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Thelema

O Essencial de Aleister Crowley

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Aleister Crowley (12 de outubro de 1875 – 1 de dezembro de 1947), nascido Edward Alexander Crowley, foi um ocultista, místico, poeta e provocador social britânico, famoso por seu desenvolvimento do sistema filosófico chamado Thelema e seus conceitos de magia, que ele chamou de Mágicka.

CITAÇÕES DE ALEISTER CROWLEY:

– Eu estava em uma luta mortal comigo mesmo: Deus e Satã lutaram por minha alma naquelas três longas horas. Deus venceu — agora só me resta uma dúvida — qual dos dois era Deus? – Aceldama : A Place To Bury Strangers In (Aceldama: Um Lugar Para Enterrar Estranhos, 1898) Prefácio.

– Certamente sou de opinião que o gênio pode ser adquirido ou, alternativamente, que é uma posse quase universal. Sua raridade pode ser atribuída à influência esmagadora de uma sociedade corrompida. É raro encontrar um jovem sem ideais elevados, pensamentos generosos, senso de santidade, de sua própria importância, que, interpretada, é, de sua própria identidade com Deus. Três anos no mundo, e ele é bancário ou mesmo funcionário do governo. Somente aqueles que intuitivamente entendem desde a infância que devem se destacar, e que têm a incrível coragem e resistência para fazê-lo diante de tudo o que a tirania, a insensibilidade e o desprezo dos inferiores podem fazer; somente estes chegam à virilidade não contaminados. – “Entusiasmo Energizado: Uma Nota Sobre Teurgia” em The Equinox Vol. 1 no. 9 (primavera de 1913).

– Estou inclinado a concordar com o diretor-mestre de Eton que as paixões pederásticas entre os estudantes “não fazem mal”; além disso, acho que são a única característica redentora da vida sexual nas escolas públicas. – “Entusiasmo Energizado: Uma Nota Sobre Teurgia” em The Equinox Vol. 1 no. 9 (primavera de 1913).

– Parece haver muito mal-entendido sobre a Verdadeira Vontade… O fato de uma pessoa ser um cavalheiro é um fator tão inelutável quanto qualquer experiência espiritual possível; de fato, é possível, até provável, que um homem possa ser enganado pelo entusiasmo de uma iluminação, e se ele encontrar aparente conflito entre seu dever espiritual e seu dever de honrar, é uma evidência quase certa de que uma armadilha está sendo preparada para ele e ele deve seguir sem hesitação o curso que a decência comum indica… Desejo dizer definitivamente, de uma vez por todas, que as pessoas que não entendem e aceitam essa posição falharam completamente em compreender os princípios fundamentais da Lei de Thelema. – Magical Diaries of Aleister Crowley (Os Diários Mágicos de Aleister Crowley): Tunísia 1923 (1996), editado por Stephen Skinner p. 21.

– A magia negra não é um mito. É uma forma de magia totalmente não científica e emocional, mas obtém resultados – de natureza extremamente temporária. O recuo sobre aqueles que o praticam é terrível.

É como procurar uma fuga de gás com uma vela acesa. No que diz respeito à busca, há pouco medo de falhar!

Para praticar magia negra, você deve violar todos os princípios da ciência, decência e inteligência. Você deve estar obcecado por uma ideia insana da importância do mesquinho objeto de seus desejos miseráveis e egoístas.

Fui acusado de ser um “magista negro”. Nenhuma declaração mais tola foi feita sobre mim. Eu desprezo a coisa a tal ponto que mal posso acreditar na existência de pessoas tão degradadas e idiotas a ponto de praticá-la. – Artigo “The Worst Man in the World (O Pior Homem do Mundo)” no The Sunday Dispatch (2 de julho de 1933); citado em O Renascer da Magia (1972) por Kenneth Grant.

– Sente-se quieto. Pare de pensar. Cale-se. Saia!

As duas primeiras dessas instruções compreendem toda a técnica do Yoga. As duas últimas são de uma sublimidade que seria impróprio expor neste presente estágio elementar. – Eight Lectures On Yoga (Oito Palestras sobre Yoga, 1939) cap. 4.

– Os melhores modelos de escrita inglesa são Shakespeare e o Antigo Testamento, especialmente o livro de Jó, os Salmos, os Provérbios, o Eclesiastes e o Cântico dos Cânticos. … Ao escrever em inglês, a qualidade mais importante que você pode adquirir é o estilo. Faz toda a diferença para quem lê o que você escreve, se você usa as melhores frases da melhor forma. – Primeira e única carta a seu filho Aleister Ataturk (maio de 1947), conforme citado em Do What Thou Wilt: A Life of Aleister Crowley (Faze o Que Tu Queres: Uma Vida de Aleister Crowley, 2000) por Lawrence Sutin, p. 416.

CITAÇÕES DO LIVRO DA LEI (1904), TAMBÉM CONHECIDO COMO LIBER AL VEL LEGIS:

– Todo homem e toda mulher é uma estrela. – I:3.

– Estes são tolos que os homens adoram; seus deuses e seus homens são tolos. Este verso estabelece intransigentemente que todos os Deuses – D maiúsculo, isto é, ‘os verdadeiros Deuses’ – e todos os homens endeusados por lendas ou enganos – isto é, os falsos deuses’ – são tolos. Por quê? É uma chave. A distinção é claramente feita entre os dois tipos: um é Deus; o outro são os homens. – I:11.

– Estou acima de você e em você. Meu êxtase está no seu. Minha alegria é ver a sua alegria. – I:13.

– Então diz o profeta e escravo da bela: Quem sou eu, e qual será o sinal? Então ela respondeu a ele, curvando-se, uma chama cintilante de azul, todo tocante, toda penetrante, suas lindas mãos sobre a terra negra, & seu corpo flexível arqueado para o amor, e seus pés macios não machucando as pequenas flores: Tu sabes! E o sinal será meu êxtase, a consciência da continuidade da existência, a onipresença de meu corpo.
– I:26.

