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Cultos Afro-americanos

Quimbanda Brasileira e o Satanismo Anticósmico

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 por T.Q.M.B.E.P.N

“O Culto aos Espíritos Despertos”

Parte I

“Que V.S Maioral nos guie e não permita que nossas palavras corrompam a grandeza de Vossas legiões.”

Iniciamos esse ensaio agradecendo novamente o convite dessa revista eletrônica que demonstra tratar-se de uma das poucas publicações desprovidas de ‘mesquinharia’ intelectual. Nosso estimado Pharzhuph tem erguido uma bandeira eclética e edificante que tem sido fonte de apoio para todos os que comungam da Verdadeira Luz. Por tal motivo, acreditamos que certos assuntos de cunho esotérico e restrito podem ser vinculados a esse meio onde encontrão ‘terra fértil’ para germinar.

“Ambiciono que o idioma em que eu te falo
Possam todas as línguas decliná-lo
Possam todos os homens compreendê-lo.”
– Augusto dos Anjos

O intuito desse ensaio é estabelecer uma relação entre dois sistemas magísticos distintos que possuem raízes em Tradições obscuras e que criaram ‘novas portas’ visando transmutar conceitos estagnados. A Quimbanda Brasileira praticada dentro do Templo de Quimbanda Maioral Beelzebuth e Exu Pantera Negra trata-se de um conjunto de ideias e práticas magísticas onde a Tradição e a Evolução caminham concomitantemente. Isso nos permite traçar paralelos e alcançar respostas de forma teórica, prática e comparativa. Estabelecer relações entre os Sistemas não significa segui-los como via evolutiva, tampouco, vincularmos ou camuflarmos o Culto de Exu dentro de outros parâmetros.

Entendemos que durante muitos anos a Quimbanda foi desenvolvida dentro de ambientes maculados, exotéricos, não fundamentados e estagnados onde as pessoas sorviam a seiva amaldiçoada que escorre pelas raízes da ‘Arvore da Vida’ enquanto estigmatizavam seu nome. Em diversos locais a prática se tornou um verdadeiro ‘teatro’ movido pelo Ego de seus participantes limítrofes que usavam as ‘máscaras de Exu’ para ocultarem sua sensibilidade à rejeição e aos sentimentos de insegurança quanto à auto-identidade. Lamentavelmente, muitos “terreiros/templos/casas” ainda vivem atrelados aos transtornos paranoicos, porém, V.S Maioral eclodiu sua “primium-bivio itineris” e expandiu a Quimbanda para dentro de círculos esotéricos sérios e dispostos a entrar em guerra contra a inércia e a sandice que norteia o Culto de Exu. Sabemos que em nome da estabilidade de suas mentiras alguns indivíduos insistem em proteger a forma de suas pedras cúbicas, mas a Verdadeira Quimbanda sempre estará disposta a rachar essa pedra e dividir seus fragmentos entre as Almas Ígneas.

Interpretamos a Quimbanda como uma via estrategicamente criada para produzir um embate interno e externo ao Sistema vigente através da quebra e modificação de conceitos éticos e morais e pelo direcionamento que os espíritos dão aos adeptos aptos às sendas da “Sabedoria Proibida”. Possibilitar evolução através da Sabedoria e incitar o embate a valores ultrapassados e estagnados faz da Quimbanda uma via Luciférica e Satânica que promove mudanças capazes de transformar as estruturas egoicas. Entretanto, não podemos confundir os traços paralelos com a própria essência do caminho espiritual. A Quimbanda é uma via Luciférica e Satânica, todavia, não pode ser confundida com Luciferianismo ou Satanismo.

A Quimbanda é fruto de uma Tradição própria que envolve história, religiosidade, regionalismo e mescla cultural. Os fundamentos Satânicos e Luciferianos viventes em sua essência esotérica agem como adjetivos, ou seja, como qualidades existentes, invisíveis aos olhos profanos e ocultas sob as ‘máscaras de Exu’.

