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Sitra Achra

Mediocridade – Pequeno Tratado Satânico do Pecado

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O que é uma pessoa medíocre? É uma pessoa vulgar, que não possui valor algum, que finca suas raízes na mesmice. Trata-se do culto ao homem comum. A pessoa luta para conseguir um status, como um emprego razoável, e depois se acomoda, transforma a sua vida numa rotina e começa a morrer aos poucos de inanição psíquica.

A mediocridade não rola apenas individualmente, mas contagia a sociedade por inteiro. Para ser sincero, ela é cultivada pela religião, pela cultura, pela política e pela família, que  é o núcleo social básico.

Ontem , assistindo à reportagem na televisão, verifiquei que prenderam uma mulher, e o marido que tentou defendê-la, pelo simples fato de que ela praticava top less numa praia carioca. Confesso que não sei quem foi o idiota que mandou vários policiais à praia, com este objetivo, num sábado, quando a operação seria melhor direcionada aos ladrões que assediam os banhistas. Confesso que não entendo como ainda é ato ilícito a mulher mostrar os seios ou porque é necessário um local restrito, um clube de nudismo, para o exercício desta prática, ainda porque os seios não são órgãos sexuais, mas sim glândulas mamárias. Tal atitude não passa de uma moralidade pútrida e revela a mediocridade na sociedade humana. Deveria ser lícito a qualquer um mostrar o seu corpo por inteiro. É assim que viemos ao mundo: nus.

A presença de um religioso fanático sempre causa mal-estar e repugnância, pois ele é o medíocre por completo. Após decorar várias passagens bíblicas, chega a um local como o Salvador do Mundo, prega amor universal, recita trechos bíblicos e, quando percebe que várias pessoas se cansaram de lhe dar atenção, começa a ameaça da danação eterna, avisando que ainda há tempo para se salvar. O papai aqui então sempre pergunta se Deus ama a todos, sem restrições. É óbvio que o crente responde que sim. Então, eu digo que ele ama também Satan. Aí o crente se perde, porque, se Deus deixa de amar apenas um ser, então o seu amor não é universal. Não precisava tanto, porque o fato de existir um Inferno, já demonstra, por si, que esse amor universal é uma falácia, uma mentira descarada, que só a cegueira acoberta. Isto é o que eu chamo de mediocridade: a pessoa se torna incapaz de desenvolver o mais simples raciocínio. A pessoa tornou-se completamente cega pela fé.

David J. Schwartz conta a história de um grande subúrbio de classe média em São Francisco, onde havia diversas casas absolutamente idênticas, com uma árvore plantada exatamente num dado lugar do jardim. As famílias deste bairro reuniram-se numa associação, para, entre outras coisas, impedir que se fosse plantada uma segunda árvore em qualquer jardim, ou criar um estilo diferente de casa. Aconteceu de uma pessoa resolver plantar hera no jardim e, nem bem concluiu o trabalho, a associação moveu uma ação forçando-a a se enquadrar no modelo anterior. Isto se chama conformismo, que é uma das formas de cultuar a mediocridade. De fato, o conformismo incentiva o “copismo”, e não a criatividade. Já dizia Albert Guérard que “unanimidade e estagnação são dois nomes para uma só doença: a arteriorsclerose da sociedade”.

A mediocridade deve ser combatida pela excelência, pelo inconformismo, pela profunda reflexão, pela dúvida e, principalmente pelo cultivo do amor-próprio, sem o qual a pessoa afunda-se num mar de lama literalmente considerado. A aceitação passiva da própria situação deve ser totalmente descartada. A ambição é a palavra chave.

O homem superior desenvolve um estilo único, inconfundível. Ele possui uma sabedoria que o torna vencedor na maioria das situações. Quando erra ou fracassa, não dá as costas a si mesmo. Se percebe que o objetivo era errado, muda de objetivo; se não é o caso, busca novos meios para sair vencedor; nunca pára. A vontade é inquebrantável, pois representa o melhor de si, o Self.

Tal pessoa contagia a todos ao seu redor. Nunca ninguém fica indiferente à sua presença: ou se tornam amigos, ou inimigos. Ele é extremamente vivo. A vida é o seu bem mais precioso, e a intensifica em todos os níveis, não só no físico, mas no mental e emocional. É envolvente, mas sabe ser discreto, quando necessário. Todos os atos são refletidos. A meta é auto-superar-se.

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