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Pathworking é uma técnica mágica que ganhou muita popularidade nos últimos anos. Umas das principais razões para isso é que se trata de algo simples que pode ser feito em qualquer lugar sem a necessidade de ferramentas especiais. Tudo o que você precisa é da concentração e imaginação necessária para visualisar certos locais, imagens, sons e perfumes que o aproximarão daquilo que ele quer invocar.
Este método pode ser encontrado em antigas práticas xamãnicas e mesmo nos ‘ Exercicios Espirituais‘ de Santo Inácio de Loyola. Nele o fiel visitava com sua mente os episódios da vida de Cristo para ter uma vivencia pessoal do evangelho. A técnica foi aperfeiçoado por ordens herméticas e transformada em uma mistura entre meditação guiada e projeção astral e depois disso tem sido explorada para vários fins em muitos outros campos do ocultismo.
O método se baseia na ideia de que as cores, pedras, velas, perfumes e incensos usados na magia cerimonial servem para criar imagens mentais que sintonizam a consciência do magista com a realidade (geralmente uma entidade) com que quer entrar em contato. Alguém desejando invocar Marte usaria cores vermelhas, um anel de rubi e incenso apimentado. Mas se isso é verdade então porque não cortar o caminho e usar a imaginação diretamente?
Pathworkings funciona dando a sua atenção e imaginação algo em que se agarrar e que esteja ligado a essência profunda por trás daquilo que você quer invocar. Geralmente é usado para chamar espíritos, deuses ou demônios específicos, utilizando seus símbolos e correspondências herméticas na criação de uma experiência impactante. Este roteiro imaginativo é chamado de ‘caminho’.
Os caminhos podem ser apresentados como textos cursos ou imagens mas nos dois casos devem ser memorizados para que não se precise ficar consultando durante a invocação. Algumas vezes os caminhos tem roteiro com começo, meio e fim. Mas os melhores são aqueles que montam um palco criando uma atmosfera na sua imaginação e deixando o campo aberto para que o magista chegue a suas próprias revelações pessoais.
Pathworking como Feitiçaria
Uma vez dentro do mundo daquela força que invocou algumas pessoas podem usar essa oportunidade para fazer pedidos para o deus ou demônio em questão. Eu não gosto muito dessa abordagem e prefiro usar a ocasião como uma forma de despertar em mim as qualidades daquela entidade. Em vez de pedir água gelada eu descobri ser muito mais útil mergulhar na piscina.
Ainda asim se for pedir algo certifique-se que seu pedido tenha haver com a força que invocou. Como Santo Inácio colocou “O pedido deve ser conforme a matéria proposta, a saber, se a contemplação é de ressurreição, pedir gozo com Cristo gozoso; se é de Paixão, pedir pena, lágrimas e tormento com Cristo atormentado”.
Um exemplo de Pathworking
Por exemplo, o caminho a seguir pode ser usado como uma forma de se entrar em contato com Lilith. Nele o magista deveria imaginar:
“Uma lua negra brilha no céu escuro. Você segue um fluxo de sangue no chão que leva até uma caverna, dentro dela uma série de túneis acabam na sala da câmara.”
Cada um destes elementos está relacionado a Lilith: a caverna é um símbolo de uma vagina (Lilith é um demônio da sexualidade). A lua negra e o sangue estão relacionados menstruação e a sua conexão com o vampirismo, o parto e abortos.Os túneis são tanto uma alusão sexual como uma referência ao papel dela como guia das Qliphoth. E a sala da câmara também tem muitos significados, incluindo um útero, a câmara onde a magia ocorre e um lugar de reunião para seus muitos filhos.
Ao percorrer um caminho como este você fará uma imersão em todo simbolismo da realidade universal por trás figura que quer invocar e se comunicará diretamente com sua essência. A gnose obtida aqui é mais profunda até mesmo do que diálogos que poderiam ser feitos com algum avatar da entidade.
Meu primeiro pathworking
Uma forma bastante acessível de pathworking é utilizando o tarô. Isso porque uma imagens podem falar com a mente mais rapidamente do que um texto. Essa prática visa aumentar sua compreensão sobre o arcano bem como aumentar a influência da sua energia sobre você.
1. Escolha uma lâmina dentro da qual deseja realmente mergulhar.
2. Observe com atenção a imagem oferecida por alguns momentos.
3. Imagine-se que a carta cresce até ficar do tamanho de uma porta.
4. Imagine-se literalmente entrando nessa porta para dentro da cena que ela mostra
5. Observe e interaja com os elementos. Deixe sua mente aberta para impressões que possam surgir para além da cena inicial.
6. Quando terminar visualize novamente uma porta e atravesse para voltar ao ponto de partida.
Para iniciantes eu apenas não recomendo que tente conversar com o protagonista da carta. Esta pode ser uma experiência frustrante e em alguns casos enganadora para quem esta começando.
