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por: Martin Mente Mágicka
Apesar de você provavelmente ter crescido com a perspectiva de inferno e céu, e quando criança ter imaginado que pelo menos poderia estagiar no purgatório após esta vida, ainda assim a crença esotérica e espiritualista mais comum do mundo sempre foi o reencarnacionismo.
A ideia de reencarnar em diversas vidas, em tempos distintos e até mesmo em diversos mundos, já era comum em praticamente todo o Oriente e muitas formas de paganismo ocidental, muito antes do início do que conhecemos como cristianismo.
“O Paraíso sem cerveja nem sexo, todo mundo sentado em pose de meditação virado para as nuvens, ou como dizia Luiz Gasparetto, “com cara de cu olhando pro infinito.””
Enquanto algumas religiões prometiam recompensas e punições eternas, o reencarnacionismo trazia uma síntese bem definida da evolução espiritual humana, fazendo também o céu do oriente médio, cheio de homens ricos e mulheres virgens, parecer um roteiro de pornô japonês.
Não foi só no Oriente que surgiu a crença no reencarnacionismo, sendo comum entre povos que nem sequer tiveram contato entre si, como indígenas de diversas tribos, xamãs siberianos e druidas celtas que pregavam a Metempsicose (transmigração de almas entre corpos e formas diferentes) como verdade post-mortem.
Os druidas, grandes sacerdotes das antigas religiões celtas.
O druidismo e paganismo Celta tinham como base de sua espiritualidade o conceito de mente eterna: mente pequenina e independente, e outra imensa e coletiva, para onde a pequenina poderia voltar a qualquer momento, sem ter nunca de fato deixado de ser parte essencial.
O esoterismo ocidental também sempre se embasou na lógica sistêmica do reencarnacionismo, desde suas primeiras escolas egípcias e das que descendem do Judaísmo Místico (onde era chamada gilgul).
Outra informação muito difundida hoje em dia, é que mesmo o cristianismo teria considerado o reencarnacionismo como uma verdade até o século sexto depois de cristo.
Uma parte desta história é verdadeira, pois existiam grandes teólogos e até santos reencarnacionistas nos primeiros séculos do catolicismo, mas o resto não.
Existe a história de que o reencarnacionismo teria sido negado pela Igreja Católica Romana apenas no segundo concílio de Constantinopla após a esposa do grande imperador ter sonhado que teria sido uma prostituta em vidas passadas.
Se você acredita em tudo que lê na Internet, deve pesquisar mais sobre o poeta brasileiro General Figueiredo, que já escrevia música moderna nos anos 60.
Mas por favor não acredite em tudo que lê na internet. Se quer informação séria acredite no que lê no Mente Mágicka e no Morte Subita e outros poucos por aí.
A história do concílio de constantinopla ter negado a reencarnação no catolicismo, devido à uma mulher poderosa que teve um sonho, é menos verdadeira que amor de libriano.
O catolicismo sempre negou o reencarnacionismo pois isto é diretamente oposto à ideia de céu-inferno, bem como totalmente incongruente com qualquer sistema de crenças maniqueístas (bem contra mal). Outra contradição é com o chamado “juízo final” ou dia da salvação, conceitos essenciais no catolicismo.
Só quem conseguiu fazer essa junção de maniqueísmo cristão com reencarnacionismo foram os Espíritas, mas como o espiritismo está por trás de muitos milagres e manifestações sobrenaturais do século passado, eu acho que este pode ser apenas mais um deles.
O que aconteceu é que no espiritismo o conceito oriental de karma se transformou no Carma, que seria um justiçamento de Deus, capaz de criar céus e infernos em vidas diferentes e planos distintos.
Seja como for, o reencarnacionismo sempre foi presente nas mais diversas culturas orientais e ocidentais, como um conceito chave do caminho da evolução (Dharma) das almas.
O ponto obscuro do reencarnacionismo é que ele pode ser desculpa para muitas fantasias, projeções e até mesmo falsas memórias tiradas do insconciente coletivo ou induzidas por falsa informação.
Só no meio espiritualista que frequentei muito no Brasil, conheci umas duas “encarnações” de Salomão e um fractal (parte da alma) de Cleópatra. Fora as inteligências cósmicas encarnadas…
É claro que no reencarnacionismo, sendo a forma mais natural de espiritualidade no mundo, o ponto obscuro da consciência humana se expressa, até onde menos se espera; tenho um amigo sérvio que, apesar de católico ortodoxo, insiste que uma bruxa sérvia disse que ele foi um Faraó.
