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Sar Naquista
“O mundo evolui para a vida do seu Universo, cria uma alma formada por todas as almas nele contidas.” – Papus
De Aristóteles nos veio os primeiros esforços de classificar a entidades vivas e não vivas sobre a face a da Terra. Considerando que as espécies não sofriam mudanças o filósofo ateniense propôs o que chamamos hoje de scala naturae (escala natural) na qual os seres são ordenados por uma crescente de complexidade. Em seu estudo descreveu aproximadamente 500 espécies e propôs categorias usadas até hoje como Mamíferos e Aves. Dele veio a noção dos reinos Mineral, Vegetal e Animal.
Esta escala de complexidade é explicada dentro do Martinismo por meio dos Quatro Axiomas da Escala Natural:
- A Reintegração pressupõe diferentes reinos da natureza.
- Existe correspondências entre os reinos do mundo material e as emanações do mundo espiritual
- Há uma diferença gradativa em características e virtudes entre as emanações mais elevadas e a mais baixa
- Quanto mais se distanciaram da Fonte, menos numerosas são as características e faculdades.
Os axiomas acima são outra forma de lembrar o que já vimos na Tábua Esmeralda, que “O que esta acima é como o que esta abaixo, e o que esta abaixo é como o que esta acima para realizar o milagre de uma só coisa”. Em outras palavras, quanto mais distantes da Unidade, da Fonte original de Emanação que é Deus, mais materiais e simples são os entes.
A Tradição Martinista enxerga nosReinos da Natureza uma manifestação do Ternário, que estabelece a estrutura de toda Criação Universal, embora, diferente das ciências biológicas considere o ser humano um reino a parte.
Como diz o primeiro axima estes reinos são pressupostos para a reintegração e assim não podemos dizer que um seja melhor do que o outro, pois todos exercem seus papeis na evolução da vida.
Reino Mineral
O reino mineral tem origem nos três princípios ou três substâncias que chamamos Mercúrio, Enxofre e Sal e que nada tem haver com seus homônimos químicos, sendo constituintes da própria manifestação material. Nenhum destes três princípios tem a capacidade de mover, senão por leis e forças externas, e assim os Minerais são considerados como elementos passivos. Sabemos hoje que os minerais também tem um nascimento, sendo forjados nos núcleos estelares e também crescem e se desenvolvem pelos mais diferentes tipos de reações químicas de modo que podemos dizer que os minerais “se alimentam” de outros minerais. A forma como crescem é uma das características deste reino. Assim disse o biólogo Theodore Schwann:
“Os cristais se desenvolvem por oposição, isto é, as novas moléculas são simplesmente depositadas na superfície das que já existem ao passo que as células (animais e vegetais) aumentam pela deposição das novas moléculas entre as já existentes”
Reino Vegetal
O Reino Vegetal e Animal possuem já algo mais parecido como que chamamos de Ciclo da Vida, no qual nascimento, crescimento, reprodução e morte são facilmente identificados De fato, é no reino vegetal que primeiro surgem os seres cuja matriz se desenvolve por meio de agentes masculinos e femininos com o fim de reprodução e multiplicação. Segundo Louis-Claude de Saint-Martin outra particularidade distintiva do reino vegetal é sua dependência de ligação à terra de modo que não pode sobreviver quando separado dela. Do solo depende não apenas a reprodução mas a própria manutenção da vida vegetal. O Reino animal se alimenta do reino mineral e do próprio reino vegetal presente no humus..
Reino Animal
Os animais são os seres “animados” ou seja, os que são capazes de se deslocar sobre o solo, ar ou água em busca de recursos e segurança. Assim como as plantas também se reproduzem, mas não confiam suas sementes a terra e sim a seus ovos, ou gestação. Outra diferença é sua sensibilidade por meio dos sentidos e também do desejos que experimentam. Essa sensibilidade pode existir no reino vegetal, e segundo alguns até no reino mineral mas é no reino animal que alcança seu pleno desenvolvimento. Os animais se alimentam de vegetais e outros animais.
O Quarto Reino
Assim, notamos que os reinos compartilham características observáveis entre si e assim como vegetais e animais tem semelhanças também há semelhanças entre os seres humanos e os animais. Contudo a Tradição Martinista se contrapõem ao materialismo que diz que o ser humano é apenas parte do reino animal. Os mestres do passado sempre ensinaram que a característica da Autoconsciência e do pensamento o colocam como um ser a parte. A observação da natureza é confirmado sobre o que aprendemos sobre a origem do ser humano no ‘Tratado da Reintegração’ e outros livros iniciáticos. Sabemos por eles que pertencemos ao mundo espiritual e só estamos neste mundo material devido a Queda causada por nossa prevaricação.
Usando um termo criado por Paracelso, os martinistas dizem que o ser humano é um Microcosmo, ou seja, um pequeno mundo. Cada um de nós contem em si os reinos mineral, vegetal e animal. Mas não é nesses reinos que está nossa natureza profunda e sim justamente no que nos diferencia deles.
Sanit-Martin chamada de “sensualismo” o erro de confunde o corpo com o princípio espiritual que o dirige ao atribuir todas as nossas faculdades intelectuais como derivações das faculdades sensoriais. Pelo contrário, nossa vontade, inteligência e autoconsciência são Espírito Divino e nosso corpo físico é apenas o seu Templo.
Importante frizar que essa diferença entre os seres humanos e os demais reinos não deve ser uma desculpa para com ares de superioridade explorarmos e dominarmos os demais seres de modo cruel e tirânico. Muito pelo contrário nossa posição nos dá uma responsabilidade maior sobre os demais reinos. No fundo todos os seres emanam de Deus e assim participam da missão do ser humano em promover a Reintegração Universal que devemos liderar. Quando esse Plano Divino for realizado, todos os Reinos serão reintegrados na Divindade e mundo da multiplicidade retornará a Unidade.
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