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Arthur Edward Waite
Excerto de A Chave Pictórica do Tarot, 1911
Sendo as explicações originais do tarot Waite-Smith segundo seu próprio idealizador.
- O Mago, Mágico ou Pelotiqueiro o jogador de dados e saltimbanco, no mundo da trapaça vulgar. Trata-se de uma interpretação generalizada, e corresponde à significação simbólica real que o uso da consulta da sorte no Tarô tem com a sua construção mística, de acordo com a ciência secreta do simbolismo. Devo acrescentar que muitos estudiosos do assunto independentes, seguindo as suas próprias luzes, tiraram as suas próprias conclusões individuais das significações no que diz respeito aos Trunfos Maiores, e as luzes são por vezes sugestivas, mas não são as luzes Assim, por exemplo, Eliphas Lévi diz que o Mago significa a unidade, que é a mãe dos números; outros dizem que ele é a Unidade Divina; e um dos últimos comentaristas franceses considera que, em seu sentido geral, ele é a vontade.
- A Alta Sacerdotisa, a Papisa Joana ou a Mulher Pontífice; antigos expositores consideravam essa carta como a Mãe, ou Esposa do Papa, o que se opõe ao simbolismo. Algumas vezes é tida como representando a Lei Divina e a Gnose, caso em que a Sacerdotisa corresponde à idéia da E ela a Tradição Secreta e o sentido superior dos Mistérios instituídos.
- A Imperatriz, é às vezes representada de frente, e o seu correspondente, o Imperador, de perfil. Como tem havido uma certa tendência de atribuir uma significação simbólica a essa figura, parece aconselhável dizer que ela não tem significação oculta. A Imperatriz tem sido relacionada com as idéias de fecundidade universal e, de um modo geral, com a atividade.
- O Imperador, por dedução esposo da anterior. As vezes é representado usando, além de suas insígnias pessoais, as estrelas e fitas de alguma ordem de Menciono isso para mostrar que as cartas constituem uma mistura de antigos e novos emblemas. Os que insistem na evidência de um, podem tratar com o outro, se estiver ao seu alcance. Nenhum argumento de peso em favor da antiguidade de uma determinada figura pode ser tirado do fato de que ele incorpora material antigo; mas também nenhum pode se basear em novidades esporádicas, cuja ocorrência só pode significar a intervenção pouco inteligente de um compilador ou de um arranjador retardatário.
- O Alto Sacerdote ou Hierofante, chamado também Pai Espiritual, e mais comum e obviamente o Papa. Parece mesmo ter sido chamado o Abade, e, nesse caso, a sua correspondência, a Alta Sacerdotisa, era a Abadessa ou Madre do Convento. Ambos são nomes arbitrários. As insígnias da figura são papais, e, em tal caso, a Alta Sacerdotisa é, e só poderia ser, a Igreja, com a qual o Papa e os sacerdotes estão casados pelo rito espiritual da ordenação. Penso, contudo, que, em sua forma primitiva, essa carta não representava o Pontífice Romano.
- Os Amantes ou o Casamento. Este símbolo sofreu muitas variações, como era de se esperar de tal representação. Na forma do Século XVIII, com a qual se tornou pela primeira vez conhecido pelo mundo das pesquisas arqueológicas, era realmente uma carta representando a vida matrimonial, mostrando um pai e uma mãe com o filho entre os dois; e o Cupido pagão em cima, no ato de lançar a sua seta, é, naturalmente, um emblema mal Cupido é o amor iniciante, e não o amor em sua plenitude, guardando o seu fruto. Segundo se diz, a carta foi intitulada Simulacrum fidei, símbolo da fidelidade conjugal, para o qual o arco-íris é o sinal da aliança, que teria sido mais adequado. Também se acha que as figuras significavam a Verdade, a Honra e o Amor, mas desconfio que isso foi, por assim dizer, a glosa de um comentarista moralizante. Era isso, mas tinha outros e mais elevados aspectos.
- O Carro. Este é representado em alguns volumes antigos como sendo puxado por duas esfinges, e o dispositivo está de acordo com o simbolismo, mas não se deve supor que essa tenha sido a sua forma original; a variação foi inventada para apoiar uma determinada hipótese histórica. No século XVIII, estavam atrelados ao carro cavalos brancos. No que diz respeito ao seu nome habitual, o menor confirma o maior; trata-se realmente do Rei em seu triunfo, retratando, contudo, a vitória que cria o reino como sua conseqüência natural, e não a realeza imperante da quarta M. Court de Gebelin disse que se tratava de Osíris Triunfante, o Sol vencedor na primavera, tendo vencido os obstáculos do inverno. Sabemos agora que Osíris ressuscitando não é representado por tão óbvio simbolismo. Outros animais além de cavalos também têm sido usados para puxarem o currus triumphalis, como, por exemplo, um leão e um leopardo.
