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Algumas verificações para a caçada – Manual dos Caça-Fantasmas

Leia em 12 minutos.

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Verificações comuns que podem te fazer economizar muito tempo são as seguintes:

1- Fenômenos Sonoros

A acústica é o ramo da física que estuda o som e como ele se comporta. Para um físico ela tem muitas aplicações interessantes, como o som se comporta quando aplicado através dos elementos por exemplo. Para a pessoa comum ela pode assustar, muitas pessoas não sabem que a acústica pode ser responsável por um ponto de uma casa ser capaz de amplificar o que ocorre na rua enquanto a sala toda está em silêncio.

Em um dos casos estudados pela equipe Morte Súbita Inc. acreditavam que um quarto era assombrado pelas almas de duas crianças que morreram na casa em um incêndio ocorrido há mais de 12 anos antes da visita. Em alguns dias era possível ouvir gritos e risadas de crianças no quarto, e muitas vezes eles respondiam o que era perguntado, ou seja, havia um grau de interação. Durante a pesquisa sobre a história do local, foi descoberto, no quartel de bombeiros da região, que houve um incêndio na casa, e que morava lá um casal com quatro filhos, dois de pouca idade, que seriam compatíveis com a manifestação, além de uma babá e uma empregada. O problema surgiu quando descobriram que ninguém havia morrido no incêndio, e que ele começou e terminou na cozinha, os moradores da casa estavam todos vivos. Isso descarta a hipótese de crianças fantasmas mortas no incêndio. Mas o fenômeno persistia. Ao se analisar o locar constataram que não havia reações do medidor CEM no quarto, e um gravador deixado na entrada não registrou nada de anormal. Então o que fizeram foi: um investigador ficou no quarto, no local onde as crianças eram ouvidas, e outro saiu para andar ao redor da casa. Logo descobriram que a casa vizinha possuía um parquinho improvisado para as três crianças que viviam ali. Além disso havia uma falha no barreira de árvores e arbustos que plantaram para separar as duas casas e por algum motivo acústico o que se passava no parque era amplificado no quarto. O investigador que ficou sentado disse ser capaz de ouvir alguns passos no chão de concreto, sons agudos eram ouvido com ainda mais clareza. Quando compararam os horários em que os moradores diziam ouvir o fenômeno com os horários que as crianças costumavam brincar no parquinho o mistério se resolveu.

Assim, sempre que disserem que vozes ou sons são ouvidos em um único local e com horários específicos busque explicações mais concretas e menos etéreas. Tente ver possíveis origens para os sons ouvidos e então tente reproduzi-las. Aparelhos de sons e televisores próximos, becos próximos de janelas que amplifiquem ecos, rádios em vizinhos, etc. Permaneça no cômodo enquanto alguém tenta reproduzir o efeito. E sempre compare com a leitura de outros aparelhos.

2- Fenômenos Sensoriais

2.1. Aromas

É comum que parte dos fenômenos estejam relacionados a odores: sentirem o perfume de um ente querido morto, cheiro de cigarros ou charutos em uma casa onde não se fumam. Cheiro e flores como as de funerais em cômodos que nunca viram um vaso, cheiro podre de decomposição ou de enxofre, etc.

Muitos materiais tem a capacidade de se impregnar com cheiros e reter em si esses perfumes. Madeira, cortiça, couro, tecidos, etc. O curioso é que normalmente esses objetos (cortinas, sofás, aparadores, carpetes, etc.) retém o perfume mas não o libera, a não ser em certas condições. Uma família recebeu um jogo de poltronas e sofá de um avô que gostava muito de fumar charutos quando chegava em casa depois do trabalho, e nas noites depois do jantar quando estava aposentado. Assim que os móveis chegaram em casa foram colocados na sala e ficaram lá, alguns meses depois, no fim do dia era comum que sem razão aparente a sala começasse a ficar com o cheiro de fumaça de charuto, alguns dias era como se alguém estivesse lá fumando, em outros nenhum cheiro era perceptível, a conclusão lógica: o espírito do avô havia acompanhado sua poltrona favorita e às vezes fumava um charuto fantasmas como fazia quando estava vivo. Isso virou uma história familiar e todos gostavam do fantasma de estimação que aparentemente não fazia nada além de fumar de vez em quando. Esta história chegou até nós e a família acho que seria divertido registrar evidências da presença do avô.

