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O Essencial de Cornélio Agrippa

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Henrique Cornélio Agrippa von Nettesheim (14 de setembro de 1486 – 18 de fevereiro de 1538) foi um polímata alemão, médico, jurista, soldado, teólogo e escritor ocultista. Os Três Livros de Filosofia Oculta ou a magia de Agrippa, publicados em 1533, basearam-se fortemente na Cabala, no Hermetismo e no Neoplatonismo. Seu livro teve grande influência entre os ocultistas do início do período moderno e foi condenado como herético pelo inquisidor de Colônia.

CITAÇÕES DOS TRÊS LIVROS DE FILOSOFIA OCULTA OU A MAGIA DE AGRIPPA:

– Cornélio Agrippa ao leitor:

Não duvido que o título de nosso livro de Filosofia Oculta, ou de Magia, possa pela raridade dele atrair muitos a lê-lo, entre os quais, alguns de julgamento desordenado e alguns que são perversos virão ouvir o que posso dizem, que, por sua ignorância precipitada, podem tomar o nome de Magia no pior sentido e, embora mal tendo visto o título, clamam que ensino Artes proibidas, semeio a semente de heresias, ofendo os piedosos e escandalizo as excelentes inteligências; que eu sou um feiticeiro, e supersticioso e diabólico, que de fato sou um magista: a quem eu respondo, que um magista não significa, entre os homens instruídos, um feiticeiro ou alguém que é supersticioso ou diabólico;’ mas um homem sábio, um sacerdote, um profeta de que as Sibilas eram Magistas e, portanto, profetizaram com mais clareza sobre Cristo; e que os magistas, como homens sábios, pelos maravilhosos segredos do mundo, conheceram o nascimento de Cristo, o autor do mundo, e vieram antes de tudo para adorá-lo; e que o nome da Magia foi recebido por filósofos, elogiado por teólogos, e não é inaceitável para o Evangelho.

– Os censores arrogantes irão se opor contra as Sibilas, os Magistas sagrados e o próprio Evangelho antes de receber o nome de Magia em seu favor. Tão conscienciosos são eles que nem Apolo nem todas as Musas, nem um anjo do céu pode me redimir de sua maldição. A quem, portanto, aconselho que não leiam nossos escritos, nem os entendam, nem se lembrem deles. Pois eles são perniciosos e cheios de veneno; o portal do Aqueronte está neste livro; fala pedras – deixe-os tomar cuidado para que não expulse seus cérebros. Mas você que vem sem preconceito para lê-lo, se você tem tanta discrição de prudência quanto as abelhas na coleta de mel, leia com segurança e acredite que você receberá não pouco lucro e muito prazer; mas se encontrares alguma coisa que não te agrade, deixa-a de lado e não faça uso dela, porque eu não a aprovo, mas declaro-a a ti. Mas não recuse outras coisas, pois aqueles que examinam os livros de médicos, juntamente com antídotos e remédios, também leem sobre venenos.

– Confesso que a Magia ensina muitas coisas supérfluas e prodígios curiosos para ostentação; deixe-os como coisas vazias, mas não ignore suas causas. Mas aquelas coisas que são para o benefício dos homens – para afastar os maus eventos, para destruir feitiçarias, para curar doenças, para exterminar fantasmas, para preservar a vida, honra ou fortuna – podem ser feitas sem ofender a Deus ou ferir a religião, porque são, tão lucrativas, tão necessárias.