Apesar de a Quimbanda ter sua construção particular, certos conceitos estão em concordância com os divulgados pelo Satanismo Anticósmico. O processo comparativo que traçamos neste ensaio visa corroborar com a quebra dos hipócritas valores enraizados de cunho alienador. Entendemos que informação gera mudanças internas que podem refletir externamente. Essas ações externas podem gerar mudanças nos fluxos pré-determinados pelo Sistema Escravista regente e de certa forma cria um embate às forças do Falso-Deus, cuja Corrente Anticósmica denomina ‘Demiurgo’. A Quimbanda Brasileira entende que esse embate ocorre de quatro formas diferentes:

– Através da modificação alquímica interna dos adeptos;
– Por meio de ritualísticas evocatórias e invocatórias específicas;
– Pela emissão energética ocorrida no processo de incorporação;
– Através da ação individual e coletiva dos Mestres e Mestras que se encontram Assentados

Acreditamos que quando um adepto compreende essas quatro formas de embate e através de seu comportamento procura corroborar torna-se uma poderosa arma viva, um elemento extremamente perigoso capaz de desestruturar uma parcela do Sistema. Esse raio de ação é variável, porém, todos que se dispõem à ‘guerra’ são considerados seres diferenciados.

Quando iniciamos o projeto da Quimbanda Brasileira e construímos o T.Q.M.B.E.P.N fizemos de forma consciente, pois víamos claramente certas rachaduras dentro do Culto que possibilitavam a infiltração gerando transformações nas formas de pensamento e ação. Acreditávamos que certos conceitos eram tão superficiais, errôneos e estagnados que marcaram a Quimbanda como algo repulsivo, um culto onde não existia evolução alguma, apenas uma possível amenização dos desejos através da exteriorização da vontade. Sob nosso entendimento, satisfazer esses impulsos faz parte da Quimbanda, entretanto, focar o Culto apenas para cumprir um papel amenizador limita e condiciona a ação das Correntes Ocultas por trás da Máscara de Exu. As experiências contrastantes do nosso cotidiano criam efeitos colaterais e esses geram os desejos, porém, existem inúmeras armadilhas que estão entre o próprio desejo e o processo de autoconhecimento. Sem o autoconhecimento toda função de embate ao Sistema, cujo pilar sustentador é a Sabedoria, torna-se equivocada e os adeptos acabam presos aos impulsos grosseiros.

A evolução dentro da Quimbanda é algo notório, porém, como estava muito atrelada à Umbanda (salvo em raras exceções), permaneceu marginalizada durante décadas. As publicações inerentes à Quimbanda são conceitos e visões deturpadas vindas através da mente deformada daqueles que jamais entenderam a função e o grau de Exu. As relações e comparações que tais escritores propagaram não se tratavam apenas de falta de compreensão, mas (sob nosso entendimento) de um erro proposital e limitador. Foi justamente nesse erro que enxergamos a fragilidade e, em nome da Luz Luciférica, decidimos desfigurar intencionalmente alguns conceitos para posteriormente propagarmos a verdade acerca das forças cultuadas na Quimbanda.

Assim, traçamos vários paralelos até concebermos algo –não estático– que pudesse alicerçar essa transformação mantendo em nossas essências as reais intenções resguardadas e guiadas pela fonte interna. Essa estratégia de infiltração e corrupção é retratada em algumas Ordens e Templos internacionais que propagam o Satanismo Anticósmico e tem como fundamento combater as energias do Aéon atual através de uma profunda modificação e despertar interno. Essa mutação (Alquimia) transforma o adepto em um portal vivo e ativo para a ação das forças espirituais rebeldes ao Sistema Vigente. Entendemos que cada adepto desperto age como uma ‘gota de veneno’ capaz de contaminar (no sentido de libertação) os ‘reservatórios da massa cega que nada mais são do que poças de água parada’.

A ‘gota que pode envenenar’ visa à destruição e reconstrução sob novos patamares energéticos. Esse ‘veneno’ também age como libertador, pois quando começa contaminar (através de diversos meios) faz com que algumas pessoas enclausuradas aos Sistemas estagnados tenham contato com os fortes impulsos libertadores e dêem seus gritos de liberdade. Esse embate ocorre em razão da ação opressora emanada pelo “Falso-Deus” e seus agentes que ocultam e incitam a marginalização todos os Cultos religiosos que não servirem-no como fonte energética. A verdadeira essência necrosófica da Quimbanda foi guardada durante anos por aqueles que conseguiram um despertar interno intenso o suficiente para escapar das emanações provindas do “Falso–Deus”. Esses antepassados, mesmo desprovidos de literatura, tinham o real contato com os espíritos e os separaram por Grupos, Reinos, afinidades e meios de ação. Mesmo com poucos recursos, deixaram-nos caminhos relevantes para uma nova geração dar prosseguimento nesse legado.

