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“Que meus servidores sejam poucos e secretos, eles regerão os muitos e conhecidos” -Liber Al, I:10
Essa passagem do Liber Al deixa claro que a Thelema não é para todos. Ela nunca foi para todos. Embora o Crowley advertisse sobre a magick ser para todos os seres humanos, e que todo ato intencional fosse uma magicka, portanto todo ser humano é um mago natural, teus escritos deixavam bem claro que, ele era elitista. No liber Al, algumas passagens como “os escravos servirão” afirma isso claramente. O Elitismo é a base da Thelema, que entendendo o contraste natural entre dominador e dominado, não busca ir contra as leis da natureza; simplesmente deixa as seguir como são. Longe de um estado desumano, a Thelema entende a que a evolução do povo, depende em parte de um governante. Logo, a evolução do governante evolui o povo em si. O estado vampiresco dentro da Lei da Thelema é refletido na máxima do “A lei do forte, essa é a nossa lei, e a alegria do mundo” e logo depois como “escolhei uma ilha” e “fortificai-a”. O Vampirismo, é um método de aperfeiçoamento e e fortalecimento pessoal, logo estando em harmonia com os itens principais da Thelema e a Lei de Ra Hoor Khuit.
E não, a Thelema não respeita todos os homens. Não prega amor ao próximo. Não prega tolerância. Apesar de hoje em dia ser pregada por aí como uma doutrina humanitária, de evolução, a maior parte dos Thelemitas esquecem da base do Livro III aonde o Ra Hoor Khuit se expressa claramente, discriminando sim, e claramente os seres humanos. “Despreze os covardes” pode ser identificado como uma máxima aqui, junto as passagens aonde Hórus procura destruir cada ícone de outras religiões. Crowley apesar de saber que a magick era para todos, e pregar isso aos quatro ventos, sabia que, nem todos eram para a magicka. Nem todos eram para a Thelema. Ele demonstrava isso claramente, colocando advertências em seu livro da Lei, para que, já pudesse afastar o fraco de seus escritos. O Tolo, o fraco, o fanático, todos eles eram, discriminados dentro da Lei. A Lei era para Todos, mas nem Todos eram para a Lei.
A Thelema inicialmente prega o Amor a Humanidade,porém entendendo que, cada coisa existe no seu lugar, e que expressar amor pela coisa, é respeitar o seu lugar. Os que gostam de servir, deveriam ser amados através da expressão de comando. É um crime contra a própria natureza da pessoa servil, tentar coloca-la sob comando de algo. Amor á Todos, o Amor de Nuit/Babalon, é saber alinhar cada animal a sua própria natureza e não misturar os dois. É respeitar a alimentação do mais forte encima do mais fraco. É entender que a Vontade maior, vence a Vontade menor, e a Domina.
Exatamente como o Vampirismo.
Alguns reivindicam com o argumento de que “a palavra do pecado é a restrição”. Para aqueles que caem nessa armadilha, lembrem-se de que o próprio Crowley afiou os caninos, e consumia vitalidade de suas mulheres escarlates, bebendo seu sangue menstrual. A Restrição, de qual fala, é claramente como uma ‘auto restrição’ do que a manipulação de outrem, ou a absorção dele.
O vampirismo entende esse contraste natural e prega sim, as mesmas leis que a Thelema. Supondo que o governo brasileiro, se dedique mais a população e melhore sua vida, o próprio governo também não iria ganhar junto, com um país mais civilizado e melhor resolvido ? É exatamente essa mente que se alinha ao pensamento vampírico e thelemita; entender que, se você melhorar o zoológico, todos os animais se sentirão mais satisfeitos, e continuarão felizes sendo presos. Repito nesse momento, a passagem do Liber Al, “Que meus servidores sejam poucos e secretos, eles regerão os muitos e conhecidos”. O parasitismo social não é de longe, uma forma de vampirismo. A Alimentação vampírica se baseia em manter o gado vivo, e faze-lo procriar, em melhorar o pasto, em tornar o gado um servo através de sua dedicação á ele. Ele se dará a você com todo prazer do mundo, quando perceber quão bem você faz á ele. O Vampirismo entende que isso é a melhor maneira de lidar com o rebanho, fazer do rebanho, seu servo, sem ao menos pronunciar algo sobre isso. Educação é uma das melhores táticas, a questão principal para se comandar uma pessoa, não é a intenção de comando, mas sim, como o comando é expresso. É isso que torna o vampirismo diferente do parasitismo. É a classe, a finesse, ao qual o vampiro incorpora em sua mente. Ser predador, ou conquistador, nas palavras de Ra Hoor Khuit, está bem longe de ser algo grosseiro, rustico, decorado com bordões negativos. Está muito mais ligado a própria elevação mental, e creio que seja até adequado, ‘espiritual’, que um simples pensamento simplório de “chefe” – o estudo de relações humanas indicam claramente isso; a diferença entre “chefe” e “líder”, e os tipos de líderes, ligados ao sucesso. É exatamente esse perfil ligado ao vampirismo, e a Thelema, afinal, como diz no livro da Lei, “Não seja animal, refine teu êxtase”, e finalizando com “exceda pela delicadeza, se for fazer qualquer ato prazeroso, que haja delicadeza nisso”.
A Absorção do mais fraco pelo mais forte, é claramente aludida nos bolos de luz, em sua Missa de Fênix. Ali, estava Deus, o Homem e o Vampiro, o Vassalo e o Mestre. Cada um fazendo seu papel na terra, e todos, entendendo que é tão importante ter o escravo, como o mestre. Um não vive sem o outro. A natureza depende dos dois. É o Arcano VIII, o Ajustamento, ou a Justiça nos Tarôs do Velho Aeon. Crowley sabia muito bem, o que estava falando naquelas cartas.
*Todos os trechos em itálico são do Liber Al Vel Legis
por Inkubus
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