– Estou dividida pelo amor, pela chance de união. – I:29.

– Faze o que tu queres será tudo da Lei. – I:40. Esta famosa declaração deriva de vários precedentes históricos, incluindo o de François Rabelais ao descrever a regra de sua Abadia de Thélème em Gargântua e Pantagruel: Fait ce que vouldras (Faça o que tu queres), que mais tarde foi usado pelo Hellfire Club estabelecido por Sir Francis Dashwood. Também é semelhante ao provérbio wiccaniano: Se não prejudicar ninguém, faça o que quiser; mas a declaração mais antiga conhecida de uma afirmação semelhante é a de Santo Agostinho de Hipona: Ame e faça o que quiser.

– Amor é a lei, amor sob vontade. – I:57.

– Cante a arrebatadora canção de amor para mim! Queimem-me perfumes! Use-me joias! Beba para mim, pois eu te amo! Eu te amo!
Eu sou a filha de pálpebras azuis do Ocaso; Eu sou o brilho nu do voluptuoso céu noturno.

– Para mim! Para mim!

– A Manifestação de Nuit está chegando ao fim. – I:63-66.

– Estou sozinho. Não há Deus onde estou. – II:23.

– Agora uma maldição sobre Porque e seus parentes!

– Que Porque seja amaldiçoado para sempre! – II:28-29.

– …A sabedoria diz: seja forte! Então poderás suportar mais alegria. Não seja animal; refina teu êxtase! Se beberes, bebe segundo as noventa e oito regras da arte: se amas, excede em delicadeza; e se fizeres algo alegre, que haja sutileza nisso!

– Mas exceda! exceda! – II:70-71.

Não há lei além de Faze o que tu queres. – III:60.

– Há um esplendor em meu nome oculto e glorioso, pois o sol da meia-noite é sempre o filho. – III:74.

– O final das palavras é a Palavra Abrahadabra. – III:75.

– O Livro da Lei Está Escrito e Oculto

– Faze o que tu queres será tudo da Lei.

O estudo deste livro é proibido. É aconselhável destruir esta cópia após a primeira leitura.

Quem desconsidera isso, o faz por sua própria conta e risco. Estes são os mais terríveis. – O Comento; esta seção reapresenta várias frases da obra como um todo, de forma resumida.

– Não há lei além de Faze o que tu queres.

Amor é a lei, amor sob vontade. – O Comento; esta é uma combinação resumida e a reafirmação das afirmações de I:40 e I:57.

CITAÇÕES DO LIVRO 4: MÁGICKA OU LIBER ABA:

Uma obra em quatro partes, publicada pela primeira vez entre 1911 e 1936.

– A antiga grafia MÁGICKA foi adotada para distinguir a Ciência dos Magos de todas as suas falsificações. – Parte II: Mágicka (1912).

Parte III: Mágicka em Teoria e Prática (1929):

– Este livro é para
TODOS:
para cada homem, mulher e criança.
Meu trabalho anterior foi mal compreendido e seu escopo limitado pelo uso de termos técnicos. Atraiu muitos diletantes e excêntricos, fracos que buscam na “Magia” uma fuga da realidade. Eu mesmo fui pela primeira vez conscientemente atraído para o assunto dessa maneira. E repeliu muitas mentes científicas e práticas, como as que mais pretendo influenciar.
Mas
MÁGICKA
é para
TODOS. – Introdução.

– Em meu terceiro ano em Cambridge, dediquei-me conscientemente à Grande Obra, compreendendo assim a Obra de se tornar um Ser Espiritual, livre das restrições, acidentes e enganos da existência material.
Eu me vi sem um nome para designar meu trabalho, assim como H. P. Blavatsky alguns anos antes. “Teosofia”, “Espiritismo”, “Ocultismo”, “Misticismo”, todos envolviam conotações indesejáveis.
Escolhi por isso o nome.
“MÁGICKA”
como essencialmente o mais sublime e, na verdade, o mais desacreditado de todos os termos disponíveis.
Eu jurei reabilitar a
MÁGICKA,
identificá-la com minha própria carreira; e obrigar a humanidade a respeitar, amar e confiar naquilo que eles desprezavam, odiavam e temiam. Tenho guardado minha Palavra. – Introdução.

– Eu devo fazer da
MÁGICKA
o fator essencial na vida de
TODOS.
Ao apresentar este livro ao mundo, devo explicar e justificar minha posição formulando uma definição da
MÁGICKA
e estabelecendo seus princípios principais de tal forma que
TODOS
podem entender instantaneamente que suas almas, suas vidas, em todas as relações com todos os outros seres humanos e em todas as circunstâncias, dependem da
MÁGICKA
e a compreensão correta e a aplicação correta disso. – Introdução.

– Mágicka é a Ciência e a Arte de fazer com que a Mudança ocorra em conformidade com a Vontade. (Ilustração: É minha vontade informar o mundo de certos fatos dentro do meu conhecimento. Portanto, pego as “armas mágicas”, caneta, tinta e papel; escrevo “encantamentos” – essas frases – na “linguagem mágica”, ou seja, aquilo que é compreendido pelas pessoas que desejo instruir; invoco “espíritos”, como impressores, editores, livreiros e assim por diante, e os obrigo a transmitir minha mensagem a essas pessoas. A composição e distribuição deste livro é, portanto, um ato de Mágicka pelo qual eu faço Mudanças acontecerem de acordo com minha Vontade.)

Em certo sentido, Mágicka pode ser definida como o nome dado à Ciência pelo vulgo. – Introdução.

A essência da
MÁGICKA
é bastante simples em plena consciência. Não é diferente com a arte de governar. O Objetivo é simplesmente a prosperidade; mas a teoria é emaranhada e a prática cercada de urzes.
Do mesmo jeito a
MÁGICKA
é apenas ser e fazer. Devo acrescentar: “sofrer”. Pois Mágicka é o verbo; e faz parte do Treinamento usar a voz passiva. Isto é, no entanto, uma questão de Iniciação e não de Mágicka em seu sentido comum. Não tenho culpa se o ser é desconcertante e o fazer desesperador! – Introdução.

