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Por Stephen Knapp
Outro aspecto da compreensão dos ensinamentos védicos e sua influência no cristianismo é simplesmente olhar para o que está escrito sobre os ensinamentos de Jesus. Ao estudar os ensinamentos atribuídos a Jesus, podemos facilmente reconhecer que a essência do que Jesus ensinou era um nível elementar do processo védico de bhakti-yoga e karma-yoga. Ambos os sistemas são muito mais profundamente desenvolvidos e elaborados nos textos védicos, e mais completamente explicados por muitos acharyas ou mestres espirituais da Índia. Então, se você realmente quer entender as profundezas desse caminho espiritual, cabe a qualquer pessoa dar uma olhada mais de perto nas instruções e métodos descritos no sistema védico para alcançar um nível mais profundo de desenvolvimento espiritual.
Por exemplo, Jesus ensinou que todos devem amar a Deus com todo o seu coração e mente, que é a quintessência de bhakti-yoga. Bhakti significa devoção e entrega a Deus. Como afirma Mateus (22.36-40): “Mestre, qual é o maior mandamento da lei? Ele respondeu: Ame o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento. Esse é o maior mandamento. Ele vem primeiro. A segunda é assim: Ame o seu próximo como a si mesmo. Tudo na Lei e nos profetas depende desses dois mandamentos”. Essas duas regras são o coração dos processos de bhakti e karma-yoga.
Dessa forma, Jesus ensinou às pessoas as partes mais básicas da lei de Deus e deu os mandamentos mais simples, como “Não matarás” e “Não furtarás” e assim por diante. Essas regras lidam apenas com padrões morais. Eles não tratam dos princípios superiores da disciplina espiritual ou da realização transcendental. Este é um sinal do tipo de pessoas com quem Jesus estava lidando. Eles eram muito primitivos e tinham que aprender o mais básico do conhecimento espiritual. Obviamente, não se pode compreender tópicos espirituais avançados se não tiver qualquer compreensão de valores morais simples. Portanto, Jesus era muito limitado no que podia ensinar às pessoas daquela época. Como Jesus disse, (São João 16.12-13, 25):
“Ainda tenho muitas coisas a dizer a vocês, mas vocês não podem suportá-las agora. Mas quando ele, o Espírito da verdade, vier, ele os guiará para a verdade; porque ele não falará de si mesmo, mas tudo o que ouvir, isso dirá: e ele vai te mostrar coisas por vir… Estas coisas vos tenho falado em provérbios; mas vem o tempo em que não vos falarei mais por provérbios, mas vos mostrarei claramente do Pai.”
Assim, Jesus não poderia revelar toda a verdade para as pessoas daquela época, mas prometeu que haveria um tempo em que toda a verdade estaria aberta a todos. Mas se as pessoas aceitam ou não é outra coisa.
Jesus também ensinou que uma pessoa é julgada por suas obras e pela maneira como elas se comportam. Este também é o mesmo processo encontrado em bhakti e karma-yoga. Sem boas obras e devoção sincera, não se pode entrar no reino de Deus. No entanto, encontramos no cristianismo moderno uma ênfase na fé, não nas obras. Mas isso não é confirmado na Bíblia, como podemos ver neste versículo: “Mas você sabe, ó homem vão, que a fé sem obras é morta”. (Tiago 2.20) Jesus nunca disse que somente a fé era o suficiente para entrar na terra prometida. A maneira como se trabalha é um sinal de sua fé. E aqueles que alegam fidelidade à fé e pregam em nome de Cristo, mas fazem várias atividades dúbias em particular, ainda estão privados de alcançar o favor de Cristo, como afirma Mateus (7.21-23):
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? E em teu nome expulsaram demônios? E em teu nome fez muitas obras maravilhosas? E então lhes direi que nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.
Esta, portanto, é a essência dos ensinamentos de Jesus que, como podemos ver, incluem os mesmos princípios básicos de bhakti-yoga e karma-yoga (amar a Deus, defender a lei de Deus em todas as nossas ações e fazer o bem aos outros), que é totalmente explicado na literatura védica. Jesus nunca apresentou nada novo ou inventado, mas ensinou o que Deus havia ensinado e deu todo o crédito a Deus, conforme verificado a seguir:
O filho não pode fazer nada de si mesmo, mas o que ele vê o Pai fazer. (João 5.19). . . Quando levantardes o filho do homem, então sabereis que eu sou ele, e que nada faço por mim mesmo; mas como meu Pai me ensinou, eu falo essas coisas. (João 8.28). . . Vou para o Pai, porque meu Pai é maior do que eu. (João 14.28)
Nestes versículos temos as palavras de Jesus da Bíblia que explicam que ele ensinou apenas o que Deus havia falado e não era ele mesmo Deus, mas era o filho de Deus Pai. Além disso, no Bhagavad-gita (9.17), Krishna explica especificamente que Ele é o Pai de todas as entidades vivas e (Bg.7.6, 10.8) é a origem de tudo o que é material e espiritual. Portanto, não existe contradição no entendimento de que Jesus era um filho de Deus, e Krishna é o supremo Pai e Criador de tudo. Desta forma, podemos ver que a essência do cristianismo são os ensinamentos básicos da filosofia védica que foi desenvolvida muito mais cedo e mais profundamente do que o que é encontrado atualmente na filosofia do cristianismo.
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Fonte: https://www.stephen-knapp.com/
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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.
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