A história da Quimbanda foi feita por pessoas cujas almas emanavam uma energia diferenciada. Essa força é denominada ‘Chama Negra’, ou melhor, a própria essência de Maioral, a energia que afeta a Criação através da emanação desperta de seu portador. Os homens e mulheres chamados de ‘Chama Negra’ são regentes de seus sentimentos e abismos internos. Diferentes da grande massa, essas pessoas compreendem suas energias sombrias e as adaptam segundo suas necessidades. O Satanismo Anticósmico entende que a ‘Chama Negra’ (ou Fogo Acausal) é a força caótica que molda os Seres “Nascidos do Fogo” (Fireborns) fazendo-os transcender as limitações causais do Ego. O Ego, segundo essa Corrente, é condicionado apenas pela mente consciente, submissa às Leis do Cosmo, inimigo do ‘Eu’ obscuro. Anticósmico pode ser resumido da seguinte maneira: Define-se como todas as formas legítimas de combate à escravidão imposta pelo Sistema Demiúrgico, livres de dualidade e conceitos morais, éticos e religiosos, cujo objetivo principal é devolver ao Caos primordial todas as fagulhas usurpadas ilegitimamente na formação do Cosmo e de toda matéria, destruindo as estruturas sefiróticas, bem como findando os pólos de energia sustentadores da farsa universal.

Dentro dos ensinamentos da Corrente Anticósmica, entende-se que os portadores da “Chama Negra” são seres humanos que, apesar de possuírem uma força diferenciada, ainda enfrentam o escravista e cíclico processo de reencarnação. Dessa maneira faz-se mister aos seguidores dessa Fonte de Sabedoria fornecerem energias para que os seres enclausurados espiritualmente incitem seus núcleos imortais de tal forma que se transformem em Nexions ou Poderosos Portais capazes de permitirem às potencias caóticas (exteriores ao Cosmo) a manifestação nesse plano e a ação incisiva no processo de destruição do Sistema Escravista. A Quimbanda também tem essa função, entretanto, faz uso de rituais necrosóficos para que os Poderosos Mortos, denominados Exus e Pombagiras, sejam os condutores na busca pela Fonte de Luz

Outra diferença é que a Quimbanda oferta aos seus adeptos a oportunidade de escapar do cíclico e escravista sistema de reencarnações inserindo o adepto nas Colunas de Maioral.

Dentre os conceitos citados nesse ensaio, destacou-se a figura do Quimbandeiro de Alma Ígnea, avesso aos padrões que combate suas limitações e barreiras morais. Esse adepto cuja ‘Chama Negra’ fica evidente no processo evolutivo possui qualidades que grande parte da humanidade não tem. Essa diferença entre os tipos de homens é fruto do estudo de seu comportamento, espiritualidade e relação social. Por mais que sejam os entraves que cerceiam a “mente” subversiva e inconformada com os ditames repressivos, o ‘Chama Negra’ busca através da revolta aos preceitos dogmáticos a libertação do estado de ‘rebanho’. Esse espírito sabe que não é igual aos demais e sente o fogo do inconformismo consumi-lo incessantemente. Possui uma espécie de “blindagem” mental que incapacita aos inertes sistemas sócio religiosos qualquer tipo de manipulação e tem como característica principal a busca incessante pelos caminhos que conduzem à “Sabedoria Libertadora”. De forma contrária, existem indivíduos institucionalizados, inertes, adoradores dos próprios medos e barreiras psíquicas, repletos de dogmas e conceitos morais enraizados, ignorantes, manipuláveis, espiritualmente cegos e gélidos interiormente.

Essa diferença entre os homens não se trata de um discurso de separação por raça ou etnia, tampouco, alimenta o nazismo ou o apartamento por castas sociais. Partimos do pressuposto que nosso trabalho espiritual visa despertar àqueles que possuem a ‘fagulha obscura’ adormecida presa nos “vasos de barro” ou invólucros materiais (corpos). Entendemos que transcrever a diferença entre os homens é um ponto importante para elucidar o verdadeiro espírito Quimbandeiro e para isso apelamos ao Conhecimento do Satanismo Anticósmico. Desejamos usar um conhecimento esotérico alicerçado para alcançarmos certas convicções. Entendendo a natureza dos homens compreenderemos a natureza do Culto aos Exus e mais profundamente a própria natureza de Exu.

Os Três tipos de Homem

Um dos termos usados dentro da Gnose Anticósmica para diferenciar dois dos três tipos de homens é: Clayborn e Fireborn.