- A Esta é uma das quatro virtudes cardeais, das quais falarei mais tarde. A figura feminina é geralmente representada fechando a boca de um leão. Na forma anterior apresentada por Court de Gebelin, está evidentemente abrindo a boca do leão. A primeira alternativa é melhor simbolicamente, mas ambas são exemplos da força em sua significação convencional, e dão a idéia de domínio. Tem-se dito que a figura representa a força orgânica, a força moral e o princípio de todas as forças.
- O Ermitão, como é chamado na terminologia comum, é o que se segue na lista; é também o Capuchinho e, em uma linguagem mais filosófica, o Sábio. Segundo se diz, ele está em procura da Verdade localizada muito longe na seqüência, e da Justiça, que o procedeu no caminho. Mas é uma carta de consecução, mais que uma carta de procura, como veremos mais tarde. Também se diz que a sua lanterna contém a Luz da Ciência Oculta e que o seu bordão é a Varinha de Condão. Essas interpretações são comparáveis, sob todos os aspectos, às significações divinatórias de que tratarei O diabolismo de ambas é que são verdadeiras ao seu modo, mas deixam de encarar todas as altas coisas com as quais os Arcanos Maiores têm de estar relacionados. É como se um homem, sabendo em seu coração que todos os caminhos levam às alturas, e que Deus é a maior altura de todas, escolhesse o caminho da perdição ou o caminho da loucura como rota para a sua própria consecução. Eliphas Lévi atribuiu essa carta à Prudência, mas, assim fazendo, agiu levado pelo desejo de cobrir uma brecha que, de outro modo, ocorreria no simbolismo. As quatro virtudes cardeais são necessárias como seqüência ideológica como os Trunfos Maiores, mas não devem ser tomadas apenas naquele sentido primário que existe para uso e consolo daquele que, nestes dias de jornalismo barato, é chamado o homem da rua. Em seu sentido próprio, são correlatas aos juízos de perfeição quando forem esses semelhantemente expressados de novo, e se apresentam da maneira seguinte: (a) Justiça Transcendental, o desequilíbrio dos pratos da balança quando ficam com peso excessivo, de sorte que descem acentuadamente do lado de Deus. O juízo correspondente é jogar com dados pesados quando se joga arriscada-mente com Diabolus. O axioma é Aut Deus, aut nihil. Êxtase Divino, como contrapeso a algo chamado Temperança, cujo sinal é, creio eu, a extinção das luzes na O juízo correspondente é beber apenas vinho novo no Reino do Pai, porque Deus é tudo em tudo. O axioma é que, sendo o homem um ser racional, deve se embriagar com Deus; o caso imputado em questão é Spinoza. (c) O estado da Fortaleza Real, que é o estado de uma Torre de Marfim e uma Casa de Ouro, mas é Deus, e não o homem, que se tornou Turrris fortitudinis a facie inimici, e fora da casa foi o inimigo lançado. O juízo correspondente é que o homem não deve se poupar mesmo em presença da morte, mas sim estar certo de que o seu sacrifício será em qualquer caminho aberto — o que melhor lhe assegurará o O axioma é que a força erguida a tal ponto que o homem se atreva a perder-se lhe mostrará como Deus é encontrado, e — com tal refúgio — portanto, ousa e aprende. (d) Prudência é a economia que segue a linha da menor resistência, que a alma pode reconquistar de onde vem. E uma doutrina de divina parcimônia e conservação de energia, em face do esgotamento físico e nervoso, do terror e das manifestas impertinências da vida. O juízo correspondente é que a verdadeira prudência está relacionada com algo necessário, e o axioma é: Não esperdices; não cobices. A conclusão de toda a questão é uma proposição prática baseada na lei das trocas: Não podemos alcançar o que procuramos no que diz respeito a coisas divinas: é a lei da oferta e da procura. Mencionei aqui essas poucas questões por duas razões muito simples: (a) porque em proporção à imparcialidade do espírito, parece às vezes mais difícil determinar se é o vício ou a vulgaridade que devasta mais lamentavelmente o mundo atual; (b) porque, a fim de remediar as imperfeições das velhas noções, é muito necessário, ocasionalmente, despir termos e frases de sua significação aceita, a fim de que possam receber um novo e mais adequado sentido.
- A Roda da Há presentemente um Manual de Cartomancia que alcançou grande aceitação na Inglaterra, o qual, no meio de muitas coisas curiosas, apresenta alguns assuntos sérios. Em sua última e mais ampla edição, o livro tem um capítulo sobre o Tarô, o qual — se estou interpretando devidamente o autor — considera de princípio a fim como a Roda da Fortuna, sendo essa expressão compreendida em seu próprio sentido. Não faço objeção a tão abrangente, embora convencional, descrição; é usada em todas as partes, e não sei por que não foi adotada anteriormente como o nome mais adequado, ao lado da leitura da sorte comum. É também o título de um dos Trunfos Maiores — que, na verdade, é a nossa preocupação no momento. Nos últimos anos, tem ela sofrido muitas apresentações fantásticas e uma reconstrução hipotética, que é sugestiva em seu simbolismo. A roda pode ter sete raios; no Século XVIII, os animais ascendentes e descendentes eram realmente de caráter não especificado, tendo um deles uma cabeça humana. No alto, havia outro monstro com o corpo de um animal indeterminado, asas nos ombros e uma coroa na cabeça. Segurava duas varas com as suas garras. Essas figuras foram substituídas por um Hermanubis elevando-se com a roda, uma Esfinge deitada no alto e um ‘Rifão do lado descendente. Aqui há mais um caso de invenção em apoio de uma hipótese; mas se o último for posto de lado, o agrupamento é simbolicamente correto e pode passar como tal.
