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A genialidade da baixeza – Protocolos dos Sábios de Sião

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COMEÇO AGORA repetindo o que já disse e peço-vos que vos lembreis que os governos e os povos somente vêem a aparência das cousas.E como poderiam deslindar seu sentido íntimo, se seus representantes pensam, acima de tudo, em se divertirem? Importa muito para nossa política conhecer esse pormenor; ser-nos-á de grande auxílio, quando passarmos à discussão da divisão do poder, da liberdade de palavra, de imprensa, de consciência, do direito de associação, da igualdade em face da lei, da inviolabilidade da propriedade, da habitação, do imposto, da força retroativa das leis. Todas essas questões são de tal natureza que nunca se deve tocar nelas direta e claramente diante do povo.No caso em que for necessário abordá-las, é preciso não as enumerar, porém declarar em bloco que os princípios do direito moderno serão reconhecidos por nós. A importância dessa reticência consiste no seguinte: um princípio não especificado deixa-nos a liberdade de excluir isto ou aquilo, sem que dêem pela cousa, enquanto que, enumerando, temos que aceitar o que for enumerado sem reserva.

O povo tem um amor especial e uma grande estima pelos gênios políticos e responde todos os atos de violência com as palavras: “É um canalha, bem canalha, mas que habilidade!… Foi uma esperteza, mas bem feita, e como é insolente!”.

Contamos atrair todas as nações para a construção dum novo edifício fundamental, cujo plano traçamos (1). Eis porque precisamos, antes de tudo, fazer provisão de audácia e presença de espírito, qualidades que, na pessoa de nossos atores destruirão todos os obstáculos que se anteponham em nosso caminho. Quando tivermos dado o nosso golpe de Estado, diremos aos povos: “Tudo ia horrivelmente mal, todos sofreram mais do que aquilo que se pode suportar. Destruímos as causas de vossos tormentos, as nacionalidades, as fronteiras, as diversidades de moedas. Sem dúvida, tendes a liberdade de nos jurar obediência, mas podeis fazê-lo com justiça antes de experimentar o que vos damos?…” Então eles nos exaltarão e carregarão em triunfo com um entusiasmo unânime de esperanças. O sufrágio universal que criamos para ser o instrumento de nossa elevação (2) e ao qual habituamos as mais ínfimas unidades de todos os membros da humanidade pelas reuniões de grupos e pelos conchavos, desempenhará pela última vez seu papel para exprimir o unânime desejo de a humanidade em nos conhecer de mais perto antes de nos julgar.

Para isso, precisamos levar toda a gente ao sufrágio universal, sem distinção de classe e de censo eleitoral, a fim de estabelecer o despotismo da maioria que não se pode obter das classes censitárias inteligentes. Tendo, assim, habituada toda a gente a idéia de seu próprio valor, destruiremos a importância da família cristã e seu valor educativo (3), deixaremos que se produzam individualidades que a multidão, guiada por nós, não permitirá que se faça notar, nem mesmo que fale; estará acostumada a ouvir somente a nós, que lhe pagamos sua obediência e atenção. Desta sorte, faremos do povo uma força tão cega que, em toda a parte, só se poderá mover guiada pelos nossos agentes, postos em lugar de seus chefes naturais. Submeter-se-á a esse regime, porque saberá que desses novos chefes dependerão seus ganhos, os dons gratuitos e toda a espécie de bens.

Um plano de governo deve sair pronto duma única cabeça, porque seria incoerente, se diversos espíritos tomassem a si a tarefa de estabelecê-lo. Por isso, devemos conhecer um plano de ação, mas não discuti-lo, a fim de não quebrar seu caráter genial, a ligação entre suas várias partes, a força prática e a significação secreta de cada um de seus pontos. Se o sufrágio universal o discutir e modificar, guardará o vestígio de todas as falsas concepções dos espíritos que não terão penetrado a profundeza e a ligação dos desígnios. É necessário que nossos planos sejam fortes e bem concebidos. Por essa razão, não devemos lançar o trabalho genial de nosso chefe aos pés da multidão, nem mesmo desvendá-lo a um agrupamento restrito.

Esses planos não derrubarão no momento as instituições modernas. Mudarão somente a sua economia, e, por conseguinte, todo o seu desenvolvimento, que, assim, se orientarão de acordo com nossos projetos.

As mesmas cousas mais ou menos existem em todos os países com nomes diferentes: a Representação, os Ministérios, o Senado, o Conselho de Estado, o Corpo Legislativo e o Corpo Executivo. Não preciso explicar-vos o mecanismo das relações entre essas instituições, porque o conheceis bastante; notai somente que cada qual dessas instituições corresponde a alguma função importante do Estado e peço-vos notar ainda que é a função e não a instituição em si que considero importante; portanto, não são as instituições que são importantes, porém suas funções. As instituições dividiram entre si todas as funções do governo: funções administrativas, legislativas, executivas. Por isso elas trabalham no organismo do Estado como os órgãos no corpo humano. Se prejudicarmos uma parte da máquina do Estado, o Estado ficará doente, como o corpo humano, e morrerá (4).

Quando introduzimos no organismo do Estado o veneno do liberalismo, toda a sua constituição política foi mudada: os Estados caíram doentes com uma doença mortal: a decomposição do sangue; não resta mais do que esperar o fim de sua agonia.

