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Por Mishlen Linden.
O medo é o resultado do apego. Só temos medo das coisas que podemos ou não perder. O maior medo é o do Caos, a força incontrolável fora de nós mesmos. O universo inteiro é composto de Caos, aquela escura espuma primordial da vida.
A maneira pela qual retemos esse conhecimento aterrorizante é através da nossa mente. Na verdade, a FUNÇÃO PRINCIPAL do intelecto é reter esse conhecimento. Tudo o que pensamos é uma tentativa de colocar uma imagem de padrão sobre aquilo que não tem padrão.
Quando vista sob essa luz, a mente se torna menos importante – isto é, ela tem um lugar no esquema da consciência e não é mais a controladora.
A Sacerdotisa de Babalon deve ver além da esterilidade de sua mente e CONECTAR-SE DIRETAMENTE com a infinidade do Caos do qual ela faz parte. É o lugar de onde ela deriva seu poder.
Esqueça todas as posições tântricas que lhe falaram, por enquanto. Elas são a sobreposição do padrão, um jogo da mente. São artifícios, construídos na tentativa de compreender e dar a conhecer o poder do irracional. A ÚNICA COISA QUE IMPORTA é a capacidade de trazer o poder do Caos para dentro de si mesma e compartilhá-lo com seu parceiro. É então que todas as posições se tornam sagradas. Para fazer isso, TODOS OS PADRÕES DEVEM SER RENUNCIADOS.
O cálice de Babalon nunca está cheia – para receber corrente, deve-se permitir que ela flua na mesma quantidade em que está fluindo. Por outro lado, se alguém se esvaziar, ALGO fluirá para esse espaço. Se você estiver na presença de uma forma divina, é o deus que o preencherá. (Se você estiver na presença de uma tigela de sorvete, você ganhará peso!)
Agora, um deus pode ser visto como um ‘tom’ particular da luz inicial, sendo essa luz o Caos. À medida que você se esvazia, a Luz fluirá para você e você será recriada como um deus (ou uma deusa). Mas isso supõe que seu parceiro já fez uma invocação bem-sucedida da forma divina. Em tal ato, você é dependente de seu Outro. É, no entanto, o ato de tantra mais simples que você pode realizar. Portanto, SE você tem um parceiro avançado para trabalhar, está com sorte. A maioria das pessoas, no entanto, NÃO tem parceiros treinados.
Da mais simples para a mais complexa, o próximo tipo de ritual seria aquele em que ambos os parceiros se tornam vazios JUNTOS. Dois espelhos um de frente para o outro refletem o infinito. Isso não evocará nenhuma forma divina em particular, mas sim o Caos generalizado do qual eles emergem. Portanto, é útil para fazer contato direto com o Caos. Quando desejar, você pode criar conexões dentro dele, trazendo-os de volta para uso futuro. Isso pode ser considerado um tipo de conjuração.
O tipo mais difícil de tantra é o ritual em que ambos os parceiros invocam e absorvem SIMULTANEAMENTE a corrente um do outro. Tantra é o único ritual que eu vi onde isso é possível. (Na magia cerimonial, os participantes assumem um papel ‘ativo’, gerador de corrente, ou um papel visionário ‘passivo’. Esses papéis podem mudar dentro do contexto do ritual, mas nunca são desempenhados ao mesmo tempo).
As instruções a seguir destinam-se a prepará-la para realizar qualquer um desses três tipos de tantra. É a prática, NÃO o conhecimento, que tem valor. Uma ‘especialista’ é um sistema fechado. É uma das maneiras pelas quais evitamos mais aprendizado. Guarde-se contra isso. Somos filhas do infinito, e nossos olhos devem permanecer abertos. De que outra forma podemos tocar o Mistério?
CONHEÇA SEU CORPO:
Até agora, tenho falado dos aspectos mais conhecidos do tantra, aqueles que envolvem a exteriorização de formas divinas ao ver o deus no Outro – um processo que o evoca usando o corpo do seu parceiro como uma Casa do Espírito.
