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Vampirismo e Licantropia

Genótipo Vampírico

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Este texto tem por objetivo trazer ao seu conhecimento o atual estágio das pesquisas do nosso grupo de estudos (Eu, a Jade, o Lestat, o Wolverine e o Louis) sobre características vampíricas poderem ser herdadas geneticamente.
Espero conseguir sintetizar de forma clara. Qualquer comentário ou contribuição é extremamente bem-vindo. Deixo claro que não estão aqui todas as nossas especulações a respeito do tema, mas apenas aquelas para as quais encontramos alguma plausibilidade.

Vampiros são seres lendários, mistificados, e portanto possuem diversas características “falseadas”. Estas características que a princípio seriam classificadas como sobrenaturais, podem ser divididas em dois grupos: as que são pura especulação, e não podem ser reproduzidas em nosso mundo de nenhuma maneira, ou que tenham um caráter apenas comportamental/social não inerentemente vampírico, e aquelas que com um pouco de bom senso e capacidade de interpretação poderiam ser “traduzidas” de maneira mais científica.

O primeiro grupo inclui o medo de crucifixos, água benta, galhos de roseira, alho ou qualquer outro condimento ou semente (como a mostarda), a incapacidade de passar sobre água corrente, a necessidade de dormir em caixões, a ausência de reflexos no espelho, a morte através de estacas empaladas no coração, a decapitação, a ligação com o diabo ou qualquer outra entidade, a capacidade de transmorfia e o fato destes serem mortos-vivos, entre outros absurdos.

É do segundo grupo que trataremos. Quais seriam estas características? As que ligam o vampiro à natureza animal, como os sentidos aguçados, a predileção por sangue, os sentimentos intensos (instintivos), a atração exercida sobre os humanos, a elegância dos movimentos, a presença de caninos proeminentes (este quase cai no primeiro grupo) assim como sua furtividade, características de um autêntico predador, e até mesmas similaridades físicas com animais (em pequena escala). Também inseridas neste segmento estão as que podem ser consideradas “evoluções” ou “melhorias” e também “limitações” não componentes do organismo humano como este é visto no âmbito catedrático, e que não encontram similares no mundo animal, tais como enorme capacidade de cicatrização (até mesma regeneração), não envelhecimento (diferente de imortalidade), alta sensibilidade à luz intensa (não necessariamente solar e fatal), poderes paranormais (estes não tendo, a princípio, relação com o caráter vampírico), grande força física, capacidade de sugar energia (vital?) de suas vítimas e poderes hipnóticos. As primeiras podem ser consideradas um retorno às origens, enquanto as últimas seriam uma evolução da espécie. E todas elas estão em nossos genótipos.

Antes de partir para a teoria propriamente dita, é necessário enumerar alguns conceitos básicos de genética. Tudo o que somos está contido em nosso DNA. Com exceção das coisas que aprendemos durante nossa existência e as modificações que o meio ambiente nos impõe, tudo é parte integrante de nossa cromatina. Portanto, mesmo os vampiros, se forem analisados de forma científica e plausível, precisam carregar em seus genes as tais características. Outro fator interessante tem respaldo na teoria da evolução. Nós carregamos conosco muitas coisas em comum com os nossos antepassados irracionais. Nosso cérebro foi se tornando maior, e ganhou novas estruturas, mas a parte mais interior ainda é a mesma dos nossos parentes distantes. E esta é justamente a parte instintiva do nosso ser. Se mesmo nós temos este caráter animal, é plausível presumir que alguns seres humanos podem ter resguardado maior semelhança com os animais do que o comum. É aí que entram as características animais dos vampiros. Quem de nós já não teve vontade de esmurrar uma pessoa, mas não o fez porque a razão, sendo mais forte, refreou os instintos? Pois a parte instintiva destes seres é tão forte quanto à parte racional, fazendo com que grande parte das vezes a emoção supere a razão. Os sentidos aguçados também seriam resultado dos centros de visão, olfato, audição mais próximos dos animais. Claro, um vampiro não teria um olfato tão bom quanto o de um gato, nem a visão de um gavião, mas teria sentidos muito mais apurados que os humanos em geral. Por exemplo, os bastonetes, células oculares responsáveis pela visão monocromática seriam muito mais sensíveis, aproveitando melhor a pouca luminosidade de ambientes escuros, o que possibilitaria ao vampiro ter uma ótima visão noturna. A sensualidade, apesar de corriqueiramente não percebermos, está intimamente ligada aos hormônios sexuais. Os vampiros produziriam muito mais hormônios, que atrairiam as pessoas através do olfato, sem que estas sequer percebessem. Isto, aliado à sensualidade gestual herdada dos rituais animais, faria dos vampiros seres praticamente irresistíveis. Esta é a parte dos vampiros que remonta ao passado. Agora vamos ao futuro.

