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Antes de iniciar o aspecto da inexistência do homem chamado Jesus, é necessário dissociar o conceito Jesus do de Cristo. Cristo vem do crestus essênio e significa peixe, literalmente, mas o sentido é de ungido, entre outras palavras, referindo-se ao estado transpessoal do ser humano. Jesus vem de JHVH (Jeová). O homem chamado Jesus, filho de Maria e José, nunca existiu.
Autores de peso, como Sêneca, Marcial, Juvenal, Plínio o Velho, Apuleio, Fílon de Alexandria e muitos outros, viveram no transcorrer do século I e nunca o mencionaram, apesar de serem imensamente interessados nas questões religiosas da sociedade em que viviam. Os autores gregos, hindus, árabes e judeus também nunca ouviram falar na existência de Jesus. Nada consta no Sinédrio de Jerusalém, nem nos anais de Pôncio Pilatos, nem nos do Imperador Tibério, malgrado a ameaça de um novo rei, ainda que do “outro mundo” merecesse toda a atenção do Império Romano. O silêncio é gritante!
Segundo La Sagesse1, “As bibliotecas e museus guardam escritos e documentos de autores que teriam sido contemporâneos de Jesus os quais não fazem qualquer referência ao mesmo. Por outro lado, a ciência histórica tem-se recusado a dar crédito aos documentos oferecidos pela Igreja, com intenção de provar-lhe a existência física. Ocorre que tais documentos, originariamente não mencionavam sequer o nome de Jesus, todavia foram falsificados, rasurados e adulterados visando suprir a ausência de documentação verdadeira. Por outro lado, muito do que foi escrito para provar a inexistência de Jesus Cristo foi destruído pela Igreja, defensivamente. Assim é que por falta de documentos verdadeiros e indiscutíveis, a existência de Jesus tem sido posta em dúvida desde os primeiros séculos desta era, apesar de ter a Igreja tentado destruir a tudo e a todos os que tiveram coragem e ousaram contestar os seus pontos de vista e os seus dogmas”. Paralelamente, Alberto Cousté diz que “A única exceção estaria em um parágrafo das Antigüidades Judaicas, de Flávio Josefo (37-95), mas Hainchelin demonstra, pela crítica comparada que faz de outras passagens, que se trata de uma grosseira e tardia interpolação. Voltaire já o havia intuído no artigo ‘Cristianismo’ do Dicionário Filosófico: ‘Como teria esse judeu obstinado afirmado que Jesus era o Cristo? Que absurdo colocar na boca de Josefo palavras de um Cristão!’” É muito importante se indagar qual o porquê desta interpolação forjada por Euzébio. Qual motivo haveria senão encobrir a inexistência de Jesus?
Os maçons do mais alto grau sabem (ou desconfiam) que as palavras postas na boca do mito de Jesus eram na realidade de João, o Essênio, também conhecido como o Batista.
Marcelo Mota, em Carta a Um Maçon2, denuncia esse fato, explicando que João teria nascido antes do século I e o seu pensamento teve grande impacto sobre a época em que viveu, afirmando que “o homem era o templo do deus vivo”. Assim, os primeiros patriarcas não puderam deixar de incluí-lo, sob pena de levantar suspeita. O quarto Evangelho assere que “Havia um homem enviado por Deus, cujo nome era João”. Iguala, pois, João a Jesus. Em relação aos supostos milagres do mito do nazareno, a cópia descarada foi, agora, de Apolônio de Tiana, que teria revivido os mistérios de Dionísio. Vejamos alguns desses milagres, de acordo com Alberto Cousté:
a) Apolônio teria nascido também de mãe virgem;
b) Diversos reis enviaram presentes e cartas à parturiente;
c) Ainda criança, ele discutiu com os doutores do templo de Esculápio e os derrotou;
d) Os cisnes cantaram no seu nascimento e um raio caiu do céu (adoração dos pastores e a estrela de Belém);
e) Os anjos transportavam-no pelo ar (segunda tentação de Jesus);
f) Ressuscitava mortos, curava cegos e aparecia na frente de amigos distantes;
g) Entendia a linguagem dos pássaros; h) Convocava o demônio, que lhe aparecia sob a forma de um olmo;
i) Tinha poder sobre os demônios inferiores que atormentavam os possuídos, expulsando-os ao capricho dos seus desejos.
