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Alquimia

O Laboratório Alquímico

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A prática alquímica, de maneira extremamente resumida, consiste em pegar a prima materia (matériaprima  primordial) eliminar as suas impurezas (morte e renascimento), separar seus componentes  (mercúrio e enxofre) e reuni-los novamente (por intermédio do sal) fixando os elementos voláteis,  formando assim a pedra filosofal. Seria como “libertar o espírito por meio da matéria e a própria  matéria por meio do espírito”, ou ainda, fazer do fixo, volátil e dovolátil,o fixo, onde não se pode  fazer cada etapa independentemente.

O alquimista é  uma peça fundamental nos experimentos e não somente um simples observador. O  experimento e o experimentador constituem uma única coisa na alquimia. Este ponto de vista do experimentador como participante estáagora sendo retomado pela física quântica, alterando o termo  observador para participante. Portanto, mesmo tendo o conhecimento prático do processo, se tiver  perdido a pureza do espírito, a Grande Obra não poderá ser concluída.

O dualismo sexual

A energia original é  criada pela junção dos princípios masculino e feminino (sol e lua). Muitos  alquimistas constituem casais na busca da Grande Obra, porém para que ocorra uma perfeita união  alquímica este casal, ou seja, estas duas metades devem ser complementares formando um único ser  (como a figura alquímica do andrógino). Contudo é  muito difícil encontrar um par que produza uma  união tão perfeita.

O Cosmo

O cosmo é visto como um ser vivo sendo que seus constituintes tem espírito e propósito definido. As  estrelas exalam um campo de energia que pode ser sentido e utilizado pelo homem e assim obter as  transformações.

A vida

Existe uma crença na alquimia da criação artificial de um ser humano, o homúnculo ou Golem, porém  estes relatos de alguns alquimistas célebres poderia referir-se de forma figurada ao processo de  fabricação da pedra filosofal, onde o homúnculo representaria a matéria prima para a fabricação da  pedra ou então uma fase da iniciação em que o homem ressurge após a morte do outro jádegradado.  Na concepção alquímica tudo o que existe évivo, atémesmo os minerais. Os metais vivem, crescem,  reproduzem-se e evoluem. Portanto qualquer metáfora sobre seres vivos podem estar referindo-se  também ao reino mineral.
A natureza e todos os seus constituintes devem ser respeitados para que a harmonia perfeita possa ser  mantida. Esta consciência opõe-se claramente a forma de encarar a natureza atéhoje, em que esta deve  ser explorada o máximo possível e ainda consideram isto a evolução da humanidade. Reaprender a  ver, sentir e ouvir a natureza, significa incorporar-se a ela, para relembrar o remoto passado quando  fazíamos parte dela integralmente.

O amor

Todo o conhecimento alquímico está  alicerçado no amor e por isso inacessível aos processos  científicos atuais.
A união pelo amor estásempre presente em qualquer obra alquímica representando uma energia que  une dois princípios ou dois materiais, tornado-os um só. De forma figurada é  descrita como o  casamento do Sol e da Lua, do enxofre e do mercúrio, do Rei e da Rainha, do Céu e da Terra ou do  irmão e da irmã, por terem vindo da mesma raiz ou mesma substância.

Astrologia

Na alquimia a astrologia exerce um papel fundamental desde a escolha  do momento certo para o início da obra, da colheita dos materiais  utilizados, até o momento mais propício para o alquimista trabalhar.

O orvalho

O orvalho normalmente é  utilizado para umedecer (banhar e nutrir) a matéria-prima. Como se  condensa lentamente e desce da atmosfera estáimpregnado da energia cósmica. A melhor época de  recolher o orvalho vai do equinócio de primavera ao solstício de verão, pois possui uma maior energia.  Normalmente é recolhido com lençóis estendidos sobre vegetação rasteira sem, no entanto, tocá-la.

 

A matéria-prima

Esta primeira matéria que dará origem a pedra filosofal constitui um dos grandes segredos da  alquimia. Normalmente é descrita como algo desprezado, inferior e sem valor. Pode ser encontrado em  todos os lugares, é  conhecido por todos, é  varrido para fora de casa, as crianças brincam com ele,  porém possui o poder de derrubar soberanos.

Dentre os não iniciados, cada um aposta em um tipo de material tanto do reino animal, vegetal como  mineral. ários utilizaram minérios (especialmente os de chumbo, o cinabre que contém enxofre e  mercúrio, o stibine um raro mineral sulfuroso, a galena que é magnética), cinzas, fezes, barro, sangue,  cabelos. A maioria deles emprega a própria terra, recolhida em local preservado.

A terra estaria  impregnada de energia cósmica, com a água que contém.

Esta matéria não está somente no reino do psiquismo, como afirmava Jung, ela tem também sua  expressão no reino material através de um mineral que possui propriedades vegetativas.  Descobrir a matéria-prima não é  o principal, mas sim erguê-la a um ponto privilegiado para as  operações subseqüentes. Esta abordagem só  seráconseguida quando o alquimista deixa de lado a  fronteira fictícia entre os elementos constitutivos de sua personalidade (física e espiritual) e o  universo.

Ela normalmente é  relacionada ao caos da gênese, a base de todo o processo, que tanto é  material  como imaterial.
Para descobrir a matéria-prima mineral o operador e o objeto, observador e o observado, devem estar  unidos. Isto significa se abstrair da visão lógica e desenvolver uma visão intuitiva. Esta visão pode  aparecer após um longo período de reflexão sobre os impasses insolúveis da alquimia, após um  estímulo externo como o barulho do vento, das ondas do mar, do trovão e outros.

Caso contrário ela  permanecerá escondida por uma roupagem ou uma casca como o ovo.

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