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Os segredos da Alquimia Sexual são baseados numa compreensão do uso das secreções do organismo dentro de uma forma específica de prática ritual. As práticas reais de Alquimia Sexual cobrem todo o espectro da Feitiçaria Tântrica, enquanto sua síntese é encontrada num único rito, a Missa do Espírito Santo.
Este rito é a base da Eucaristia Tântrica e é a chave para a formação de missas mais avançadas tais como a Missa Gnóstica e a Missa dos Esquecidos.
A Missa do Espírito Santo é uma exposição de um rito totalmente tântrico, combinando elementos da Alquimia, do mais físico ao mais espiritual. Está centrada no uso do Cálice sagrado no qual o vinho da vida é despejado, a oblação é então consumida, sendo a manifestação da pedra viva dos filósofos, a Pedra Filosofal, também conhecida como Amrita ou Orvalho da Imortalidade.
O simbolismo da Missa tem sido sempre ensinado de uma maneira velada para proteger o rito de abuso. Os ritos usam a polaridade divina assumida dentro de uma situação ritual. Esta polaridade pode ser tanto numa técnica sexual Gamma ou Epsilon com considerações associadas (Formas de Deuses, etc.). A Missa do Espírito Santo ajunta as várias facetas da prática oculta para abrir uma porta para os poderes da transmutação, de acordo com isto deve ser bem estudada com Vontade e Luxúria.
O Simbolismo da Missa
Ilustrando o texto de Franz Hartmann “O Simbolismo Secreto dos Rosacruzes”, encontramos a imagem da sereia do universo levantando-se no oceano cósmico. Este glifo é a Missa do Espírito Santo cifrada, seus seios sendo seguros em suas mãos e deles jorram duas correntes retornando ao mar. Estas, por sua vez, produzem duas correntes internas ao mar, que levantam a sereia. Hartmann dá a seguinte descrição da figura :
“A figura representa o fundamento das coisas e do qual todas as coisas nascem. É um princípio dual da natureza, seus pais são o Sol e a Lua, produz água e vinho, ouro e prata, pelo Deus bendito.”
“Se você torturar a águia, o leão se tornará delicado. A águia derrama lágrimas e o sangue vermelho do leão deve se encontrar e misturar-se com elas. A águia e o leão banham-se e amam-se mutuamente.”
“Eles se tornarão como a Salamandra e tornam-se constantes no fogo.”
Pela descrição acima, vemos que Yod é o Leão Vermelho enquanto que He é a Águia Branca, aqui estão os dois pólos do rito que provém da Mãe Cósmica de Ain. O princípio ativo é o He, enquanto o passivo, nesta aplicação, é Yod. Aqui encontramos o reverso dos papéis cabalísticos tradicionais com o passivo sendo aplicado no papel superior. Esta interpretação é importante pois cria o segredo da Missa do Espírito Santo. Os papéis de macho e fêmea podem também ser aplicados aqui com a fêmea como Yod e o macho como He, contudo, estes devem, novamente, ser entendidos mais como papéis do que como tipos físicos rígidos.
Na Alquimia tradicional o princípio de Yod é aplicado a Chokmah, como um papel passivo ou feminino. O título dado a este papel é “O Athanor”, que é descrito no Anphiteatrum de Khunrat como “uma fornalha teosófica selada cabalísticamente.”
Enquanto que o princípio He é aplicado a Binah, num papel ativo e é conhecido como “A Cucurbita”. É descrita por Khunrat como “uma vasilha circular e cristalina, de proporção ajustada para a qualidade de seu conteúdo”. O Athanor e a Cucurbita formam os dois pólos da Missa do Espírito Santo, eles são diferenciações da Mãe Cósmica, que pode ser entendida como NOX ou Kali, com o potencial de Kether habitando em seu seio.
Os Dois Produtos
Do Athanor e da Cucurbita são produzidos dois eflúvios. Estes são usados em conjunto para criar o ouro líquido ou a Pedra Filosofal. Estes eflúvios são expelidos do Athanor e da Curcubita durante os ritos de Magia Sexual. Eles são o Sangue do Leão Vermelho e as Lágrimas da Águia Branca. O sangue que é expelido do Athanor é também conhecido como a “Serpente”, por relacionar-se com o conceito hindu de Kundalini como força feminina. O Leão Vermelho é uma imagem peculiar relacionada à antiga deusa Sekhmet, que era a personificação do calor sexual. Enquanto que a Águia Branca relaciona-se ao fluxo de sêmen do princípio masculino.