Basta dar uma consultada em A Vida de Apolônio, escrita por Filóstrato.
Não é só. Os ritos solares baseados na fórmula do deus sacrificado, copiaram-se uns aos outros. Seria cansativo repeti-los todos aqui, mas, veja-se, por exemplo, em relação ao mito de Horus, há milhares de anos antes do conto de Jesus e, depois, leitor, julgue você mesmo a espantosa semelhança:
a) Horus nasceu de uma virgem em 25 de dezembro;
b) Horus teve 12 discípulos, que representavam os doze signos zodiacais;
c) Horus foi enterrado em um túmulo e ressuscitado;
d) Horus era também a Verdade, a Luz, o Messias, o Pastor Bom etc.;
e) Horus também realizava milagres;
f) Horus ressuscitou um homem chamado El-Azar-Us, que, é óbvio, traduziram como Lázaro, o leproso. O copista nem se deu ao trabalho de mudar o nome, já que a grande massa era ignara e não sabia latim;
g) O epíteto de Horus era “Iusa” (Jesus), “o Filho sempre tornando-se” de “Ptah”, o “Pai”;
h) Horus também era chamado o “KRST” (Cristo) ou “Ungido”.
Se perscrutar outros ritos, como o de Mitra, Adônis, Krishna, Osíris etc., fica patente novas e inúmeras cópias, vários plágios de textos religiosos, com pouca alteração. Indico aqui ao leitor que quiser se aprofundar no assunto a obra Ísis Sem Véu, de Madame Blavatsky.
Além disso, os textos pagãos, essênios e gnósticos foram descaradamente copiados para compor o atual Novo Testamento, junto com o expurgo dos apócrifos3, no Concílio de Nicéia, em 325, onde provavelmente foi criado o mito de Jesus para dar cumprimento à profecia judaica sobre o advento de um messias. O anônimo autor de Supernatural Religion demonstra o caráter espúrio dos quatro Evangelhos, perpetrada por Irineu e seus lacaios. É óbvio que esta fraude em nada influenciou os judeus, que sabiam da história toda, razão por que eles têm sido perseguidos nestes dois milênios pelo Vaticano.
Havia quase setenta seitas, no século IV, de acordo com uma enumeração de Epifânio, que compartilhavam sobre a maldade intrínseca da criação e viam em Jeová um demiurgo imperfeito e rancoroso, que se deixava enganar por sua própria criação. Uma dessas seitas, de opinião diversa, sofrera enormemente a influência do culto mitral, trazida pelos soldados de Pompeu, pouco antes do início da era cristã, deslumbrados pelo dualismo persa. Estando o Império Romano fragilizado, esta seita aliou-se a Constantino. O benefício seria mútuo. Por um lado, ajudaria a fortalecer o império, por outro destruiria as outras seitas, firmando-se por absoluto. Esta seita se transformou no que conhecemos hoje como a Igreja Católica.
Portanto, o Cristianismo só poderia se assentar através da pena (fé cega) e pela espada (perseguição religiosa). Os que advogam a existência do nazareno, querem usar o conteúdo da Bíblia para provar a própria Bíblia, mas isso é uma tautologia. É o mesmo que usar a obra O Assassinato no Expresso do Oriente para provar a existência do detetive Hercule Poirot. Curial se torna que haja dados fora do contexto da obra, afim de que a mesma seja confiável. Em relação à Bíblia, não há dado algum. E, invocando a própria Igreja Católica, está na frase histórica, proferida pelo papa Leão X, o reconhecimento desta farsa toda: Quantum nobis prodeste haec fabula Christi! – “Quanto nos ajuda esta fábula de Cristo!
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