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A LIÇÃO PRELIMINAR
Em Nome do Iniciador, Amén.
01- No começo era a Iniciação. A carne nada vale; a mente nada vale; aquilo que é desconhecido para ti e acima destas, embora firmemente baseado sobre o seu equilíbrio, dá vida.
02- Em todos os sistemas de religião, deve ser encontrado um sistema de Iniciação, o qual pode ser definido como o processo pelo qual um homem chega a aprender sobre aquela Coroa desconhecida.
03- Embora ninguém possa comunicar o conhecimento ou o poder para realizar isto que nós podemos chamar a Grande Obra, é, todavia, possível que os iniciados guiem outros.
04- Todo homem deve superar seus próprios obstáculos, expor suas próprias ilusões. Porém, outros podem ajudá-lo a fazer ambos, e eles podem torná-lo completamente apto a evitar muitos dos falsos caminhos que não levam a lugar algum, os quais tentam os pés cansados do peregrino não iniciado. Eles podem, além disso, assegurar que ele seja devidamente provado e testado, pois há muitos que pensam ser Mestres, os quais sequer começaram a trilhar o Caminho do Serviço, que para lá conduz.
05- Agora, a Grande Obra é uma, a Iniciação é uma, e a Recompensa é uma, embora diversos sejam os símbolos com os quais o Inexprimível é revestido.
06- Escuta, portanto, a história do sistema que esta lição te dá a oportunidade de investigar.
Ouve, nós te rogamos, com atenção: pois apenas uma vez a Grande Ordem bate à porta de alguém.
Qualquer um que conheça algum membro dessa Ordem como tal, jamais poderá conhecer outro, até que também tenha atingido a Maestria.
Aqui, portanto, nós pausamos, para que tu possas analisar-te a ti mesmo minuciosamente e considerar se já estás preparado para dar um passo irrevogável.
Pois a leitura daquilo que se segue é Registrada.
A LIÇÃO DE HISTÓRIA
07- Há alguns anos atrás, um número de manuscritos cifrados foi descoberto e decifrado por certos estudantes. Eles atraíram muita atenção, pois pretendiam derivar dos Rosacruzes. Tu prontamente entenderás que a genuinidade da afirmação nada importa, sendo tal literatura julgada por si só, não pelas fontes que lhe são reputadas.
08- Entre os manuscritos, estava um que dava o endereço de uma certa pessoa na Alemanha, por nós conhecida como S.D.A. Aqueles que descobriram as cifras escreveram para S.D.A. e, de acordo com as instruções recebidas, uma Ordem foi fundada, a qual operava de uma maneira semi-secreta.
09- Após algum tempo, S.D.A. morreu: pedidos ulteriores de ajuda encontraram pronta recusa dos colegas dela. Foi escrito por um deles que o esquema de S.D.A. sempre fora visto com desaprovação. Mas, já que a regra absoluta dos adeptos é não interferir no julgamento de qualquer outra pessoa, quem quer que seja – quanto mais, então, uma de si mesmos, a mais altamente reverenciada – eles se abstiveram de oposição ativa. O adepto que escreveu aquilo acrescentou que a Ordem já tinha conhecimento suficiente para capacitar a si mesma ou aos seus membros a formular um elo mágico com os adeptos.
10- Logo após isto, alguém chamado S.R.M.D. anunciou que havia formulado tal elo, e que ele mesmo e dois outros deveriam governar a Ordem. Rituais novos e revisados foram emitidos, e conhecimento fresco jorrou em correntes.
11- Nós devemos passar por cima dos infelizes embustes que caracterizaram o período seguinte. Já se provou totalmente impossível elucidarem-se esses fatos complexos.
Nós nos contentamos, pois, em observar que a morte de um de seus dois colegas e a fraqueza do outro asseguraram a S.R.M.D. a autoridade exclusiva. Os rituais foram elaborados, apesar de bastante eruditos, em prolixo e pretensioso contra-senso: o conhecimento se provou sem valor, mesmo onde estava correto: pois é em vão que pérolas, mesmo que não tão claras e preciosas, sejam dadas aos porcos.
Os ordálios se transformaram em desprezo, sendo impossível que qualquer um ali falhasse. Candidatos inadequados foram admitidos, por nenhuma razão melhor do que a de sua prosperidade mundana.
Resumindo, a Ordem falhou em iniciar.
12- O escândalo surgiu e, com ele, o cisma.
13- Em 1900, um certo P., um irmão, instituiu um rigoroso teste para S.R.M.D., de um lado, e para a Ordem, de outo.
14- Ele descobriu que S.R.M.D., embora um erudito de alguma habilidade e um magista de notáveis poderes, jamais havia chegado à completa iniciação; e mais: havia caído do seu posto original, tendo imprudentemente atraído para si forças do mal, grandes e terríveis demais para que ele suportasse. A afirmação da Ordem, de que os verdadeiros adeptos estavam a seu cargo, foi definitivamente afastada.
15- Dentro da Ordem, com duas exceções certas e duas duvidosas, ele não encontrou qualquer pessoa preparada para qualquer tipo de iniciação.
16- Em conseqüência, por sua sutil sabedoria, ele destruiu tanto a Ordem, quanto o seu chefe.