Na visita de reconhecimento o detector CEM apontou algumas variações no campo eletro magnético da área, mas nenhuma gravação nem registro de temperatura foram conseguidos. A visita foi feita no horário em que era comum sentir o cheiro do charuto e o que foi notado pelos caçadores é que nesta hora os raios do sol que entravam pela janela insidiam sobre as poltronas e parte do sofá. O “avô fantasma” também se fez notar alguns meses depois que os móveis chegaram, coincidentemente os meses de verão em que o sol está mais quente, a segunda quinzena de janeiro e começo de fevereiro. É claro que ninguém da família fez um registro detalhado dos dias em que sentiam o cheiro do charuto e que temperatura fazia, mas souberam dar algumas datas, uma tarde na comemoração de aniversário de um dos membros todos se lembravam do ocorrido, até dizendo que o avô havia aparecido ara dar os parabéns, outra vez foi quando voltaram do cinema na estréia de um filme. Com a ajuda do site http://br.weather.com/ viram que nos dois dias as médias de temperatura máxima haviam sido superiores aos 30oC. A charada foi resolvida quando ligaram um secador de cabelos na sala e aqueceram as poltronas, depois de alguns minutos um cheiro de harutos começou a tomar conta do lugar. Anos absorvendo a fumaça transformaram os móveis em saches que perfumavam quando aquecidos. Não foi conseguida uma explicação sobre as leituras do detector CEM, mas na sala havia uma televisão, um aparelho de DVD e outros eletrônicos que por sua natureza seriam detectados pelo aparelho. Quando a família viu o resultado da experiência do secador desanimou com a possibilidade de terem perdido de novo um ente querido, nosso conselho foi: querem saber de fato se é o avô, mudem as poltronas e o sofá para um cômodo “que não pegue sol, além de proteger o couro se continuar o cheiro de charuto, sem que o sofá se aqueça então a chance dele estar com vocês é grande”. Aparentemente a família não quis sepultar o avô uma segunda vez, e deixaram as poltrona e o sofá onde estavam.

Além disso, armários com produtos de limpeza, lugares que canalizam correntes de ar que possam trazer cheiros, proximidades de ralos e buracos onde animais possam morrer, ou água se estagnar podem, de tempos em tempos e sem razão criar nuvens de perfume, agradável ou não, que não terão origem fantasmagórica. Forros de telhado, encanamentos, tudo deve ser averiguado.

2.2. Arrepios, toques e Tapas

No caso de arrepios e tapas, fenômenos eletromagnéticos, correntes de ar e teias de aranha são as campeãs em alarmes falsos. Teias de aranha são especialmente interessantes porque quando você passa por elas as arranca do lugar. Você sente o “toque fantasma”, se move, tira a teia e quando vai procurar não encontra nada que possa ser a origem da experiência, logo: são fantasmas! Se a aranha estava na ponta ainda, depois do primeiro toque que você sentiu de fato, ainda sente como se dedos deslizassem pela orelha, nuca, ou costas, e quando passa a mão não há nada! E claro, até acender a luz ou se virar o pequeno
aracnídeo desapareceu.

Lugares aparentemente fechado podem ter frestas ou lugares mais finos que permitam correntes de ar ou mesmo ondas de frio passarem. Procure por janelas, pequenos buracos ou mesmo lareiras, cheque com o termômetro e veja se essas correntes frias são constantes.

Como vimos, fontes geradoras de eletricidade estática podem causar campos que criem ventos iônicos pela pele de quem os atravessa. Alguns campos são tão fortes que podem fazer a pessoa levar choques, e esses choques podem ser confundidos com tapas ou arrepios sobrenaturais. Procure fontes que possam gerar esses campos.

2.3. Mal Estar

Se um cômodo, ou apenas uma área são locais onde pessoas sentem mal estar, desconforto, enjôo, etc., a chance é novamente campos eletro magnéticos, procure por geradores fora da casa, numero excessivo de fiação passando dentro da parede, etc… Caso encontre peça para as pessoas isolarem a área da forma correta para se proteger desses campos e veja se o mal estar continua se manifestando.

2.4. Visão de Sombras e Figuras com o Canto dos Olhos

Como vimos a nossa visão periférica é um mecanismo potente e interessante, mas que nos prega peças. Procure por janelas,
superfícies reflexivas ou qualquer coisa que possa gerar imagens, refletir a luz ou que crie sombras. Uma árvore que pode ser vista numa janela do segundo andar de uma casa pode criar sombras que se movem em uma noite de vento, que são refletidas em um espelho e percebidas na cozinha como uma “sombra estranha que atravessou o corredor quando em estava sozinho em casa”.

3- Fenômenos Físicos

Como vimos, existem outras origens para fenômenos físicos aparentemente inexplicáveis, podem ser desde poltergeiters até algo simples porém não relacionado com o evento em si. Um exemplo claro que sempre contamos quando recrutamos um novo caçador ou caçadora é a do carro e do sorvete de baunilha:

A história começa quando o gerente da divisão de carros Pontiac, da GM dos Estados Unidos, recebeu uma curiosa carta de reclamação de um cliente. Eis o que este escreveu:

“Esta é a segunda vez que lhes envio uma carta e não os culpo por não me responder. Eu posso parecer louco, mas o fato é que nós temos uma tradição na nossa família, que é a de comer sorvete depois do jantar. Repetimos esse hábito todas as noites, variando apenas o tipo de sorvete, e eu sou o encarregado de o ir comprar.

