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Deus, as egrégoras coletivas e a hierarquia dos deuses internos do homem – Curso de Magia

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Do ponto de vista do hermetismo, há apenas um único Deus, que não tem forma nem atributos, que não possui nome nem face, que é o princípio e o fim, que é o primeiro e será o último, que foi, é e sempre será.

Os Deuses Menores, da mitologia ou das lendas, são emanações limitadas da única e verdadeira divindade, da Divina Providência.

Por esta razão, eles (os Deuses Menores) são tratados com respeito, mas nunca com reverência ou louvação.

O hermetista, o mago, ou quem aspira sê-lo, não deve cometer o sacrilégio de orar por um dos Deuses Menores, que fazem, em conjunto, a Hierarquia dos Deuses Internos do Homem, uma das doze hierarquias que governam o universo, como nós o concebemos.

Os Deuses são ferramentas que devem ser utilizadas pelo mago com a autoridade da Luz, sendo que a Luz é a emanação primária; todas as coisa lhe são subservientes.

O homem não precisa curvar-se à ser algum, não importando quão terrível seja sua aparência. Essas formas horripilantes derretem-se, como cera quente, quando atingidas pela luz.

Suas essências são os sonhos do imanifesto, suas formas são os sonhos da humanidade.

Deuses não são jamais criações individuais; são, sempre, o trabalho da mente coletiva de uma sociedade.

Eis porque nenhuma mente solitária pode compreendê-los ou defini-los completamente.

Apesar de terem sua formas criadas pelo desejo (consciente ou inconsciente) das pessoas, os Deuses não são uma mera ilusão, mas aspectos da manifestação da criação coletiva de que falamos acima, que a sociedade em questão reconheceu e magicamente cercou, cristalizando-a em formas distintas com motivos compreensíveis.

Consideremos o Deus pagão Thor.

Alguns indivíduos crêem que Thor é um fragmento da imaginação nórdica, uma entidade imaginária, sem qualquer traço de existência real. Outros dirão que, enquanto é verdade que Thor foi criado pela concentração da vontade das pessoas, ele agora existe em algum nível sutil, porém real, da existência, e continuará existindo enquanto a mente das pessoas concebê-lo. Terceiros acreditam que a mente humana nada tem a ver com a criação e existência de Thor, que existe independentemente da humanidade, de qualquer forma.

Todos esse pontos-de-vista mostram um fraco conhecimento da natureza do imanifesto.

Os seres humanos não criam, somos criações de Deus.

O que a humanidade chama de suas criações são, na verdade, criações da Luz do Imanifesto agindo através dos seres humanos, da mesma forma que a luz física brilha e atravessa um prisma de material transparente no universo manifesto.

Quando os homens e as mulheres começaram sua louvação a Thor, eles não inventaram os atributos da entidade – o trovão e o relâmpago, força, coragem, fúria, destruição – mas reconheceram o princípio comum atrás dessas qualidades e “focaram” isto numa forma com um nome e uma aparência humana.

Sendo assim, Thor já existia antes dos seres humanos apareceram, não sendo, porém, simbolizado como um guerreiro com os cabelos negros, olhos firmes, musculatura hercúlea, portando um machado com dois gumes (por vezes um martelo com duas pontas).

Pelo poder da divina providência que estava com eles, os indivíduos tomaram esse simbolismo do imanifesto, de forma a compreender e controlar as forças desse Deus.

Os humanos não criaram a realidade subjetiva.

O que fizeram foi prover um veículo através do qual as forças existentes subjetivamente pudessem expressar-se para a raça humana.

Dando a Thor uma forma humana, os nórdicos de outrora deram, às forças existentes, qualidades as quais, de outro modo, não possuiriam.

O Thor pré-humanidade não tinha nada em comum com os afazeres humanos, seus prazeres ou sofrimentos.

Não era um ser com memórias de um passado ou esperanças pelo futuro.

Era um Princípio da Natureza, um concurso natural de forças que, quando moldado numa forma humana, poderia ser acessível em linguagem humana e responder a nível inteligível por quem o questionasse.

Os numerosos Deuses que estão presentes em praticamente todas as culturas antigas, e em algumas contemporâneas (Candomblé, Vudú), são todos Deuses com nomes e formas pelos quais são reconhecidos, louvados, limitados e definidos por essas culturas.

Eles são, simultaneamente, menos e mais que os seres humanos.

São menos pois não possuem livre arbítrio, além de não poderem jamais evoluir ou tornarem-se algo diferente do que são.

São mais pois detêm incomensurável poder natural, são eternos e indestrutíveis, ao menos em termos humanos.

Mesmo que toda a humanidade pare de pensar nos Deuses, aquele concurso de forças que proveu o foco para o Deus permanecerá, pronto a receber um novo nome e novo simbolismo, de alguma outra cultura futura.

Homens não criam Deuses, apenas dão-lhe nomes – mas é através destes nomes que ganhamos poder sobre os Deuses.

O complexo nome de um Deus engloba sua forma, seus desejos, seus atributos, suas habilidades e limitações; é um tipo de magia que circunda e vincula o Deus à vontade do grupo que lhe deu expressão.

Eis o motivo pelo qual é dito freqüentemente que os Deuses dependem da devoção e sacrifícios de seus seguidores, sem o que eles desvaneceriam.

As pessoas que dão nomes aos Deuses são, ao mesmo tempo, servidores e mestres desses Deuses, pois, pela negação, esses Deuses, seriam mandados para o domínio das forças-cegas da natureza, das quais a energia em questão brotou.

O relacionamento entre os homens (e mulheres) com seus Deuses e Deusas, é simbiótico e mutuamente dependente.

O princípio da formação dos Deuses, nas sociedades primitivas, é sub-consciente.

