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Eliphas Levi é um ocultista ocidental, de formação católica e especialmente interessado na Cabala e na teologia judaica. Em sua História da Magia, as origens da ciência dos encantamentos é diretamente relacionada ao episódio da Queda dos Anjos, tomando como referência o Livro de Enoch, um livro hebraico que não foi incluído no canon (reconhecidos como escritura sagrada), um texto antigo que também não consta nas Bíblias oficiais sendo, portanto, um escrito apócrifo. O Livro de Enoch permaneceu desconhecido na Europa durante mil anos até que alguns exemplares, escritos em língua etíope, foram encontrados na Abssínia, atual Etiópia (BLAVATSKY, 2003, p 89). Neste livro, os segredos da magia são transmitidos aos homens por anjos rebelados. Diz o Enoch, no começo de seu relato:
Houve anjos que se deixaram cair do céu para amar as filhas da Terra. Seu chefe era Samyasa e foram duzentos deles que desceram sobre as montanhas de Armon ou Montanha do Juramento. Eles tomaram esposas com as quais viveram, ensinando-lhes a Magia, os encantamentos e a divisão das raízes e das árvores. Amazarac ensinou todos os segredos dos encantadores. Barkaial foi o mestre dos que observam os astros; Akibeel revelou os signos e Azaradel, o movimento da Lua.
Outro livro obscuro, O Livro da Penitência de Adão, apresenta uma outra origem para a Magia: morto Abel, Caim foi banido, condenado a “vagar pela Terra”. Adão e Eva tiveram outro filho: Set, que teria se retirado com sua família para o Oriente onde foi o precursor da Magia Branca ou Magia dos Iniciados. Enquanto isso, Caim inventava a Magia Negra na Índia, o “país do fraticídio”, e punha a maldade ao serviço da impunidade. Também no Livro de Nod, Caim é o primeiro Mago Negro, iniciado diretamente por Lilith, primeira mulher de Adão, também banida do Éden por sua rebeldia, amaldiçoada e iniciada na feitiçaria pelo Anjo caído Samael, geralmente identificado com a serpente do Paraíso e portanto responsável pela “má idéia” do pecado original.
Mais antigas e fabulosas ainda são as teorias que localizam as origens da Magia na cultura da Civilização Atlante, que desapareceu com suas terras e riquezas engolidas pelos terremotos e maremotos, um castigo, determinação Cármica desencadeada pelo uso indevido justamente das Ciências da Magia, desviadas para usos profanos, criminosos e aviltantes da condição humana. Neste caso, também os Atlantes foram instruídos por mestres divinos, “Anjos Caídos”, o que faz suspeitar que os relatos cristãos e judeus são uma herança de tempos muito recuados na história da Raça ou das Raças humanas.
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