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por Roberto de Rezende.
A Vibração sempre foi um referencial na vida do ser humano e na criação do cosmos. Desde a explosão do Big Bang até a sílaba sagrada dos hindus, o Oṃ «ॐ», a Vibração cria, criará ou criou todo esse manancial de Graça que é o cosmos. O homem primitivo aprendeu a se comunicar primeiramente em silencio com o que considerava divino e depois por batidas rítmicas oferecidas em louvor ao sagrado, trazendo com isto as vibrações das Esferas Superiores para sua vida e corpo. A Harmonia é o que resulta desta vibração considerada divina e Kenneth Grant diz que «a harmonia é uma forma de silêncio, a desarmonia sua ruptura».
Em seu livro Outer Gateways, Grant nos da uma noção perfeita do pensamento Tifoniano sobre a musica, a fala e a vibração sonora. Ele demonstra como está sendo mal usado aquilo que é caracterizado a maior graça já recebida e alcançada: a linguagem. Para Grant, a fala tem muito poder e sempre que alguém mal utiliza essa graça, esta profanando a dádiva. Ele comenta: «A fala humana também é violada a ponto não só da ininteligibilidade, mas há uma deformação do sentido que revela uma profunda desorientação de consciência que leva a comunicação distorcida; as pessoas têm sempre tendência a falar demais, mas a tendência para difamar, denegrir, amaldiçoar, blasfemar e ferir nunca foi tão universalmente predominante; xingar é algo horrível. Palavrões destroem a maior invenção do homem – a linguagem». Isto é muito importante, pois em outras tradições já nos foi dito que «o verbo se tornou carne» e mesmo assim não somos capazes de ponderar nossas maneiras de expressar, utilizando mal a graça que é o Verbo.
Com relação à fala Kafka também comenta: «A linguagem nos esta emprestada apenas por um determinado período, tudo que podemos fazer é usa-la. Na realidade ela pertence aos mortos e aqueles que ainda estão por nascer».
Kenneth Grant se refere também a musica com suas distorções tendo seu papel importante quando se trata de danos causados ao ser humano. A cacofonia gerada pelas musicas distorcidas é capaz de destruir o corpo sutil da Terra e desestruturar as esferas internas do homem, pode romper também os corpos astro-etéricos que são os veículos de tais manifestações, tanto cosmicamente, quanto microcosmicamente. «O leitor mais perspicaz está ciente de que o efeito de certas vibrações podem ser tão fatais como o míssil militar mais evidente». Para Grant, determinadas religiões de origem afro como o Rada, o Petwo e o Vodu mantiveram em suas musicas a harmonia cósmica, sendo depois incorporadas no estilo do jazz e swing.
A Vibração é a base da ciência mântrica e, como foi dito no inicio do artigo, seu som mais importante é a sílaba Oṃ, que se diz conter o conhecimento dos Vedas e o corpo sonoro do Absoluto. O que devemos fazer é evitar vibrações distorcidas, pois estão provocando toda espécie de males nervosos e psíquicos. A música na Tradição Draco-Tifoniana vem justamente mudar este patamar de vibrações destrutivas e nos possibilitar acessar a melodia cósmica existente em algumas artes musicais. A vibração sonora com sua escala respeitada é capaz de trazer ao homem estados de consciência alterados e de integrar-lhe a harmonia do cosmo. Os grandes mestres da sabedoria ensinaram e ensinam através do silêncio. Dakṣṇamūrti e Buda, cujo silêncio relativo a determinados assuntos tem sido amplamente mal interpretados, são os exemplos históricos mais conhecidos. Como demonstrado por Grant sobre a importância do silencio (outra forma de Harmonia): «Som em sua manifestação grosseira ou audível é inimigo da manifestação de Hoor ou Seth, o deus do Aeon sem Palavras. N’O Livro da Lei, Aiwass é descrito como o Ministro de Hoor, o Deus do Silêncio, um fato não totalmente entendido por muitos expoentes contemporâneos». A vibração sonora da Corrente Tifoniana esta além do alcance do som audível ao ouvido humano, pois a cultura espiritual é inteiramente uma questão de desenvolvimento individual, não é passível de distribuição em massa. A intenção da vibração sonora na Tradição Draco-Tifoniana é manifestar a Graça Celestial, auxiliar nos trabalhos de elevação da kuṇḍalinī e harmonizar o iniciado com o todo.
Texto enviado por Ícaro Aron Soares.
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