Como melhorar sua experiência
- Não esqueça o Ritual de Banimento antes de depois do Pathworking, você estará literalmente abrindo as suas portas para ir visitar os mais diferentes tipos de mundos. Não esqueça estas portas abertas.
- Exercite sua capacidade de atenção e imaginação. Existem muitos exercícios e currículo disciplinar ocultos (como o Liber MMM ) que podem ajudar você com isso. Ignorar isso não vai invalidar sua experiência, mas sem dúvida a tornará muito mais pobre. No mínimo procure incluir alguma prática meditativa na sua rotina.
- Faça uma imersão preparatória antes de seguir um dos caminhos. Quanto mais você souber sobre aquele arquétipo mais fica será sua experiência. Embora o pathworking possa levar sua mente para lugares que você nunca teria pensado, os símbolos e histórias conhecidas são grandes portas de entradas.
- Prepare-se física e psicologicamente. Embora seja simples este ainda é um ritual. Não espere sucesso se não tratar o que estiver fazendo com reverência.
- Como no caso do tarô, o pathworking pode ser auxiliado pelo uso simples de estímulos visuais. Em vez de fechar o olho você pode, por exemplo, trilhar o deixando a visão se perder no pentáculo de uma entidade.
Livros de referência para pathworking
The Pathworkings of Aleister Crowley
O título desta obra é enganoso já que na verdade foi escrita por
, um dos estudantes de Crowley. Ainda assim esta talvez seja a melhor indicação desta lista e foi por onde eu memso comecei a prática. O livro consiste em uma serie de hinos e meditações dos signos dos zodíaco, assim como do Sol, da Lua e dos caminhos da Árvore da Vida. Os materiais adicionais de David Cherubim, Christopher S. Hyatt, Lon Milo DuQuette e Nancy Wasserman nas edições mais recentes fazem desta uma ótima opção para ser explorada e talvez a única que a maioria dos praticantes possam querer.The Qliphoth Tree
O terceiro livro da antologia do Temple of Ascending Flame propõe entre outras coisas uma série de caminhos como forma de exploração da árvore qliphotica e da iniciação draconiana. Você encontrará aqui caminhos para entidades do caminho da mão esquerda e para alguns dos principais ‘Túneis de Set’:. Esta obra, assim como seguinte eu não recomendo para iniciantes, mas apenas para magistas experientes. Também concordo com muitos autores que respeito e dizem que antes de explorar a qliphot você deve ter uma familiaridade com a cabala.
Necronomicon Gnosis
Alguns contos de Lovecraft são por si só uma forma de pathworking. Este livro leva essa tendência a suas últimas consequências. Ele é baseado tanto em uma pesquisa profunda como em sonhos e visões do autor e propõe o pathworking como uma forma de se conectar aos grandes antigos, uma vez que qualquer outra forma de diálogo com eles é impossível. Assim com o a obra anterior, fique longe dela se você não tem afinidade com a mão esquerda, e principalmente se estiver passando por algum problema psicológicos.
Goetia Pathworking
Corwin Hargrove adaptou a técnica de pathworking na prática da invocação goética. Ele usa uma técnica de pathworking elemental, o que significa que cada uma dos caminhos propostos para os 72 espíritos da goétia tem a intenção de se relacionar com os atributos dos quatro elementos. Ou seja, este caminho é mais sensorial do que narrativo e sugere imagem, som, cheiro e uma visão do céu como uma forma de emergir criar uma conexão com as entidades da clavícula de Salomão. Todos estes caminhos foram citados num resumo da obra aqui no Morte Súbita.
Posso criar meus próprios caminhos?
Se esta é sua vontade porque não? Todo caminho foi em algum momento criado por alguém. Mas se você é um iniciante, tanto no ocultismo como no pathworking meu conselho é que você use as imagens oferecidas nas obras acima para começar. Elas são fruto de muitos anos de exploração, séculos de tradição e milênios de impressões no inconsciente coletivo. Faz muito mais sentido usa-las e explorá-las do que inventar algo do nada. Você vai sair em uma viajem, não precisa construir um carro do zero para isso.
Para criar um pathworking do zero você precisa conhecer bem a inteligência que quer invocar. Isso significa muito estudo e trabalho prático com a entidade. A partir daí, é uma questão de criar uma meditação guiada que envolva colocar em um único contexto impressões que remetam a ela. Se fizer isso, garante que testou mais de uma vez e que passou para algumas pessoas de confiança que conseguiram replicar os efeitos antes de divulgar seu trabalho.
Alimente sua alma com mais:
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Uma resposta em “Pathworking como ferramenta mágica”
Belíssimo texto meus amigos que morrem subitamente (e renascem mais fortes).