Estes dois fluidos contém os Kalas, quando combinados eles interagem formando uma nova substância. O foco do rito tântrico é estimular os kalas e dar impulso à secreção de dezesseis emanações ao invés das quatorze do não iniciado.
Conforme discutido anteriormente, existem três formas de Kalas. Estas são formadas pelas variações na polaridade : magia apolar produz a Lava Negra, magia polarizada produz Néctar Frio, enquanto que a combinação de ambos produz o Pó Vermelho. Estas cores são simbólicas dos Kalas e não devem ser tomadas como a coloração física das secreções.
A Fórmula IAO como Alquimia Sexual
“Solve et Coagula.”
O processo completo da Missa do Espírito Santo pode ser entendido como o processo de ‘Solve et Coagula’ (dissolver e aglutinar).
A primeira parte do rito é a combinação dos dois fluidos, isto é entendido em termos alquímicos como a corrupção das Lágrimas ou Glúten pela Serpente ou como o processo de Solve.
A segunda parte do processo é a Fênix, que ascende desta corrupção através da morte ou absorção da serpente e cria o talismã ou Eucaristia como entendido em Coagula. Esta substância é então consumida ou usada num ato de consagração.
As considerações físicas a respeito desta fórmula são também importantes, se um processo macho-fêmea está sendo usado, então a serpente (normalmente a mulher) corromperia as lágrimas em seu orifício vaginal. Se, entretanto, o objetivo é para trabalhos apolares então uma ênfase maior é dada na assunção astral de formas apolares visto que as combinações macho-fêmea tendem a enfatizar a polarização. A mesma consideração deve ser aplicada para trabalhos homossexuais sendo que sua tendência é criar Kalas apolares (Lava Negra). Nestes trabalhos (com dois homens) a mistura da substância deve ser feita num Cálice consagrado ou com um dos participantes assumindo o papel do Leão, o outro o da Águia. Enquanto que com duas mulheres o orifício vaginal de um dos magos deve ser escolhido como Leão, o outro, da Águia.
Não se pode subestimar quão importante é para todos os trabalhos de alquimia sexual a assunção de formas astrais. Os trabalhos astrais devem sempre ser considerados em combinação com a atividade física do sexo. A Magia Sexual combina a magia em todos os níveis portanto o processo físico não pode ser usado sozinho ou sem a execução adequada das facetas astrais e espirituais.
IAO
A fórmula IAO é um foco central para muito de nossa compreensão do processo da Magia Sexual. Quando corretamente entendida também forma uma chave central para a Missa do Espírito Santo. A fórmula IAO de acordo com o arcano do Novo Aeon é precedida e seguida pela letra grega Digamma (F), cujo som é extremamente similar à nossa letra V ou à letra hebraica Vav. Esta letra refere-se à imagem de Hórus. Quando aplicada no microcosmo é o Rebento da Vontade ou Eu Verdadeiro. A fórmula em si é aplicada como se segue, precedida e seguida pelo Digamma da Vontade.
F (V) – Vontade Verdadeira
I – Virgem – A Semente Solitária
A – Escorpião – Paixão
O – Capricórnio – União
F(V) – Vontade Verdadeira
A interpretação dada acima é baseada na fórmula como aplicada no processo usado na Missa do Espírito Santo. É também possível interpretá-la em termos relacionados ao indivíduo envolvido no processo de transformação pessoal através da Magia Sexual. Essa interpretação é a seguinte :
F – Eu Pueril – Latente (Não Desenvolvido)
I – Virgem – Virginal, não desflorado
A – Escorpião – Mago Sexual
O – Capricórnio – Andrógino
F – Eu Verdadeiro – Humano Superior
Conclusões
Os ritos tântricos como vistos na Missa do Espírito Santo são ritos de magia sexual usando a assunção de formas de Deuses para dentro do(s) mago(s) e a formação de um produto sexual através da mistura de Kalas repletos de secreções. Dependendo da maneira pela qual as formas de Deuses são assumidas (o grau de polarização) uma variedade de resultados podem ser condicionados de acordo com os três tipos de Kalas.