- A Justiça. O fato de que o Tarô, embora com toda a sua razoável antiguidade, não vem de tempos imemoriais, é mostrado por essa carta, que poderia ter sido apresentada de uma maneira muito mais arcaica. Contudo, aqueles que têm o dom do discernimento em assuntos dessa natureza sabem muito bem que a idade não constitui, de modo algum, a essência da consideração; o Rito de Fechamento da Loja no Terceiro Grau de Ofício da Maçonaria pode pertencer ao fim do Século XVIII, mas o fato nada significa; ele não deixa de ser o sumário de todos os Mistérios instituídos e A figura feminina da undécima carta é, segundo se diz, Astréia, que significa a mesma virtude e é representada pelos mesmos símbolos. Não obstante a deusa, porém, e não obstante o vulgar Cupido, o Tarô não pertence à mitologia romana, ou à grega. Sua apresentação da Justiça é tida como uma das quatro virtudes cardeais incluídas na seqüência do Arcano Maior; mas, como costuma acontecer, falta o quarto emblema, e torna-se necessário para os comentaristas descobri-lo a todo o custo. Eles fizeram o que era possível fazer, e no entanto as leis da pesquisa jamais conseguiram deslindar a faltosa Perséfone sob a forma de Prudência. Court de Gebelin tentou resolver a dificuldade, e acreditou ter extraído o que queria do símbolo do Enforcado — com o quê, enganou a si mesmo. O Tarô tem, portanto, sua Justiça, sua Temperança e também sua Fortaleza, mas — devido a uma curiosa omissão — não oferece qualquer tipo de Prudência, embora se possa admitir que, sob alguns aspectos, o isolamento do Ermitão, palmilhando um caminho solitário à luz de sua própria lâmpada, oferece, àqueles capazes de recebê-lo, um certo e alto conselho a respeito da via prudentiae.
- O Enforcado. Este é o símbolo que se supôs representar a Prudência, e Eliphas Lévi diz, da maneira mais simples e plausível, que se trata do iniciado preso aos seus compromissos. A figura de um homem está suspensa, de cabeça para baixo, em uma forca, à qual está amarrado por uma corda que passa em torno de um de seus Tem os braços cruzados para trás e uma perna cruzada sobre a outra. Segundo outra interpretação, em verdade predominante, significa sacrifício, mas todas as significações habituais atribuídas a essa carta são intuições de cartomantes, carentes de qualquer valor real no lado simbólico. Os adivinhadores da sorte do século XVIII que utilizavam Tarôs apresentavam um jovem efeminado vestindo um gibão, apoiando-se com firmeza em um dos pés e frouxamente amarrado a uma estaca fincada no chão.
- A O método de apresentação é quase invariável, e apresenta uma forma burguesa de simbolismo. O cenário é o campo da vida, e no meio de um tipo ordinário de vegetação, há cabeças e braços vivos saindo para fora do chão. Uma das cabeças é coroada, e um esqueleto com uma grande foice está a ponto de ceifá-la. A significação transparente e inevitável é a morte, mas as alternativas relacionadas com o símbolo são a mudança e a transformação. Outras cabeças foram varridas de seus lugares anteriormente, mas, em seu sentido comum e patente, é mais especial-mente a carta da morte dos Reis. No sentido exótico, tem-se dito que significa a ascensão do espírito às esferas divinas, criação e destruição, movimento perpétuo, etc.
- A Temperança. A figura alada de uma mulher — que, em oposição à doutrina concernente à hierarquia dos anjos, é habitualmente classificada nessa ordem de espíritos protetores — derrama um líquido de uma ânfora em uma outra. Em sua última obra sobre o Tarô, o Dr. Papus abandona a forma tradicional e apresenta uma mulher usando um penteado egípcio. A primeira coisa que, na superfície, parece claro, é que todo o símbolo não tem um relacionamento especial com a Temperança, e o fato de tal denominação ter sido sempre atribuída à carta oferece um exemplo evidentíssimo de um sentido além do sentido, que é o título merecedor de maior consideração a respeito do Tarô como um todo.