O problema é que depois que ele bebe parece acreditar nisso piamente, e se torna uma pessoa insuportável, nos dando vontade de realmente enviá-lo para o Egito.
O ponto lógico do reencarnacionismo é de que nós não temos memória total do que vivemos quando estamos transferidos para uma consciência mais densa (como a que vivemos agora).
Para ilustrar isso na antiga Índia, o primeiro coração da espiritualidade oriental (deu lugar para a China depois), se falava sobre o véu de Maya. O véu que não nos permitia ver a realidade de nosso próprio espírito e consequentemente as suas vivências passadas, fora desta consciência.
Na China existe também a mesma história como a “ponte da ilusão”. De que um espírito prestes à encarnar passaria por uma ponte, e nesta ponte lhe é servido um copo de uma água leitosa, que após bebida faz o espírito esquecer suas vivências passadas temporariamente.
É dito, no entanto, que alguns espíritos passariam com muita pressa por essa ponte, seja porque morreram repentinamente, ou porque tinham uma oportunidade única de encarnação, e essas seriam pessoas que lembram de suas vidas passadas.
O ponto positivo do reencarnacionismo é que, primeiramente, ele é o conceito espiritual mais lógico do ponto de vista de iluminação individual, não à toa, todo tipo de budismo (entre milhares do oriente) e Taoísmo (entre dezenas) é reencarnacionista.
Até mesmo o budismo Terra Pura, um tipo chinês de budismo que acredita num “paraíso”, ou reino de Amitabha, é reencarnacionista, uma vez que é preciso encarnações e cumprir-se na roda do samsara para se iluminar e poder enfim ir para lá.
“Acho que já fui Cleópatra”:
Tendo nos acostumado com esta idéia, ao perceber a lógica, os relatos inúmeros de diversas culturas, tempos e pessoas diferentes sobre a continuidade do espírito, todos temos a curiosidade de saber quem fomos na vida passada.
Muita gente se serve de sonhos ou de memórias que acabam aparecendo quase que como dejavus ao vermos determinadas cenas e pessoas; ao entrarmos em contato com determinada informação, música ou arte em geral.
Acontece que nem toda memória vem de vidas passadas, como disse em um artigo lá no início deste site, temos inúmeras memórias “do passado” que são simplesmente captadas de determinado holopensene (matriz energética) de determinada época, de alguma cultura etc…
É muita poesia…
Dou um exemplo: É isso que acontece para quem, como eu, é fã dos anos 80. É possível captar cenas, cores, cheiros e sons que são “a cara” dos anos 80, mesmo que não tenha a ver com sua vida passada por ali.
Estas informações estão disponíveis numa “nuvem” do inconsciente coletivo e podem ser “baixadas” muitas vezes de forma espontânea por quem se identifica com isso, ao entrar em contato com aquela energia.
Muitas de nossas memórias não vividas vem exatamente de se conectar com coisas externas, mas com as quais nos identificamos, e elas fazem parte de nós também, pois estamos conectados com o todo!
A forma, no entanto, de nos expressarmos como parte neste todo, não é pelo tudo, pois ninguém pode ser tudo sem ter voltado ainda ao todo, como um Buda.
É sim, pegando dentro do “tudo” as muitas pequenas peças que nos pertencem (que reconhecemos), e nos reconstruindo deificamente, como o arquétipo egípcio de Osíris reconstruído parte por parte após ser esquartejado em seu encontro com o mal (Seth).
Estas peças de nós mesmos podem fazer parte do todo sem nunca ter feito exatamente parte de algumas de nossas vivências passadas, ou vidas anteriores, mas sim parte de nossa alma, pois ela é parte importante do todo.
A Roda Do Samsara
Algo de particular complexidade é o fluxo de encarnações. O reencarnacionismo é entendido no budismo pela alegoria da Roda de Samsara.
É claro que imaginar que nosso fluxo de encarnações seja circular é apenas uma forma alegórica de dizer que o fluxo não é linear, não é reto, e muita coisa precisa ser revisada em vidas diferentes; Por isso o Samsara é um pouco mais complexo do que parece, não se tratando apenas de colher méritos, fazer “o bem” e se iluminar.
