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Betaísmo é o segundo estágio dos ensinamentos tântricos do Santuário, sendo continuação do grau Alfa por ser de natureza masturbatória. Desta maneira, é imperativo ter dominado o grau Alfa antes de proceder mais profundamente no Santuário.
O núcleo central das técnicas delineadas dentro do Arcano Beta é a habilidade de moldar o corpo astral através do orgasmo intensificado. O corpo astral, como um campo semifísico, eletromagnético, é influenciado tanto pelas atividades do organismo físico quanto do mental. Isto está ilustrado na mudança de sua forma, tamanho e cor de acordo com as variações na saúde e na emoção. Portanto, o uso da imaginação bem treinada e pensamento claro podem realizar mudanças no corpo astral e o uso da mente pode manipular completamente e influenciar o corpo astral para atingir uma ampla variedade de resultados.
Este processo de manipulação é dividido em três formas do Arcano Beta.
Manipulação Interna
Esta forma de Betaísmo é onde o corpo astral é manipulado para refletir uma forma Divina escolhida e para despertar energia de dentro do organismo. As técnicas usadas nesta fórmula incluem Assunção de Formas de Deuses auxiliada pela masturbação, Magia com Máscaras e em seus estágios avançados, Mutação da Forma (licantropia ou shapeshifting).
Manipulação Externa
Esta forma de Betaísmo é onde o corpo astral é manipulado de tal maneira que uma forma semi-separada é criada através do excesso de energia. esta forma então é usada tanto para “vagar por aí”, como na Baixa Magia, ou personificar um Íncubo ou Súcubo para uma forma específica de Magia Sexual. Em muitas escolas de magia medievais esta técnica era estendida, podendo assim incluir várias formas astrais de sexo, onde o congresso era alcançado com um grande número de deuses, demônios, anjos e até mesmo personagens históricos.
Manipulação Externa-Interna
Esta forma de Betaísmo combina ambas técnicas acima e é baseada na Lei de Correspondência e trabalha pela formação de uma forma semi-externa em relação direta com a “forma externa” que o mago deseja trabalhar. A forma astral semi-externa trabalha como um mediador e direciona a energia desejada para o organismo. Devido à delicada natureza deste trabalho, ele deve ser realizado com grande cuidado, podendo ser descrito como o sistema tântrico de invocação e evocação.
Quando usada como uma forma de evocação, às vezes é combinada com uma máscara e forma de animal e até mesmo, sob circunstâncias especiais, Mutação de Forma. A partir daí podemos chegar a uma compreensão do mecanismo pelo qual opera este grau, agora vamos examinar os vários aspectos práticos destes teoremas.
Assunção Sexual de Formas Divinas
A assunção sexual de formas de deuses é uma técnica baseada no uso do orgasmo para moldar o corpo astral na forma do ser sendo invocado. Utiliza a técnica não sexual básica com algumas modificações, o importante nesta técnica é prolongar a masturbação e sentir o corpo astral tornando-se fluido, até que, no orgasmo, ele se transforme totalmente na forma do Deus invocado e se solidifica. Normalmente uma forma divina deste porte não precisa ser banida, produzindo na mente as associações que a forma divina pode trazer consigo.
Se um banimento for necessário, um Rubi Estrela normal ou equivalente irá atingir o fim desejado.
A técnica em si é a seguinte. A preparação deve ser uso de incenso, algum tipo de banimento e invocações preliminares do Deus(a) envolvido.
A Fórmula para Assunção Sexual de Formas Divinas
1. Fique em pé ou sente-se na posição do Deus(a) envolvido.
Isto pode ser modificado para uma posição mais confortável, se necessário.
2. Vibre o nome do Deus(a).
Assegure-se que você traga o nome para o corpo através das narinas e sinta-o movendo-se através do corpo pelos pulmões ao coração, então no plexo solar e assentando-se nos órgãos sexuais.