Do liberalismo nasceram os governos constitucionais, que substituíram, para os cristãos, a autocracia salutar, e a constituição, como bem o sabeis, não é mais do que uma escola de discórdias, de desinteligência, de discussões, de dissentimentos, de agitações estéreis dos partidos; em uma palavra, é a escola de tudo o que faz com que um Estado perca sua individualidade e sua personalidade.A tribuna, assim como a imprensa, condenou os governos à inação e a fraqueza; tornou-os pouco necessário, inútil; é isso que explica que sejam derrubados. A era republicana se tornou, então, possível, quando substituímos o governante por uma caricatura de governo, por um presidente tomado na multidão, no meio de nossas criaturas, de nossos escravos.Aí está o fundo da mina que cavamos sob o povo dos cristãos, ou melhor, sob os povos cristãos.

Em um futuro próximo, criaremos a responsabilidade dos presidentes.

Então, faremos passar sem grande esforço cousas, cuja responsabilidade caberá a nossa criatura. Que nos importa que as fileiras daqueles que aspiram ao poder se tornem mais raras, que produzam, por falta de presidentes capazes, embaraços que desorganizarem completamente o país?(5)

Para chegar a esse resultado, maquinaremos a eleição de presidentes que tenham em seu passado uma tara oculta, algum “panamá”. O receio de revelações, o desejo próprio a cada homem que chega ao poder de conservar seus privilégios, vantagens e honras ligadas à sua condição, fará com que sejam fiéis executores de nossas ordens. A câmara dos deputados cobrirá, defenderá, elegerá presidente, porém nós lhe retiraremos o direito de propor leis, de modificá-las; esse direito será atribuído ao presidente responsável, que se tornará mero joguete em nossas mãos.

O poder do governo se tornará, sem dúvida, o alvo de todos os ataques. Nós lhe daremos para sua defesa o direito de apelo à decisão do povo, sem ser pelo intermédio de seus representantes, isto é, recorrendo ao nosso servidor cego, a maioria. Daremos, além disso, ao presidente o direito de declarar guerra. Fundamentaremos este último direito, dizendo que o presidente, como chefe das forças armadas do país, deve ter ao seu dispor, para defender a nova constituição republicana, todas elas, pois será o representante responsável dessa constituição.

Nessas condições, o chefe do santuário estará em nossas mãos e ninguém, exceto nós, dirigirá mais a força legislativa.

Demais, retiraremos à câmara, introduzindo na nova constituição republicaram o direito de interpelação sob o pretexto de salvaguardar o segredo político. Restringiremos pela nova constituição o número dos representantes ao mínimo, o que terá por efeito diminuir tanto as paixões políticas quanto à paixão pela política. Se contra toda expectativa, elas despertarem mesmo nesse pequeno número de representantes, reduzi-lo-emos a nada, apelando para a maioria do povo…

Do presidente dependerá a nomeação dos presidentes e vice-presidentes da Câmara e do Senado. Em lugar das sessões parlamentares constantes, limitaremos a reunião dos Parlamentos há alguns meses.Além disso, o presidente, como chefe do poder executivo, terá o direito de convocar ou dissolver o parlamento, e no caso de dissolução, de adiar a nova convocação. Mas, para que as conseqüências de todos esses atos, na realidade ilegais, não recaiam sobre a responsabilidade do presidente, estabelecidas por nós, o que prejudicaria nossos planos, sugerimos aos ministros e aos outros funcionários que rodeiem o presidente a idéia de passar por cima de suas disposições com as medidas que eles próprios tomem; deste modo, ficarão responsáveis em seu lugar… Aconselhamos confiar esse papel, sobretudo ao Senado, ao Conselho de Estado, ao Conselho de Ministros, de preferência a um indivíduo só. (6)

O presidente interpretará, dócil ao nosso desejo, as leis existentes, que possam ser interpretadas diferentemente; anulá-las-á, quando lhe apontarmos essa necessidade; terá o direito de propor leis provisórias e até nova reforma da constituição, com o pretexto do supremo bem do Estado.

Essas medidas nos darão o meio de destruir pouco a pouco, passo a passo, tudo o que, a princípio, quando de nossa tomada do poder, formos forçados a introduzir nas constituições dos Estados (7); passaremos daí, imperceptivelmente, à supressão de toda a constituição, quando chegar a hora de reunir todos os governos sob a nossa autocracia.

O reconhecimento de nossa autocracia pode ocorrer antes da supressão da constituição, se os povos fatigados pelas desordens e pela frivolidade de seus governantes exclamarem: “Expulsai-os e dai-nos um rei universal para que nos possa reunir e destruir as causas de nossas discórdias: as fronteiras das nações e religiões, os cálculos dos Estados; um rei que nos dê a paz e o repouso que não podemos (e pudemos) obter com nossos governantes e representantes!”

Vós mesmos sabeis muitos bem que, para tornar possíveis tais desejos, é preciso perturbar constantemente, em todos os países, as relações entre o povo e o governo, a fim de cansar todos pela desunião, pela inimizade, pelo ódio, mesmo pelo martírio, pela fome, pela inoculação de doenças (8), pela miséria, a fim de que os cristãos não vejam outra salvação senão recorrer à nossa plena e definitiva sabedoria (9)
Se dermos aos povos tempo para respirar, talvez jamais se apresente a ocasião favorável.

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