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Por Dion Fortune,
tradução por Ícaro Aron Soares.
A menos que compreendamos a diferença entre o Cosmo e o Universo, jamais chegaremos a ter uma compreensão verdadeira da filosofia esotérica. Este ponto é extremamente importante, pois marca a diferença entre aqueles que sabem e aqueles que não sabem interpretar os sistemas de símbolos.
Este não é um conceito que se possa dominar facilmente, mas tentaremos apresentá-lo da maneira mais simples possível, pois dele se originam muitos pontos práticos importantes.
Para todos os propósitos práticos, o nosso sistema solar é uma unidade fechada. As influências recebidas por ele, vindas de outros corpos celestes, mudam, se é que mudam, em ciclos de tempo tão vastos que não nos faltam justificativas quando os consideramos constantes, pelo menos no que concerne a nós. Este sistema solar surgiu de uma nébula, sendo que os planetas foram lançados pelo sol e, depois, por seu turno, lançaram de si as luas que os acompanham. Por conseguinte, com respeito ao nosso universo, podemos dizer que “No começo havia uma nébula”.
Contudo, tendo dito isto não nos livramos do problema. De onde veio a nébula original? Ela foi formada pela condensação da matéria espalhada pelo espaço – esta poderá ser a resposta para tal pergunta. Contudo, ainda não chegamos ao princípio. De onde a matéria do espaço, seja ela o que for, recebeu as características inerentes que se revelaram no processo da sua evolução? De fato, a própria palavra evolução implica em involução. Nada, que não tenha sido previamente dobrado, pode ser desdobrado. Deve ter havido uma fase de existência que precedeu ao desdobramento da evolução, pois evolução não é uma criação contínua de alguma coisa tirada do nada, mas sim uma manifestação de latências.
Tendo em vista qualquer raciocínio que queiramos seguir, solucionamos esse problema pressupondo o Grande Não-Manifesto, a Raiz de Todas as Coisas, que é, realmente, o equivalente metafísico de X, a quantidade desconhecida. Na álgebra, X permite que sejam feitos cálculos com quantidades conhecidas, mas no fim nem por isso ficamos sabendo mais a respeito da sua própria natureza. Na metafísica, sempre que aparece qualquer coisa que não entendemos nós nos referimos a este X, que não somente é o Grande Não-Manifesto mas também é o Grande Desconhecido.
Todavia, o Desconhecido é um termo relativo e os esoteristas e também, com respeito a este assunto, os evolucionistas não concordam com Herbert Spencer que diz que o Grande Desconhecido também é o Grande Incognoscível. Com o alongamento da consciência humana, seja no decorrer do desenvolvimento evolucionário ou seja por meio de métodos intensivos, passaram a ser conhecidas muitas coisas até então desconhecidas. De fato, o cientista, o filósofo e o metafísico conhecem muitas coisas que, no que toca ao homem comum, fazem parte do Grande Desconhecido; e muitas coisas são do conhecimento do homem comum que também fazem parte daquilo que para uma criança é o Grande Desconhecido.
O Grande Desconhecido, portanto, não é uma coisa em si, mas antes um relacionamento que existe, ou talvez, mais acuradamente, que não existe entre o Ser e certos aspectos do Não-Ser.
O Grande Não-Manifesto não pode ser o Grande Não-Existente. O Não-Existente simplesmente não é, e isso é tudo o que se pode dizer a respeito dele. Contudo, o Grande Não-Manifesto é muito, e chamá-lo de Raiz de Todas as Coisas é uma boa descrição. Ele só não é manifesto no que diz respeito a nós, porque nós não temos, pelo menos no nosso estado atual de evolução, quaisquer faculdades ou sentidos por meio dos quais possamos entrar em contato com ele. Contudo, se ocorre uma ampliação da consciência, por meio da qual nos tornamos conscientes de um aspecto da Raiz de Toda a Existência, um aspecto que até então não tínhamos percebido, para nós ele deixou de ser Não-Manifesto, e passou a ser Manifesto.
Poderíamos dizer, então, que a manifestação se dá por meio da compreensão ? As realidades, que são as essências numênicas subjacentes de tudo o que existe, nunca se tornam manifestas no sentido de que se tornam objeto de experiência sensorial. Todavia, aquilo que apreendemos está limitado à experiência sensorial? Os psicólogos dizem que sim. Os esoteristas dizem que não. Nenhuma experiência sensorial tornou Darwin capaz de apreender a lei da evolução. Os cinco sentidos podem ter-lhe dado capacidade para observar os inúmeros fenômenos sobre os quais se baseou a sua dedução final, mas esta foi uma faculdade absolutamente distinta da consciência sensorial, por meio da qual ele finalmente percebeu a natureza da coesão oculta entre as inumeráveis unidades separadas, alvos da sua observação no decorrer das pesquisas.