- O Diabo. No Século XVIII, essa carta parece mais ter sido um símbolo da simples falta de pudor animal. A não ser um fantástico arranjo na cabeça, a figura principal está inteiramente nua; tem asas semelhantes às do morcego, e os pés apresentam garras de ave. Na mão esquerda, traz um cetro, encimado por um sinal que se acreditava representar o fogo. A figura em seu conjunto não é particularmente má; não tem cauda, e os comentaristas que disseram serem as suas garras as de uma harpia falaram sem base. Não há mais base para a sugestão alternativa que se trate de garras de águia. Presos, por uma corrente suspensa em seus pescoços, ao pedestal em que se encontra a figura, há dois pequenos demônios, presumivelmente macho e fêmea. Têm caudas, mas não asas. Desde 1865, a influência de Eliphas Lévi e da sua doutrina de ocultismo mudou a face dessa carta, e ela agora aparece como uma figura pseudo- Bafomética com a cabeça de bode e uma grande tocha entre os chifres; está sentada, e não de pé, e no lugar dos órgãos genitais encontram-se os caduceus herméticos. Em Le Tarot Divinatoire de Papus, os pequenos demônios são substituídos por seres humanos nus, de ambos os sexos, presos apenas um ao outro. O autor pode ser felicitado por esse simbolismo melhorado.
- A Torre atingida Pelo Seus títulos alternativos são: Castelo de Plutão, Casa de Deus e Torre de Babel. No último caso, as figuras que caem da torre são consideradas como Nemrod e o seu ministro. E, sem sombra de dúvida, uma carta confusa, e o desenho corresponde, de um modo geral, a qualquer uma das designações, exceto Maison Dieu, a não ser que entendamos que a Casa de Deus foi abandonada e o véu do templo rasgado. E um pouco surpreendente que o dispositivo não tenha sido até hoje relacionado com a destruição do Templo de Salomão, quando o raio poderia simbolizar o ferro e o fogo com que o edifício foi atingido pelo Rei dos Caldeus.
- A Estrela. A Estrela do Cão, ou Sírio, também fantasticamente chamada a Estrela dos Magos. Agrupadas em torno dela há sete luminárias menores e uma figura feminina nua, com o joelho esquerdo na terra e o pé direito sobre a água. Encontra-se no ato de derramar líquidos de dois vasos. Perto dela, uma ave está pousada em uma árvore; isso tem sido substituído, em algumas cartas modernas, por uma borboleta em uma rosa. Assim a Estrela também tem sido chamada de Esperança. E uma das cartas que Court de Gebelin qualifica de inteiramente egípcia — quer dizer, de acordo com a sua própria imaginação.
- A Lua. Algumas cartas do Século XVIII mostram a luminária em sua fase minguante; na adulterada edição de Etteilla, é a Lua à noite em sua plenitude, posta em um céu constelado; nos últimos anos, a Lua é apresentada em sua fase crescente. Em quase todas as representações ela brilha vivamente e espalha a umidade do orvalho fertilizante em grandes gotas. Por trás, há duas torres, entre as quais serpenteia um caminho na orla do horizonte. Dois cães, ou, alternativamente, um lobo e um cão, ladram à Lua, e no primeiro plano há água através da qual uma lagosta se move rumo à terra.
- O Sol. A luminária é distinguida nas antigas cartas por grandes raios, ondulados e salientes alternativamente e por outros raios secundários Ele parece derramar a sua influência sobre a terra não somente pela luz e pelo calor, mas – como a Lua — por gotas de orvalho. Court de Gebelin chamou-as de lágrimas de ouro e de pérolas, do mesmo modo que identificou o orvalho lunar como as lágrimas de Sob Sírio há um muro dando a impressão de um recinto fechado podendo ser um jardim murado — onde dois meninos, nus ou levemente vestidos, defronte da água, brincam ou correm, de mãos dadas. Diz Eliphas Lévi que eles são algumas vezes substituídos por uma fiandeira fiando destinos, ou então por um símbolo muito melhor: um menino nu montado em um cavalo branco e exibindo um estandarte escarlate.
- O Juízo Final. A forma desse símbolo é essencialmente invariável, mesmo no conjunto de Um anjo toca a trombeta per sepulchra regionum, e os monos se levantam. Pouco importa que Etteilla exclua o anjo, ou que o Dr. Papus o substitua por uma figura ridícula, que está, contudo, de acordo com o motivo central do jogo de Tarô que acompanha na sua última obra. Antes de rejeitarmos a transparente interpretação do simbolismo trazida pelo nome da carta e pela figura que ela apresenta aos olhos, devemos nos sentir pisando um terreno bem firme. Superficialmente pelo menos, só pode ser a ressurreição da tríade — pai, mãe, filho — que já encontramos na oitava carta. M. Bourgeat arrisca a sugestão de que, esoteri- camente, esse é o símbolo da evolução — da qual não apresenta qualquer sinal. Outros dizem que significa renovação, o que evidentemente é bastante; que é a tríade da vida humana; que é a força geradora da terra… e a vida eterna. Court de Gebelin mostra-se impossível como de costume, e observa que, se as lápides tumulares foram removidas, isso pode ser aceito como um símbolo da criação.