Recentemente comprei um novo Pontiac e desde então as minhas idas à sorveteria se transformaram num problema. Sempre que eu compro sorvete de baunilha, quando volto da loja para casa, o carro não funciona. Se compro tipos variados de sorvete (chocolate, morango, abacaxi ou qualquer outro sabor) o carro funciona normalmente. Os senhores devem achar que eu estou realmente louco, mas não importa o quão tola possa parecer a minha reclamação. O fato é que eu estou muito irritado com o meu Pontiac modelo 99”.

A carta gerou tantas piadas entre o pessoal da Pontiac que o presidente da empresa acabou por receber uma cópia da reclamação. Resolveu levar o assunto a sério e mandou um engenheiro conversar com o autor da carta. A primeira surpresa do engenheiro foi constatar que o reclamante era uma pessoa aparentemente culta e de certo nível social. A segunda surpresa foi que, ao irem à sorveteria no famoso Pontiac e comprarem o sorvete de o carro não funcionou. O funcionário da GM voltou nos dias seguintes, à mesma hora, fez o mesmo trajeto, no mesmo carro, comprava sabores variados de sorvete e o carro pegava. O carro só não funcionava, na volta, quando o sabor escolhido era baunilha. O problema acabou por ser uma obsessão para o engenheiro, que passou a fazer experiências diárias, anotando todos os detalhes possíveis desde o tipo de combustível usado no carro, passando pelo clima do dia, até a quilometragem percorrida, e, depois de duas semanas, chegou à primeira grande descoberta:

Quando escolhia baunilha, o comprador gastava menos tempo porque esse tipo de sorvete era extremamente popular, então ficava em uma geladeira própria em frente ao caixa, enquanto os outros ficavam misturados nas geladeiras no fim da loja.

Examinando o carro, o engenheiro fez uma nova descoberta. Quando o motor era desligado, levava algum tempo para se resfriar e produzia vapores de combustível que ficavam no motor. Se tentassem dar a partida com os gases no motor ele ão pegava, se esperassem algum tempo os gases se dissipavam e o motor funcionava sem problemas. A partir desse episódio, a Pontiac mudou o sistema de alimentação de combustível e introduziu a alteração em todos os modelos a partir da linha 9. Mais do que isso, o autor da reclamação ganhou um carro novo, além da reforma do que não pegava com gelado de baunilha.

A General Motors distribuiu um memorando interno, exigindo que os seus funcionários levem a sério até as reclamações mais estapafúrdias, “porque pode ser que uma grande inovação esteja por detrás de um sorvete de baunilha”, diz a carta da GM!

Antes de mais nada, claro, esta história não é real. Ela circula pelo mundo desde 1971, já foi impressa em revistas, os modelos do carro mudaram, os sabores do sorvete variam de baunilha para pistache e o motivo de um sabor ser mais rápido do que outros incluem alguns terem que ser embalados manualmente (nas versões mais antigas) até os caixas não terem no registro o código de barra e ele ter que ser digitado manualmente. Mas isso não significa que a carta do presidente para os funcionários seja menos sábia: coisas estapafúrdias podem ter uma origem séria e real onde menos se espera.

Canos que se expandem e contraem, visinhos com banda, computadores ou celulares com alarmes, fiações com mau contato, filmes pornôs nas imediações, presentes de avós, temperos exóticos, crianças pequenas, prateleiras inclinadas e ruas movimentadas. Existem inúmeras coisas que podem causar efeitos que terminam causando a impressão de um lugar ser assombrado. Um boneco de pelúcia com um botão que o faz falar, esquecido debaixo da escada que se liga sempre que batem a porta do porão com força. Uma biruta miniatura para se por na janela que assovia quando venta. Um aquário que tem um fio de luz desencapado que mata os peixes que são colocados nele sempre que ligam o alarme da casa, etc…

Tudo isso pode ser descoberto com um pouco de lógica ou com muito trabalho, mas nunca desconsidere algo natural e pule direto para causas fantasmagóricas, sempre busque algo mundano.

Caso esteja se perguntando sobre o filme pornô a história é esta: uma casa de dois andares. Às vezes era comum que o lustre da sala se movesse, ouvissem pancadas rápidas no teto e então alguns chuveiros, se ligados, cuspiam água escaldante. Adolescentes na casa. Um deles com uma televisão com vídeo portátil. Como todos dividiam o quarto, um deles, que vamos chamar de senhor 5 dedos, pegava a televisão com o vídeo e se trancava na sala do andar de cima, esticava o sofá cama e deixava as coisas seguirem o seu curso natural. O sofá cama tinha molas fortes que deixavam dois pés ligeiramente fora do chão, quando o exercício atingia certo clímax os pés batiam no chão, a comoção às vezes era tal que o lustre, que ficava na sala em baixo se movia. Quando terminava, senhor 5 dedos se limpava e aproveitava para passar no banheiro para urinar, o banheiro mais próximo era o do corredor, por onde passava o encanamento de água e a casa era antiga. Quando ele dava a descarga sobrava apenas água quente circulando pelos canos. Esse “caso” foi resolvido em uma casa de conhecidos de forma que nenhuma parte ficasse constrangida e que cada um mantivesse seus segredos.

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