Existe uma única definição principal do objeto de todo ritual mágico. É a união do Microcosmo com o Macrocosmo. O Ritual Supremo e Completo é, portanto, a Invocação do Sagrado Anjo Guardião; ou, na linguagem do Misticismo, a União com Deus. – Capítulo. 1: Os Princípios do Ritual.

A limpeza está ao lado da piedade e é melhor vir primeiro. Pureza significa singularidade. Deus é um. A Baqueta não é uma Baqueta se tiver algo aderido a ela que não seja uma parte essencial de si mesma. Se você deseja invocar Vênus, não consegue se houver vestígios de Saturno misturados a ela. – Capítulo. 13: Dos banimentos e das purificações

– A primeira tarefa do Magista em toda cerimônia é, portanto, tornar seu Círculo absolutamente inexpugnável. – Capítulo. 13: Dos banimentos e das purificações.

– “O Diabo” é, historicamente, o Deus de qualquer povo que alguém pessoalmente não goste. Isso levou a tanta confusão de pensamento que A BESTA 666 preferiu deixar os nomes como estão e proclamar simplesmente que AIWAZ, o “Lúcifer” solar-fálico-hermético, é Seu próprio Sagrado Anjo Guardião e “O Diabo” SATÃ ou HADIT, a Alma Suprema por trás de RA-HOOR-KHUIT, o Sol, o Senhor de nossa unidade particular do Universo Estrelado. Esta serpente, SATÃ, não é o inimigo do Homem, mas Aquele que fez Deuses de nossa raça, conhecendo o Bem e o Mal; Ele ordenou “Conhece-te a ti mesmo!” e ensinou a Iniciação. Ele é “o Diabo” do Livro de Thoth, e Seu emblema é BAPHOMET, o Andrógino que é o hieróglifo da perfeição arcana. – Capítulo 21: Dos Pactos com o Diabo.

– Tu, Sol espiritual! Satã, Tu Olho, Tu Luxúria! Chore alto! Chore alto! Gire a Roda, ó meu Pai, ó Satã, ó Sol! Tu, o Salvador! Silêncio! Dê-me Teu Segredo! Dá-me mama, Tu Phallus (Falo), Tu Sol! Satã, tu Olho, tu Luxúria! Satã, tu Olho, tu Luxúria! Satã, tu Olho, tu Luxúria! Tu autocausado, autodeterminado, exaltado, Altíssimo! – Apêndice IV: Liber Samekh.

– Agora esta palavra SABAF, sendo pelo número Três vintenas e Dez, é um nome de Ayin, o Olho, e o Diabo nosso Senhor, e o Bode de Mendes. Ele é o Senhor do Sabá dos Adeptos, e é Satã, portanto também o Sol, cujo número de Mágicka é 666, o selo de Seu servo, a BESTA. – Apêndice IV: Liber Samekh.

– Atos essencialmente desonrosos não devem ser praticados; eles seriam justificados apenas pela calma contemplação de sua correção em casos abstratos. – Apêndice VI: Alguns Rituais Principais – Liber Reguli.

– O amor é uma virtude; torna-se mais forte, mais puro e menos egoísta ao aplicá-lo ao que detesta; mas o roubo é um vício que envolve a ideia escrava de que o próximo é superior a si mesmo. – Apêndice VI: Alguns Rituais Principais – Liber Reguli.

– Crime, loucura, doença e todos os fenômenos devem ser contemplados com total isenção de medo, aversão ou vergonha. Caso contrário, falharemos em ver com precisão e interpretar com inteligência; nesse caso, seremos incapazes de enganá-los e vencê-los. – Apêndice VI: Alguns Rituais Principais – Liber Reguli.

– Sempre foi fatal quando alguém descobre muito de repente. Se João Huss tivesse cacarejado mais como uma galinha, ele poderia ter sobrevivido à Festa de São Miguel e sido estimado por seus ovos. Os últimos cinquenta anos colocaram o machado da análise na raiz de cada axioma; são insignificantes que se contentam em cortar os galhos floridos de nossas crenças ou os galhos de nossos instrumentos intelectuais. Não podemos mais afirmar uma única proposição, a menos que nos protejamos enumerando inúmeras condições que devem ser assumidas. – Apêndice VI: Alguns Rituais Principais – Liber Reguli.

– O Magista deve ser cauteloso no uso de seus poderes; ele deve fazer cada ato não apenas de acordo com sua vontade, mas com as propriedades de sua posição no momento. Pode ser minha vontade chegar ao sopé de um penhasco; mas o caminho mais fácil – também o mais rápido, o mais direto e o menos obstruído, o caminho do esforço mínimo – seria simplesmente pular. Eu deveria ter destruído minha Vontade no ato de cumpri-la, ou o que eu confundi com ela; pois a Verdadeira Vontade não tem objetivo; sua natureza é ir. – Apêndice VI: Alguns Rituais Principais – Liber Reguli.

– Uma parábola é limitada por uma lei que fixa suas relações com duas linhas retas em cada ponto; no entanto, não tem fim antes do infinito e muda continuamente de direção. O Iniciado que está ciente de Quem ele é sempre pode verificar sua conduta com referência aos determinantes de sua curva, e calcular seu passado, seu futuro, suas orientações e seu curso adequado em qualquer momento determinado; ele pode até compreender a si mesmo como uma ideia simples. – Apêndice VI: Alguns Rituais Principais – Liber Reguli

– Seu próprio infinito torna-se zero em relação ao do menor fragmento do sólido. Ele quase não existe. Trilhões se multiplicam por trilhões de trilhões de tais que ele não conseguiu cruzar a fronteira nem mesmo de largura, a ideia que ele veio a adivinhar apenas porque se sentiu preso por algum poder misterioso. – Apêndice VI: Alguns Rituais Principais – Liber Reguli.