É frequente que, mesmo no mais rico e variado panteão de Deuses – Menores, encontremos uma divindade superior, quase (ou completamente) indefinível, que foi relegada a um segundo plano, isto é, o da religiosidade.

Os homens (e as mulheres) deveriam se envergonhar quando idolatram e louvam imagens ou símbolos, bem como quando se curvam diante de Deuses com nome e forma.

Na realidade, não há diferença alguma entre as duas atitudes citadas acima.

Ambas ofendem a divina providência de forma idêntica.

Mas esse caminho de mentirinha, que afasta o ser humano do estrada da evolução cósmica, não se limita aos que louvam “Deuses”, mas a todos os que louvam qualquer outra egrégora.

E o que é mesmo uma egrégora?

A mesmíssima coisa que “Deuses-Menores” apenas não possuindo forma humanóide nem nome. Como exemplo, temos as egrégoras formadas em torno de todas as artes divinatórias.

Em algumas formas de divinação (Geomancia, Jogo-dos-Búzios, Opelê-ifá, etc.) há uma “convenção mental”, da mesma forma que algumas das “Ciências Experimentais” (Radiestesia, Radiônica, etc.).

Essas “convenções mentais” permitem que o praticante alcance o nível de sua percepção extra-sensorial.

E é dessa forma que o indivíduo atinge a Egrégora do sistema em questão.

Como exemplo, tomemos a prática da Radiônica, sistema de detecção de enfermidades e tratamento das mesmas, feito a distância, com o uso de um testemunho (foto, sangue, cabelo, saliva, assinatura, etc.) do enfermo.

A convenção mental é ir passando ou esfregando uma das mãos numa placa, na máquina, até sentir, no dedo utilizado, uma sensação de travamento ao movimento imprimido.

É dessa forma que o radionicista (praticante da Radiônica) atinge seu nível de percepção extra-sensorial.

E é através desse mecanismo (técnica) que o sujeito penetra na egrégora do equipamento radiônico que esteja utilizando, descobrindo os índices correspondentes à enfermidade pesquisada.

Os índices, isto é, números que correspondem, no caso da radiônica, a enfermidades e tratamentos, formam, no seu todo, a egrégora do dito sistema.

A Egrégora atingida serve para informar sobre a existência (e a essência) da enfermidade, bem como sobre a forma de combatê-la, de restabelecer a saúde do enfermo.

De que serviria conhecer só a parte nefasta? A egrégora só tem função como ferramenta, neste caso, da busca da harmonia, do equilíbrio perdido.

Cabe ao mago utilizar corretamente as ferramentas de que dispõe.

Devemos utilizar a egrégora como uma ferramenta, sem que a ela nos submetamos, quer objetivamente ou subjetivamente.

Nos cultos aos Deuses, os praticantes submetem-se às egrégoras de forma objetiva. Mas, na astrologia, os praticantes e consulentes submetem-se a ela subjetivamente, e ambas as situações são identicamente nefastas.

Pois a astrologia dista tanto da realidade astronômica, que o que atua nos seres vivos e coisa inanimadas não são as influências planetárias e estelares, mas as influências de uma poderosa e complexa egrégora que atua conforme foi, e constantemente é, programada.

Basta que se observe as efemérides astronômicas simultaneamente às astrológicas para que se note que, sendo as primeiras heliocêntricas e as últimas geocêntricas, as distinções são mais numerosas do que as semelhanças!

Daí alguns astrônomos ridicularizarem a astrologia.

Ridículo é comparar as duas coisas, pois a astronomia estuda as posições dos astros celestes enquanto a astrologia estuda a movimentação e minúcias complexas de uma egrégora caprichosa e multifacetada, que se move e interage a todo instante.

Mas, o mais importante, é saber que, se fossem as influências dos astros celestes com que lidassemos em astrologia, seria algo mais complexo para mudar, se possível fosse.

Como, porém, trata-se de uma egrégora, tudo é mutável através de práticas mágicas.

É como no jogo-de-búzios: uma tragédia preconizada pode ser evitada por procedimentos mágicos.

Na astrologia, geomancia, tarologia, I-Ching, qualquer artes divinatórias, tudo é semelhante, tudo pode ser mudado.

As artes divinatórias exprimem, objetivamente, aspectos de diversas egrégoras criadas para facilitar a passagem do homem pela terra, dando parâmetros para a magia agir, suprimindo influências, atuando em bradigênese (freiando o ritmo dos acontecimentos) ou em taquigênese (acelerando o ritmo dos acontecimentos), fazendo com que possamos controlar nosso destino, dando sentido à expressão: livre-arbítrio!

É pelo exposto que se compreende o motivo pelo qual as previsões feitas dentro de uma egrégora de ciência experimental tem maior precisão e envergadura mais abrangente do que aquelas feitas dentro das chamadas artes divinatórias, pois, nas primeiras, fica em realce o enfoque científico e nas últimas o místico; além disso, previsões realizadas dentro de uma egrégora de artes divinatórias tem maior precisão com indivíduo vinculados àquela egrégora (consciente ou inconscientemente) e também com os que não tem vínculo a egrégora alguma, do que com sujeitos vínculos a outras egrégoras.

OBSERVAÇÃO:

Este trabalho não diz respeito às “inteligências originais”, quer cósmicas (positivas) ou caóticas (negativas), que são reflexos puros da Luz (e das trevas); com reflexos puros quero dizer que não passam pelo prisma que é o ser humano.

Igualmente, este material não trata das egrégoras individuais, ou seja formas-pensamento, elementares, elementais-artificiais, larvas, fantasmas, vampiros, sombras, guardiões e outras criações individuais, voluntárias ou involuntárias.


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