3. Visualize a forma divina.
Fixe-a na tela mental enquanto inicia a atividade sexual, conforme o estímulo aumenta, sinta o corpo astral tornando-se mais e mais líquido.
4. No orgasmo.
Sinta o organismo astral solidificar-se na forma divina escolhida, sinta o corpo inundar-se de luz e uma transformação da consciência afim com a forma envolvida.
5. Este processo pode ser feito de dois modos.
A. Uma sensação da forma pode ser integrada à consciência e uma dada mudança na consciência será notada em relação direta à forma escolhida ou
B. O processo pode ser levado até um estado de intoxicação pela forma seja atingido e oráculos surgem daí. Isto só deve ser realizado na companhia de outros magos e dentro dos confins de uma ambiente magikamente controlado.
Formas Animais
As formas animais são importantes em qualquer sistema de magia por representarem os vários estágios primitivosde consciência pré-humana. No Xamanismo tradicional elas são de grande uso e corretamente, pois elas são a fonte do qual muito poder flui para o que entendemos como “homem civilizado”. O uso de formas animais é uma tradição complexa dentro da Magia Ocidental e como tal merece muito estudo. Envolve o uso de imagens de animais e formas de insetospara evocar energias Qlipphóticas e acessar as facetas mais profundas do incosnciente pessoal e coletivo.
Sendo que as formas animais representam estados pré-humanos de consciência seu despertar na “consciência racional” é normalmente dinâmico e poderoso, deve ser realizado apenas num ‘espaço seguro’ e é melhor trabalhado com um grupo de magos do que sozinho.
Os procedimentos usados podem variar de uma técnica similar à assunção de forma divina até uma aproximação mais Xamânica ou Vodunista. Sentimos que uma combinação tanto de invocação quanto de possessão é a mais eficaz. Usando o procedimento de trabalho acima até que o estágio quatro tenha sido atingido com sucesso, quando o corpo é “travado” na forma animal, sinta a consciência daquele animal tomando o organismo. O estado resultante será uma manifestação do animal na consciência.
Pode então seguir-se uma técnica para acelerar os efeitos da forma animal, baseada em tradições xamânicas. O mago deve ver-se dividido em dois aspectos distintos, podendo ser vistos como o intelecto e os instintos ou melhor ainda, como o caçador e o animal. Ele então deve correr ao redordo círculo como se perseguisse e possuísse um animal, ele, o caçador. Conforme a corrida chega a um clímax (e ele está perto da exaustão), ele deve jogar-se em frenesi e o caçador e o animal fundem-se tornam-se um. Neste estágio ele deve experienciar a plena força da forma animal sendo invocada.
A importância da experiência de animais e insetos dentro de uma fórmula ritual é que eles são representativos dos estágios primários da evolução cósmica e podem ser percebidos e experienciados como um retorno do poder pessoal destes estágios.
Quanto mais alto na escada da evolução esperamos chegar, mais baixo será o rincão do qual devemos chamar nosso poder.
O Uso de Máscaras
O uso de máscaras é uma faceta tradicional das mais primitivas formas de magia. Seu uso é portanto imperativo quando se trabalha com os níveis mais baixos de consciência pré-humana como exemplificado nas formas de animais e de insetos. Nos trabalhos de formas divinas as máscaras também podem ser de uso primário na sustentação da identificação pessoal com uma dada forma e numa fórmula ritual envolvendo um número de pessoas onde p número de formas assumidas demanda alguma maneira de aumentar a eficácia das imagens relacionadas. Em relação a formas animais as correspondências devem surgir pessoalmente, embora existam algumas associações como encontradas no Culto de Maat, entre outros. Estes estão especificamente relacionados com interpretações das imagens de animais totalmente dirigidas pela orientação de um tipo específico de trabalho. Além destes, associações pessoais são o único método válido.