17- Não sendo ele mesmo um adepto perfeito, foi lançado pelo Espírito no Deserto, onde habitou por seis anos, estudando à luz da razão os livros sagrados e os sistemas secretos de iniciação de todos os países e idades.
18- Finalmente, foi-lhe dado um certo grau exaltado, pelo qual um homem se torna o mestre do conhecimento e da inteligência, e não mais seu escravo. Ele percebeu a inadequação da ciência, filosofia e religião; e expôs a natureza auto-contraditória da faculdade do pensamento.
19- Retornando à Inglaterra, ele deitou seus conhecimentos humildemente aos pés de um certo adepto D.D.S., o qual o acolheu fraternalmente e admitiu seu título ao grau que ele tão dificilmente conquistara.
20- Portanto, esses dois adeptos conversaram, dizendo: “Não está escrito que as tribulações serão encurtadas?”. Por conseguinte, eles resolveram estabelecer uma nova Ordem, a qual deveria ser livre dos erros e imposturas da anterior.
21- Sem Autoridade, eles não poderiam fazê-lo, a despeito da exaltação de seu posto entre os adeptos. Eles resolveram preparar todas as coisas, grandes e pequenas, para o dia em que aquela Autoridade fosse recebida por eles, já que eles não sabiam onde procurar por adeptos mais altos do que eles mesmos, mas sabiam que o verdadeiro caminho para atrair a sua atenção era equilibar os símbolos. O templo deve ser construído antes que o Deus possa habitá-lo.
22- Assim, por ordem de D.D.S., P. preparou todas as coisas por sua ciência e sabedoria arcanas, escolhendo apenas aqueles símbolos que fossem comuns a todos os sistemas e rigorosamente rejeitando todos os nomes e palavras que supostamente implicassem em qualquer teoria religiosa ou metafísica. Descobriu-se que fazer isso por completo era impossível, já que toda língua tem uma história, e o uso (por exemplo) da palavra “espírito” implica na Filosofia Escolástica e nas teorias Hindu e Taoísta concernentes à respiração do homem. Então, era difícil evitar a implicação de alguma tendência ao usarem-se as palavras “ordem”, “círculo”, “capítulo”, “sociedade”, “irmandade”, ou qualquer outra para designar o corpo de iniciados.
23- Deliberadamente, então, ele tomou refúgio na indefinição. Não para velar a verdade ao Neófito, mas para adverti-lo contra valorizar o que não é essencial. Ouvindo o Candidato, então, o nome de um Deus, que ele não assuma precipitadamente que se refere a qualquer Deus conhecido, que não o Deus que somente ele mesmo conhece. Ou falando o ritual em termos (embora vagos) que pareçam implicar em filosofia Egípcia, Taoista, Budista, Indiana, Persa, Grega, Judaica, Cristã ou Mulçumana, que ele reflita que isto é um defeito da linguagem; a limitação literária e não o preconceito espiritual do homem P.
24- Especialmente, que ele se guarde contra a descoberta de símbolos sectários definitivos nos ensinamentos de seu mestre e na racionalização do conhecido ao desconhecido, que certamente o tentarão. Nós laboramos dedicadamente, querido irmão, para que tu jamais sejas levado a perecer sobre esse ponto; pois ali muitos homens santos e justos foram arruinados. Assim, todos os sistemas visíveis perderam a essência da sabedoria. Nós procuramos revelar o Arcanum; nós apenas o profanamos.
25- Agora, assim que P., com amarga labuta, preparou todas as coisas sob a orientação de D.D.S. (como quando a mão escreve, enquanto o cérebro consciente, embora ignorante dos movimentos detalhados, aplaude ou desaprova o trabalho finalizado), houve um certo tempo de repouso, como a terra que jaz sem cultivo.
26- Entretanto, estes adeptos se ocuparam intensamente com a Grande Obra.
27- Na plenitude do tempo, igualmente a uma árvore florida que carrega frutos em sua estação, todas aquelas dores terminaram, e estes adeptos e seus companheiros obtiveram a recompensa que eles buscavam – eles deviam ser admitidos à Eterna e Invisível Ordem que não tem nome entre os homens.
28- Portanto, eles, que com faces sorridentes haviam abandonado seus lares, suas posses, suas mulheres, seus filhos, a fim de realizar a Grande Obra, puderam, com calma sóbria e retidão firme, abandonar a própria Grande Obra; pois esta é a última e maior projeção do alquimista.
29- Também um V.V.V.V.V. surgiu, um adepto exaltado do grau de Mestre do Templo (ou este tanto foi o que ele desvelou aos Adeptos Exemptos) e Sua declaração está entesourada nos Escritos Sagrados.
30- Tais são Liber Legis, Liber Cordis Cincti Serpente, Liber Liberi vel Lapidis Lazuli e outros tantos, cuja existência pode ser, um dia, revelada a ti. Cuida-te para que tu não os interpretem, quer na Luz ou na Escuridão, pois somente em L.V.X. podem eles ser entendidos.
31- Também, Ele conferiu a D.D.S., O.M. e um outro, a Autoridade da Tríade, os quais, por sua vez, a delegaram a outros, e estes assim novamente, de modo que o Corpo de Iniciados possa ser perfeito, igualmente da Coroa até o Reino e além.
32- Pois a Perfeição não habita nos Pináculos, ou nas Fundações, mas na Harmonia ordenada de um com todos.
A.’. A.’. Publicação em Classe D.
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