As vidas se entrelinham em encarnações, coisas novas começam, outras ficam pendentes, dependendo da trama espiritual que é disponivel no momento para a pessoa encarnante.
A famosa Roda do Samsara, roda da vida, ou roda encarnatória.
Assim é bem mais complexo, e temos o fato de uma encarnação influenciar na outra sem necessariamente ter sido a passada, afinal é um caminho cíclico, uma roda, e não algo linear e reto.
Isso significa que nesta vida não necessariamente é sua vida passada que tem mais influência em suas memórias atávicas, talvez sejam coisas de duas vidas atrás que você tem oportunidade de nesta vida rever, refazer melhor e compreender, ou terminar.
Por isso que saber a sua vida passada pode não fazer nada além de atrapalhar nesta vida, afinal, você pode não ter nada de sua vida passada para refazer ou terminar nesta vida, e sim da vida em que você era um cowboy bêbado e agressivo no Texas, há duzentos anos atrás.
Eu mesmo sei quem fui na vida passada, por uma série de conhecimentos e revelações internas e externas coincidentes, terminei um trabalho legal na vida passada. No entanto, tenho diversas coisas de outras vidas para refazer e utilizar, e isso me fez parar do lado oposto do globo terrestre de onde nasci.
Continuo me comunicando mais através da escrita, mas até minha personalidade é mais influenciada por uma outra vida mais rebelde e tenho quase certeza, mais divertida, que a passada.
Uma excessão à essa complexidade samsárica é de quem teve uma vida interrompida, que ilustrando a lenda chinesa já citada, da ponte, costuma vir com mais clareza em relação ao que veio para fazer, geralmente com coisas relacionadas diretamente à sua vida anterior.
Quanto mais trágica foi a morte-fim da vida passada, mais o espírito costuma se impressionar, carregando suas características para o além vida, e também para a próxima encarnação.
É este tipo de identificação com o próprio cadáver também, uma das causas que fazem com que muitos espíritos fiquem perdidos com aparência de putrefação.
Isso significa que quanto menos você se identificar com sua vida passada, menos “precisar” saber dela, melhor, do ponto de vista do Samsara e do ciclo reencarnatório.
Na China existe um livro proibido na maior parte dos locais (parte continental) mas que ainda assim foi publicado em outros lugares, e até mesmo traduzido para o inglês. Se trata do livro de Li Changzhen, “100 cases of reincarnation among Dong people”.
O livro é um trabalho investigativo de Li, que para provar o reencarnacionismo, viajou entre Guangxi e Hunan no sudeste chinês, colhendo informações, fotos e vídeos sobre casos de pessoas que relembram de suas vidas passadas com uma clareza impressionante.
Várias delas tem marcas no corpo, exatamente do local de feridas que os fizeram falecer na vida passada. A maioria lembra espontaneamente seu nome passado, seus familiares e até o cômodo da casa onde passavam a maior parte do seu tempo, fatos confirmados pelas pessoas das famílias “passadas”.
O trabalho de Li foi avaliar e colher as provas destas pessoas, como reconhecimento espontâneo de objetos e pessoas.
Por exemplo, o garotinho que disse o local e momento onde morreu, e seu nome anterior, informações que foram confirmadas; ou da menina que reconheceu sua família da vida anterior.
Se o livro foi proibido é porque é bom. Infelizmente a tradução está esgotada, mas meu sogro conseguiu um exemplar em Hong Kong. O trabalho de Li foi fenomenal, as fotos e vídeos destes casos são realmente impressionantes.
Caso queira saber mais sobre isso ficam aqui alguns links importantes, um do site do próprio investigador e deste outro artigo em inglês que fala sobre os casos investigados por Li.
Vale lembrar que a imensa maioria destes casos foi de pessoas que morreram de forma repentina ou trágica. O que corrobora com o que eu apresento neste artigo sobre a lógica do reencarnacionismo na visão budista samsárica, um tanto mais complexa do que a maioria pensa.
Se encontrar o livro online no ocidente (dá para encontrar e baixar em algum lugar), vale demais a leitura.
Sistema Tulku Tibetano: Eu te reconheço um Bunda.
Tulku tem uma dupla conotação em tibetano. Uma das conotações é um “adjetivo”, seria um “reconhecido”, alguém cuja energia foi reconhecida de uma vida passada, geralmente de algum mestre importante em determinado sistema, de uma entidade ou até emanação de deidade.