– Sua primeira concepção deve ser evidentemente um espasmo frenético, informe, insano, que não deve ser classificado como um pensamento articulado. No entanto, se ele desenvolve as faculdades de sua mente, quanto mais ele conhece, mais ele vê que sua natureza é idêntica à sua, sempre que a comparação é possível.

A Verdadeira Vontade é, portanto, determinada por suas equações e livre porque essas equações são simplesmente seu próprio nome, soletrado completamente. Sua sensação de estar sob cativeiro vem de sua incapacidade de lê-lo; sua sensação de que o mal existe para impedi-lo surge quando ele começa a aprender a ler, lê errado e é obstinado que seu erro seja uma melhoria. – Apêndice VI: Alguns Rituais Principais – Liber Reguli.

– Sabemos apenas uma coisa. Existência absoluta, movimento absoluto, direção absoluta, simultaneidade absoluta, verdade absoluta, todas essas ideias: elas não têm, e nunca poderão ter, qualquer significado real. Se um homem em delirium tremens caísse no rio Hudson, ele poderia se lembrar do provérbio e se agarrar a um junco imaginário. Palavras como “verdade” são como aquele junco. A confusão do pensamento é ocultada e sua impotência negada pela invenção. Esse parágrafo começava com “Nós sabemos”: ainda assim, questionados, “nós” nos apressamos em negar a possibilidade de possuir, ou mesmo de definir, o conhecimento. O que poderia ser mais certo para um filósofo da parábola que ele poderia ser abordado de duas maneiras, e apenas duas? Seria de fato um pouco menos que todo o corpo de seu conhecimento, implícito na teoria de sua definição de si mesmo e confirmado por cada experiência isolada. Ele só poderia receber impressões ao encontrar A ou ser apanhado por B. No entanto, ele estaria errado de inúmeras maneiras. Há, portanto, possibilidades Aleph-Zero de que a qualquer momento um homem se encontre totalmente transformado. E pode ser que nossa atual perplexidade deslumbrada se deva ao nosso reconhecimento da existência de uma nova dimensão do pensamento, que parece tão “inescrutavelmente infinita” e “absurda” e “imoral” etc. – porque não a estudamos por muito tempo o suficiente para apreciar que suas leis são idênticas às nossas, embora estendidas a novas concepções.
– Apêndice VI: Alguns Rituais Principais – Liber Reguli.

– A descoberta da radioatividade criou um caos momentâneo na química e na física; mas logo levou a uma interpretação mais completa das velhas ideias. Ele dispersou muitas dificuldades, harmonizou muitas discórdias e – sim, muito mais! Mostrou a substância do Universo como uma simplicidade de Luz e Vida, maneiras de compor átomos, eles próprios capazes de uma autorrealização mais profunda por meio de novas complexidades e organizações, cada um com seus próprios poderes e prazeres peculiares, cada um seguindo seu caminho através do mundo onde todos as coisas são possíveis. – Apêndice VI: Alguns Rituais Principais – Liber Reguli.

– O Íntimo é um com o Íntimo; ainda assim, a forma do Um não é a forma do outro; intimidade exige aptidão. Aquele, portanto, que vive pelo ar, não se atreva a respirar na água. Mas o domínio vem por medida: para aquele que com trabalho, coragem e cautela dá sua vida para entender tudo o que o envolve e prevalecer contra isso, será aumentado. “A palavra do Pecado é Restrição”: busque, portanto, a Justiça, investigando a Iniquidade, e fortaleça-se para vencê-la. – Apêndice VI: Alguns Rituais Principais – Liber Reguli.

CITAÇÕES DO LIVRO VI: LIBER O VEL MANUS ET SAGITTAE (1909):

– Neste livro fala-se das Sephiroth e dos Caminhos; de Espíritos e Conjurações; de Deuses, Esferas, Planos e muitas outras coisas que podem ou não existir. É irrelevante se elas existem ou não. Ao fazer certas coisas, certos resultados se seguirão; os estudantes são seriamente advertidos contra a atribuição de realidade objetiva ou validade filosófica a qualquer uma delas.

– Há pouco perigo de que qualquer aluno, por mais ocioso ou estúpido que seja, deixe de obter algum resultado; mas há grande perigo de que ele seja desviado, obcecado e oprimido por seus resultados, mesmo que seja por aqueles que é necessário que ele alcance. Muitas vezes, além disso, ele confunde o primeiro lugar de descanso com o objetivo e tira sua armadura como se fosse um vencedor antes que a luta tenha começado.

É desejável que o estudante nunca atribua a qualquer resultado a importância que a princípio parece possuir.

CITAÇÕES DO 777 (1909):

– O que se segue é uma tentativa de sistematizar igualmente os dados do misticismo e os resultados da religião comparada.
O cético aplaudirá nosso trabalho, pois a própria universalidade dos símbolos lhes nega qualquer validade objetiva, já que, em tantas contradições, algo deve ser falso; enquanto o místico se alegrará igualmente com o fato de que a mesmíssima universalidade abrangente prova essa mesma validade, pois, afinal, algo deve ser verdadeiro.
Felizmente aprendemos a combinar essas ideias, não na tolerância mútua dos subcontrários, mas na afirmação dos contrários, aquela transcendência das leis do intelecto que é loucura no homem comum, gênio no Super-homem que chegou para arrancar mais grilhões de nossa compreensão.

– Aqui, novamente, não há tabulação; para nós, resta sacrificar o encanto literário, e até mesmo alguma precisão, a fim de trazer à tona o único grande ponto.

A causa do sectarismo humano não é a falta de simpatia no pensamento, mas na fala; e isso é nosso objetivo não ambicioso de remediar.

– CITAÇÕES DO LIBER XV: A MISSA GNÓSTICA (1913):

O rito central da Ordo Templi Orientis e seu braço eclesiástico, Ecclesia Gnostica Catholica.

– Eu creio em um Senhor secreto e inefável; e em uma Estrela na Companhia das Estrelas de cujo fogo fomos criados e para a qual retornaremos; e em um Pai da Vida, Mistério do Mistério, em Seu nome CAOS, o único vice-regente do Sol sobre a Terra; e em um Ar o nutridor de tudo o que respira.

