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Na Aplicação de nossos princípios, prestai atenção ao caráter do povo no meio do qual vos encontrardes e obrardes; uma aplicação geral e uniforme desses princípios, antes de refazermos a educação geral do povo, não logrará êxito. Mas aplicando-os prudentemente, vereis que se não passarão dez anos para se transformar o caráter mais obstinado e para que contemos mais um povo em nossa dependência.
Quando nosso reinado chegar, substituiremos nossa palavra de ordem – Liberdade, Igualdade e Fraternidade – não por outra palavra de ordem, porém pelas mesmas palavras transformadas em idéias ; diremos: “direito à liberdade”, “dever de igualdade” e “ideal de fraternidade”… Agarremos o touro pelos chifres… De fato, já destruímos todos os governos, exceto o nosso, embora haja ainda muitos governos de direito (1). Nos dias que correm, se alguns Estados levantam protestos contra nós, fazem-no pro-fórmula, e por nossa ordem, porque seu antijudaísmo nos é necessário para governar nossos irmãos menores. Não vos explicarei isso mais claramente, porque esse assunto já foi tratado em nossos entendimentos.
Na realidade, não há mais obstáculos à nossa frente. Nosso Governo Supremo está em condições extralegais que é conveniente denominar com um termo forte e enérgico: ditadura. Posso afirmar conscientemente que somos atualmente legisladores; pronunciamos as sentenças da justiça, condenamos à morte e perdoamos; estamos como chefes de nossas tropas montados no cavalo do general comandantes. Governaremos com mão firme, porque nos apoderamos dos restos dum partido outrora forte e hoje submetido por nós. Temos nas mãos ambições desmedidas muitas avidez ardente, vinganças sem piedade. Ódios e rancores (2).
De nós promana o terror que tudo invade (3). Temos a nosso serviço homens de todas as opiniões, de todas as doutrinas; restauradores de monarquias, demagogos, socialistas e comunistas (4) e toda a sorte de utopistas; atrelamos o mundo inteiro ao nosso carro: cada qual mina de seu lado os derradeiros restos do poder, esforçando-se por derrubar tudo o que ainda se mantém de pé. Todos os Estados sofrem com essas perturbações, pedem calma e estão dispostos a tudo sacrificar pela paz; mas nós não lhes daremos a paz, enquanto não reconhecerem nosso Governo Supremo, abertamente e humildemente.
O povo se pôs a gritar que é necessário resolver a questão social por meio dum acordo internacional. A divisão do povo em partidos pôs todos esses partidos à nossa disposição, porque para sustentar sua luta de emulação é preciso dinheiro e nós é que temos todo o dinheiro.
Poderíamos recear a aliança da força inteligente das pessoas reinantes com a força cega do povo, mas tomamos todas as medidas possíveis contra essa eventualidade: entre essas duas forças erguemos a parede do medo recíproco. Deste modo, a força cega do povo é nosso apoio e seremos os únicos a guiá-la; saberemos dirigi-la com segurança para os nossos fins.
A fim de que a mão do cego não possa repelir a nossa direção, devemos estar de tempos em tempos em comunicação direta com ele, senão pessoalmente, pelo menos por meio de nossos mais fiéis irmãos. Quando formos um poder reconhecido, conversaremos nós mesmos com o povo nas praças públicas e o instruiremos sobre as questões políticas, no sentido que julgamos necessários.
Como verificar o que lhe for ensinado nas escolas de aldeia? O que disser o enviado do governo ou a própria pessoa reinante não poderá deixar de ser logo conhecido em todo o Estado, porque será depressa espalhado pela voz do povo. Para não destruir prematuramente instituições dos cristãos, temos tocado nelas com habilidade, tomando em nossas mãos as molas de seu mecanismo. Essas molas estavam dispostas numa ordem severa, mas justa; substituímo-la pela arbitrariedade desordenada. Tocamos na jurisdição, as eleições, na imprensa, na liberdade individual, e, sobretudo, na instrução e na educação, que são as pedras angulares da existência livre.
Mistificamos, embrutecemos e corrompemos a mocidade cristã por meio duma educação fundada em princípios e teorias que sabemos falsos e que são inspirados por nós. (5)
Por cima das leis existentes, sem mudá-las de modo essencial, porém somente as desfigurando por interpretações contraditórias, obtivemos resultados prodigiosos. Esses resultados manifestaram-se ao princípio em comentários que mascararam as leis e, em seguida, completamente as esconderam dos olhos dos governos incapazes de se orientarem numa legislação embrulhada. (6)
Daí a teoria do tribunal da consciência. Dizeis que se rebelarão de armas em punho contra nós, se, antes de tempo, ou tarde, se aperceberem da manobra, mas nesse caso, nos países ocidentais, lançaremos mão duma manobra tão terrível que as almas mais corajosas tremerão: os metropolitanos já estarão construídos em todas as capitais e fá-los-emos ir pelos ares com todas as organizações e documentos de todos os Estados (7).
Notas e Comentários
(1) Diz E. Eberlin em seu livro “Les Juifs”, pág. 201: “Quanto mais uma revolução é radical, mais liberdade e igualdade resultam para os judeus. Toda nova corrente de progresso consolida a posição dos judeus”.
B. Lazare, “L’Antisémitisme”, vol II, pág. 17: “… a assimilação legal acabou na França, em 1830, quando Lafitte fez inscrever o culto judeu no orçamento. Era o desabamento definitivo do Estado Cristão, embora o Estado Leigo ainda não estivesse completamente constituído. Em 1839, o derradeiro vestígio das antigas separações entre judeus e cristãos desapareceu com a abolição do juramento More Judaico. A assimilação moral não foi assim tão completa”.Idem, pág. 54: “Os israelitas deveram sua emancipação a um movimento filosófico coincidindo (é muita coincidência!) com um movimento econômico e não a abolição das prevenções seculares que existiam contra eles”. Idem, pág 21-22: “Somente em 1848 os israelitas austríacos se tornaram cidadãos. Na mesma época, sua emancipação se fez na Alemanha, na Grécia, na Suécia, na Dinamarca. De novo, os judeus deveram sua independência ao espírito revolucionário, que, mais uma vez, vinha da França”.
Ewerbeck, em “Qu’est ce que la Bible?”, Paris, 1850, págs. 628-660, traduz estes trechos de Karl Marx num artigo sobre Bruno Bauer: “O judeu trabalha em prol da idéia emancipadora universal… A emancipação judaica, na sua extrema significação, é a emancipação da humanidade dos laços que o judaísmo lhe impôs…”.
(2) Cf. Polzer Hodlizt, “Kaiser Karl”, Viena, 1929, págs. 302, 385, palavras atribuídas a Anatole France: “A democracia não tem coração nem entranhas. A serviço das forças do Ouro é sem piedade e desumana!”.
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