Existem muitos Tulkus pelo mundo, e muitos deles são reconhecidos dentro de um sistema, que é a segunda conotação da palavra, o Sistema Tulku.
Este é o sistema responsável pelo reconhecimento de, entre outros, o próprio Dalai Lama. Acontece que este sistema é muito contradito no próprio tibete, muitas escolas e tradições discordando entre si dos títulos tulku, e uma outra grande parte negando totalmente a validade do sistema, dizendo ser algo inútil.
Na tradição em que fui iniciado não existe sistema Tulku, mas eu também já fui apontado como um (em outro secto), o que me causa uma lisonja e um carinho, ao mesmo tempo que um certo pesar, do tipo, será que eu fui algo importante?
Não sei como o quê me apontaram, pois não me aprofundei neste sistema. Mas e se eu tiver sido um cara tipo Drukpa Kunley, com várias amantes “divinas”, e agora sou só o marido da Xin Yu?
O medo da decadência é maior que a curiosidade.
Brincadeiras à parte, eu considero este sistema válido, porém falho! Primeiro que a intuição e as suas noúres não são suficientes para enxergar tão além do véu de maya, à ponto de obter a certeza de vivências passadas, causando certo constrangimento em seus praticantes muitas vezes.
Segundo, porque no Brasil quando comecei meu caminho espiritual, eu mesmo participei de grupos místicos onde fiz inúmeros exercícios de memórias de vidas passadas, e as informações eram, no mínimo, contraditórias e muito misturadas, com um espaço muito grande para o engano e a ilusão.
Vi muita gente ficar confusa e enrolada com isso, e outros começarem procurando esclarecimento e conforto mas saírem com obsessões e medo.
Terceiro porque, como já falei, pode ser totalmente inútil recuperar informações de sua vida passada, e algumas vezes até mesmo prejudicial. Duvida?
Então vou recontar um pouco de dois casos do sistema Tulku, um do ator Steven Seagal e outra é a história do monge Osel, o caso tulku mais “escandaloso”, pois foi repleto de polêmicas do princípio ao fim.
Steven Seagal Tulku
Steven Seagal foi reconhecido em 1997 como a reencarnação do sagrado mestre Chungdrag Dorje pelo Lama Penor Rinpoche. O que imediatamente causou um certo incômodo.
O segredo do rabinho de cavalo hermeticamente penteado, que não desmontava nas cenas de porrada, pode ser pura e simplesmente herança do poder mágicko de outra encarnação de Seagal.
Causou um certo incômodo primeiro por Seagal ser ocidental, mas o povo tibetano costuma ser muito mais aberto que a maioria dos outros povos asiáticos, então isso não seria nenhum impedimento ao reconhecimento de Seagal como um Tulku.
Acontece que além de ocidental, Seagal era ator rico e mundialmente famoso, e naquela época era um dos maiores financiadores de eventos e encontros de diversas escolas diferentes de budismo Vajrayana pelo mundo, especialmente quando eram ligados ao Dalai Lama.
Reconhecer um gringo como Tulku até vai lá, mas um financiador milionário, isso fez muitos ficarem com um pé atrás. Piorava um pouco o fato de Seagal, em plena decadência de carreira, ter anunciado isso aos quatro cantos do mundo.
Piorava mais o fato dele aparecer nos eventos de budismo tibetano com uma modelo oriental em cada braço e imensos cordões com budhas de ouro puro no pescoço. Mas se você acha que não tem como ficar pior, ele se meteu em várias outras polêmicas, entre brigas com atores até acusações de inconsistência em suas histórias.
A comunidade do Lama Penor o pressionou de tal forma que ele se sentiu obrigado à publicar uma carta aberta, em 1999, explicando o sistema Tulku para todos os que se sentiram constrangidos com o fato.
Nesta explicação, Lama Penor expõe que o sistema Tulku é composto de três fases essenciais. A primeira é o reconhecimento, que em si não é de tanta valia, pois é a segunda fase que se trata do treinamento, onde se desbloqueiam as memórias da outra vida, e depois se testa estas memórias.
Um dos testes é o reconhecimento de objetos do outro ser, trabalhos ou imagens, e informações de nível mais “secreto” em relação àquele ser de onde se veio. Apenas passando nestes testes é que existe a terceira fase que é o entronamento, e onde a pessoa começa por fim à responder por aquela energia de onde veio, e é considerada de fato um Tulku.
