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Do Diabo – História da Magia

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O Cristianismo, que compreende Deus como o amor mais puro e o mais absoluto, define claramente o espírito oposto a Deus. É o espírito …de ódio, é Satã. Mas este esírito não é um personagem que se deva compreender como uma espécie de “deus da maldade”. [Satã] …é uma perversidade [uma imperfeição] comum a todas as inteligências desencaminhadas. “Eu me chamo Legião — diz ele no Evangelho — porque somos uma multidão”.

A personificação e quase divinzação de Satã é um erro que se liga ao falso Zoroastro [doutrinas corrompidas do Zoroastrismo] …aos magos materialistas da Pérsia. Eles transformaram em deuses dois pólos do mundo intelectual. …A este respeito [sobre o mal], expomos aqui qual é o ensino secreto dos iniciados das ciências ocultas.

…O grande agente mágico, chamado justamente Lúcifer, porque é veículo da luz e receptáculo de todas as formas, é uma força intermediária onipresente em toda a Criação …e serve tanto para criar quanto para destruir [ou, serve para FORMAR e para TRANSFORMAR]. …A queda de Adão [alegoria] foi uma embriaguês erótica que tornou sua geração [existência] escrava desta luz fatal. …Toda paxão amorosa que invade os sentidos é um turbilhão dessa luz que nos arrasta parao golfo da morte. …A loucura, as alucinações, as visões, os êxtases, são uma exaltação perigosa dessa luz interior.

Essa luz é da natureza do fogo, cujo emprego inteligente aquece e vivifica, cujo excesso, ao contrário, queima, dissolve e aniquila. Essa luz, enquanto devoradora …seria o fogo do inferno, a serpente da lenda. …As ações do mal dirigidas pela vertigem da luz astral, as miragens enganadoras de prazer, de riqueza e de glória …seriam as pompas do inferno. Tudo o que entrega nossa alma à fatalidade das vertigens é, de fato, infernal …[desordem], ou seja, o oposto do que visto como céu, reino da ordem.

Os possessos do Evangelho fugiam diante de Jesus Cristo, os oráculos calavam-se diante dos apóstolos e os doentes alucinados manifestavam repugnância pelos sábios e iniciados. A cessação dos oráculos e das possessões era uma prova do triunfo da liberdade humana sobre a fatalidade. Quando as moléstias astrais se mostram de novo, é um sinal funesto que anuncia o enfraquecimento das almas. O célebre criminalista Torreblanca, que estudou a fundo as questões da magia diabólica [e sua relação com o crime], descreveu precisamente todos os fenômenos de perturbação astral. No sumário do capítulo XV da Magia Operatória […Torreblanca, atribuindo doenças à ação do demônio permite entender que “o demônio”, é uma perturbação da inteligência que dá causa a ações ditas demoníacas.] Eis parte do sumário do livro:

1º O esforço contínuo do demônio mira levar-nos ao erro.

2º O demônio engana os sentidos perturbando a imaginação…

5º e 6º Quando o equilíbrio da imaginação e da razão é destruído por uma causa mórbida, sonha-se acordado e pode-se ver com aparência real o que não existe…

10º As visões saem de nós e são reflexos de nossa própria imagem.

11º Os antigos conheciam duas moléstias que eles chamavam, a uma frenesi e à outra coribantismo. A primeira fazendo ver formas imaginárias; a segunda fazendo ouvir vozes e sons que não existem…

Os enfermos de perversão astral são inclinados ao mal e entristecem-se com a alegria dos outros. É também a perversão astral …que produz os abusos sexuais. Cada um dos vícios humanos e terrenos personificou-se em um demônio que é uma imagem negativa, desfigurada da divindade. São ídolos da morte:

Moloch é a fatalidade que devora os filhos.

Satã e Nisroch são “deuses” do ódio, da fatalidade e do desespero.

Astartéia, Lilith, Naema e Astaroth são os ídolos da devassidão e do aborto.

Adramalaque é o “deus” do assassínio.

Belial produz a revolta e a anarquia.

Para os iniciados, [o diabo] não é uma pessoa; é uma força [criadora que seres animados e inteligentes usam livremente, para bem e para o mal] …[Em sua] …forma mitológica e cornuda, [é o ] deus Pã; daí veio o bode do sabá [e as figurações desta força que acabam se impondo às mentes mais simplórias que, não entendendo as idéias abstratas sobre o mal, acolhem facilmente representações concretas dotadas de forma e personalidade].

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