Mas não é necessário criar essa externalização uma vez que seu contato inicial com uma forma divina tenha sido estabelecido. Cada chakra do seu corpo é um ‘caminho’ para outro mundo, e cada um desses mundos é povoado com suas próprias formas divinas. Uma Mulher Escarlate não deve depender de um parceiro físico para a reificação de seus poderes.
É possível, através de um loop de energia, mover a atenção para um de seus vários chakras e percorrer esse caminho até o deus/deusa, sozinha. A pessoa faz isso concentrando a atenção na palma da mão, colocando essa mão sobre o chakra escolhido e, em seguida, movendo a atenção para dentro desse chakra. Você é então capaz de trilhar um caminho para os outros reinos da existência e encontrar os deuses em seu próprio território, em vez de chamá-los para o nosso.
Os chakras são úteros, úteros do corpo humano, úteros compartilhados por homens e mulheres. Quando o congresso é decretado com os Antigos, sua semente pode cair em qualquer um desses vórtices. Os chakras dentro dos quais eles são absorvidos dependem do tipo de rito e do foco de atenção da magista. Os vários efeitos – poderes – que cada fertilização confere dependem, também, de qual chakra ela incide. Portanto, em qualquer ritual em particular, é possível receber vários tipos de iniciações, concentrando-se em diferentes locais de descanso para o poder ou poderes envolvidos.
A Semente cresce, lenta ou rapidamente, dependendo da resistência encontrada em seu interior. Pode crescer no escuro e, de repente, ser percebido como adulto. A Iniciação é a Semente e a Realização desenvolvida. A iniciação é o resultado de todo esse crescimento. Toque na Semente e você toca no Poder Realizado.
Uma das técnicas mais conhecidas de tantra envolve a exteriorização de formas divinas ao ver o deus no Outro – um processo que o evoca usando o corpo de seu parceiro como uma Casa do Espírito. Se o seu parceiro também for treinado, ele também pode fazer isso simultaneamente, resultando no turbilhão de energias ascendentes de dois deuses banhados na presença um do outro.
Essas técnicas para a comunhão são partes necessárias das ferramentas de Babalon. Nossos corpos são os lugares onde esses caminhos se encontram. Somos uma encruzilhada viva, e as chaves estão dentro de nós: basta voltar os olhos para dentro para alcançar as cavernas mais profundas, ou o mais alto céu estrelado. Nós criamos a pergunta – mas SOMOS a resposta. As perguntas implicam uma separação, e a Resposta é sempre a Unidade.
Nossa cultura ocidental divide os conceitos de espiritual e físico. Cabe à Babalon perceber, de uma forma que abrange todos os planos, que NÃO HÁ DIFERENÇA entre os dois. Quando se aprende a canalizar o poder, todas as posições se tornam sagradas. O poder é uma coisa física. O poder é uma coisa espiritual. Talvez o maior conhecimento que uma Babalon tenha a oferecer seja este. O próprio conceito de transcendência infere uma divisão que não existe. Como Babalon, VOCÊ É A PRÓPRIA TRANSCENDÊNCIA.
NA INICIAÇÃO:
A magista se coloca no caminho do poder. Ela/Ele aprende como acessar esse poder. Para crescer, a iniciada aprende a esvaziar o EU nessa corrente, tornando-se um canal para cada vez mais poder.
Mas aqui reside um calcanhar de Aquiles. À medida que o poder cresce, e a canalizadora se torna cada vez mais um receptáculo para esse poder, a magista se torna cada vez mais dependente de manter sua conexão com a Corrente. Um canal limpo sem corrente fluindo através dele é um canal vazio. O vazio necessário para facilitar o fluxo de poder torna-se um prejuízo positivo quando esse poder é impedido de alguma forma. Ironicamente, quanto mais poderosa a magista se torna, maior é essa fraqueza. O poder pode ser tão viciante quanto às drogas e, embora possamos controlar nossa ingestão de drogas, não é possível controlar o uso de nosso poder, pois, ao habitarmos dentro dele, nós o SOMOS. Alcançamos e levamos. Não há tempo entre os dois.