Na carta, Lama Penor esclarece que Seagal passou apenas pela primeira fase, que foi o reconhecimento, o que sem treinamento e entronamento, não significa absolutamente nada dentro da Tradição.
É válido dizer que a própria escola do Lama Penor Rinpoche vem de uma tradição dividida em diversas partes (sendo três escolas e varios sectos), algumas que utilizam o sistema Tulku como justificativa política para suas verdades e separações, mas continua sendo uma das minhas preferidas de Vajrayana em seus sectos mais tradicionais.
É importante salientar também que eu entendo e acredito no Lama Penor Rinpoche, e que não vejo obstáculo ao fato de Seagal ter sido um Tulku.
Ele veio sozinho para o Japão, se tornou fluente na língua e de fato foi um dos primeiros (ou o primeiro) ocidental a ser considerado mestre de Aikido para os próprios orientais. Ficou famoso também apresentando sua arte no cinema. Poder de realização ele tem.
Se a comparação do poder de realização da sua Vontade com a dos que o criticam na internet for considerada, poderíamos talvez até entroná-lo pulando as duas outras fases do sistema tulku. Portanto, respeito ainda é a melhor atitude, já que como se diz na China, “sem comparação, sem feridas” (没有比较,没有伤害).
A reencarnação de Lama Yeshe
Osel Torres, espanhol filho de dois praticantes do Vajrayana foi levado para um templo no nordeste da Índia (de monges tibetanos) com apenas dois anos de idade.
Sua chegada foi precedida de sonhos por parte de mais de um monge. Ele também foi reconhecido pelo próprio Dalai Lama como um tulku, no caso, a reencarnação do santo mestre Lama Yeshi. Um mestre irreverente, meio rebelde e de muito senso de humor.
Osel já entronado como Tulku aos seis anos, reencarnação do mestre Lama Yeshi
A criança foi submetida à testes para reconhecer os objetos de Lama Yeshe, o que fez com perfeição, sem sequer a necessidade de treinamento precedente. Ele sabia, entre outras coisas, quais eram os óculos escuros e o japamala de Lama Yeshe, mesmo no meio de vários objetos semelhantes.
Ele reconhecia pessoas também, todas ligadas à sua vida como Lama Yeshe.
Osel teve um entronamento polêmico pois aos seis anos já era entronado como o Lama Yeshe que voltou para ensinar. Adorado por uns, duvidado por outros, quando fez dezoito anos e alcançou a maioridade, Osel simplesmente disse que estava cansado desse reencarnacionismo mal interpretado.
Arrumou suas malas e decidiu que iria para Ibiza para viver como pessoa normal. Ele largou a vida monástica e decidiu que nesta encarnação o que ele quer é tocar tambor, dançar ao som de Trance Music na praia, namorar e viver, e se descobrir como Osel, e não como Yeshe.
A história de Osel você encontra aqui narrada por ele mesmo, é a única reportagem dele próprio falando sobre isso, e ao ler as palavras dele me enchi de uma enorme compaixão e carinho por ele.
Tenho muita admiração pela sua coragem enorme aos dezoito anos de ir contra a fé de seus pais, de todo um sistema no qual ele estava inserido desde que nasceu, e mesmo sem conhecer qualquer outro.
Eu acho que estes dois exemplos não significam a falsidade do sistema Tulku, que é milenar e possui várias provas do sobrenatural, mas também enganos constrangedores por interesses políticos dentro da hierarquia de escolas e tradições.
Acho que estes exemplos apenas reiteram a teoria do reencarnacionismo samsárico, que não deve ser ignorada dentro de nenhuma forma de budismo, sob pena de fazer sua hierarquia e tradição engolir histórias como estas, e que não deve ser ignorada na sua vida, sob pena de fazer com que você a perca no caminho errado.
Não é porque você foi algo em alguma vida passada que vai continuar sendo agora, seja bom ou ruim, não é assim que funciona o ciclo reencarnatório. Tenha isso em mente quando sentir curiosidade sobre sua vida passada.
Você precisa saber da sua vida passada?
Se após tudo que expomos aqui você ainda acha que vai se beneficiar de saber algo sobre sua vida passada, deixe-me lhe dizer que existem, tanto em tradições orientais quanto ocidentais, os chamados “Guardiões do Karma”.
