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Homem, Sansara e o Princípio Diretor

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Paulo Jacobina

O Homem é um dos estados transitórios no qual o Eu se manifesta e, como tudo o que existe e o que não existe, é composto por infinitos Eus, cada um em um estágio distinto da Consciência e responsável por reger um ponto específico da constituição do Homem.

No núcleo do Homem existe um Eu Central, que é o responsável por reger a orquestra de Eus que compõe o Homem, aplicando o Amor para que toda a estrutura se mantenha coesa. Ao seu redor, infinitos Eus se encontram, alguns em estágios mais sutis da Consciência, compondo os estágios do Psiquismo Diretor que atuam sobre o Homem; além de outros em estágios menos sutis em comparação ao Eu Central, compondo os elementos básicos que constituem o Homem. A esse conjunto de Eus centrados em um Eu Central dá-se o nome de Persona.

Em cada Persona, infinitos Eus com seus Livres-Arbítrios atuam vivenciado as situações necessárias para o deslocamento por ressonância na Consciência, fazendo uso do Amor e do Ódio. Na condição de núcleo do Homem, um dos estágios do Psiquismo Diretor, o Eu Central deve se conectar aos Eus mais sutis para receber a orientação necessária à sua transformação, bem como orientar os menos sutis, seguindo a Escada de Jacó e estabelecendo a harmonia necessária para a sutilização, para percorrer o Dharma.

RODA DE SAMSARA

Tal qual ocorre com o Planeta, a Existência e a tudo o que existe e o que não existe, todos os Eus que integram o Homem também têm os seus ciclos de sístoles e diástoles, inclusive o Eu Central. E, tal qual ocorre em todos os estágios de Consciência, o Eu Central inicia o seu ciclo no ponto de maior Vitalidade e, consequentemente, de maior estado de sutilização.

Quando atinge o seu ponto de menor fluxo de vitalidade, no ápice da sístole, o Eu Central do Homem perde a capacidade de manter coesa toda a estrutura que dá forma ao Homem, e aqueles Eus que compunham os elementos básicos da constituição do Homem são redistribuídos pelo sistema em que se encontram, de acordo com o seu estado de Consciência.

Iniciando o período de diástole, o Eu Central começa a receber mais Vitalidade, e, por isso, aumenta a sua capacidade de atrair novos Eus elementares, dando forma a outro organismo, a outra Persona. Quando essa Persona se encontra inteiramente formada no ponto de maior fluxo de Vitalidade, de maior sutileza possível para este organismo, no ápice da diástole, tem início o período de sístole.

Durante o período de sístole, em decorrência da mudança do fluxo de Vitalidade, a Persona se torna menos sutil e, por isso, começa a transitar entre Mundos Existenciais, passando a experimentar as situações desses Mundos, compatíveis aos Corpos Existenciais de que principalmente faz uso. A esse processo, que acompanha o período de sístole, costuma-se dar o nome de Encarne e, em contrapartida, ao período de diástole, dá-se o nome de Desencarne.

A Persona que durante o período de sístole ou Encarne manifesta-se, sobretudo, fazendo uso de um Corpo Físico, e durante o período de diástole ou Desencarne, sobretudo fazendo uso de um Corpo Energético.

Tanto o Encarne ou sístole, quanto o Desencarne ou diástole, são períodos nos quais a Persona manifesta-se simultaneamente em dois Corpos Existenciais com estados de sutileza próximos, como o Corpo Físico e o Corpo Energético, e por consequência, coexiste em dois Mundos Existenciais, como o Mundo Físico e o Mundo Energético[1].

No início do período de sístole ou Encarne, o Corpo Existencial mais sutil se encontra em zênite e o menos sutil em nadir. Durante esse período, o mais sutil entra em ocaso, ao passo que o menos sutil inicia a sua aurora.

E no início do período de diástole ou Desencarne, o Corpo Existencial menos sutil se encontra em zênite e o mais sutil em nadir. Durante esse período, o menos sutil entra em ocaso à medida que o mais sutil inicia a sua aurora, como duas ondas sobrepostas e que possuem a mesma frequência e amplitude, mas em oposição de fase.

PSIQUISMO DIRETOR

O Psiquismo Diretor é um dos atributos dos elementos que constituem o Grande Plano Atman, sendo responsável pelos infinitos padrões adotados por tudo o que existe e o que não existe, seja no Grande Plano Mental, seja no Grande Plano Físico, e que visam, tão somente, promover a integralidade da manifestação.

Para experimentar o Mundo de Existência, cada Eu, ilusoriamente, é submetido à atuação de elementos integrantes dos Grandes Planos de Existência, de acordo com o estado de Consciência no qual se encontra. Ao ser submetido ilusoriamente aos elementos do Grande Plano Atman, o Eu passa a adotar características desse plano existencial, à medida que se encontra mais identificado com cada Mundo Existencial.

O Eu mais próximo ao Eu Inferior gera um padrão mais simples, enquanto o Eu mais próximo ao Eu Superior dá origem a um padrão mais complexo, e tudo que se manifesta no Grande Plano Físico e no Grande Plano Mental decorre de uma amálgama dos padrões originados no Grande Plano Atman.

Essas amálgamas que se manifestam no Grande Plano Físico seguem parcialmente a classificação taxonômica[2], sendo que cada Clado[3] tem origem em um Eu.

Apenas para ilustrar, a manifestação de uma Persona só é possível em virtude da atuação de elementos do Grande Plano Atman no Eu Central, que estabelece o padrão daquela Persona. São infinitos os Eus em estados mais próximos do Eu Inferior que do Eu Central, os responsáveis pelos padrões mais simples que compõem aquela Persona, como, por exemplo, a habilidade de andar, respirar, sentir etc.

Do mesmo modo, são infinitos os Eus em estados mais próximos ao Eu Superior que do Eu Central, responsáveis por padrões mais complexos, como, por exemplo, a forma humana, as características físicas típicas de um povo, os padrões culturais, a compreensão do Todo, a manifestação no Planeta, a correlação com o Sistema Planetário etc.

[1] Em que pese a utilização do termo Mundo Energético, como ocorre com o Absoluto e com tudo o que existe e o que não existe, o nome em si não é relevante e, por isso, o Mundo Energético também, como acontece em algumas culturas, pode receber o nome de Umbra ou Umbral, Mundo Espiritual, Submundo, Salão das Duas Verdades, o Mundo das Sombras, Mundo dos Mortos, a Sombra Aveludada, Mundo Inferior etc.

[2] Modelo de classificação científica adotado pela biologia para agrupar espécies de seres de acordo com as suas características morfológicas, mas que deixa de englobar a vida que se manifesta no reino mineral, por exemplo.

[3] Clado ou ramo é o nome dado cientificamente a um grupo de organismos originados de um único e exclusivo ancestral comum.


Paulo Jacobina mantêm o canal Pedra de Afiar, voltado a filosofia e espiritualidade de uma forma prática e universalis

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