Em nossas pesquisas, sempre buscamos as respostas mais simples. Unificamos várias características que aparentemente não tinham muita ligação, e chegamos a um denominador comum, ou seja, uma única fonte. Tanto a alta capacidade de regeneração, a longevidade (o mesmo que rápida renovação das células), o melhor aproveitamento do corpo (um alto metabolismo), como maior força e agilidade, estariam possivelmente ligados a um único fator: uma substância, uma espécie de catalisador, um hormônio, que seria produzido apenas pelos vampiros. Seria uma espécie de adrenalina, mas muito mais “polivalente”. Este mesmo hormônio aceleraria todo o metabolismo, ao mesmo tempo em que ativaria o processo de renovação celular a níveis astronômicos. Alta regeneração? O sistema nervoso, ao receber a informação do local do ferimento, descarregaria na corrente sangüínea este catalisador, que aceleraria todo o processo de cicatrização. A longevidade? Também acontece da mesma forma, só que num processo muito mais lento; apenas, poderíamos dizer, de manutenção. Força e agilidade superiores? Aqui cabe uma pequena explicação de como acontece o movimento.

Nossos músculos são compostos por fibras que se contraem numa reação em cadeia, ocasionada por uma seqüência de “pontes químicas” que, como na famosa brincadeira com dominós, gera o movimento. Quanto mais rápida a reação em cadeia, mais rápido é o movimento. Pronto, os vampiros são mais ágeis exatamente por isso. Agora, vocês conhecem a equação Força = massa X aceleração. Quanto maior a aceleração, maior a força. Ou seja, quanto mais rápido mais forte. Portanto, a maior agilidade dos vampiros a nível celular os torna mais fortes. Já no rol das fraquezas, encontramos a sensibilidade à luz e calor. Num forte calor, o organismo funciona mais lentamente, pois na conversão da energia química para a elétrica, e na decomposição dos alimentos, também descarregará no processo energia térmica, que elevam a temperatura do organismo para níveis que podem se tornar intoleráveis, se debaixo de um calor intenso. Mesmo os humanos, quanto muito tempo exposto ao sol, ficam letárgicos, “moles”. Nos vampiros, então, por serem estes seres muito mais ativos, a exposição ao sol causa um efeito semelhante, porém muito mais intenso. A luz intensa seria prejudicial pelo mesmo motivo que a escuridão não é muito problema. Com células mais sensíveis, a luz excessiva pode causar irritação e dor, e por que não dizer, até mesmo cegueira. A necessidade de sangue ainda é uma incógnita. Talvez da mesma forma que produza uma certa substância, o vampiro pode deixar de produzir alguma outra essencial, só existente no sangue de outros. Mas ainda assim, esta é uma possibilidade muito remota, pois seria muito difícil explicar o mecanismo de absorção, no caso de o sangue ser ingerido. Talvez fosse mais interessante se fosse possível apenas com transfusões, mas ainda assim seria complicado. Por enquanto, a ingestão de sangue fica como uma opção. A simples preferência de um ser predador por este tal alimento.

Agora cabe enumerar uma decorrência da teoria do genótipo vampírico. Presumindo-se a herança genética como verdadeira no caso do vampirismo, precisamos analisar ainda como esta ocorreria. Afinal, as características acima citadas, apesar de estarem relacionadas em grupo, não teriam nenhuma ligação a nível genético. Ou seja, em sua grande maioria, podem existir umas sem as outras. Deve-se admitir, portanto, que tais características podem existir em separado, entre nossos genes. Disso decorre a idéia de uma gradação de vampirismo. Seria relativamente fácil encontrar pessoas com algumas poucas características vampíricas, enquanto seria muito difícil encontrar alguém vampiro em todos os sentidos. Mas aí teríamos um problema: a partir de que pontos poderiam classificar alguém como “vampiro”? A idéia mais acertada me pareceu escolher a característica mais importante, e adotá-la como referência. Esta característica é a produção da tal substância catalisadora. Portanto, se um ser produzir tal substância, é um vampiro, mesmo que não possua nenhuma outra característica.

Ao mesmo tempo em que uma pessoa tiver sentidos extremamente aguçados e afinidade com animais, mas não produza a substância, seria um “pseudovampiro”. Resumindo, é bastante provável que existam muitos pseudovampiros pelo mundo afora, enquanto é difícil, porém plausível, presumir a ocorrência de verdadeiros vampiros, vivendo entre nós, alimentado-se (?) de nós, vendo-nos morrer, e caçoando daqueles que tentam compreender a sua existência.

Claro, estas idéias são apenas suposições, baseadas no pequeno conhecimento adquirido em nossas pesquisas. E mesmo assim, ainda estão longe de serem completas. Faltam muitas explicações, as quais sequer conseguimos imaginar. Mas já é um passo dado no caminho de trazer à tona de nossa realidade estes seres tão intrigantes e ao mesmo tempo atraentes aos quais chamamos vampiros.

Por Thunder


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