- O Bobo, Companheiro ou Homem Ignorante. Que, contudo, na maior parte dos arranjos é a carta zero, sem número. Court de Gebelin o coloca à frente de toda a série, como o zero ou negativo que é pressuposto pela numeração, e, como tal, é um arranjo mais simples e assim também Foi abandonado porque ultimamente as cartas têm sido relacionadas com as letras do alfabeto hebraico, e tem havido, ao que parece, alguma dificuldade em colocar o símbolo zero satisfatoriamente em uma seqüência de letras, todas das as quais significando números. Na presente referência da carta à letra Shin, que corresponde a 200, permanece a dificuldade ou irracionalidade. A verdade é que jamais transpirou a real disposição das cartas. O Bobo carrega um alforje; olha para cima e não sabe que está à beira de um precipício; mas um cão ou outro animal — alguns o chamam de tigre — o ataca pelas costas, e ele se apressa para a sua não percebida destruição. Etteilla apresentou uma justificável variação dessa carta — como geralmente se entende — sob a forma de um bobo da corte, com gorro, campainhas e roupa de cores variegadas. As outras descrições dizem que o alforje contém as loucuras e vícios do portador, o que parece burguês e arbitrário.
- O Mundo, o Universo ou o As quatro criaturas vivas do Apocalipse e a visão de Ezequiel, atribuídas aos evangelistas no simbolismo cristão, estão agrupadas em torno de uma guirlanda elíptica, como se fosse uma cadeia de flores destinada a simbolizar todas as coisas sensíveis; dentro dessa guirlanda, está uma mulher, que o vento envolveu à altura dos rins com um leve véu, sendo essa toda a sua vestimenta. A mulher está dançando e tem uma vara em cada mão. E eloqüente como uma imagem do torvelinho da vida sensível, da alegria alcançada no corpo, da embriaguez da alma no paraíso terrestre, mas ainda sob a guarda dos Vigias Divinos, como se fosse pelo poder e pela graça do Nome Sagrado, do Tetragrama — cujas quatro letras inefáveis são às vezes atri- buídas aos animais místicos. Eliphas Lévi chama a guirlanda de coroa, e informa que a figura representa a Verdade. O Dr. Papus a relaciona com o Absoluto, e a realização da Grande Obra; para outros, porém, é um símbolo de humanidade e da recompensa eterna de uma vida que foi bem vivida. Deve-se notar que nos quatro cantos da guirlanda há quatro flores distintamente marcadas. Segundo P. Christian, a guirlanda deve ser formada de rosas, e essa é uma cadeia que Eliphas Lévi diz ser mais difícil de ser quebrada do que uma cadeia de ferro. Talvez por antítese, mas pela mesma razão, a coroa de ferro de Pedro pode ficar mais leve na cabeça dos soberanos pontífices do que a coroa de ouro dos reis.
Os Quatro Naipes ( ou Arcanos Menores )
Os recursos da interpretação foram empregadíssimos, se não esgotados, nos vinte e dois Trunfos Maiores, cujo simbolismo é incontestável. Restam os quatro naipes, sendo Wands (bastões ou paus) (1) Cetros — ex-hypothesi, na arqueologia do assunto, o antecedente do Diamond nas cartas modernas: Copas, correspondente a Hearts; Espadas que corresponde a Clubs, como a arma da cavalaria em relação ao varapau dos camponeses ou à moça alsaciana; e finalmente Pentáculos — também chamados Dinheiros e Moeda — que são os protótipos de Spades. Nos velhos e novos naipes há dez cartas numeradas, mas no Tarô há quatro Cartas de Corte (2) atribuídas a cada naipe, o Cavaleiro, além do Rei, Dama e Valete. O Valete (3) é um pajem, criado ou damoiseau: mais correta-mente, é um escudeiro, presumivelmente a serviço do Cavaleiro; há, porém, certos baralhos, bem raros, em que o pajem se tor na uma dama de honra, de tal modo emparelhando os sexos nas quatro cartas da corte. Há naturalmente feições diferentes a respeito das várias figuras, com que quero dizer que o Rei de Paus não é exatamente a mesma personagem que o Rei de Copas, mesmo depois de ter sido feita a cor- respondência entre os diferentes emblemas que usam; mas o simbolismo reside em sua categoria e no naipe a que pertencem. Assim também as cartas menores, que — até agora jamais foram apresentadas pictoricamente em nossos dias, dependem da significação particular atribuída a seus números relacionados com o respectivo naipe.
Os Arcanos Maiores e as suas Significações Divinatórias
- O Mago — Habilidade, diplomacia, comunicação, sutileza; doença, sofrimento, perda, desastre, ciladas de inimigos; confiança em si mesmo, vontade; o Consultante, se do sexo Invertida: Médico, músico, doença mental, desgraça, inquietação.
- A Alta Sacerdotisa — Segredos, mistério, o futuro ainda não revelado; a mulher que interessa ao Consultante, se do sexo masculino; a própria Consultante, se é mulher; silêncio, tenacidade; mistério, sabedoria, ciência. Invertida: Paixão, ardor moral ou físico, convencimento, conhecimento
- A Imperatriz — Fertilidade, ação, iniciativa, duração dos dias; o desconhecido, clandestino; também dificuldade, dúvida, ignorância. Invertida: Luz, verdade, resolução de questões discutidas, regozijo público; segundo outras leituras, vacilação.
