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Conclusão – O Plano Astral

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É de esperar que aqueles dos nossos leitores que acharam a matéria contida neste volume suficientemente interessante para o lerem até ao fim, possam agora fazer uma idéia geral do plano astral e das suas possibilidades, que lhes permita compreender e pôr nos respectivos lugares quaisquer fatos que se lhes deparem em leituras subsequentes. Apesar de apenas termos dado um esboço, simples demais para tão importante assunto, cremos ter dito o necessário para mostrar a extrema importância da percepção astral no estudo da Biologia, Física, Química, Astronomia, Medicina e História, e o grande impulso que o seu desenvolvimento poderia vir a dar a estas ciências. Contudo, a aquisição das faculdades astrais não deve considerar-se como o último fim a atingir, visto que tudo o que se tentasse apenas com esse objetivo levaria inevitavelmente ao método do desenvolvimento a que no Oriente se dá o nome de lâukika — sistema que permite, é certo, a aquisição de algumas forças psíquicas, porém que não passam da personalidade atual. De resto, essa aquisição, feita sem as necessárias precauções e garantias, pode dar lugar a que o principiante venha a fazer delas um emprego abusivo. É o que sucede a todos os que se servem de drogas, da invocação de dementais e, em geral, os que seguem as práticas da Hatha yoga.

O outro método, chamado lokottara, consiste na Raja Yoga, ou progresso espiritual. Embora esta seja um pouco mais lenta do que a primeira; tem a vantagem importantíssima de garantir uma aquisição de poderes psíquicos que ficam para sempre na posse da individualidade permanente, sem que nunca mais se possam perder. E como, neste caso, há sempre a direção acurada de um Mestre, não há receio de que o discípulo abuse dos poderes adquiridos, sempre que cumpra escrupulosamente as ordens recebidas. A abertura da visão astral deve, portanto, ser considerada como simples etapa no desenvolvimento de qualquer coisa infinitamente mais nobre — um simples passo, um curtíssimo passo, no Grande Caminho Ascencional que conduz os homens às alturas sublimes do Adeptado, e, mais além ainda, a esses esplendorosos panoramas de poder e de sabedoria, que nossas mentes finitas não podem ainda conceber.

Contudo, que ninguém considere como um dom, um bem sem espinhos, a posse da visão astral, porque a miséria, o mal, a dor e todas as amarguras do mundo se convertem num fardo sempre presente, a ponto de se ter a tentação de repetir a apaixonada abjuração de Schiller: “Por que me lançaste de olhos abertos na terra dos cegos, para lhes proclamar o vosso oráculo? Levai-me de novo esta agudeza de vista, que me enche de tristeza! Tirai-me dos olhos esta luz cruel! Restituí-me a cegueira — as bem-aventuradas trevas dos meus olhos; levaime, levai-me este dom fatal!” Talvez não deixe de ser natural este sentimento nas primeiras etapas da Senda; contudo, a visão superior e conhecimentos mais profundos trarão ao estudante a perfeita certeza de que todas as coisas cooperam juntas para o bem final de todos, pois: De hora em hora, qual desabrochar-se de uma flor, a verdade e sempre a verdade se revelará; que pode o sol empalidecer e as estrelas apagar-se, mas a LEI DO BEM permanecerá. Ela refulge em esplendor e cresce em influência, segundo se expande o lento trabalho da Natureza, desde os minúsculos zoófitos até os SERES excelsos, ao longo de milhões e milhões de séculos.

C. W. Leadbeater – O PLANO ASTRAL FIM


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