Leia em 6 minutos.
Este texto foi lambido por 351 almas esse mês
Ultimamente andei discutindo muito sobre política e descobri que as pessoas em geral não tem a mínima noção do que se trata a ecônomia. E frequentemente costumam confundir a diferença entre o que é riqueza, trabalho, lucro e salário.
A confusão mais típica é relacionar lucro ao capitalismo e principalmente a defesa do trabalho e salários ao socialismo. Não por menos, devido a fatores históricos do Brasil, comumente se relaciona também a distribuição de renda como socialismo.
Para deixar bem claro o que eu quero passar aqui vou fazer uma breve revisão histórica pela história da economia moderna. Assim ficará mais fácil compreender. A começar pelo Feudalismo. Na época feudal, vocês se lembram que havia um senhor feudal o qual absorvia toda a produção do feudo para si. Então para fins didáticos, imagine que toda a produção do senhor feudal possa ser dividida em três partes. O custo dos insumos e de produção, o salário do servo e o lucro, nesta época o excesso de produção. Agora vejam, se fossemos colocar todo este valor dentro de um preço como ele ficaria distribuído ? A maior parte do lucro iria para o senhor feudal, pois além de possuir todos os bens dos quais o servo utilizou para produzir, ele realizou todo o esforço e tudo o que consumiu foi para sobrevivência própria, nem acredito que isto possa ser chamado de salário. E acabo de me lembrar que ele ainda devia 10% para a igreja.
Com isso podemos definir os conceitos mais claramente. Se toda a produção do servo fosse colocada em um preço. Digamos 100. Podemos dizer que o valor do trabalho deste servo é 100 e que a riqueza produzida por ele também. Diante disto podemos dizer que a Riqueza é o trabalhador e seu trabalho é esta riqueza materializada. Portanto o trabalho gera a riqueza. Ele transforma terra em arado, metal em carros ou concreto em pontes.Lucro é a parte da riqueza que vai para o dono do capital e bens de produção, e então salário é parte da riqueza que ele gerou que é distribuida para o servo. E comumente o salário é menor do que a riqueza que ele produz. Estando isto claro continuemos.
Na era mercantil, este paradigma não se alterou muito, numa época em que a terra deixou de ser considerada como fonte de riqueza e passou a ser a acumulação de metais, o carro continuou na frente dos bois, os salários subiram um pouco, o comércio florescia. Mas ainda cegos para o que realmente trazia a riqueza.
Foi então que Adam Smith, veio e disse que a riqueza das nações não está na quantidade de metais que se acumula, mas sim, na capacidade produtiva do trabalho e no livre comércio – Seguindo os ideais da revolução de liberdade,igualdade e fraternidade – eu vou repetir porque isto é importante: CAPACIDADE PRODUTIVA DO TRABALHO. Assim quanto mais um trabalhador trabalhar mais ele vai produzir, e ele produzindo mais ele vai gerar mais riqueza. Uma pessoa produz 10 camisetas por mês se ela produzir 20 estará gerando o dobro da riqueza. É simples assim.Aliás foi nesta e ainda até hoje continua sendo uma das principais correntes de pensamento economicos atuais. Preferida entre a direita, e eu já vou explicar porque.
Quando Adam Smith e David Ricardo dissertaram sobre a capacidade produtiva do trabalho e a oferta e demanda. Deixaram de lado um fator fundamental, imagine que você é um trabalhador em manchester na inglaterra industrial. As condições de trabalho eram precárias e os salários mal davam para as pessoas terem condições de higiene e boa comida. Esses trabalhadores não consumiam muitos produtos mas produziam muita riqueza, a qual acumulava para o industrial ou capitalista, o mercado parecia promissor mas os ingleses mais adiante começaram a perceber que o mercado era muito pequeno. Era necessário expandir os negócios, derrubar o escravismo… E principalmente no seculo 19 surgiu o percusor do socialismo: Marx.