Por exemplo, a forma do Leão. Se usamos as associações cabalísticas tradicionais podemos colocá-lo em Tiphereth em relação ao signo de Leão. Mas ainda assim poderia ser atribuído ao signo de Leão por causa do calor sexual (como nas atribições do Antigo Egito) e portanto formando uma ligação com Sekhmet , colocada em Yesod.
Totens
Todas formas animais devem ser formadas através da experiência pessoal. A psicologia podem também nos dar algumas pistas interessantes sobre a razão por trás da constante reaparição de um animal dentro das visualizações. Estes animais são conhecidos como ‘Totem’ e tendem a ser externalizações de nossas fontes internas de poder. Eles devem ser explorados e aceitos como glifos pessoais, muito parecido com assumir um mote ou sigilo pessoal. Eles também podem ser fortalecidos e usados nas técnicas de manipulação, aplicados especificamente no uso de Íncubos e Súcubos.
Íncubos e Súcubos (Incubus et Sucubus)
De acordo com a demonologia um íncubo é um pesadelo vivente que se alimenta de energias sexuais drenando a vida daqueles por quem se atrai. A variação do sexo foi levada em conta na variação do nome.
De acordo com o Tantrismo moderno o íncubo (usamos este termos para se referir a ambos os sexos e ambos termos) é uma forma específica de ser astral formado através da energia sexual. Tem muitos usos e apenas torna-se um problema quando é permitida uma perda de controle. O íncubo é criado através da externalização de uma forma astral por um período extenso usando as técnicas Beta. Primeiro a forma é um organismo humano nebuloso sem sexo ou características distintas. Conforme é externalizado toma energia do organismo e assume forma distinta. O organismo pode também usá-lo para coletar energia e portanto o íncubo e o mago trabalham em união simbólica.
Após a forma tenha sido externalizada pode então ser usada numa grande variedade de práticas mágikas. O primeiro estágio é moldar este ser numa forma que você deseja trabalhar, por exemplo, você pode querer atingir uma experiência de Hórus, portanto formando o ser numa forma com cabeça de falcão com a qual você pode realizar um intercurso sexual. Obviamente as variações do encontro são muitas e você poderia provavelmente dividir este arcano em subgraus se você quiser, isto é, Beta-Beta, Beta-Gamma, Beta-Delta, etc. de acordo com a forma de congresso utilizada.
Estas técnicas podem ser aprofundadas e desenvolverem-se numa forma de trabalho pessoal usando uma variedade de cruzamentos entre Deuses, demônios, anjos e até mesmo personagens históricos para ilustrar a natureza dos trabalhos e atingir a experiência requerida. A origem desta técnica está provavelmente localizada no antigo Tantra da Tartária, enquanto que muito do seu desenvolvimento técnico é encontrado nos trabalhos de dois magos medievais, Vintras e Boullan.
Em 1859, Vintras e Boullan encontraram a Sociedade para Reparo das Almas, uma descrição de suas técnicas delineia os procedimentos básicos como ensinados dentro de sua ordem interna, que era conhecida como a “Igreja de Carmel”.
“Documentos sobrevivem mostrando que Boullan e seus seguidores engajaram-se numa cópula com anjos, querubins, serafins e espíritos de figuras históricas como Cleópatra e Alexandre, o Grande. As técnicas usadas eram masturbação, com o operador fortemente imaginando que ele ou ela estava em coito com o anjo desejado ou o intercurso sexual espiritual e real no qual cada participante identificava o outro com o ser apropriado desencorporado.”
Sexualidade, Magia e Perversão (Sexuality, Magic e Perversion), de Francis King.
O exerto acima delineia a técnica Beta básica para criar e usar uma forma astral externalizada. O segundo estrato desta técnica margeia as do Gammaísmo ou Epsilonismo em seu uso de parceiro sexual físico, mas que é abarcada no Arcano devido à sua interrelação com a técnica básica de projeção Beta. O caminho de trabalho sexual deve evoluir da experiência e um conhecimento do Tarot, Qabbalah e técnicas de jornada astral.
