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Syllabus de Estudo do 4º IOT
Este curso é um exercício nas disciplinas da magia: transe, uma forma de controle da mente semelhante à yoga, metamorfose pessoal e as técnicas de magia básicas. O sucesso com estas técnicas é pré-requisito básico para qualquer progresso real como iniciado terceiro syllabus.
Um diário mágico é o mais essencial e poderoso instrumento do mago. Devendo ser amplo o suficiente para reservar uma página para cada dia. Os estudantes devem registrar o tempo, a duração e o grau de sucesso de cada prática levada a cabo. Eles deverão tomar nota dos fatores ambientais conducentes (ou de outra forma) do trabalho.
Aqueles que desejarem notificar a Ordem da sua intenção de começar o trabalho estão convidados a fazê-lo via IOT Brasil.
Controle Mental
Para um trabalho mágico efetivo, a habilidade para se concentrar e a atenção devem se fortalecer, até que a mente possa entrar em estado de transe.
Isto é realizado nos seguintes estágios: absoluta imobilidade do corpo, regulação da respiração, cessação do pensamento, concentração no som, concentração nos objetos e concentração nas imagens mentais.
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Imobilidade
Posicione o corpo de maneira confortável e tente permanecer nesta posição por tanto tempo quanto possível. Tente não piscar ou mexer a língua, dedos ou qualquer outra parte do corpo em absoluto. Não deixe a mente embarcar nos vagões dos pensamentos, mas ao contrário, observe-se passivamente. O que parecia ser uma posição confortável passará a ser agonizante com o tempo, mas persista. Coloque de lado algum tempo todos os dias para esta prática e tire vantagem de qualquer oportunidade de inatividade que possa ocorrer. Registre os resultados em seu diário mágico. Não se deve ficar satisfeito com menos de cinco minutos. Quando tiver sido atingido o patamar de 15 minutos, proceda então a regularização da respiração.
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Respiração
Fique tão imóvel quanto possível e comece deliberadamente a fazer a respiração mais lenta e mais profunda. O objetivo é utilizar a total capacidade dos pulmões, mas sem qualquer esforço muscular excessivo ou tensão. Os pulmões devem ser mantidos vazios/cheios, entre a inspiração/ expiração, para aumentar a duração do ciclo. O importante é que a mente esteja totalmente direcionada para o ciclo da respiração. Quando isso puder ser feito com sucesso, por um período de 30 min, proceda ao não pensamento.
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Não-Pensamento
Os exercícios de imobilidade e respiração podem melhorar a saúde, mas eles não têm outro valor intrínseco, apenas servem como preparação para o não-pensamento, que é o princípio e a condição do transe para a magia. Enquanto imóvel e respirando profundamente, comece a retirar da mente quaisquer pensamentos que possam ocorrer. A própria tentativa de fazer isso, inevitavelmente, revela ser a mente um furor tempestuoso de atividade. Só mesmo a maior determinação pode vencer até mesmo uns poucos segundos de silêncio mental, mas mesmo isso já é um enorme triunfo. Mire na completa atenção a pensamentos emergentes e tente prolongar os períodos de total tranqüilidade.
Assim como a imobilidade física, esta imobilidade mental deve ser praticada a horas determinadas e também sempre que um período de inatividade acontecer ( por exemplo, num ônibus ou numa fila ). Os resultados devem ser registrados no seu diário.
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Os Transes Mágicos
Magia é a ciência e arte de provocar mudança de ocorrência em conformidade com a vontade. A vontade só pode se tornar magicamente efetiva quando a mente é forçada a não interferir com a vontade. A mente deve estar disciplinada a focar sua atenção em algum fenômeno insignificante. Se alguma tentativa é levada a cabo para se focar em alguma forma de desejo, ocorre um curto-circuito causado pelo interesse de um resultado, investido de luxúria e cobiça. Identificação egoísta, ou receio de fracasso, e o desejo recíproco de não ter desejo, emergentes da nossa natureza dual, destrõem o resultado.
Portanto, quando selecionar tópicos para a concentração, escolha assuntos que não possuam significado espiritual, egóica ou de qualquer ordem utilitária, escolha assuntos de pouca significância.
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Objeto de concentração
A lenda do olho-grande deriva da capacidade dos feiticeiros e dos magos de darem uma olhada fixa mortal. Esta habilidade pode ser praticada em relação a qualquer objeto, uma marca na parede, alguma coisa ao longe, uma estrela no céu, qualquer coisa. Para manter um objeto em mente com absoluta fixação, olhar imperturbável, por mais do que alguns momentos é extraordinariamente difícil, ainda assim, deve-se insistir nesta prática por horas. Toda tentativa do olho de distorcer o objeto, toda tentativa da mente de procurar algo mais para pensar, deve ser resistida. Eventualmente, é possível serem desvendados segredos ocultos através desta técnica, não obstante, faz-se mister que tal habilidade seja desenvolvida, tomando-se objetos de pouca significância.