Clayborn é um termo que designa os “nascidos da argila”, ou melhor, os descendentes da linhagem Adâmica (terra/barro vermelho). Segundo a Tradição Satânica, a raça do barro é desprovida do Supremo Espírito/Essência da Chama Negra, portanto, composta de seres escravizados, alienados e submetidos ao ordenamento demiúrgico. São seres que prestam reverência e culto ao Deus Criador e mantenedor do Universo, o “carcereiro” de suas quintessências que os aprisionou num contínuo estado de hipnose, cegueira e renascimento. Tais seres estão submetidos à uma “Roda Arcônica” e não têm possibilidades de sorver o proibido néctar escarlate. Neste plano material, representam a grande maioria da humanidade.

Fireborn é um termo que designa os “nascidos do fogo”, ou melhor, os portadores da verdadeira fagulha espiritual/Azoth/Isfet. São seres que buscam a transcendência do “Ego-consciência” da dualidade destruindo as amarras cármicas. Os “Nascidos do fogo” representam o embate ao sistema demiúrgico e ao mundo material, afinal, possuem inscrições primais em suas fagulhas que podem ser despertas vida-após-vida inacessíveis ao bastardo Demiurgo.

São dragões adormecidos, aptos a despertarem e guerrearem em busca do Eterno Aeon Obscuro! Os poucos “Fireborns” possuem espíritos cujo pneuma é provindo da própria chama luciférica e representam uma parcela muito ínfima da humanidade.

Ao estudarmos outras tradições, encontramos reciprocidade na cultura Indiana, mais precisamente nas escolas de Tantra Yoga. Tais ensinamentos tipificam o temperamento do homem de acordo com a predominância de um “Guna”, ou melhor, na forma em que a natureza se manifesta em sua plenitude e qualidades. Da interação desses “Gunas”, a personalidade e o padrão de pensamento dos homens, bem como a qualidade de suas ações é formada. Os “Gunas” dividem-se em três aspectos qualitativos:

– Sattva: Derivado da palavra “Sat” (a verdade), tal Guna relaciona-se com a harmonia, pureza e tranquilidade. Figurativamente é o “Sol do meio-dia”;- Rajas: É o próprio dinamismo que aciona os dois demais Gunas. Relaciona-se com a ação, o movimento e a violência. Figurativamente é o “Sol Nascente”;

– Tamas: É a inércia, a imobilidade e a solidez. Figurativamente é o “Sol Poente”.

Apesar dos homens estarem sob a influência desses três “Gunas”, os mesmos se diferem na proporção que agem na vida dos mesmos. Dessas proporções três tipos de homem são encontrados:

– Pashu-bhava: É o arquétipo correspondente ao “clayborn”. Com influência direta de Tamas, o homem “Pachu” é atolado mentalmente. Confuso, ignorante e estático, é completamente amarrado ao meio social e incapaz de efetuar um julgamento desprovido de parâmetros pré-estabelecidos. Ignorante; pratica atos motivados pela “cegueira” e arca com suas costumeiras desilusões.

– Vîra-bhâva: É um arquétipo mediano, pois se encontra em constante guerra. Por ter um temperamento explosivo e entender seus desejos como metas, está em constante atividade e movimento. Por ser um amante do poder e, em determinados casos, extremamente apegado às conquistas, o homem “Vîra” pode ter uma tendência à escravidão e cegueira espiritual. Todavia, se equilibrar seu temperamento com “Sattva” gerará energia e conquistas em amplos sentidos apaziguando suas buscas.

– Divya-bhâva: É o arquétipo correspondente ao ‘fireborn”. Com influência direta de “Sattva”, o homem “Divya” é inteligente, desprovido de barreiras dogmáticas e apegos materiais. Apesar de ter coragem e aptidão para qualquer batalha, sua inquietude é apaziguada pela Sabedoria. Seu desenvolvimento espiritual, proporcionado pelo autocontrole das emoções, transformam-no num receptáculo de forças.

Após a compreensão das influências dos “Gunas” na personalidade dos homens, a Tradição Anticósmica acredita que entre o “clayborn” e o “fireborn” exista mais uma qualidade de ser humano. Esse homem está no limiar entre a cegueira espiritual e a Luz Luciférica libertadora. O homem mediano, através da Vontade, do árduo Trabalho e da Fé pode cair nas graças de Lúcifer para obter a Grande Sabedoria.