Uma fórmula que resume um número de fatos objetivos pode ser menos realidade do que os próprios fatos? A sua realidade consiste nas impressões dos números e das letras que a representam no papel? Não é ela uma coisa em si, no seu próprio plano? Precisamos tirar da mente a ilusão da ideia de que somente a matéria densa é real. Há muitas formas de energia que não são físicas. Por trás da realidade física há uma realidade psíquica, e por trás da realidade psíquica há uma realidade espiritual. Pensar somente em termos de matéria é um mau hábito mental e dá uma visão totalmente falsa da existência.
Podemos definir a realidade psíquica dizendo que ela consiste da soma total das compreensões embora nebulosas que a consciência embora rudimentar – alcançou. Quanto à realidade espiritual, o melhor será nos limitarmos a dizer que ela consiste do ainda não apreendido Grande Não-Manifesto e que nela está a Raiz de Toda a Existência.
E mesmo quando uma realidade psíquica é formada através da compreensão, a realidade espiritual não foi extinta, porém, permanece na forma de essência subjacente que dá validade ao todo. Pois pode haver percepções psíquicas que não são realidades, mas sim irrealidades, porque são inadequadas ou incorretas e nelas podemos procurar a raiz do Mal Positivo.
Bem que gostaríamos de saber, quais as consequências práticas que podem advir ao nosso mundo rotineiro, em decorrência destas sutilezas metafísicas insubstanciais. Quando estamos suportando a carga e o calor do dia de trabalho, para nós, qual é a importância de saber se há uma realidade psíquica à parte da coisa-em-si, da realidade espiritual? E se soubéssemos, isso aliviaria o nosso fardo?
É sobre reflexões como esta que repousa toda a estrutura da aplicação prática do poder da mente, e é no campo da realidade psíquica que os argumentos e afirmações da Ciência Cristã e do movimento do Novo Testamento geralmente encontram o seu escopo e derivam a sua força. É no campo da realidade psíquica que o adepto e o mago trabalham por meio da mente treinada, pois o plano da realidade psíquica é suscetível de manipulação mental.
OS HABITANTES DO INVISÍVEL:
Qualquer um que entre em contato com o mundo invisível, seja por meio do próprio psiquismo ou seja empregando o psiquismo de uma outra pessoa, como um canal de evocação, tem necessidade de usar algum sistema de classificação para poder compreender os diferentes fenómenos com os quais se defrontará. Nem todos estes se devem aos espíritos dos que já partiram; no mundo invisível há outros cidadãos além daqueles que certa vez tiveram forma humana. E nem todos os fenómenos, atribuídos à mente subconsciente, são inteiramente subjetivos. A confusão tem origem quando aquilo que deveria ser atribuído a uma divisão é designado para outra. É possível mostrar claramente que a explicação oferecida não responde pelos fatos. Não obstante, não é possível solucionar os fatos simplesmente mostrando que a explicação é enganadora.
Uma classificação correta trará uma explicação que pode resistir a qualquer investigação imparcial e justificar-se por sua própria sabedoria.
A classificação cujo emprego se propõe nestas páginas é, em sua maior parte, retirada das fontes ocultas tradicionais, e acredita-se que ela poderá lançar luz sobre certas experiências enfrentadas pelos que trabalham na pesquisa psíquica. Ë oferecida num espírito de cooperação, como um testemunho independente para uma experiência comum.
I. AS ALMAS DOS MORTOS:
De todos os habitantes do mundo invisível, aqueles com os quais toma-se mais fácil estabelecer um contato são as almas dos seres humanos que se despojaram da sua vestimenta exterior de carne, temporária ou permanentemente. Qualquer um que esteja familiarizado com o pensamento espiritualista ou esotérico logo se habitua à ideia de que o homem não é modificado pela morte. A personalidade permanece, apenas o corpo é que se vai.