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Concentração do Som
A parte da mente na qual pensamentos verbais emergem são postos sob domínio/controle mágico pela concentração nos sons mentalmente imaginados. Qualquer simples som ou sílaba é selecionada, por exemplo, AUM ou OM, ABRAHADABRA, YOD HE VAU HE, AUM MANI PADME HUM, ZAZASZAZAS, NASATANADA ZAZAS. O som escolhido é repetido várias e várias vezes na mente para bloquear todos os outros pensamentos. Não importa quão inapropriada a escolha do som pareça ser, você deve persistir nele. Eventualmente, pode parecer estar se repetindo automaticamente e pode, até, ocorrer em estado de sono. Estes são sinais encorajadores. A concentração no som é a chave para palavras de poder e certas formas de encantamento e desencantamento.
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Concentração na imagem
A parte da mente na qual o pensamento pictórico emerge é posto sob controle mágico pela concentração numa imagem. Uma simples forma, tal qual o formato de um triângulo, um círculo, quadrado, cruz ou crescente é escolhida e mentalizada, sem distorção, por tanto tempo quanto possível. Somente os mais determinados são capazes de manter a forma imaginada e persistir indeterminadamente. No início, a imagem deve ser buscada com os olhos fechados. Com a prática, pode ser projetada contra qualquer superfície branca. Esta técnica é a base para expulsão de poderes ocultos e a criação de formas de pensamento independentes.
Os três métodos de transe mágico só irão surtir resultado se perseguidos com a mais fanática e mórbida determinação. Estas habilidades são por demais anormais e, normalmente, inacessíveis à consciência humana, uma vez que elas exigem tão supra-humana concentração, mas as recompensas são enormes. No diário da magia, registre o trabalho formal de cada dia e quaisquer outras oportunidades extras que, por ventura, tenham sido vivenciadas. Nenhuma deverá ser mantida em branco.
Metamorfose
A transmutação da mente a uma consciência mágica tem, freqüentemente, sido chamada de A Grande Obra. Tem o propósito profundo de conduzir, eventualmente, a descoberta da verdadeira vontade. Mesmo a mais insignificante habilidade para alguém se mudar, se transformar é mais valorosa do que qualquer outro poder sobre o universo exterior. Metamorfose é um exercício da vontade para a restruturação da mente.
Todas as tentativas de reorganizar a mente envolvem uma dualidade entre as condições que existem e as condições que são preferíveis. Assim, é impossível cultivar qualquer virtude como: espontaneidade, alegria, orgulho piedoso, graça ou onipotência sem envolver-se em mais convencionalidade como: amargura, culpa ou pecado e impotência no processo. Religiões são fundadas sob a falácia de que se pode ou se deve ter uma sem a outra. A alta magia reconhece a condição dualista, mas não se importa se a vida é acre-doce, doce ou azeda, mais do que isso, procura realizar qualquer perspectiva arbitrária perceptível da vontade.
Pode-se escolher qualquer estado mental, arbitrariamente, como um objetivo para transmutação, mas existe uma qualidade específica nas virtudes mencionadas. A risada é um antídoto para o desequilíbrio e possível demência do transe mágico. A não-afeição é uma qualidade específica contra a obsessão com as práticas mágicas .
A aquisição destes estados mentais é obtida por um processo de meditação contínua. Tenta-se entrar dentro do espírito da condição, sempre que possível, e pensar sobre o resultado desejado, em outras vezes. Por este método, o hábito de um novo e forte estado mental pode ser estabelecido.
Considere a risada. É a emoção mais forte, porque pode conter qualquer das outras, do êxtase ao lamento. Não tem oposto. O choro é apenas uma forma sub-desenvolvida pela qual se limpa os olhos e as crianças chamam a atenção. A risada é a única atitude sustentada num universo que é uma brincadeira, uma piada sobre si próprio.
O truque é ver esta piada praticada até mesmo em eventos neutros ou horríveis que nos rodeiam. Não cabe a nós questionar a aparência fatal de gosto do universo. Buscar a emoção da risada na sua delícia e diversão, buscá-la no que for neutro ou insignificante, buscá-la mesmo no que for horrível e revoltante. Ainda que pareça forçada, a primeira vista, pode-se aprender a sorrir sempre, sobre tudo.