O homem mediano, chamado também como “Psíquico” ou “Ouvinte”, por ter predisposição à guerra, tem capacidade de sair da inércia do sistema demiúrgico e despertar a centelha adormecida que reside em sua eternidade.

Conclusão

Para completarmos esse primeiro ensaio, vamos resumir outro aspecto fundamental para que a realidade Exu possa ser vislumbrada dentro de um círculo mais obscuro e esotérico. Historicamente, o nome Èsú já veio da África estigmatizado com o Demônio Cristão Satanás (Arqui-inimigo de Deus). No Brasil Colônia não seria diferente, ao contrário, esse Ser Astral recebe características dos também perseguidos Deuses Indígenas e de alguns demônios trazidos pelos Jesuítas e pelas bruxas e feiticeiros deportados pelo Santo Ofício. O processo de sincretismo tratou de fazer com que o nome do Òrísá Èsú se tornasse ‘Exu’: Um título para os espíritos obscurecidos que adentravam no culto aos mortos praticados no Novo Território. Esses espíritos em sua grande maioria não estavam conectados com V.S.Maioral, mas agiram como escravos, pois abriram portais para que os Poderosos Espíritos pudessem transpassar os véus, adentrar pelas mesmas portas astrais que os demais espíritos transpassavam e aos poucos, imporem certos conceitos que hoje vivenciamos com maior plenitude.

“Quando V.S. desejou, começou separar esses espíritos por afinidade. Maioral enxergou na ancestralidade africana a força apropriada para edificar um culto próprio. Dessa forma, aproveitando-se de todo contexto histórico e político que essa terra vivia nasceu, de um nome incompreendido, uma das religiões mais temidas da Terra: A Quimbanda. Quimbanda continua sendo o Sacerdote de Cura, mas essa cura não é para doenças físicas e espirituais, é a cura da cegueira e domínio do Ego. É a cura para uma doença que se chama escravidão.” (Coppini, Danilo.Quimbanda -O Culto da Chama Vermelha e Preta– T.Q.M.B.E.P.N, Editora Capelobo- SP.)

A Quimbanda foi uma resposta vinda através das forças externas. A verdadeira função dessa gloriosa vertente foi criar um ambiente astral onde os espíritos dos eleitos pudessem continuar em estado de guerra sem estar atrelados às sendas da reencarnação, ou seja, todo espirito com pré-disposição é arrebanhado, conduzido e desperto para guerrear contra as emanações do ‘Falso-Deus’.

Dessa forma, os Fireborns e os Ouvites, puderam ter Espíritos afins para garantir suas evoluções através do culto da Quimbanda. Por isso, entendemos que os Clayborns que se envolvem com cultos como a Quimbanda ou outra vertente afro-brasileira, possuem em seu enredo espíritos de Clayborns (presos) e os Fireborns, espíritos despertos (livres), verdadeiros Mestres e Mestras. Aqui fica explicada a grande diferença na ação dos Exus e como o astral se modela de acordo com afinidades energéticas.

Finalizamos alegando que existem muitos laços que nos unem ao Tradicional Satanismo Anticósmico, porém, o mais relevante de todos é essa escalada espiritual e a forma de infiltração e envenenamento que está sendo feito por diversos Templos e Ordens. A Quimbanda é cíclica e renasce cada vez que um muro rachado não suporta a pressão dos Sete Reinos de Maioral e cabe aos Verdadeiros Quimbandeiros continuarem desbravar os planos obscuros em busca de gnoses e forças inacessíveis aos clayborns.

4 respostas em “Quimbanda Brasileira e o Satanismo Anticósmico”

Como umbandista e estudante de cultura popular noto que a relação que fazem entre Exu e Satanismo começa errada e perigosa neste texto. Ñ se trata de “mesquinharia acadêmica”, se vc ñ cita essa adjetivação sem que esteja MUITO claro que se trata que ela parte de uma falta de compreensão e de preconceito cristão, e ainda também como premissa para os etnocídios causados pela igreja com o que ela chamava de “religiões pagãs” em um projeto de aculturação predatória e sangrenta. Tenho muito receio de texto assim ser usado por conservadorzinhe de meia tigela e de pastor com sua horda de furiosos fiéis como desculpa pra se queimar terreiros e espaços de culto de matriz africana. Deve-se tomar muito cuidado pra não se (literalmente, aí no caso) demonizar a cultura afro, e se respeito à diversidade é ponto chave aqui, pfvr pontuem isso no início. De resto, tá muito interessante. Parabéns pra quem escreveu!

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