—————————–(ver figura no original)———————

Este é o Selo sobre o Anel que está no Indicador d’ELE: e este é o Selo

sobre as Tumbas daqueles a quem Ela assassinou.

Aqui está sabedoria. Que aquele que tem Compreensão conte o Número

de Nossa Senhora; pois que ele é o Número de uma Mulher; e Seu

Número é

Cento e Cinquenta e Seis.

A própria Waddell era uma escritora talentosa, uma magista. Em outubro e novembro de 1910, Crowley estrelou Waddell e outros membros de sua ordem mágica, a Argenteum Astrum (ou Astrum  Argentum), em sua série de ritos mágicos dramáticos baseados em planetas, os Ritos de Elêusis, no Caxton Hall de Londres.

Waddell em apresentação durante os Ritos de Elêusis.

Em 1912, Waddell e seus colegas alunos de Crowley, Mary Desti e Mary Butts, receberam crédito de coautoria em Magick de Crowley (Livro 4) enquanto escreviam suas palavras, ajudavam a moldá-las fazendo perguntas definidoras e suscitavam comentários de Crowley sobre pontos pertinentes. .

Crowley também estrelou Waddell, junto com outros ‘violinistas’, em um septette chamado “The Ragged Ragtime Girls” no palco de Londres. Esta trupe de vaudeville também percorreu a Europa, os EUA e a Rússia, promovida por Crowley.

Laylah foi provavelmente a musa mais poderosa de Aleister Crowley, pois inspirou vários poemas, além de vários capítulos de O Livro das Mentiras. Crowley baseou dois de seus contos em Leila – “The Vixen” e “The Violinist”.

Em 1915, Crowley ficou na base da Estátua da Liberdade e declarou a República da Irlanda em um longo e apaixonado discurso acompanhado por Waddell ao violino. A relação com Crowley se desintegrou como consequência das infidelidades dele.

Vida Posterior:

Em 1923, Waddell retornou a Sydney para cuidar de seu pai doente. Apresentou-se com a Orquestra JC Williamson Ltd no Her Majesty’s Theatre and the Criterion, e com as Orquestras do Conservatório e das Sociedades Filarmônicas. Nesse meio tempo, ela retomou o ensino, desta vez no Convent School of the Sacred Heart, em Elizabeth Bay, em Sydney.

Ela morreu, solteira, de câncer aos 52 anos. O Sydney Morning Herald observou: “Além de possuir uma excelente técnica, o estilo de Miss Waddell como violinista era particularmente marcado pelo charme e pelo refinamento”.

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Fontes:

Cresswell, Toby (September 2008), Notorious Australians: The Mad, the Bad and the Dangerous, Sydney: ABC Books, pp. 57–60.

NSW Births, Deaths and Marriages records.

“Leila Waddell”The Sydney Morning Herald (obituary).

Crowley, Aleister (2010), Breeze, William (ed.), The Drug and Other Stories, Tibet, David, foreword, London: Wordsworth.

Thelemapedia. (2004). Leila Waddell. Retrieved 28 April 2006.

“Leila Waddell recognised at Bathurst 200 Celebration”

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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

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