E eu acredito em uma Terra, a Mãe de todos nós, e em um Ventre onde todos os homens são gerados, e onde eles devem descansar, Mistério do Mistério, em Seu nome BABALON. – III Da Cerimônia do Intróito, incluindo o que é chamado de “Credo da Igreja Gnóstica Católica”.

– Creio numa Igreja Gnóstica e Católica de Luz, Vida, Amor e Liberdade, cuja Palavra é THELEMA. – III Da Cerimônia do Intróito, “Credo da Igreja Católica Gnóstica”.

– Creio na comunhão dos Santos.

E, visto que a carne e a bebida se transmutam diariamente em nós em substância espiritual, creio no Milagre da Missa.

E confesso um Batismo de Sabedoria, pelo qual realizamos o Milagre da Encarnação.

E confesso minha vida una, individual e eterna que foi, é e está por vir. – III Da Cerimônia do Intróito, “Credo da Igreja Católica Gnóstica”

– Não há parte de mim que não seja dos deuses! – VIII: Do Casamento Místico e Consumação dos Elementos.

CITAÇÕES DO LIVRO DAS MENTIRAS (1913):

O Livro das Mentiras: Que também é falsamente chamado de QUEBRAS. As andanças ou falsificações do Pensamento Único de Frater Perdurabo, cujo Pensamento é em si Falso. Liber CCCXXXIII [Livro 333].

– O Muitos é tão adorável para o Um quanto o Um é para os Muitos.

Este é o amor destes; a criação-parto é a bem-aventurança do Uno; a dissolução do coito é a bem-aventurança de muitos.

O Todo, assim entrelaçado Deles, é Bem-aventurança.

Nada está além da Bem-aventurança. – 3: A Ostra.

– Adormeci com fé e ao acordar encontrei um cadáver em meus braços; Bebi e dancei a noite toda com dúvidas e a encontrei virgem pela manhã. – 45: Música Chinesa.

CITAÇÕES DE MOONCHILD, A CRIANÇA DA LUA (1917):

– É um erro terrível deixar estagnar qualquer impulso natural, físico ou mental. Esmague-o, se quiser, e seja um com ele; ou cumpri-lo e tirá-lo do sistema; mas não permita que permaneça lá e apodreça. A supressão do instinto sexual normal, por exemplo, é responsável por mil males. Nos países puritanos, é inevitável encontrar uma preocupação mórbida com o sexo associada a toda forma de perversão e degeneração.
Nestes dias, quando os demônios entram nos porcos, eles não correm violentamente para um lugar íngreme. Eles se autodenominam reformadores morais e votam na chapa da Lei Seca.

CITAÇÕES DAS CONFISSÕES DE ALEISTER CROWLEY (1929):

O Espírito da Solidão: Uma Autohagiografia: subsequentemente reantibatizada de As Confissões de Aleister Crowley: Uma Autohagiografia (1929); apenas as 2 primeiras partes foram publicadas em 1929, as 6 partes completas em 1969.

– A definição de autorrespeito contém uma cláusula para incluir o desprezo impiedoso por alguma outra classe. … A sociedade inglesa está impregnada de cima a baixo com esse espírito. A satisfação suprema é poder desprezar o próximo e esse fato vai muito para explicar a intolerância religiosa. É evidentemente consolador pensar que os vizinhos estão indo para o inferno. – CAP. 3.

– A adaptação ao ambiente contribui para uma espécie de sobrevivência; mas, afinal, a vitória suprema só é conquistada por aqueles que provam ser tão mais resistentes que o resto que nenhum poder na terra é capaz de destruí-los. As pessoas que realmente fizeram história são os mártires. – CAP. 4.

– A aparente discrepância na narrativa do Evangelho não despertou dúvidas em minha mente quanto à verdade literal de qualquer um dos textos. De fato, minha queda da graça não foi ocasionada por nenhum escrúpulo intelectual; Aceitei a teologia dos Irmãos de Plymouth. Na verdade, eu dificilmente poderia conceber a existência de pessoas que pudessem duvidar disso. Eu simplesmente fui para o lado de Satã; e até agora não sei dizer o por quê. CAP. 5.

– Resolvi apaixonadamente alcançar as causas espirituais dos fenômenos e dominar o mundo material que eu detestava por meio deles. Não me contentava em acreditar num diabo pessoal e servi-lo, no sentido comum da palavra. Eu queria falar com ele pessoalmente e me tornar seu chefe de gabinete. – CAP. 5.

– Minha mãe era naturalmente um tipo de mulher bastante sensual e não há dúvida de que a repressão sexual a levou o mais próximo possível das fronteiras da insanidade.

Minha prima Agnes tinha uma casa em Dorset Square. Minha mãe me levou para tomar chá lá uma tarde. Uma cópia do Dr. Pascal estava na sala. A palavra “Zola” chamou a atenção de minha mãe e ela lançou um ataque verbal de fúria histérica à anfitriã. Ambas as mulheres gritaram e hostilizavam uma com a outra simultaneamente, em meio a rios de lágrimas. Desnecessário dizer que minha mãe nunca leu uma linha de Zola – o nome era simplesmente um trapo vermelho para uma vaca.

– Essa inconsistência, aliás, parece universal. Eu conheci um objeto de impressão para configurar “Nós demos a eles o inferno e Tommy”, enquanto passava sem questionar todos os tipos de coisas para as quais exceções poderiam ser razoavelmente tomadas por imbecis de mente estreita. O censor costuma passar o que eu, que não sou puritano, considero uma imundície nauseante, ao mesmo tempo em que me recuso a licenciar Oedipus Rex (Édipo Rei), que somos compelidos a assimilar na escola. O país está inundado com a nojenta pornografia de escritoras, enquanto há protestos contra obras-primas da filosofia que marcaram época como Jurgen. A comédia musical obscena segue seu caminho libidinoso regozijando-se, enquanto Ibsen e Bernard Shaw estão na lista negra. O fato é, claro, que o puritano foi transformado pela repressão sexual em um pervertido e degenerado sexual, de modo que ele é insano no assunto. – CAP. 7.