Os aspectos mais importantes do processo são a sustentação do calor sexual e a assunção e fixação das formas de Deuses (God-forms). O elixir criado é tanto consumido como usado para carregar um Talismã ou item similar. Este Orvalho da Imortalidade criado da mistura de fluidos variará em poder na proporção direta do crescimento espiritual dos envolvidos e das contrapartes astrais do rito a respeito da preparação e procedimentos rituais. Exemplos de uma Missa do Espírito Santo completa são encontrados em formas ritualísticas tais como a Missa Gnóstica e a Missa dos Esquecidos. Neste ponto não oferecemos procedimentos estritos para a Missa, deixando-os para a própria experimentação dos magos.
Apêndice Um:
Sobre Simbolismo Alquímico
Há algum debate na verdadeira interpretação do simbolismo da alquimia em relação ao processo tântrico. A interpretação dada é baseada nas tradições de Feitiçaria Sexual. O Athanor refere-se ao papel passivo ou feminino por denotar uma fornalha selada, que obviamente é uma vagina ou forma de orifício. A Curcubita ou vaso é um tubo ou suporte, que pode ser relacionado ao Falo.
A Serpente e o Sangue do Leão tendem a ser relacionados ao princípio passivo por dois motivos : primeiro, a atribuição feminina da Kundalini ou a Serpente na prática tântrica hindu; segundo, a relação entre o fluxo menstrual e o sangue do Leão.
O Glúten ou as Lágrimas podem ser ligadas à brancura do sêmen. Em alguns textos de alquimia o produto é dividido em dois estados, a Primeira Matéria e a Pedra Filosofal. Também seguimos esta distinção, sendo a Primeira Matéria a combinação de fluidos antes da ativação ritual final e a Pedra Filosofal ou Orvalho da Imortalidade sendo o produto final.
Em alguns livros tais como “Sexualidade, Magia e Perversão” (Sexuality, Magic & Perversion), de Francis King (New England Library), embora contendo textos excelentes, é perpetuado o erro de que o Athanor é masculino e que o vaso é feminino. Isto pode refletir o sexismo de alguns escritos tântricos antigos, mas se usado com consistência interna ainda atingirá resultados, pois a prática é mais relevante do que a teoria acadêmica. Contudo, oferecemos esta consideração do simbolismo alquímico e tântrico para a sua referência.
Apêndice Dois:
O Santuário Soberano Astrum Argum e as Modernas Ordens Crowleyanas
O Santuário Soberano Astrum Argum é uma ordem astral que focaliza seu trabalho na Magia Sexual. Pelo mundo afora, muitas ordens, grupos e indivíduos têm comunicação, de uma forma ou de outra, consciente ou inconsciente, com esta fonte. Acreditamos que não haja nenhuma manifestação física desta ordem e a reclamação solitária de tal poder deve ser considerada suspeita.
Nossa visão é que Crowley deliberadamente jogou a OTO em confusão na sua morte, demandando que seus estudantes pusessem ambos pés no chão. Desde aquele momento muitos reclamarem o título, mas na mente do autor, declarações físicas de linhagem são totalmente irrelevantes. A importância está no resultado dos seus trabalhos, não na propriedade física de alguma forma de autoridade. Eu encontrei grupos seguindo o espírito da OTO sem nenhuma autoridade envolvida (num nível físico) e com ainda mais autoridade espiritual do que qualquer das ordens ‘aceitas’.
Embora respeitemos aqueles que clamam ‘prova histórica de linhagem’, a opinião de nossa Ordem é “os conhecereis pelos vossos frutos” e que “para provar o bolo, só comendo”. Se qualquer ordem ajuda-o a crescer, então ela é ‘de linhagem’ para você.
A respeito dos materiais publicados aqui eles são o produto de anos de pesquisa dos trabalhos de nossa Ordem sob a orientação espiritual da Ordem astral “Astrum Argum”. Nós reimprimimos vários trabalhos de referência neste texto. No espírito de compartilhar esta mensagem com aqueles procurando sabedoria. Não clamamos por qualquer ordem física ou tradições características, pois não sentimos necessidade.
A experiência é o maior mestre. Tenho dito !
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