– Se algum erro foi cometido, ou qualquer coisa foi falada mais livremente, perdoe minha juventude, pois escrevi isso sendo apenas um jovem, para que eu possa me desculpar e dizer, quando eu era criança, falava como criança, e eu entendia como uma criança, mas tornando-se um homem, retratei as coisas que fiz quando menino, e em meu livro da vaidade e incerteza das Ciências, na maior parte, retratei este livro Mas aqui, talvez, você pode me culpar novamente, dizendo: “Eis que tu, sendo jovem, escreveste e agora, sendo velho, o retrataste; o que, portanto, estabeleceste? ” Confesso que, quando eu era muito jovem, Comecei a escrever esses livros, mas, esperando que os apresentasse com correções e ampliações – e por essa razão os dei a Trithemius, um abade napolitano … um homem muito diligente em coisas secretas. Mas aconteceu depois que, a obra sendo interceptada, antes que eu a terminasse, ela foi carregada imperfeita e mal polida, e foi para o exterior na Itália, na França, na Alemanha, pelas mãos de muitos homens; e alguns homens, mais impacientes ou imprudentes, eu não sei, teriam colocado isso tão imperfeito na imprensa, com o que eu, sendo afetado, decidi expô-lo eu mesmo, pensando que poderia haver menos perigo se esses livros viessem de minhas mãos com algumas emendas do que sair, mutilado e em fragmentos, das mãos de outros homens.

– Além disso, não considerei crime se não permitisse que o testemunho de minha juventude perecesse! Além disso, acrescentamos alguns capítulos e inserimos muitas coisas que pareciam impróprias para deixar passar, o que o leitor curioso poderá entender pela desigualdade da própria frase, pois não estávamos dispostos a começar o trabalho de novo e desvendar tudo o que havíamos feito, mas para corrigi-lo e colocar algum floreio sobre ele. Portanto, rogo-te, cortês leitor, não peses essas coisas de acordo com o tempo presente de explicá-las, mas perdoa minha curiosa juventude se encontrares nelas alguma coisa que possa desagradar-te.

– Trithemius para Agripa:

(depois de escrever este livro, Agrippa o enviou a Trithemius, que após ler o manuscrito e então respondeu a Agrippa)

Johannes Trithemius… para Henrique Cornélio Agrippa… Seu trabalho, ilustre Agrippa, intitulado Da Filosofia Oculta, que você me enviou por este portador, foi examinado. Com quanto prazer a recebi nenhuma língua mortal pode expressar nem a pena de qualquer escrita. Fiquei maravilhado com o seu aprendizado mais do que vulgar – que você, sendo tão jovem, deveria penetrar nos segredos que foram escondidos da maioria dos homens instruídos; e não apenas clara e verdadeiramente, mas também adequada e elegantemente os expôs … Seu trabalho, que nenhum homem erudito pode elogiar suficientemente, eu aprovo. Agora que você pode prosseguir em direção a coisas mais elevadas, como você começou, e não permitir que essas excelentes partes de inteligência fiquem ociosas, eu, com toda a seriedade que posso, aconselho, recomendo e imploro que você se exercite em trabalhar por coisas melhores e demonstre a luz da verdadeira sabedoria aos ignorantes…

– Nem permita que a consideração de companheiros ociosos e vaidosos o afaste de seu propósito; Eu digo deles, de quem é dito, “O boi cansado pisa duro”, enquanto nenhum homem, para o julgamento dos sábios, pode ser verdadeiramente instruído se jurar os rudimentos de uma única faculdade… No entanto, aconselho-o a observar esta única regra de que você comunica segredos vulgares a amigos vulgares, mas segredos superiores e secretos apenas a amigos superiores e secretos: dê feno a um boi, açúcar apenas a um papagaio. Entenda o que quero dizer, para que você não seja pisado pelos pés dos bois, pois muitas vezes eles caem.

– CITAÇÕES DO LIVRO UM, MAGIA NATURAL:

– Como os Magos Coletam Virtudes do Mundo Tríplice é Declarado nestes Três Livros. Visto que existe um Mundo Tríplice: Elementar, Celestial e Intelectual – e cada inferior é governado por seu superior e recebe a influência de suas virtudes, de modo que o próprio Original e Principal Operador de todos os faz por anjos, os céus, estrelas, elementos, animais, plantas, metais e pedras transmitem de Si mesmo as virtudes de Sua Onipotência sobre nós, para cujo serviço Ele fez e criou todas essas coisas.