- O Imperador — Estabilidade, poder, proteção, realização; uma grande personalidade; ajuda, razão, convicção; também autoridade e Invertida: Benevolência, compaixão, crédito; também perplexidade de inimigos, obstrução, imaturidade.
- O Hierofante — Casamento, aliança, cativeiro, servidão; segundo outra interpretação, misericórdia e bondade; inspiração; o homem a quem o Consultante recorreu. Invertida: Sociedade, bom entendimento, concórdia, muita bondade, fraqueza.
- Os Amantes — Atração, amor, beleza, provações superadas. Invertida: Fracasso, intenções insensatas. Outra interpretação fala em casamento frustrado e contrariedades de toda a espécie.
- O Carro — Socorro, providência; também guerra, triunfo, presunção, vingança, perturbação. Invertida: Motim, briga, disputa, litígio, derrota.
- A Fortaleza — Poder, energia, ação, coragem, magnanimidade; também honrarias e sucessos completos. Invertida: Despotismo, abuso de poder, fraqueza, dis- córdia, algumas vezes mesmo desgraça.
- O Ermitão — Prudência, circunspecção; também especialmente traição, dissimulação, trapaça, corrupção. Invertida: Ocultação, disfarce, sagacidade, temor, precaução exagerada.
- A Roda da Fortuna — Destino, fortuna, sucesso, elevação, sorte, felicidade. Invertida: Aumento, abundância,
- A Justiça — Eqüidade, correção, probidade, executivo; triunfo da parte merecedora em julgamento Invertida: O Direito em todos os seus aspectos, complicações judiciais, carolice, prevenção, severidade excessiva.
- O Enforcado — Sabedoria, circunspecção, discernimento, provações, sacrifício, intuição, adivinhação, Invertida: Egoísmo, a coroa, corpo político.
- A Morte — Fim, mortalidade, destruição, corrupção; também, para um homem, a perda de um benfeitor; para uma mulher, muitas contrariedades; para uma donzela, projetos de casamento Invertida: Inércia, sono, letargia, petrificação, sonambulismo; esperança gorada.
- A Temperança — Economia, moderação, frugalidade, capacidade de dirigir, acomodação. Invertida: Coisas relacionadas com igrejas, religiões, seitas, sacerdócio, às vezes mesmo o padre que vai casar o Consultante; também desunião, combinações infortunadas, interesses
- O Diabo — Destruição, violência, veemência, esforços extraordinários, força, fatalidade; aquele que está predestinado mas que não é, por isso, mau. Invertida: Fatalidade do mal, fraqueza, mesquinhez,
- A Torre — Miséria, desamparo, indigência, adversidade, calamidade, desgraça, decepção, ruína. E em particular uma carta de catástrofes Invertida: Segundo uma interpretação, o mesmo, em grau menor; também opressão, aprisionamento, tirania.
- A Estrela — Perda, furto, privação, abandono; outras leituras dizem esperança e perspectivas Invertida: Arrogância, soberba, impotência.
- A Lua — Inimigos ocultos, perigo, calúnia, escuridão, terror, decepção, forças ocultas, erro. Invertida: Instabilidade, inconstância, silêncio, decepções e erro em grau
- O Sol — Felicidade material, casa-mento afortunado, Invertida: O mesmo, em grau menor.
- O Juízo Final — Mudança de posição, renovação, Outra interpretação especifica: perda total em uma demanda. Invertida’ Fraqueza, pusilanimidade, simplicidade; também deliberação, decisão, sentença.
- O Bobo — Loucura, mania, extravagância, embriaguez, delírio, frenesi, alerta. Invertida: Negligência, ausência, distribuição, descuido, apatia, nulidade, vaidade.
- O Mundo — Sucesso assegurado, recompensa, viagem, rota, emigração, fuga, mudança de lugar. Invertida: Inércia, fixidez, estagnação, permanência.
Ver-se-á que, exceto onde há uma sugestão irresistível oferecida pela significação superficial, aquilo que é tirado dos Trunfos Maiores pela arte divinatória é de pronto artificial e arbitrário, segundo me parece, em grau arbitrário. De uma ordem, porém, são os mistérios da luz e de outra os da fantasia. A disposição do aspecto de leitura da sorte nessas cartas é um caso de prolongada impertinência.
Algumas Significações Adicionais dos Arcanos Menores
Paus
Rei — Geralmente favorável; pode significar um bom casamento. Invertida: Conselho que deve ser seguido.
Dama — Uma boa colheita, o que pode ser tomado em vários sentidos. Invertida: Boa vontade para com o Consultante, mas sem a oportunidade de ser exercida.
Cavaleiro — Uma carta má; segundo algumas leituras, demência. Invertida: Para uma mulher, casamento, mas provavelmente frustrado.
