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Calcinação e Destilação do Vitríolo

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TRAITÉ DE LA CHYMIE par Chistophle Glaser, Paris, 1663, páginas 242 a 246.

Trad. Rubellus Petrinus

 

Calcinação do Vitríolo.

«O que se chama vulgarmente calcinação do vitríolo não é mais que uma exsicação ou privação da sua humidade supérflua, a qual se faz pela acção do fogo vulgar ou pela do Sol.»

Destilação do Vitríolo.

«Tomai oito libras de vitríolo de Marte ou de Vénus seco (eflorescido) ao Sol, o qual deve ser preferido a qualquer outro…Metei-o numa retorta de grés lutada, e colocai-a no fogo de revérbero adaptando-lhe um grande recipiente lutando exactamente todas as junções. Fazei um fogo brando durante dez ou doze horas, durante as quais, toda a fleuma que esteja retida no vitríolo sairá…Aumentai o calor para fazer passar para o recipiente os espíritos voláteis; governai bem o fogo, porque os primeiros espíritos saem com impetuosidade e partem o recipiente. Aumentai o fogo pelo espaço de mais de doze horas e continuai a aumentar pouco a pouco até ao máximo. Continuai assim durante três ou quatro dias e vereis o recipiente continuamente cheio de vapores brancos; mas logo que gotas vermelhas comecem a aparecer, cessai a destilação e deixai arrefecer os vasos, porque é sinal de que o vitríolo começa a estar privado de espírito. Estas gotas vermelhas são a parte mais pesada e a mais cáustica.»

«…Logo que os vasos estejam frios, delutai o recipiente com panos molhados e vertei todo o conteúdo numa cucúrbita à qual adaptareis um recipiente, lutando todas as uniões para que os espíritos voláteis não se evolem. Colocai a cucúrbita em Banho-Maria e destilai com calor muito brando o espírito volátil sulfuroso e doce; trocai de recipiente logo que tenham passado três ou quatro onças para não fazer passar a fleuma. Colocai este espírito dentro de um frasco de vidro bem cerrado. Adaptai outro recipiente e aumentai o fogo, até fazer ferver o banho. A fleuma sairá por este meio e continuai o fogo até que não destile mais nada. Assim, o espírito ácido restará na cucúrbita. Vertei o que resta numa retorta e colocai-a num forno de areia, adaptai um recipiente e destilai até metade deste espírito ácido, o qual será claro como água de rocha.»

«O espírito volátil, sulfurado e doce, que sai primeiro, é muito penetrante e bastante estimado contra a epilepsia.»

«O último espírito é chamado impropriamente óleo de vitríolo e é a parte mais pesada do espírito ácido. Servem-se dele para dissolver os metais e os minerais.»

Na página 248 Glaser descreve a extracção do sal do vitríolo a partir do Caput que fica na retorta na última destilação.

Resumindo: Primeiro, com calor brando destila-se toda a fleuma que possa restar da calcinação. Seguidamente, extrai-se um vapor branco até aparecerem as gotas vermelhas. Do destilado obtido faz-se uma destilação com Banho-Maria para extrair o espírito sulfurado e doce e finalmente do que fica na cucúrbita destila-se numa retorta até restar um óleo pesado que dissolve os metais e os minerais. Do Caput desta destilação extrai-se o respectivo sal.

Basilio Valentim em Le Dernier Testament, refere-se a este espírito volátil sulfurado e doce da segunda destilação a Banho-Maria como sendo o Mercúrio Filosófico.

Actualmente, não será fácil fazer a destilação seca do vitríolo por falta de uma retorta de grés apropriada também chamada retorta de Glauber. As retortas de vidro Pirex mesmo de boa qualidade não resistem ao grau de fogo necessário para o efeito.

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