O esoterista, no seu conceito sobre a natureza das almas que partiram, estabelece uma distinção entre aquelas que estão atravessando a fase internatal, isto é, que estão vivendo, entre encarnações, nos mundos não-físicos, e aquelas que não tornarão a encarnar. Há uma grande diferença, em capacidade e concepção, entre estes dois tipos de almas, e muitas das questões, atualmente em evidência, entre espiritualismo e ocultismo, sem dúvida se devem ao não reconhecimento deste fato.
O ocultista não sustenta que a existência é uma eterna sequência de nascimento e morte, porém afirma que em certas fases de evolução a alma entra numa série de vidas materiais e, através do desenvolvimento realizado durante estas vidas, ela finalmente deixa para trás a fase mundana de evolução, tomando-se cada vez mais e mais espiritualizada à medida que este período vai chegando ao seu termo, até que, finalmente, conquista a sua liberação da matéria e não torna a reencarnar, continuando a sua existência como um espírito sem corpo e com mente humana. O intelecto, afirma o ocultista, só pode ser obtido através da encarnação na forma humana. Aqueles seres que não passaram por esta experiência não têm intelecto na forma em que o compreendemos, com certas exceções que analisaremos mais tarde.
Na maioria das vezes, é com a alma de mortos viventes que são feitos os contatos no decurso das sessões. As almas liberadas vão para o seu próprio lugar e não se pode alcançá-las com facilidade. Só aquelas que têm alguma coisa que fazer aqui é que retornam para ficar ao alcance da esfera da terra. A discussão deste ponto abriria um vasto campo de interesse com o qual não nos podemos ocupar no momento. Será suficiente dizer que, conforme é do conhecimento de todos os aficionados à pesquisa psíquica, há almas de um tipo mais elevado do que aquelas comumente encontradas, almas que estão envolvidas na evolução da humanidade e no treinamento daqueles que estão dispostos a colaborar com elas no trabalho que realizam. Podemos dizer, então, que as almas dos mortos podem ser divididas em três tipos: as almas dos mortos viventes, que tornarão a voltar para a vida terrena; as almas liberadas, que deixaram para trás a vida terrena e foram para uma outra esfera de existência; e as almas liberadas que, tendo partido, tornaram a voltar para a esfera terrestre porque têm aqui um trabalho a cumprir. O reconhecimento dessa divisão servirá para explicar muitas das discrepâncias que encontramos entre as afirmações dos espiritualistas e dos ocultistas. O ocultista visa principalmente entrar em contato com as almas liberadas, tendo como propósito o trabalho específico no qual ambos, ele e elas, estão envolvidos; quase sempre se mostra rigoroso no que concerne a deixar em paz as almas dos mortos viventes. Pessoalmente, sou da opinião que ele está enganado ao agir assim. É bem verdade que estas pouco poderão ajudá-lo no trabalho por ele escolhido, mas a convivência normal dos vivos com os mortos poderia despojar a morte da maioria dos seus terrores e construiria, firmemente, uma ponte entre aqueles que estão aqui e aqueles que já se foram. O ocultista certamente não solicita a cooperação dos mortos viventes, como solicitaria das almas liberadas, pois elas têm o seu próprio trabalho para fazer; e nem ele pode depositar tanta confiança, no conhecimento e na penetração delas, como depositaria naquelas que já foram liberadas da roda do nascimento e da morte; além disso, ele não tem qualquer direito de usá-las, no curso das suas experiências, como usaria os espíritos Elementais. Admitindo estas limitações, porém, parece não haver nenhuma razão para que o ocultista não possa tomar parte no intercâmbio de cortesias que está ocorrendo continuamente na linha da fronteira. Afinal de contas, a morte é um dos processos da vida e os mortos estão bem vivos e são absolutamente normais.
II. PROJEÇÕES DOS VIVOS:
A aparição do simulacro de um ser humano, na hora da morte, é extraordinariamente comum e existem inúmeros exemplos, muito bem atestados, da sua ocorrência. O que não é tão sabido, e nem impossível, é que o simulacro, ou forma astro-etérica, seja projetado voluntariamente pelo ocultista treinado. Comparadas com a multidão de almas desencarnadas, que são encontradas quando o limiar é transposto, tais projeções são extremamente raras; não obstante, elas ocorrem e podem ser encontradas, portanto, devem ser incluídas em qualquer classificação que tenha a intenção de ser compreensível. Normalmente, uma tal alma projetada aparenta estar inteiramente preocupada com os seus próprios negócios e dá a impressão de estar numa condição de absorção que faz com que ela pareça ignorar o ambiente que a rodeia. Diga-se de passagem, acontece, com muita frequência, que o espírito sem corpo tem um trabalho elaborado para manter um pouco de consciência nos planos mais elevados e a sua auto-absorção é igual à de alguém que está aprendendo a andar de bicicleta. Ocasionalmente, uma comunicação pode ser estabelecida entre um tal corpo etérico projetado e um grupo de experimentadores, e os resultados obtidos são muito interessantes, contudo, a menos que haja uma materialização suficiente para tornar o simulacro visível para aquele que não é psíquico, o experimento terá uma natureza mais próxima da telepatia praticada por intermédio da mediunidade do que de uma projeção verdadeira da forma astro-etérica. Tais visitantes não são anjos e nem são demônios, mas sim “humanos, demasiadamente humanos”.