– Homens sábios não consideram irracional que seja possível para nós ascender nos mesmos graus através de cada mundo, para o mesmo mundo original em si, o Criador de todas as coisas e Causa Primeira, de onde todas as coisas são e procedem; e também para desfrutar não apenas dessas virtudes, que já estão nas coisas mais excelentes, mas também, além delas, para atrair novas virtudes do alto. É por isso que eles buscam as virtudes do Mundo Elementar, por meio da ajuda da física e da filosofia natural nas várias misturas das coisas naturais; depois do Celestial Mundo nos raios, e suas influências, de acordo com as regras dos Astrólogos, e as doutrinas dos matemáticos, juntando as virtudes Celestiais às primeiras.

– Além disso, ratificam e confirmam tudo isso com os poderes das diversas Inteligências, através das cerimônias sagradas das religiões. A ordem e o processo de tudo isso eu me esforçarei para apresentar nestes três livros: o primeiro contém Magia Natural, o segundo a Celestial e o terceiro a Cerimonial. Mas não sei se é uma presunção imperdoável da minha parte, que eu, um homem de tão pouco discernimento e erudição, deveria, em minha juventude, lançar-me com tanta confiança em um negócio tão difícil, árduo e intrincado como este é. Portanto, tudo o que já está aqui e depois será dito por mim, eu não quero que ninguém assinta, nem eu mesmo, além do que eles devem ser aprovados pela igreja universal e pela congregação dos fiéis.

CITAÇÕES SOBRE CORNÉLIO AGRIPPA:

– No início de sua vida literária, Thomas Vaughan foi profundamente influenciado pelas obras de Cornélio Agrippa e especialmente pelos TRÊS LIVROS DE FILOSOFIA OCULTA. Ele extraiu muito dessa fonte, como todas as anotações são projetadas para mostrar; mas a matéria de Agrippa sofre uma certa transmutação no alambique de sua própria mente… Cornelius Agrippa menciona, sob a autoridade de Cícero, um “grau soberano de perfeição contemplativa” em que a alma conhece todas as coisas à luz das ideias. De Occulta Philosophia, Lib. iii, c. 50. Ele fala também na linguagem de Platão e dos sucessores de “ascender à vida intelectual” e assim atingir “a primeira unidade”. Ibid. tiii, 55.
– Arthur Edward Waite, The Works of Thomas Vaughan: Eugenius Philalethes, (1919) Anthroposophia Theomagica(1650) footnote p. 5

– Mas não devo ser considerado um conjurador, visto que sigo os princípios de Cornelius Agrippa, aquele grande Arquimago, como os jesuítas anticristãos o chamam? Ele realmente é meu autor e, depois de Deus, devo tudo o que tenho a ele. Ele era, Leitor, por extração nobre; pela religião um protestante (5) como aparece… por seu curso de vida um homem famoso em sua pessoa, tanto por ações de guerra quanto de paz; um favorito dos maiores príncipes de seu tempo e a maravilha de todos os homens instruídos. Por fim, ele foi alguém que se portou acima das misérias para as quais nasceu e fez a fortuna saber que o homem poderia ser seu mestre. Isso é resposta suficiente para alguns sofistas e, desafiando todas as calúnias, saúdo sua memória. – Thomas Vaughan, The Works of Thomas Vaughan: Eugenius Philalethes, by Arthur Edward Waite, (1919), Anthroposophia Theomagica(1650), p. 50.

– Como depois do zelo da pesquisa e da satisfação de aprender exibido em um desfile memorável, Cornélio Agrippa convenceu-se de que as ciências de seu período eram vãs, incluindo a sua, assim também ele se desiludiu em questões de religião oficial. Mas ele não se tornou protestante. Sua posição é comparável à de Paracelso, que desejou o bem a Lutero e ao caos dos reformadores, acreditando sem dúvida que algo evoluiria disso, mas não se juntou aos reformadores. – Arthur Edward Waite, The Works of Thomas Vaughan: Eugenius Philalethes, (1919)Anthroposophia Theomagica(1650) footnote #5, p. 50

Fonte: https://en.wikiquote.org/wiki/Heinrich_Cornelius_Agrippa

Tradução por Ícaro Aron Soares.


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