– Enquanto as relações sexuais forem complicadas por considerações religiosas, sociais e financeiras, elas causarão todo tipo de comportamento covarde, desonroso e repugnante. Quando as condições de guerra impuseram uma restrição artificial ao apetite irmão da fome, os cidadãos decentes começaram a desenvolver todos os tipos de truques repugnantes. Homens e mulheres nunca se comportarão dignamente enquanto a moralidade atual interferir na satisfação legítima das necessidades fisiológicas. A natureza sempre se vinga daqueles que a insultam. O indivíduo não tem culpa do crime e da loucura que são as explosões decorrentes do entupimento da válvula de segurança. A culpa é do engenheiro. No momento atual, a sociedade está explodindo em pontos maiores ou menores em todo o mundo, porque falhou em desenvolver um sistema pelo qual todos os seus membros possam ser alimentados adequadamente sem conflito e os resíduos eliminados sem desconforto. – CAP. 7.

– A consciência do mundo é tão culpada que sempre assume que as pessoas que investigam heresias devem ser hereges; assim como se um médico que estuda lepra fosse leproso. De fato, só recentemente foi permitido à ciência estudar qualquer coisa sem censura. – CAP. 17.

– Ler um jornal é abster-se de ler algo que valha a pena. A preguiça natural da mente tenta evitar autores que exigem um esforço contínuo de inteligência. A primeira disciplina da educação deve, portanto, ser a recusa resoluta de alimentar a mente com tagarelice enlatada.

As pessoas me dizem que devem ler os jornais para saber o que está acontecendo. Em primeiro lugar, elas dificilmente encontrariam um guia pior. A maior parte do que é impresso acaba sendo falso, mais cedo ou mais tarde. Mesmo quando não há engano deliberado, o relato deve, pela natureza do caso, ser apresentado sem reflexão adequada e deve parecer possuir uma importância que o tempo mostra ser absurdamente exagerada; ou vice-versa. Nenhum evento pode ser julgado com justiça sem antecedentes e perspectiva. – CAP. 23.

– A piedosa pretensão de que o mal não existe apenas o torna vago, enorme e ameaçador. Sua falta de forma ofuscante obceca a mente. A maneira de vencer um inimigo é defini-lo claramente, analisá-lo e medi-lo. Uma vez que uma ideia é apreendida com inteligência, ela deixa de ameaçar a mente com os terrores do desconhecido. – CAP. 33; também citado com a ortografia americanizada como “A piedosa pretensão de que o mal não existe apenas o torna vago, enorme e ameaçador.”

– O destino é um governante absolutamente definido e inexorável. Habilidade física e determinação moral não contam para nada. É impossível realizar o ato mais simples quando os deuses dizem “Não”. Não tenho ideia de como eles exercem pressão nessas ocasiões; só sei que é irresistível. Alguém pode estar sinceramente ansioso para fazer algo que seja tão fácil quanto cair de um tronco; e ainda assim é impossível. – CAP. 48.

– A falsidade é invariavelmente filha do medo de uma forma ou de outra. – CAP. 49.

– Eu abraço dificuldades e privações com deleite extático; Eu quero tudo o que o mundo contém; Eu iria para a prisão ou para o cadafalso por causa da experiência. Nunca superei a crença infantil de que o universo foi feito para eu sugar. Fico delirando ao contemplar os deliciosos horrores que certamente me acontecerão. Esta é a tônica da minha vida, o prazer irrestrito em cada possibilidade de existência, potencial ou real. – CAP. 54.

– A moralidade e as maneiras modernas suprimem todos os instintos naturais, mantêm as pessoas ignorantes sobre os fatos da natureza e as tornam embriagadas por contos de fadas. … Nada sabendo e temendo tudo, elas reclamam, deliram e se revoltam como tantos maníacos. O assunto não importa. Qualquer ideia que lhes dê uma desculpa para ficarem excitadas servirá. Elas procuram uma vítima para apurar, e sileciam-na, e finalmente lincham-na em uma pura tempestade de frenesi sexual que elas honestamente imaginam ser indignação moral, paixão patriótica ou alguma emoção igualmente confessável. Pode ser um negro inocente, um judeu como Leo Frank, um alemão inofensivo e estúpido; um idealista semelhante a Cristo do tipo de Debs, um reformador entusiasmado como Emma Goldman ou mesmo um médico cujas opiniões desagradam à Confiança Média. – CAP. 57.

– Admito que minhas visões nunca podem significar para outros homens tanto quanto significam para mim. Eu não me arrependo disso. Tudo o que peço é que meus resultados convençam os que buscam a verdade de que, sem dúvida, há algo que vale a pena buscar, alcançável por métodos mais ou menos semelhantes aos meus. Não quero ser pastor de um rebanho, ser o fetiche de tolos e fanáticos, ou o fundador de uma fé cujos seguidores se contentam em ecoar minhas opiniões. Quero que cada homem abra seu próprio caminho pela selva. – CAP. 66.

– A intolerância é a evidência da impotência. – CAP. 69.

– A Camela disse que alguém, a quem ela chamava de “o Bruxo”, desejava se comunicar comigo. Não sou um espírita que aceita qualquer mensagem como de origem divina. Insisto em saber com quem estou falando e em que ele mostre tais qualidades mentais que a comunicação me beneficie.