Pajem — Jovem de família em procura de uma moça. Invertida: Más notícias.
Dez — Dificuldades e contradições, se perto de uma boa carta.
Nove — De um modo geral, uma carta má.
Oito — Brigas domésticas para uma pessoa casada.
Sete — Uma criança morena.
Seis — Criados podem perder a confiança de seus patrões; uma jovem pode ser traída por uma pessoa amiga. Invertida.: E alcançada uma esperança retardada.
Cinco — Sucesso em especulações financeiras. Invertida: Brigas podem se tornar vantajosas.
Quatro — Sorte inesperada. Invertida: Uma mulher casada terá belos filhos.
Três — Uma carta muito favorável; a colaboração favorecerá o empreendimento.
Dois — Uma jovem pode esperar decepções banais.
Ás — Calamidades de todas as espécies. Invertida: Signo de nascimento.
Copas
Rei — Cuidado com a má vontade por hipocrisia que finge ajudar. Invertida:Parte de um homem de alta posição, e da Perda.
Dama — Às vezes denota uma mulher de caráter equívoco. Invertida Para um homem, casamento rico, e para a mulher, casamento distinto.
Cavaleiro — Visita de uma pessoa amiga, que trará um dinheiro inesperado para o Consultante. Invertida: Irregularidade.
Pajem — Bom augúrio; também moço infeliz no amor. Invertida: Obstáculos de toda a sorte.
Dez — Para um Consultante do sexo masculino, um bom casamento, além das expectativas. Invertida: Tristeza; também uma briga séria.
Nove — De bom augúrio para militares. Invertida: Bons negócios.
Oito — Casamento com uma mulher loura. Invertida: Satisfação perfeita.
Sete — Filho bonito; idéia, desígnio, decisão, movimento. Invertida: Sucesso, se acompanhada pelo Três de Copas.
Seis — Recordações agradáveis. Invertida Herança dentro de pouco tempo.
Cinco — Geralmente favorável; um casamento feliz; também aumento de patrimônio, legados, doações, êxito em empreendimentos. Invertida: Regresso de um parente que não era visto há muito tempo.
Quatro — Contrariedades.Invertida: Pressentimento.
Três — Promoção inesperada para um militar. Invertida: Consolo, cura, fim de negócios.
Dois — Favorável em coisas relacionadas com o prazer e negócios, assim como amor; também riqueza e honrarias. Invertida: Paixão.
Ás — Vontade inflexível, direito inalterável. Invertida: Inesperada mudança de posição.
Espadas
Rei — Um advogado, senador, médico. Invertida: Um homem mau; também ad- vertência para pôr fim a uma demanda ruinosa.
Dama — Uma viúva. Invertida: Mulher má, com más intenções para com a pessoa Consultante.
Cavaleiro — Soldado, guarda-costas, capanga; previsão de uma ação heróica praticada por um soldado. Invertida Disputa com uma pessoa imbecil; para uma mulher, luta com uma rival, que será vencida.
Pajem — Uma pessoa indiscreta se intrometerá nos segredos do Consultante. Invertida: Notícias espantosas.
Dez — Seguido pelo Ás e pelo Rei, prisão; para uma moça ou mulher casada, traição por parte de pessoas amigas. Invertida: Vitória e conseqüente fortuna para um soldado na guerra.
Nove — Um eclesiástico, um padre; em geral, carta de mau augúrio. Invertida: Bom motivo para se suspeitar de uma pessoa duvidosa.
Oito — Para uma mulher, escândalo espalhado a seu respeito. Invertida.: Partida de um parente.
Sete — Moça morena; uma boa carta; promete uma vida no campo, depois de assegurada uma renda suficiente. Invertida: Bom conselho, provavelmente negligenciado.
Seis — A viagem será agradável. Invertida: Demanda judicial desfavorável.
Cinco — Ataque contra a fortuna do consultante. Invertida: Signo de pesar e luto.
Quatro — Uma carta má, mas se invertida, pode ser esperado um assinalado êxito pela boa administração dos negócios. Invertida: Certo sucesso seguindo boa administração.
Três — Para uma mulher, fuga do amante. Invertida: Encontro com a pessoa com a qual o Consultante está comprome- tido; também uma freira.
Dois — Presentes para uma mulher, proteção influente para um homem que procura ajuda. Invertida: Negócios com crápulas.
Ás — Grande prosperidade ou grande miséria. Invertida: Para uma mulher, casamento destruído por sua própria culpa.
Pentáculos
Rei — Um homem bem moreno, negociante, professor. Invertida.: Homem velho e depravado.
Dama — Mulher morena; presentes de um parente rico; casamento rico e feliz para um jovem. Invertida: Uma doença.
Cavaleiro — Um homem útil; descobertas úteis. Invertida: Um bom homem perde o emprego.
Pajem — Moço moreno; jovem oficial ou soldado; um filho. Invertida: às vezes degradação e às vezes pilhagem.
Dez — Representa casa ou mora-dia, e tira o seu valor de outras cartas. Invertida: Ocasião que pode ser afortunada ou não.