A sua experiência será sempre intensamente pessoal e levará o mago a estados de êxtase e poder pessoal além dos confins dos caminhos de trabalho definidos.
Baixa Magia
Uma variação da técnica do íncubo permite o alcance das metas da baixa magia nos reinos físico, mental e espiritual através das técnicas delineadas acima. O mago pode criar um elemental artificial ou criatura que pode ser mandada realizar certas tarefas. Os limites desta técnica são encontrados no fato de que a criatura deve ser programada para se dissolver ao completar a tarefa e não se manter como um familiar contínuo. A única exceção aqui é onde o mago está completamente confiante em sua habilidade mágika para manter a criação sob total controle. Houve muitos casos na história do ocultismo onde um elemental artificial, criado e sustentado por meios sexuais, atingiu um grau de independência de seu criador devido à negligência ou excesso de confiança e então drenava a energia de seu criador e até mesmo atrapalhava seu trabalho oculto e vida diária.
Portanto, a chave para criar um Familiar é total controle sobre a criação e programação repetida numa base regular, coordenada com a técnica Beta repetida para que o familiar seja mantido alinhado com os requerimentos do mago. A maioria dos elementais artificiais ou familiares são programados para se dissolverem de volta ao corpo astral tanto ao alcançarem o êxito em sua missão quanto após determinado período de tempo. Este é de longe o melhor método a menos que o mago tenha uma razão específica para desejar um familiar de maior duração.
Magia com Bonecos
Uma técnica interessante para a criação de um familiar é baseada no uso de um boneco. Varia desde a técnica do Vodu tão popular nas histórias de terror de segunda categoria, no qual o boneco não é usado como um símbolo da pessoa que você deseja influenciar mas como uma extensão tangível do corpo astral do mago. Pode estar relacionado à idéia do duende ou manequim. O boneco é criado para representar um familiar que o mago deseja usar, é impregnado com os fluidos vitais numa sucessão de ritos e a cada orgasmo o corpo astral é sentido como se estendendo e envolvendo o molde do boneco numa ‘forma viva’ refletindo o mago. Um aspecto importante deste trabalho é que o boneco é usado como um canal de influência pelo qual o mago pode influenciar a realidade e explorar os reinos astrais.
Não se deve operar de maneira oposta, pois se cair nas mãos erradas pode ser facilmente desconectado, se programado corretamente e, se a ligação foi programada erroneamente, então poderá ser usado para influenciar o próprio mago !
O fator importante, portanto, é a criação do boneco como uma conexão externalizada do corpo astral, não um aspecto interno do organismo astral. Os usos destes bonecos são ilimitados, no nível físico pode ser facilmente usado para atingir uma ampla variedade de tarefas afins às de um elemental artificial ou familiar. Contudo, as mesmas considerações dadas para um elemental duradouro também se aplicam ao Boneco Familiar. Nos planos astrais pode ser usado para explorar os vários mundos, como uma forma astral extremamente poderosa moldada para refletir tanto o totem pessoal do mago ou um certo Deus ou força animal. É uma excelente forma pela qual o mago pode conscientemente explorar os vários mundos e dimensões.
Conclusões
Dentro de todo o trabalho tomado no Arcano Beta a importância está na habilidade de usar o estímulo sexual para transformar a aparência do organismo astral para refletir os requerimentos do mago. Pode apenas ser alcançado com sucesso se a imagem do Deus, animal, inseto ou o que seja, fique fixa claramente na tela mental e por um período prolongado de tempo durante o ritual Beta. Não há limite para as variações dentro do Arcano, nem em seu potencial. Esta técnica oferece uma larga amplitude de possibilidades de baixa magia bem como oferece potencial para experienciar as várias Sephiroth, Caminhos, mundos, dimensões e por aí vai, de uma maneira direta e dinâmica através do fórmula de congresso sexual do íncubo.
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