Agora, por acaso, eu tinha uma pergunta de teste em mãos. Eu havia adotado o nome Baphomet como meu mote na O.T.O. Por seis anos ou mais, tentei descobrir a maneira correta de soletrar esse nome. Eu sabia que deveria ter oito letras, e também que as correspondências numéricas e literais deveriam ser tais que expressassem o significado do nome de maneira a confirmar o que a erudição havia descoberto sobre ele e também a esclarecer esses problemas que os arqueólogos até agora não conseguiram resolver. Aqui, então, estava um teste ideal da integridade e capacidade do Bruxo da Camela. Joguei a pergunta na cara dele. “Se você possui o conhecimento superior que afirma, pode me dizer como soletrar Baphomet!” A Camela não sabia nada do hebraico e pouco do grego. Ela não tinha ideia de que existia um sistema convencional pelo qual alguém poderia verificar a precisão de qualquer ortografia. O Bruxo dela respondeu à minha pergunta sem hesitação. “Errado”, disse eu, “deve haver oito letras.” “Verdade”, ele respondeu, “há um R no final.” A resposta me atingiu no meio da barriga. Uma teoria do nome é que ele representa as palavras βαφὴ μήτεος (Baphè méteos), o batismo da sabedoria; outro, que é uma corruptela de um título que significa “Pai Mithras”. Desnecessário dizer que o sufixo R apoiava a última teoria. Eu adicionei a palavra conforme soletrada pelo Bruxo. Totalizou 729. Este número nunca apareceu em meu trabalho cabalístico e, portanto, não significava nada para mim. No entanto, justificou-se como sendo o cubo de nove. A palavra κηφας (Cefas), o título místico dado por Cristo a Pedro como pedra angular da Igreja, tem esse mesmo valor. Até aqui, o Bruxo havia demonstrado grandes qualidades! Ele esclareceu o problema etimológico e mostrou por que os Templários deveriam ter dado o nome de Baphomet ao seu assim chamado ídolo. Baphomet era o Pai Mithras, a pedra cúbica que era o canto (ou a pedra angular) do Templo.

Portanto, senti-me justificado em concluir que o Bruxo realmente possuía inteligência suficiente para que valesse a pena ouvi-lo. Registrei apressadamente o diálogo até aquele ponto. Minha próxima pergunta perguntou o nome dele. Ele respondeu “Amalantrah”. Eu adicionei isso. Desta vez o resultado foi conclusivo. Seu valor é 729. Ele já havia me mostrado que eu, em meu cargo de Baphomet, era a rocha sobre a qual o Novo Templo deveria ser construído, e agora ele se identificava comigo por seu próprio nome ser de valor equivalente. No entanto, até agora não havia ligação entre a Ordem a que pertencia e a Grande Ordem; 729 não é um número significativo na Cabala de Thelema. Mas quando lhe pedi para atribuir um nome místico à Camela, ele respondeu “Ahitha”, que soma 555, um correlativo óbvio com meu próprio número na Grande Ordem, 666. – CAP. 85, pág. 831.

CITAÇÕES DE MÁGICKA SEM LÁGRIMAS (1954):

– O cliente geralmente está errado; mas as estatísticas indicam que não vale a pena dizer isso a ele. – Cap. XXI.

– Assim que você junta os homens, eles de alguma forma afundam, corporativamente, abaixo do nível do pior dos indivíduos que o compõem. Reúna estudiosos em um comitê de clube ou homens de ciência em um júri; todas as suas virtudes desaparecem e seus vícios surgem, reforçados pela autoconfiança que o poder dos números deve conferir. – Cap. LXXIII.

– Como os políticos estão certos em considerar seus eleitores como gado! Qualquer um que tenha alguma experiência em lidar com qualquer classe como tal sabe a futilidade de apelar para a inteligência, na verdade, para quaisquer outras qualidades que não sejam as dos brutos.
– Cap. LXXIII.

CITAÇÕES DO REGISTRO MÁGICO DA BESTA 666: OS DIÁRIOS MÁGICOS DE ALEISTER CROWLEY (1972):

– Ela certamente me deu o que venho perdendo. A intensidade da juventude, seu desejo, o priapismo da alma, enorme luxúria e feroz para ela, clamam para que ela realize comigo aquele sonho de casamento mais poderoso, aquele Sacramento de Satã que só pode ser consumado sob a cúpula da Noite, no máximo silêncio, porque seus Elementos não são símbolos das coisas, mas eles mesmos. – pág. 193.

– Quando eu era Levi, eu me desenhei como Ayin ou Baphomet, ‘O Diabo’ com Cabeça de Besta. Esta é a Besta entronizada, coroada, exaltada; o saltador, o ereto, o amanteigado. Seu ventre é minha cidade, Babel. Este Ayin é então minha vontade fálica, meu Sagrado Anjo Guardião, Aiwaz, que depois foi chamado de Satã. – pág. 198.

– Vem, vem, vem, Aiwaz! Vem, tu o Diabo Nosso Senhor! – pág. 239.

– Minha luz! Ó meu pai, o Diabo! Ele fez todas as coisas uma, sendo perfeita, assim como as Trevas! – pág. 266.

– E Sua Mistura será doce em nossas bocas misturadas, o Sacramento que dá graças a Aiwaz, nosso Senhor Deus o Diabo, que Ele fundiu a alma de Sua Besta com a de Sua Prostituta Escarlate, para ser Uma Alma completa, para que possa definir Sua imagem no Templo do Homem, e lançou a vara de Sua Vontade sobre eles e os governou. E aquele mar imperlado, escuro com aquela lama limosa da costa que lavou, nos lavará, corpo e mente, de tudo o que não é Ele, umedecerá nossas gargantas e soltará nosso alto Canto de louvor, a Ação de Graças a Ele. – pág. 230.

– Eu canto para Deus, nosso Diabo, nosso Senhor, Aiwaz. – pág. 238.

– E saiba que toda a minha alegria, sentida perfeita e transcendente, é dada por Aiwaz, a quem chamamos de Diabo, cujo nome é Vontade, pronunciado em voz alta pela cocaína, é Amor. – pág. 241.

– A Palavra de Nosso Senhor, o Diabo, a Palavra Thelema, falou de mim A Besta. – pág. 242.

– Eu com Alostrael sozinha – faremos Mágicka para nosso Senhor, o Diabo, como a Terra nunca conheceu. – pág. 274.