III. AS HIERARQUIAS ANGÉLICAS:
O Protestante comum tem uma noção muito vaga no tocante às hierarquias angélicas, o grande exército de seres de uma outra evolução que não a nossa, muito embora sejam filhos do mesmo Pai Celestial. A Cabala, porém, é explícita a respeito deste ponto e os classifica em dez arcanjos e dez ordens de seres angelicais. As teologias Budista, Hindu e Maometana, são igualmente explícitas. Podemos, portanto, reconhecer que esta concordância dos testemunhos prova a certeza da afirmação, e será benéfico para o nosso propósito tomarmos como guia aquele sistema do qual o Cristianismo tirou a sua origem – o Judaísmo místico.
Não entraremos nas classificações elaboradas empregadas pelos rabinos judeus, que, embora importantes para propósitos de magia, não dizem respeito ao assunto em foco. Basta compreendermos que há seres, divinamente criados, de vários graus de grandeza, desde o mais poderoso arcanjo que São João, o Profeta, viu em pé no sol, descendo até os anónimos mensageiros celestes que de tempos em tempos têm visitado a humanidade.
Além das esferas, para as quais são remetidos os espíritos desencarnados da humanidade, habitam estes seres celestiais, e em alguns níveis elevados de luz espiritual, o psíquico, ou médium, às vezes entra em contato com eles. Nos escritos de Vale Owen há muitas coisas, de grande interesse, referentes a eles.
É dito, pelos rabinos, que estes seres são perfeitos, cada um igual ao outro; mas eles não evoluem e é evidente que não são intelectualizados. Quase poderíamos chamá-los de Robôs divinos, cada um rigidamente condicionado, pela sua própria natureza, para executar com perfeição o trabalho para o qual foi criado; livre de todas as lutas e conflitos interiores, porém imutáveis e, consequentemente, sem possibilidade de evolução.
Segundo se afirma, nenhum anjo jamais sai da sua própria esfera de atividade. O anjo que tem “cura em suas asas” não pode dar visão, nem aquele que confere a visão serve como poderoso guarda contra o poder das trevas.
Os esoteristas fazem uma distinção fundamental entre os anjos e as almas dos homens. Eles dizem que as Centelhas Divinas, que são os núcleos das almas dos homens, provêm do cosmo numênico, do mesmo plano onde o Logos Solar tem o Seu ser. Eles são, portanto, da mesma natureza mais interior da Divindade. Por outro lado, os anjos são criados pelo Logos Solar, sendo os primeiros dos Seus seres criados. Eles nem caem em geração e nem se elevam pela regeneração, porém, permanecem em imutável perfeição, sem evoluir, até o final dos tempos.
As funções dos anjos são diversas e aqui não podem ser abordadas pormenorizadamente. Cada um, de acordo com sua função e hierarquia próprias, é o mensageiro de Deus nas coisas do espírito, mas não tem contato direto com a matéria densa. Essa função é inteiramente realizada por uma outra ordem de seres, os Elementais, que diferem, em origem e natureza interior, tanto dos anjos quanto dos homens.
IV. ELEMENTAIS:
Existe muita confusão de pensamento no que se refere às ordens de seres conhecidos como Elementais. Às vezes eles são confundidos com os espíritos dos homens. Indubitavelmente, muitos acontecimentos atribuídos a espíritos devem ser consignados às atividades destas outras ordens de seres. Mais uma vez, não devem ser confundidos com os demónios do mal ou, para dar a estes o seu nome cabalístico, com as Qliphoth.
Os Elementais são as formas-pensamento geradas por sistemas coordenados de reações que se tornaram estereotipadas pela repetição constante e imutável. Tornam-se necessárias algumas explicações para tornar claro este conceito, e nós o compreenderemos melhor se examinarmos os meios pelos quais os elementais são criados.