Então, como lidamos com essa lei natural? Se nunca se perde a conexão com a corrente, esse problema não surge. Mas a maioria de nós tem nossos dias de folga, quando estamos doentes, lentas, sem inspiração. E à medida que crescemos em poder, esses dias de folga se tornam cada vez mais dolorosos.
A Palavra é a base sobre a qual a magista caminha. Pela Palavra fomos criadas, e pela Palavra somos mantidas. Quando não temos mais nada, temos nossa Palavra. (Isto é verdade tanto no sentido menor quanto no maior. Se falarmos sempre a verdade, o que dissermos se tornará verdade.) Como continuamos a existir durante aqueles tempos em que estamos separadas de nossa Corrente? É pela nossa Palavra.
Uma das máscaras dançadas pela Babalon é a do erótico. Outra é a de ua Amada mais espiritual. O que significa quando nos apaixonamos? O que nos atrai? Por que tantas de nós nos tornamos ‘viciadas em amor’? Estar apaixonado é um fenômeno espiritual formado pelo desejo de união. “Os opostos se atraem” surge do desejo de se equilibrar com atributos que antes faltavam em sua própria natureza. Outro impulso para se apaixonar é criado quando se encontra alguém de natureza mais espiritual do que a nossa. Um adora aquele outro, e na adoração, uma imagem dele/dela é criada em seu chakra cardíaco. Pode-se falar com esta imagem da mesma forma que se fala com o Sagrado Anjo Guardião; mas as virtudes aprendidas de um serão as virtudes aprendidas do outro.
Uma Babalon geralmente se encontra na presença de pessoas menos desenvolvidas do que ela. Cabe a ela colocar sua imagem no coração de seus parceiros. Desta forma, ela pode estar em mais de um lugar ao mesmo tempo e pode realizar muito mais do que o corpo físico solitário é capaz. Esta é uma maneira muito importante pela qual a Babalon pode acelerar o desenvolvimento espiritual dos outros. Ela deve, é claro, ser capaz de reconhecer o estágio de desenvolvimento dos outros para saber qual dos vários métodos utilizar.
A Babalon recria o amor e o usa para a iniciação mística ou mágica do homem (ou mulher). Como a Palavra, trazida para Malkuth, ela é o Caos, personificado.
O Caos não contém padrões. Padrões são criados por limites, por limitações da força primordial. Existem infinitas variedades de limitações e infinitos padrões formados nelas. O Trabalho de Babalon é criar dentro de si, a habilidade de ver esses padrões, quebrar esses padrões e reformulá-los em outros maiores. Isso é iniciação.
Existem três graus para o Adeptado de Babalon, correspondendo aos três caminhos cruzados da Árvore da Vida. Eles são:
Peh … …. de Netzach para Hod ……… A Torre … …. Cria a capacidade de ver padrões.
Teth … … de Geburah para Chesed … Luxúria… …………… Padrões se transformam em padrões maiores.
Daleth… de Binah para Chokmah …. A Imperatriz… . Padrões se dissolvem no Caos.
Cada um deles contém suas próprias fórmulas mágicas.
Obviamente, antes de iniciar outros, deve-se ter o senso de seu próprio poder e a capacidade de se comunicar à vontade com seu SAG. Este poder pode ser visto como uma emanação de Geburah. Você deve se tornar a Donzela Guerreira; forte de Vontade, mas aberta aos outros e, acima de tudo, respeitando a Vontade do outro. Nunca abuse de seus poderes por dominação. Tal é o resultado de ver a própria Vontade, sozinha. Você não apenas machucará os outros, mas perderá a capacidade de aprender mais sozinha. NÓS devemos permanecer sempre permeáveis. Este é o significado do ditado “Dobre como uma cana ao vento”. Seja gentil, mas seja forte.
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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soare
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Uma resposta em “Brincando com Fogo: o Treinamento de Babalon”
Uma esquematização coerente e equilibrada de visões para a Mulher Iniciada frente à Grande Leoa.