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Autodefesa Psíquica – 23 Livros Essenciais sobre Magia

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Dion Fortune, 1971

Não há como negar: a magia é uma arma que pode ser usada para criar ou destruir. Isto pode parecer algo óbvio e distante até que você seja vítima de um ataque. Magia, diferente de uma bala, de fofocas de trabalho, de um carro desgovernado, dificilmente deixa rastros ou pode ser antecipada, são inúmeras as histórias documentadas de guerras mágicas entre os grandes magos – Crowley tendo seus cães mortos, membros da Goden Dawn enfrentando falência, crises mentais, suicídios – e entre os pequenos. Procure um grupo mágico e ouvirá histórias que provavelmente te deixarão um tanto apreensivo/a. E é esta apreensão que nos traz ao próximo livro de nossa lista.

Da mesma forma que ao ir para uma guerra você deve aprender não apenas a atirar, mas a se defender, este livro surgiu como complemento para o estudo de como se tornar um mago. A defesa contra as artes das trevas, com o passar do tempo, se tornou um interesse que levou muitas pessoas a começarem a estudar ocultismo. Hoje, essa motivação talvez só seja superada pelo desejo de dominar a arte das trevas em si.

Causar mal a outras pessoas usando meios ocultos sempre despertou o interesse dos magistas, mas poucos escreveram de modo tão aberto e prolixo sobre o tema quanto Dion Fortune.

Dion Fortune passou a se interessar pelo ocultismo após sofrer uma crise nervosa, em 1910. Enquanto estudava Psicologia e Psicanálise na Universidade de Londres buscou o contato com as sociedades esotéricas de sua época, conseguindo ser iniciada no templo Alpha e Ômega da Golden Dawn. Em 1922 ela deixou a Golden Dawn e fundou a Fraternidade da Luz Interior, mais tarde rebatizada como Sociedade da Luz Interior, onde permaneceu pelo resto da vida.

Durante este período Dion teve uma vida literária muito produtiva, escrevendo vários romances onde expunha as doutrinas básicas do ocultismo como pano de fundo, mas com o tempo julgou necessário não apenas falar de ocultismo, mas documentar de maneira precisa e prática todo o conhecimento que pudesse adquirir para que ele fosse guardado para a posteridade. Foi ai que ela deixou de escrever romances esotéricos e passou a se dedicar a grande obras mágicas.

Neste livro, através de instruções detalhadas e histórias vividas pela autora, o leitor aprende não apenas a  detectar um ataque psíquico, mas também como se defender deles. As causas, efeitos (incluindo os efeitos no nível físico) e razões que levam a um ataque desta natureza. Além dos pontos já levantados, Dion Fortune trata de como detectar seus sinais, da patologia dos contatos com outras obsessões não-humanas e de toda sorte de recurso usados pela chamada Magia Negra. Apesar de ser um estudo factual baseado em casos reais de perturbações, este livro se revela como “muito mais emocionante do que qualquer literatura de terror”. O livro é bem resumido se comparado às outras obras de nossa lista dos 23 livros essenciais, mas seu tamanho reduzido é compensado pela riqueza de informações contidas em cada um de suas páginas.

A Obra é dividida em quatro partes: a primeira desvela quais são os principais tipos de ataques psíquicos, entre eles, vampirismo e assombrações, larvas astrais e os ataques humanos premeditados por meio de magia cerimonial. A segunda parte lida com a diagnose diferencial do ataque oculto, ou seja, foi escrito na esperança de fazer uma distinção clara entre um ataque psíquico objetivo e o disturbio psíquico subjetivo. A terceira parte traz o detalhamento dos métodos empregados para se efetuar um ataque psiquico, Por fim, como era de se esperar a quarta parte trás uma série de métodos de defesa contra estes ataques.

Este pode ser um livro ofensivo por diversos motivos. Em primeiro lugar ele escancara a existência do lado agressivo e tenebroso da prática mágica. As artes das trevas existem e são empregadas constantemente para atingir os objetivos de seus adeptos. Wiccans e neo-pagãos podem ficar particularmente ofendidos pois Dion Fortune tem uma definição diferente da palavra “bruxa” daquela que eles estão acostumados. Para ela uma bruxa não é um praticante do neo paganismo, mas sim um adepto da magia negra. Também existe na obra uma espinha dorsal definitivamente judaico-cristã e referencias raciais já há muito datadas. Se você não consegue lidar com estes fatos, nem tente ler o livro.  Em vez disso leia ‘Guia Prático da Auto-Defesa Psiquica’ de Denning and Phillips ou ‘Ataque e Defesa Astral’, de Marcelo Ramos Motta, duas outras ótimas referências sobre o assunto. Mas saiba que ao fazer isso perderá uma série de informações relevantes que Fortune coloca a nossa disposição e estará ignorando a fonte original de onde este outros dois livros beberam. Dion pode ser dura muitas vezes, mas você deve ter em mente que a magia não é apenas um rótulo que a pessoa abraça, a magia é uma arte que não tem apenas aspectos altruístas, bons e superiores. Para falar a verdade, quando você começar a lidar com magia você percebe que muitas dessas definições são arbitrárias e que é sempre melhor prevenir do que remediar e já que estamos falando de prevenção é melhor que busquemos a panacéia original.

Muitas de suas páginas são dedicadas à teoria oculta das doenças mentais. Existem mesmo tentativas de rascunhas alguma sorte de tratamento mágico para pessoas que sofreram ataques (de fora ou de si mesmos). Contudo, pela objetividade com que escreve, este é também o livro ideal para quem quer aprender como se iniciar nas artes dos ataques ocultos. Os métodos de defesa e a o procedimento da agressão oculta são tão bem descritos que se torna fácil para qualquer pessoa má intencionadas usar estas informações para, ele mesmo, infligir um ataque em alguém. Um motivo final para tornar ainda mais perigosa e relevante a leitura deste livro. Se o ataque é a melhor defesa é neste livro você encontra a melhor forma de atacar e de se defender.


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