– Sim! Assim como detesto, desejo; Eu me prostituo para ti, perversamente lascivo – Não farás desta noite a núpcia sem nome, o Diabo teu Senhor e meu em Nossa Missa Negra? – pág. 296.

– Eu invoquei Aiwaz, foi mostrado um fantasma de Baphomet, e de repente determinado a reconhecer isso para Ele! – pág. 140.

CITAÇÃO DISPUTADA:

– Conhecimento é poder; conhecimento compartilhado é poder perdido.

– Isso foi atribuído a Crowley na internet, mas sem citação. Nenhum incidente disso nas obras de Crowley foi localizado até agora.

– Variante: Conhecimento é poder e conhecimento compartilhado é poder perdido.

– Isso foi citado como uma “tradição oculta” em Fundamentals of Experimental Psychology (Fundamentos de Psicologia Experimental, 1976) por Charles Lawrence Sheridan, p. 17, mas sem qualquer referência a Crowley.

CITAÇÕES SOBRE CROWLEY:

– Embora Melville o tenha omitido, o capitão Ahab disse: “Em certo sentido, Aleister Crowley é inferior à merda de baleia. Em outro, ele é tão alto quanto o chapéu de Deus. O verdadeiro xamã sabe que o chapéu de Deus é feito de merda seca de baleia.” – Philip José Farmer, em “Farmer on Wilson” um ensaio sobre Robert Anton Wilson na Heavy Metal #54 (setembro de 1981).

– Acho que há muita escuridão na magia. Eu posso entender que isso faz parte do teatro. Eu posso entender Aleister Crowley – que eu acho que era um grande intelecto que às vezes foi decepcionado por seu próprio talento para o exibicionismo – mas ele fez muito para gerar a aura assustadora do magista que você acha esses crowleyitas tristes fazendo um fetiche dele. Aqueles que dizem “oh, nós gostamos de Aleister Crowley porque ele era o homem mais perverso do mundo, e também gostamos de Charles Manson porque somos maus. E também somos de classe média, mas somos maus.” Há algumas pessoas que buscam o mal – não acho que exista algo como o mal – mas há pessoas que o buscam como uma espécie de coisa gótica. Isso apenas aumenta a escuridão do que para mim é um assunto muito lúcido e fluorescente. O que o ocultismo precisa é de alguém que abra a janela, pois está muito abafado e cheira mal. Vamos tomar um pouco de ar fresco, abrir as cortinas – não posso aceitar essa postura de cara assustador. – Alan Moore, em uma “Entrevista com Alan Moore” de Matthew De Abaitua (1998), posteriormente publicado em Alan Moore: Conversations (2011) editado por Eric L. Berlatsky.

– Crowley é, reconhecidamente, um caso complicado. Dificilmente se pode culpar as pessoas por sentirem ódio e medo em relação a Crowley quando o próprio Crowley tantas vezes exultava em provocar tais emoções. Na verdade, ele tendia a ver essas emoções como inevitáveis, dado o que considerava a natureza revolucionária e o poder de seus ensinamentos e a hipocrisia predominante da sociedade… Injuriar o cristianismo (mas não Cristo, lembre-se) como ele pudesse, buscar sua queda como ele fez, Crowley desejou nada menos que uma religião sucessora completa – completa com um Logos orientador que duraria milênios, assim como os ensinamentos de Jesus. “Thelema” foi o Logos proclamado por Crowley,  o termo grego para “Vontade”. “Faze o que tu queres será tudo da lei” era seu credo central. Vamos admitir que esse credo – tão impregnado, aparentemente, de licenciosidade e anarquia, ações sombrias e sonhos mais sombrios – aterroriza no primeiro impacto, assim como o homem Crowley. … Diga o que quiser de Crowley, julgue suas falhas como quiser, resta um homem multiforme, brilhante, corajoso, espantoso, como você jamais poderia imaginar. Há conquistas duradouras que nenhum relato racional de sua vida pode ignorar… – Lawrence Sutin em Do What Thou Wilt : A Life of Aleister Crowley (Faça o que tu queres: uma vida de Aleister Crowley, 2000) Introdução.

– A chave para entender Crowley é a mesma chave para entender o Marquês de Sade. Ambos desperdiçaram uma imensa quantidade de energia gritando desafio à autoridade de que tanto se ressentiam, e faltou o insight para ver que eles estavam balançando os punhos como se estivessem abstraídos. – Colin Wilson em Aleister Crowley: A Natureza da Besta, p. 29

– É muito fácil ver Crowley como um delinquente juvenil com uma paixão pela autopromoção. Mas havia outro Crowley, o Crowley reconhecido e admirado por Frank Bennett. A menos que entendamos isso, falhamos totalmente em compreender a extraordinária influência que Crowley poderia exercer sobre mulheres como Rose e Leah, e sobre homens como Neuberg, Sullivan e Bennett. Eles passaram a acreditar que Crowley era exatamente o que afirmava ser: um grande professor, o messias de uma nova era. E esta não era a credulidade dos tolos nascidos; Sullivan, pelo menos, foi um dos homens mais inteligentes de sua época (como revela seu livro sobre Beethoven). Crowley foi, em parte, um grande professor, um homem de percepções profundas. Mêncio diz: “Aqueles que seguem a parte de si mesmos que é grande tornam-se grandes homens; aqueles que seguem a parte de si mesmos que é pequena tornar-se-ão homens pequenos.” Mas Crowley era uma mistura estranha que dedicava tempo quase igual a seguir ambas as partes de si mesmo, e assim se tornou uma curiosa combinação de grandeza e pequenez. Um resumo de sua vida e de seus acontecimentos extraordinários nos torna conscientes da pequenez; mas seria pura falta de visão ignorar o elemento de grandeza que tanto impressionou Bennett. – Colin Wilson em Aleister Crowley: The Nature of the Beast (Aleister Crowley: A Natureza da Besta), p. 127-128.

Fonte: https://en.wikiquote.org/wiki/Aleister_Crowley

Tradução por Ícaro Aron Soares.

 

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