Marx dizia que o trabalho era explorado pelo capitalista, pois este a fim de ter grandes lucros distribuía a riqueza de maneira desiqual , também demonstrou que lucro e salário variavam inversamente e que os bens de produção deveriam ser todos do estado para que este distribuisse igualmente e para todos a riqueza que o estado poderia distribuir. Fazendo assim justiça social e eliminando o lucro e o vil metal. Afinal você produziria para todos e todos por você. E isto nos traz vários problemas. Vejamos, você produz 10 camisetas e temos 100 pessoas. No socialismo você terá de produzir 100 camisetas ao ano para que todos tenham camisetas. Como deve haver tudo para todos, não há um sistema de preços e já que os recursos para produzir para todos são escassos. Toda a economia deve ser planejada para que haja para todos, de preferência sem disperdicios. O que não acontece. Pois mesmo que vc produza 100 camisas, nem todos vão precisar dela, havendo disperdicio. Além disto, sem um sistema de preços, existia uma lentidão para que o estado reagisse a demandas repentinas e a desastres, sem contar ainda as necessidades individuais. O Sistema de preços do capitalismo evita isto, indicando para o produtor onde ele deveria investir seu capital, e sem a centralização no estado, ele reagir rapidamente a qualquer mudança de mercado. E este foi um dos motivos para a queda da URSS.
Mas voltando a inglaterra, enquanto que ela combatia a escravidão pelo mundo, e os trabalhadores se revoltavam contra as péssima condições de trabalho, aumentando assim seu salário. Ficou claro que a distribuição de renda é fundamental para o crescimento do estado e da riqueza em geral. E vou dar um exemplo simples.
Imagine que você é um industrial e possuí uma cidade e esta cidade produz trigo, e o salário que você para eles é apenas o suficiente para eles sobreviverem mais um mês e produzirem trigo por mais um mês. Para onde vai esta cidade em alguns anos ? Some do mapa. Então você resolver subir o salário, já que percebe que ninguém quer trabalhar na sua cidade, e isto é agora o suficiente para que esta cidade crie filhos para continuar o trabalho dos país e só. Meus parabéns. Você diminuiu um pouco seus lucros mas agora possuí estabilidade. A qual vai durar alguns anos até que essa juventude perceba o que você está planejando para ela e ela se revolte contra você. Eles não querem o mesmo destino dos país e entao se revoltam e param de produzir. Você, atonito, não tem escolha e sobe o salário. Assim depois de algumas greves e aumentos depois, percebe que as pessoas necessitam de outras necessidades. Além do trigo, você abre uma empresa de farinha de trigo, e então uma padaria. Viu que depois de muito tempo perdendo receita pode te-la novamente distribuindo a renda. E assim por diante. Pois viram que as necessidades das pessoas são infinitas e não tinha porque temer a distribuição de renda. Logo também percebe que não há mais mão de obra mas viu que em volta de sua cidade há pessoas passando fome. Logo você oferece a ela comida e algumas delas vão querer mais do que isso e você oferece trabalho, e elas crescem, a cidade cresce, e os negócios crescem. Está é mais ou menos a idéia de distrubuir renda. E por isso eu apóio estas iniciativas. Apesar de parecer socialismo, nada mais são do que capitalistas e progressistas.
Mas isto para algumas pessoas não é tão romantico quanto parece, pois de greve em greve o lucro diminuirá demais e o capitalisma ficará acuado. Sendo assim, a fim de “Educar” o trabalhador , pois este percebe que o lucro está completamente ligado ao seu trabalho. O governo, industrial , etc… vai procurar mão de obra barata em outras localidades, ou permite a entrada de estrangeiros, ou mesmo permite a super população para que as pessoas compitam mais entre si e aceitem salários mais baixos. Essas estratégias foram aplicadas contra o trabalho a partir de Keynes e Friedman, e a partir de 1970 com o neo liberalismo. Que vem funcionando fantásticamente em frear o aumento de salários.
por Ubbermensch
Alimente sua alma com mais:
Conheça as vantagens de se juntar à Morte Súbita inc.