Cada época de evolução é constituída pela ida e volta de uma onda-vida de almas viventes. Na terminologia esotérica, estas ondas-vida são citadas como os Senhores da Chama, da Forma e da Mente. A evolução atual se transformará nos Senhores da Humanidade. Cada onda-vida desenvolve sua contribuição característica para a evolução. Quando as Centelhas Divinas, que constituem os núcleos evoluídos das almas de cada evolução, são levadas de volta para os planos e reabsorvidas no Reino de Deus, o trabalho que elas realizaram permanece além delas, naquilo que construíram, quer sejam os elementos químicos evoluídos pelos Senhores da Forma, ou as reações químicas desenvolvidas pelos Senhores da Chama, ou mesmo as reações de consciência desenvolvidas pelos Senhores da Mente.
Segundo é dito, a humanidade está desenvolvendo o poder da consciência coordenada, portanto, os Senhores da Humanidade mantêm com os Senhores da Mente o mesmo relacionamento que os Senhores da Chama mantém com os Senhores da Forma. Todavia, estes seres, de três ondas-vida anteriores, já ultrapassaram o nível de vida na terra, cada grupo indo para o seu plano apropriado; e os Senhores da Humanidade ainda estão absorvidos na tarefa de construir e, com exceção de alguns poucos que se tornaram Mestres, ainda não escaparam do aprisionamento do material no qual trabalham. Consequentemente, é muito raro que qualquer psíquico, salvo um adepto dos graus mais elevados, alguma vez entre em contato com qualquer um destes seres.
Todavia, conforme já foi apontado, eles deixaram para trás as formas que construíram no decorrer da sua evolução. Estas formas, conforme os psíquicos ensinam, na realidade, consistem de sistemas coordenados de repetições eletromagnéticas. Toda a vez que qualquer movimento tem lugar, uma corrente elétrica se estabelece, e, se a série de movimentos coordenados é repetida muitas vezes, estas correntes tendem a fazer ajustamentos entre si e se tornam coordenadas por sua própria conta, totalmente independentes das formas físicas cujas atividades deram origem a elas. Ë destas coordenações que são desenvolvidos os Elementais.
Nestas páginas não podemos penetrar mais fundo neste assunto, por demais interessante e complexo. Este é um tema para estudo à parte. Todavia, foi dito o suficiente para indicar que, embora o produto final da evolução dos reinos angélico, elemental e humano, seja o de produzir consciência e inteligência, a origem dos três tipos de seres é totalmente diferente, o mesmo acontecendo com o destino deles.
As Centelhas Divinas são as emanações do Grande Não-Manifesto, Ain Soph Aur, na terminologia dos cabalistas; os anjos são as criações do Logos Solar e os Elementais são “as criações dos criados”, quer dizer, originados pelas atividades do universo material.
Dos Elementais assim desenvolvidos, há muitos tipos. Em primeiro lugar, as quatro grandes divisões dos espíritos Elementais da Terra, do Ar, do Fogo e da Água, que os alquimistas conhecem, respectivamente, como Gnomos, Silfos, Salamandras e Ondinas. Estes representam, na verdade, quatro tipos de atividade originados por quatro tipos de relacionamento. Nos sólidos (o Elemento da terra) as moléculas estão reunidas. Nos líquidos (o Elemento da água) as moléculas se movem livremente. Nos gases (o Elemento do ar) elas se repelem mutuamente e, em consequência, dispersam-se até os seus limites mais extremos. E no fogo a propriedade essencial da sua atividade é mudar de plano, ou transmutar. Os quatro reinos de Elementais primários, comandados por seus reis angélicos, representam a ação coordenada, deliberada e inteligente destas quatro propriedades da matéria o lado mental do fenômeno material, para ser exata.
Este fato é muito conhecido dos ocultistas e no seu trabalho mágico eles utilizam o lado-mente da matéria. Consequentemente, muitos destes sistemas Elementais de reações foram, por assim dizer, domesticados por adeptos. Os Elementais assim domesticados ficaram impregnados de consciência de um tipo humano. Os psíquicos às vezes se encontram com estes Elementais desenvolvidos (ou iniciados).
Nós agora estamos violando alguns dos aspectos mais secretos do ocultismo, e o que pode ser dito não é muito; e mesmo que mais fosse dito, pouco seria entendido, exceto por aqueles que já estão bem versados na ciência esotérica.
Alimente sua alma com mais:
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