Não-afeição, desinteresse, melhor descreve a condição mágica de agir sem cobiça de resultado. É muito difícil para os homens decidirem sobre alguma coisa e, depois, fazê-la puramente sem nenhum interesse. Ainda assim, é precisamente essa habilidade que é requerida para a execução de atos mágicos. Somente uma atenção muito direcionada conseguirá. Tendência é para ser entendida tanto no sentido negativo como positivo, porque a aversão é o outro lado. Uma fixação que se tenha na personalidade, na ambição, nos relacionamentos, nas experiências sensoriais ou, igualmente, aversão, quaisquer destes atributos se mostrarão limitados.
Por outro lado, é fatal perder o interesse nesses assuntos, uma vez que eles são o sistema simbólico ou a realidade mágica de alguém. Porém, é mais do que isto, quando se está tentando tocar mais delicadamente nas partes sensíveis da realidade de alguém, a fim de evitar as garras destruidoras do desejo e do desânimo. Assim sendo, deve-se tentar ganhar liberdade suficiente para agir magicamente. Em acréscimo a estas duas meditações, há uma terceira forma mais ativa de metamorfose, e esta inclui os hábitos do dia a dia. Por mais inócuos que eles possam parecer, hábitos e pensamentos, palavras e ações são a âncora da personalidade. O magista visa içar a âncora e se libertar dos mares do caos.
Para proceder, selecione qualquer hábito sem importância, ao acaso, e o retire de seu comportamento, ao mesmo tempo, adote um hábito novo qualquer, ao acaso. A escolha não deve envolver nada espiritual ou de significado egocêntrico ou emocional, nem deve-se selecionar qualquer coisa que tenha possibilidade de fracasso. Ao persistir com a meditação, você se torna capaz, virtualmente, de qualquer coisa.
Todos os trabalhos de metamorfose deverão ser apontados no diário de magia.
Magia
O sucesso nesta fase do Syllabus, depende de algum grau de maestria nos transes mágicos e na metamorfose. Esta instrução de magia inclue três técnicas: O ritual, o sigilo e o sonho. Em acréscimo, o magista deve familiarizar-se, pelo menos, com o sistema de adivinhação. Cartas, runas, cristais, pêndulo ou vara adivinhatória. Os métodos são infindáveis. Com todas as técnicas, vise o silêncio da mente e deixe a inspiração prover algum tipo de resposta. Seja lá que tipo de sistema simbólico ou instrumento for utilizado, eles ajudam só para prover um receptáculo ou amplificador para habilidades interiores. Nenhum sistema de adivinhação deve ser excessivamente aleatório. A astrologia não é recomendada.
O ritual é a combinação do uso de talismã, armas, gestual, sigilos ou senhas visualizadas, palavras mágicas e transe mágico.
Antes de proceder com sigilo ou sonho, é essencial desenvolver um ritual de banimento. Um ritual de banimento bem constituído tem os seguintes efeitos: Prepara o magista mais rapidamente para a concentração mágica do que qualquer exercício de transe mágico. Capacita ao magista resistir a obsessões, se forem aparecendo problemas, com as experiências de sonho ou com os sigilos, tornando-os conscientes. Também protege o magista de quaisquer influências ocultas hostis que, por ventura, o assaltem.
Para desenvolver um ritual de banimento, primeiro adquira uma arma mágica: Uma espada, uma adaga, uma varinha, ou talvez, um anel largo. O instrumento deve ser alguma coisa que impressione a mente e deve, também, representar as aspirações do magista. A vantagem de forjar a mão o próprio instrumento ou em descobrir neles algo de novo, de forma inusitada, não pode ser super estimado. O ritual de banimento deve conter os seguintes elementos no mínimo:
-Primeiro, o magista deve descrever um obstáculo sobre si próprio com a arma mágica. A barreira do obstáculo é, também, fortemente visualizada. Figuras tridimensionais são preferíveis.
-Segundo, o magista focaliza sua vontade numa imagem visualizada; por exemplo, a arma mágica ou seu terceiro olho ou uma bola de luz dentro de sua cabeça. Uma concentração de som pode ser usada em acréscimo ou alternadamente.
-Terceiro, a barreira é reforçada com símbolos de poder desenhados com a arma mágica. A tradicional estrela de cinco pontas pode ser usada ou a estrela de oito pontas do Caos ou qualquer outra coisa. Palavras de poder também podem ser usadas.
-Quatro, o magista aspira ao vazio infinito, por um breve mas determinado esforço, para parar de pensar.
por Peter Carroll. Tradução de Lucifer 149 e k-Ouranos 333
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