Alguns dizem que se trata de grupos de deidades que regem a humanidade, mas eu prefiro, acredito e tem mais a ver com a minha experiência, a versão de que todos nascemos ligados à um ou mais guardiões de nosso Karma. A primeira vez que eu tive contato com um, ainda no Brasil, o chamavam de Exu.
Seu guardião kármico particular é em muitas práticas brasileiras, das quais fiz parte, também chamado de Exu.
Estes guardiões do Karma pessoal não ficam nem um pouco alegres quando uma vida interfere na outra, e o resultado disso é sempre desastroso. Estes guardiões muitas vezes são ligados à nossa sanidade, uma vez que a maioria das doenças mentais vem de memórias somatizadas no nosso subconsciente.
Estar ligado aos seus guardiões (ou guardiãs), é infinitamente mais importante para o cumprimento do seu espírito na terra nesta vida, para a sua prosperidade e alegria, do que tentar se conectar com uma vida passada, já que muitas vezes isso pode até causar o oposto!
Se por algum motivo foi dado à você saber algo de alguma vida passada, guarde a informação para você, e veja no que isso se encaixa na sua Vontade do presente, se não for em nada, simplesmente descarte isso.
Se a informação encaixar bem, no entanto, é porque é útil, anote em ouro, porque você fatalmente vai precisar dessa informação em algum momento desta vida de agora, e eu não sei se isso é necessariamente algo bom.
Ancestralidade pode ser outro problema nas memórias de vida passada. Existem grupos kármicos que voltam sempre juntos, como família. Dentro de todo grupo, no entanto, existem diversos entrantes na hierarquia familiar, muitos que vem por uma vida só mesmo, ou vem de vez em quando.
Eles vem como participantes “especiais”, tipo o power ranger branco, o décimo terceiro guerreiro ou Ikki de Fenix (traí minha idade agora).
Muita gente espiritualista se enquadra nesta categoria, talvez você também, como eu. Mas veja, isso não significa obrigatoriamente ser mais “evoluído” que o grupo-karma que você se encontra não, existem muitos tipos de entrante, e toda família e grupo-karma tem também entrantes neutros (estagiários) e até os negativos.
Já viu casos onde o filho “desencarna” a família toda? Pois é, muitas vezes são entrantes negativos nos grupos-kármicos (família).
A tentativa de trazer vivências passadas para esta vida, embola sentimentos com pessoas de grupos-karma (familias) que podem não ter absolutamente nada a ver com a sua família e trama espiritual de agora.
Na conscienciologia, Waldo Vieira ensinava exercícios de reconhecimento de vida passada, ele mesmo se reconhecia como Zéfiro e tinha uma consciência imensa do próprio espírito. Infelizmente, no entanto, este conhecimento não é de qualquer serventia para 99,9% das pessoas, assim como sistema Tulku.
Adendo:
Estou me referindo à espíritos entrantes, que geralmente são espíritos de uma grande independência, o que não significa repito, ser bom ou ruim, existem entrantes extremamente negativos também.
Quando falo entrantes, são os Entrantes de Hieraquia, e não os entrantes alienígenas, que são um tipo de entrante que entra num corpo já maduro para encarnar, segundo diversas teorias.
Os entrantes de hierarquia são almas que entram em famílias, egrégoras, religiões e culturas diferentes, se identificam com diversas coisas distintas e podem ter muita dificuldade no princípio da vida, justo por isso.
Algo bem interessante que acontece com os Entrantes de Hierarquia, é que eles muitas vezes se reconhecem um ao outro (tanto positivos quanto negativos), e existe uma sensação de familiaridade entre eles, às vezes mais do que com membros da própria família.
Podemos falar mais sobre os muito tipos de seres e almas entrantes no futuro.
Conclusão:
Talvez você tenha clicado aqui esperando algum exercício de meditação para fechar os olhos e ver sua vida passada, ou de induzir sonhos de vidas passadas, enquanto dorme com um caderno e um lápis na mão.
Eu não tenho dúvida que este tipo de conteúdo esteja disponível na internet, especialmente em forma de cursos cheios de promessas. Eu espero que você tenha percebido, no entanto, que eu te dei mais do que isso.
Agora para você saber sempre que eu posto um artigo novo, para ganhar um PDF das mensagens do Grupo Das Vozes para te ajudar como espiritualista de nossos tempos, na ansiedade, TDAH e na empatia excessiva, e ainda receber mensagens e dicas semanalmente…aí é essencial você participar da minha newsletter.
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