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Por Misha Magdalene.
Das bathroom bills (as “leis de banheiro”, termo inglês usado para se referir à legislação ou estatuto que nega o acesso a banheiros públicos por gênero ou identidade transgênero) ao movimento #MeToo (movimento contra o assédio sexual e a agressão sexual), as lutas de nossa cultura com questões de gênero e sexualidade estão no centro da mudança cultural em nosso atual momento da história. As últimas décadas testemunharam grandes avanços e grandes perdas nos direitos das pessoas queer*, juntamente com uma profunda mudança nas filosofias sobre gênero e sexualidade e a linguagem usada para discuti-los. As comunidades pagãs, politeístas e mágicas estão tão imersas nessas lutas quanto o resto da supercultura e, de certa forma, fizemos parte da vanguarda dessas questões. Como um nexo de crenças e práticas “de fora”, nossas comunidades há muito tempo acolhem pessoas cujas experiências de gênero e sexualidade estão igualmente fora das normas sociais. (*Por “queer”, estou me refiro às pessoas cujas expressões e experiências de sexualidade ou gênero estão fora da heterossexualidade estritamente cisgênero, incluindo lésbicas, gays, bissexuais, pansexuais, assexuais, transgêneros e pessoas não-binárias, entre outras.)
Infelizmente, elas também têm sido indiferentes ou hostis em relação às pessoas queer, especialmente aquelas cujo gênero e sexualidade contradizem as suposições e preconceitos da própria comunidade, muitas vezes não examinados.
Essa ambivalência em relação às pessoas queer é especialmente frustrante porque sempre fomos parte integrante dessas comunidades de devoção e prática. De Jacinto a Loki, de Hermafrodito à Babalon, as narrativas queer sempre fizeram parte de nossos mitos, em uma ampla panóplia de culturas e cosmologias. Olhando para a era moderna, as experiências queer sempre fizeram parte dos movimentos pagãos e politeístas modernos. Afinal, o ser queer é mágico, e as pessoas queer têm uma magia toda nossa. Praticantes queer de todos os tipos estão entre os fundadores, antepassados, pensadores, escritores, ritualistas e artistas cujas vidas e trabalhos criam e definem a forma das culturas pagãs, politeístas e mágicas. Sem pessoas queer, sem nossas narrativas e nossas experiências, o corpo maior de prática e cultura do qual todos nós nos beneficiamos fica empobrecido, e nossas comunidades se tornam… bem, menos mágicas.
Quando pessoas queer, narrativas queer e experiências queer são bem-vindas e abraçadas pela comunidade em geral, quando nos é permitido compartilhar nossa magia abertamente e sem medo, nossas comunidades, tradições e práticas se tornam mais ricas, mais vibrantes e mais verdadeiramente reflexas do mundo ao nosso redor.
Em suma, elas são melhores para todos nós.
Nossos agradecimentos a Misha por seu texto de convidado! Para saber mais sobre Misha Magdalene, leia o artigo “Cinco lições de vida que aprendi fazendo magia”.
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Fonte: Making Space for Our Magic: On Queer Inclusion in Pagan and Magical Communities
Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.
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