Nove — Pronta consecução do que é previsto pelas cartas vizinhas. Invertida: Esperanças vãs.
Oito — Jovem negociante que mantém relação com o Consultante; moça morena. Invertida: O Consultante ficará comprometido em uma questão de em préstimo de dinheiro.
Sete — Melhoria de posição do futuro marido de uma moça. Invertida: Impaciência, apreensão, suspeita.
Seis — Não se pode confiar no presente. Invertida: Um obstáculo às pretensões do Consultante.
Cinco — Conquista de fortuna pela razão. Invertida: Contrariedades no amor.
Quatro — Para um solteiro, boas notícias de uma moça. Invertida: Observação, empecilhos.
Três — Para um homem, celebridades para o seu primogênito. Invertida: Depende das cartas vizinhas.
Dois — Dificuldades mais imaginárias do que reais. Invertida: Maus augúrios, ignorância, injustiça.
Ás — A mais favorável de todas as cartas. Invertida: Participação no encontro de um tesouro.
Convém observar:
(1) que estes additamenta estão pouco relacionados com a feição pictórica das cartas a que se referem, pois correspondem a valores especulativos mais importantes;
(2) e mais ainda que as significações adicionais estão muitas vezes em desacordo com aquelas previamente oferecidas. Todas as significações são largamente independentes umas das outras e todas são reduzidas, acentuadas e sujeitas a modificações, e às vezes quase invertidas por seu lugar na seqüência. Dificilmente pode haver qualquer padrão de crítica em assuntos dessa natureza. Suponho que, em relação a qualquer sistema que desce das generalidades para os pormenores, ele se torna naturalmente o mais precário; e nos registros da leitura de sorte profissional, oferece mais dificuldades. Ao mesmo tempo, as adivinhações baseadas na intuição e na visão profética são de menor valor prático, a não ser que venham da região dos universais para a dos particulares; mas à medida que esse dom se apresenta em um caso particular, as significações específicas registradas pelos cartomantes do passado irão sendo postas de lado em benefício da apreciação pessoal dos valores das cartas.
Isso já foi indicado. Parece necessário acrescentar as leituras especulativas que se seguem.
Repetição das Cartas na Distribuição
Na Posição Natural
4 Reis = grande honraria; 3 Reis = consulta; 2 Reis = opinião de menor importância.
4 Damas = grande debate: 3 Damas = decepção por parte de mulheres; 2 Damas = amizades sinceras.
4 Cavaleiros = assuntos sérios; 3 Cavaleiros = debate vivo; 2 Cavaleiros = intimidade.
4 Pajens = doença perigosa; 3 Pajens = disputa; 2 Pajens = inquietação.
4 Dez = condenação; 3 Dez = novas condições; 2 Dez = mudança.
4 Noves = um bom amigo; 3 Noves = sucesso; 2 Noves = recebimento.
4 Oitos = reverso; 3 oitos = casamento; 2 Oitos = novos conhecimentos.
4 Setes = intriga; 3 Setes = enfermidade; 2 Setes = notícias.
4 Seis = abundância; 3 Seis = sucesso; 2 Seis = irritabilidade.
4 Cincos = regularidade; 3 Cincos = determinação; 2 Cincos = vigílias.
4 Quatros = pequena viagem próxima; 3 quatros = assunto que merece reflexão; 2 quatros = insônia.
4 Três = progresso; 3 Três = unidade; 2 Três = calma.
4 Dois = contenção; 3 Dois = segurança; 2 Dois = acordo.
4 Ases = oportunidade favorável; 3 Ases = pequeno sucesso; 2 Ases = trapaça.
Invertidas
4 Reis = celebridade; 3 Reis = comércio; 2 Reis = projetos.
4 Damas = má companhia; 3 Damas = glutoneria; 2 Damas = trabalho.
4 Cavaleiros = aliança; 3 Cavaleiros = duelo ou desforço pessoal; 2 Cavaleiros = suscetibilidade.
4 Pajens = privação; 3 Pajens = ociosidade; 2 Pajens = Sociedade.
4 Dez = evento, acontecimento; 3 Dez = desaponto; 2 Dez = expectativa justificada.
4 Noves = usura; 3 Noves = imprudência; 2 Noves = um pequeno lucro.
4 Oitos = erro; 3 Oitos = um espetáculo; 2 Oitos = infortúnio.
4 Setes = brigões; 3 Setes = alegria; 2 Setes = mulheres de má reputação.
4 Seis = cuidado; 3 Seis = satisfação; 2 Seis = queda.
4 Cincos = ordem; 3 Cincos = hesitação; 2 Cincos = revés.
4 Quatros = viagem ao exterior; 3 Quatros = inquietação; 2 Quatros = disputa.
4 Três = grande sucesso; 3 Três = serenidade; 2 Três = segurança.
4 Dois = reconciliação; 3 Dois = apreensão; 2 Dois = suspeita.
4 Ases = desonra; 3 Ases = devassidão; 2 Ases = inimigos.
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