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Por Edgar Kerval, Lilith: Dark Feminine Archetype (Lilith: O Arquétipo do Feminino Obscuro).
Trilhar o caminho de Lilith é explorar a essência feminina e os poderes noturnos associados à escuridão, que podem ser totalmente compreendidos através do trabalho da Árvore das Qliphoth – a personificação das forças obscuras da natureza. Ela é a guardiã e iniciadora dos mistérios Qliphóthicos, abrindo o caminho da sabedoria e poder para aquelas que desejam compreender os reinos não manifestos. O processo de caminhar no jardim da mãe da escuridão começa com a exploração das máscaras da rainha da noite, cujos poderes estão contidos em quatro templos, cada um deles conectado com o azoth primordial.
A obra de Lilith é um caminho complexo, com arquétipos e máscaras deíficas da deusa que se manifestam através da adepta. Eles são implantados em sua consciência, e sua principal tarefa é acessar esse conhecimento e experiência, levando-os ao máximo e transformando-os em sabedoria. Ao entrar e explorar os templos astrais de Lilith e abrir seus olhos, você encontrará muitos desafios e experiências iniciáticas através de diversos processos oníricos e tântricos.
Para isso você deve se concentrar em absorver a energia em um estado de gnose. Você também pode explorar o caminho de alinhar sua mente e espírito com a essência de Lilith. Seus nomes sagrados, seus símbolos sagrados e seus mantras sagrados são usados como chaves para abrir os portões do subconsciente para regiões ocultas de onde emana a essência de Lilith na forma de raios negros. Esses raios negros se fundem com a energia do adepto e podem ser usados para gerar novos portais para suas manifestações sagradas.
A feitiçaria astral de Lilith envolve um processo de transformação e exploração de níveis profundos do subconsciente em busca de sabedoria interior. Através do foco interior e da magia transformadora, a adepta se torna uma sombra do arquétipo de Lilith. Nesta forma exploramos o espírito e a carne através da inspiração criativa desencadeada pelo fogo negro de seus néctares sagrados e nos preparamos para receber sua gnose – a da sexualidade sagrada, êxtase e transformação astral. Lilith é o espelho, o portal de entrada para a teia espiral das cavernas negras, e sua natureza misteriosa e enigmática serve de base para o processo de iniciação.
É através dela que a adepta pode percorrer o caminho em seu jardim proibido e comer de seus frutos sagrados. Ela se manifesta neste plano físico e se a buscarmos, ela nos deixará entrar no Outro Lado através de seus kalas e manifestações vibracionais repletas de êxtase e loucura. Sua língua negra estendida e nudez, cabelos soltos e kalas sagrados têm uma forte associação com magia do sangue e formas obscuras de magia sexual.
De acordo com o Zohar, a Mãe Obscura está em quatro pontos do mundo de onde ela exerce sua influência. Ela está entronizada nesses lugares, mantendo sua soberania e poder e espalhando ondas do azoth vermelho nas terras onde a magia e a bruxaria são espalhadas como sementes que ofuscam os fracos e fornecem força e poder a suas seguidoras. Cada uma de suas máscaras é uma expressão da Mãe Obscura como regente de um determinado ponto cardeal, e cada uma delas possui certas características que podem ser úteis para aquelas que buscam seus ensinamentos através da aquisição de conhecimento e através do trabalho mágico. O número 4 tem um grande significado em relação à mãe da noite, bem como um valor significativo na gematria hebraica e enoquiana. O número 4 pode ser usado dentro de fórmulas rituais para chamá-la, e o mesmo valor é atribuído ao número 13 (1 + 3 = 4), referente à sexualidade do signo de Escorpião. Quatro é também o número das anjas sagradas da prostituição, emanações da grande prostituta que copula com o espírito do multiverso.
Sigilo da Conjunção
O primeiro templo secreto é habitado por Lilith, que detém a chama negra do jardim. Ela possui o selo que fecha os portais do reino do vazio primordial e nos ensina os mistérios da sexualidade sagrada.
O segundo templo secreto é habitado por Agrat, que detém o poder de ajudar a adepta através de viagens astrais e mudança de forma através de seus ensinamentos e seu selo secreto.
O terceiro templo secreto é habitado por Mahalath, que nos ensina os mistérios dos kalas primordiais através de seu selo secreto, os métodos de usá-los e as formas de se comunicar com as súcubas.
O quarto templo secreto é habitado por Naamah, cujos poderes nos ensinam o uso de plantas sagradas e poções mágicas preparadas com sangue e ervas.
A adepta que deseja explorar o caminho deve estar ciente de que isso pode levar várias vidas porque os métodos de exploração são longos e complexos, e o mais importante é focar a vontade e abraçar todos os mistérios revelados nos templos.
Lilith é a regente do ponto norte (ou setentrional) e o aspecto da deusa mais antiga, aquela que proporciona estabilidade e fundamentos do desejo. O desejo de prazer e o desejo de conhecimento vêm dela. Lilith é também a expressão da mais alta sabedoria pura. Ela detém o antigo conhecimento da passagem das eras e representa a libertação de nossa própria limitação e ignorância. Sua palavra-chave é asabedoria. Ela é a lua cheia.
Agrat é a regente do ponto oeste (ou ocidental), que tem um grande significado na prática mágica porque é o ponto cardeal onde o sol morre ou desaparece. Agrat é o poder renovador, aquela que faz murchar e morrer tudo o que é desnecessário, e faz surgir ou prevalecer o que é verdadeiramente útil. Ela é a lua minguante.
Mahalath é a regente do ponto sul (ou meridional). Ela é a senhora da ilusão. É aquela que faz a mente acreditar no que o olho vê. Ela reside no sul, expandindo seu engano para os fracos e ajudando a adepta a transcender a realidade mundana e abrir novos caminhos de transformação. Ela é a lua nova.
Naamah é a governante do ponto leste (ou oriental). Ela é considerada a rainha da feitiçaria e da bruxaria. Ela conhece os poderes ocultos das plantas, ervas e tudo que vem da terra, fala a linguagem dos animais e feras, e domina o poder do sol para ser a energia primária da mãe obscura. Naamah fornece os fundamentos da energia draconiana. Sua canção pode despertar o dragão que dorme dentro de nós e liberar ou condensar uma grande quantidade de poder e energia no athanor de uma alquimista sinistra. Outro de seus poderes é a capacidade de abrir o olho interior e conceder a segunda visão, permitindo-nos olhar para o passado, presente e futuro, bem como ver o que acontece à distância. Ela é a lua crescente.
Estas são as quatro guardiãs sagradas da prostituição, as quatro mestras do caminho invertido ou o caminho do azoth vermelho. Elas são chamadas a se manifestar nos quatro pontos cardeais no início do ritual e nas operações alquímicas.
Quando exploramos os templos de Lilith, nos aprofundamos nos mistérios da autodeificação e da autotransformação. Na apoteose do espírito e da carne bebemos os kalas da deusa imortal que contém os poderes da escuridão e despertamos a essência de Lilith nos quatro templos. Este é o trabalho da kundalini negra, que ativa, penetra e ilumina os chacras com o fogo negro da sabedoria primordial. A kundalini negra é usada aqui como uma técnica para despertar pontos de poder que são preenchidos com a energia transformadora das máscaras divinas de Lilith. Assim exploramos a essência primordial e a união sagrada entre Lilith e nós mesmas, enquanto seus kalas se tornam o sangue da vida que ativa a chama negra dentro de nós através da exploração de cada um dos quatro templos.
Texto enviado por Ícaro Aron Soares.
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